Adoçantes, forme sua opinião a respeito.

“AVISO: Este artigo foi escrito anos atrás e pode estar desatualizado enquanto à melhor ciência nutricional vigente. Por favor visite a página de artigos para ler os artigos mais recentes que retratam as verdades científicas atuais.”

“Uma vez que você se vê no lado da maioria, é hora de parar e pensar.”, Mark Twain

Salve a todos! … ou salvessem todos!! hehehe

Meu objetivo ao escrever este artigo, assim como os outros do Emagrecer de Vez é um só: Torná-lo a melhor referência em português sobre o assunto. Neste caso, os famosos e polêmicos adoçantes. Espero seu feedback no final!

Ao pensar, então, na estratégia para atingir este objetivo e em como eu poderia realmente criar algo de valor, cheguei à conclusão que deveria cobrir os seguintes pontos:

– Embasar todos os argumentos em estudos científicos confiáveis.
– Certificar-me de considerar, além de estudos mais antigos, os estudos mais atuais e atualizados sobre o assunto.
– Colocar toda esta ciência em uma linguagem simples, clara e coerente.
– Tentar trazer uma conclusão científica e também pessoal, embasada em todos os pontos acima.

Então, é justamente isso que você pode esperar do artigo. Sem mais delongas, vamos direto ao assunto! Sente confortavelmente e relaxe… no final você terá a chance de decidir qual será sua opinião sobre o assunto. Ah, claro, no final, você terá uma lista das principais referências que utilizei nas pesquisas.

Ah, o artigo é meio longo, como de costume, então aconselho que salve a página para ler depois se não puder ler tudo agora. Isso caso você não seja assinante do site ainda e não tenha recebido o artigo por email (assine na barra ao lado, é 100% free!)

-> Uma pitada rápida e interessante de história

Nós, aparentemente, devemos as glórias da descoberta dos adoçantes à alguns bravos cientistas que violaram o código de higiene laboratorial e acabaram provando suas próprias amostras químicas.

Bom, na maioria das vezes, involuntariamente; o que pode ser engraçado de se imaginar hehehe… Imagine o cientista típico dentro do laboratório manipulando sua fórmula secreta quando, subitamente, o treco começa a espumar e explode jogando líquido pra todo lugar, inclusive na boca do cidadão. Hmmm… interessante, é realmente fácil imaginar como as maiores descobertas da humanidade foram fruto do acaso.

Bom, o aspartame, por exemplo, foi descoberto em 1965 por James Schalatter enquanto ele tentava desenvolver um novo medicamento para cura de úlceras <:o Agora não me pergunte o que levou ele a provar a coisa e descobrir que era doce…

Mas, independente então de todas as histórias escondidas no porão da ciência, os adoçantes artificiais acabaram por se tornar mais comuns no dia-a-dia das pessoas. E isso me parece ser lógico, uma vez que a proposta dos adoçantes é a de trazer o gosto doce, sem conter as calorias do açúcar! Bastante tentador, hein?

Então, intuitivamente, as pessoas começaram a optar por estes adoçantes não-calóricos, ao invés do açúcar, para perder ou manter o peso.

Sabemos que o açúcar, assim como o xarope concentrado de frutose (utilizado em muiiiiiitos produtos), levam a um excesso de energia ingerida, ganho de peso e alterações no metabolismo, logo, eles foram então considerados os “vilões” causadores da epidemia de obesidade no mundo.

Nota: Agora veja, açúcar por acaso engorda caso a gente não o ingira? 😛 ok, mas mesmo assim eles são os CULPADOS pela obesidade mundial né… bla bla bla… ou seria a educação ineficaz e a própria consciência humana os culpados?! hmm…

Voltando… no meio de tudo isso, e também, devido às campanhas marqueteiras massivas promovendo as bebidas diet, etc., a população começou a ver os adoçantes artificiais como algo “saudável”. Mas, afinal, os adoçantes artificiais realmente ajudam na perda de peso?

Simbora agora para a parte divertida do artigo…

-> Vestindo o jaleco… o que a ciência nos diz…

Importante: Nesta sessão procurei inserir os estudos mais significativos e confiáveis que encontrei sobre o assunto, sejam eles atuais ou mais antigos. Vale lembrar que a ciência está longe de ser perfeita e que, como todo cientista sabe, tudo deve ser questionado! Sabemos também, em muitos casos, que a ciência prova o contrário de suas próprias teorias, então, acho que vale considerar os estudos e as análises, mas jamais aceitar tudo que lemos como a verdade irrefutável sobre qualquer assunto.

Simbora…

Um dos estudos mais famosos e referenciados quando lemos sobre este tema polêmico dos adoçantes é o da Universidade de Purdue nos EUA de 2008, então, vale a pena mencionar.

Este estudo, feito com ratos, mostra que os ratos que possuíam adoçantes em suas dietas, ganharam mais peso do que os ratos que, ao invés, possuíam açúcar nas mesmas dietas. Isso colocou em dúvida os benefícios na redução de peso dos adoçantes de baixo valor calórico que conhecemos.

Em um artigo publicado no site da rede de televisão ABC (todas referências estão no final do artigo) sobre o assunto, encontrei comentários bastante interessantes como:

“Consumidores que optam por refrigerantes diet podem ganhar mais peso do que se eles optassem por refrigerantes normais, por causa dos adoçantes artificiais”.

“Existe algo nas comidas diet que muda o limite metabólico e a química do cérebro.”, diz a médica Marie Savard.

Dr. Savard ainda faz dois comentários:

“Existe outro estudo recente que ao estudar 18 mil pessoas, descobriu-se que adultos saudáveis que consomem no mínimo uma bebida diet por dia podem aumentar suas chances de ganhar peso.”

“Os adoçantes têm o gosto doce, porém, ao mesmo tempo, não possuem carga calórica. Tem algo errado aqui. Parece que, de alguma forma, este fato provoca mudanças na nossa química cerebral.”

Ok, são comentários bastante genéricos… mas vamos agora mais a fundo, ao longo do artigo, tentando achar embasamentos ou contradições para eles. Genéricos ou não, eles nos dão algumas pistas do que pode ser a verdade.

Agora veja, é claaaaaro que o Conselho de Controle Calórico (Calorie Control Council) nos EUA emitiu uma nota se opondo aos achados desta pesquisa. Estranho ou não, é interessante ver como os órgãos oficiais geralmente se recusam a aceitar estudos que possam abalar de alguma forma a economia. O.o

Nota: Qual o tamanho da indústria dos adoçantes? Coca, Pepsi, iogurtes, sucos, doces, tortas, etc.
(para mais sobre isso leia o artigo Saiba por que você nao vai emagrecer!).

Beleza, indo adiante, agora gostaria de citar outro estudo recente, publicado este ano no site da rede de TV CBS Boston.

O estudo mostra que as pessoas que ingerem pelo menos um refrigerante diet por dia têm 61% mais chance de ter um infarto, ataque cardíaco ou outros problemas relacionados, do que as pessoas que não ingerem estas bebidas.

O expert Dr. Moore diz que parte da razão é por que algumas bebidas diet contem mais sódio que as bebidas normais. Ele acha que os vilões neste caso são o sódio e os adoçantes artificiais utilizados.

Mas aí não temos pra onde correr né?! De um lado os adoçantes artificiais e do outro o açúcar. Sabemos que o açúcar, mesmo que natural, tem seus problemas… como outro estudo de 2010 da Escola de Medicina da Universidade de Tufts em Boston diz:

“Um consumo maior de bebidas adoçadas é associado à obesidade entre os jovens adultos nos EUA.”… ok, isso é óbvio o bastante. O que eu sempre falo… tudo em excesso não é legal. Como tudo na vida, o bom senso deve ser utilizado SEM moderação!

E aí? Segurando as pontas? Desça junto comigo agora no porão escuro da ciência para mais algumas informações interessantes do passado.

Em um estudo intitulado The San Antonio Heart Study, examinou-se 3682 adultos durante um período de 7 a 8 anos nos anos 80. No início, o IMC do pessoal foi medido e, no final, concluiu-se que os adultos que costumavam beber bebidas diet apresentaram, consistentemente, um maior IMC. E isso é o oposto do que esperaríamos como resultado, certo?

Em outro estudo já bem idoso chamado Nurses´ Health Study nos anos 70, associou-se o uso da Sacarina (adoçante artificial) ao ganho de peso de 31.940 mulheres analisadas.

Este achado a seguir é interessante: O IMC de 103 adolescentes estudados não diminuiu ao longo de 25 semanas ao substituírem o consumo de bebidas normalmente adoçadas por bebidas diet. Ou seja, neste estudo, dar preferência pelos diet não ajudou em absolutamente nada na questão do peso. Sabemos que o IMC não é um bom método para se controlar seu progresso, porém, para o propósito da pesquisa realizada, pode ser válido.

-> A relação entre os adoçantes artificiais e a resposta da insulina

Bom, este tema é muiiiiito discutido e acho que é um dos mais polêmicos e incertos quando tratamos de adoçantes artificiais.

Primeiro, é necessário entender o problema em questão. Aconselho que leia o artigo sobre Insulina, pois a informação contida lá é essencial para qualquer pessoa que quer levar perda de peso e saúde a sério.

Então, a pergunta de ouro é: Os adoçantes artificiais incentivam a secreção de insulina no organismo?

Caso você não saiba, quando existe insulina no sangue, não existe queima de gordura. São duas coisas que nunca irão existir ao mesmo tempo. O papel da insulina, colocado de forma bem simples, é o de armazenar o açúcar que esta no sangue.

Então vejamos, se os adoçantes realmente incentivarem a secreção de insulina, isso significa que, ao beber coca diet ou qualquer bebida adoçada desta forma, fará com que se cesse a queima de gordura. Agora creio que você concorda comigo que é importante discutir esse assunto, certo?

Bom, agora vamos aos fatos. Vamos ver o que a ciência de hoje sabe e nos diz através de seus estudos mais atuais.

importante notar que os adoçantes não podem ser colocados todos em uma bacia só! Existem vários tipos de adoçantes artificiais e eles possuem composição química diferente. Aqui eu vou resumir as conclusões dos estudos científicos para cada um dos tipos mais famosos, ok?

Não vou me delongar em cada um, caso contrário, esse artigo vai virar um livro em si. Vou postar a conclusão e, em seguida, os estudos que suportam a esta conclusão! Vamos lá…

Aspartame

O famoso! Bom, as evidências mostram que existe pouco ou nenhum impacto na insulina ao se consumir aspartame.

Estudos que embasam a conclusão: 1 2 3 4

Sacarina

A conclusão para a sacarina parece não ser muito clara, mas de qualquer forma, os resultados sugerem que não existe influencia significativa na secreção da insulina ao ingerir sacarina.

Estudos que embasam a conclusão: 5 6

Sucralose (Splenda, etc.)

Splenda por exemplo, que é um adoçante muito comum que se utiliza de sucralose, normalmente contém Dextrose, que é puramente glicose, então, neste caso, devido a este detalhe, é esperado que impacte sim na secreção de insulina. Porém, não existem evidências consistentes de que a sucralose, por si só, impacte na secreção de insulina.

Estudos que embasam a conclusão: 7 8

Um outro estudo (9) recente sugere que os adoçantes artificiais não têm impacto na secreção de insulina.

Ok, não podemos negar atenção aos fatos. Depois de ver tudo isso, eu tenho que concordar com as conclusões. Os adoçantes artificiais parecem não ter realmente influencia considerável na insulina. Mas a pergunta é? Isso fará com que eu comece a usá-los frequentemente? Bom, não. Como você está vendo neste artigo, não é somente isso que devemos levar em consideração na nossa decisão.

-> O que parece então fazer sentido…

Esta é a parte que eu mais gosto e a que acho também a mais significativa e importante.

É a parte onde vou tentar mostrar e discutir o que a ciência tenta explicar como CAUSA de todos estes resultados, de todos estes experimentos e estudos.

Alguns experimentos demonstraram que o gosto doce, seja de açúcar mesmo ou adoçantes artificiais, estimulam o apetite. Aqui é importante o seguinte: O GOSTO doce estimula o apetite e não propriamente o componente! Por exemplo, cápsulas de aspartame, ao serem engolidas, não provocam aumento de apetite, ao contrário do que é observado quando a ingestão é de água adoçada com aspartame, onde você de fato sente o gosto. O gosto doce parece ter uma influência grande no cérebro… vamos ver mais sobre isso.

Existe um experimento muito interessante também que foi feito da seguinte forma: Reuniram um grupo de pessoas para ter uma refeição, porém, antes da refeição foram servidas coisas doces adoçadas com açúcar normal. E em outro experimento comparativo, serviram-se, ao invés, coisas doces adoçadas com adoçantes artificiais antes desta refeição principal.

No final, o que notou-se foi que as pessoas que ingeriram os doces adoçados naturalmente comeram MENOS na refeição que vinha em seguida, enquanto que as pessoas que ingeriram os doces adoçados com adoçantes não apresentaram nenhuma redução de apetite na refeição posterior.

-> Conclusão?

Todos estes experimentos parecem sugerir uma coisa: Inconsistências na relação “gosto doce e valor calórico” podem levar à alimentação excessiva compensatória e balanço energético positivo.

Em outras palavras, acredita-se que ao se ingerir algo que tenha gosto doce, mas que seja de mentirinha, ou seja, que não possua valor calórico, faça com que o corpo busque por mais alimentos para compensar essa expectativa!

Esta é a grande crença atual sobre o impacto dos adoçantes na questão da obesidade!

Quando ingerimos algo doce, o cérebro espera receber a energia provinda deste algo. Mas ao ingerirmos bebidas ou alimentos adoçados com adoçantes, isso não acontece!

O gosto doce vem, mas a energia não! E isso acaba confundindo nosso sistema e levando as pessoas a comerem mais do que deveriam, ou seja, potencialmente, tornando-as ainda mais obesas do que se continuassem a usar os adoçantes naturais.

De acordo com o pesquisado, mais e mais evidências sugerem que os adoçantes não ativam o mecanismo de “recompensa” da comida, da mesma forma que fazem os adoçantes naturais.

Desta forma, o corpo não fica satisfeito após sua ingestão e ativa o modo de procura por comida, ou seja, fome!

-> A cura para a obesidade mundial

Desculpe pela maré de informação, mas isso é realmente o que encontramos quando pesquisamos sobre o assunto.

Mas então, quais são as sugestões gerais da maioria dos especialistas, etc.?

Basicamente, eles sugerem que, caso você não possa eliminar completamente a ingestão de alimentos adoçados artificialmente, pelo menos reduza esta ingestão para somente de vez em quando.

“- Ah, mas eu sou viciado(a) em coca diet, etc. o que eu faço meu Deus?”

Veja que interessante. Estudos mostram uma forte correlação entre a frequência da ingestão de algo e a intensidade da vontade de ingerir este algo.

Por exemplo, uma redução sistemática na quantidade de sal ou gordura que você usa na sua comida, ao longo do tempo, levará você a ter preferência por comidas menos salgadas e menos gordurosas.

No caso dos doces, por exemplo, se você diminuir a ingestão, a vontade também irá diminuir com o tempo (eu testei isso pessoalmente quando fiquei 30 dias sem ingerir 1 grama de açúcar se quer).

Uma estratégia semelhante pode então ser usada por você no caso dos doces, bebidas diet, etc., ou seja, reduzir o consumo aos poucos.

Como conclui este ótimo artigo sobre o assunto, escrito pela Universidade de Yale nos EUA: “Desadocicar a alimentação das pessoas no mundo pode ser a chave para reverter a epidemia de obesidade que se alastrou”.

Bom, a minha opinião sobre tudo isso? Hmmm… eu acho que esta é ainda uma área bastante nebulosa e estamos ainda longe de saber com certeza todos os efeitos e consequências dos adoçantes artificiais.

Os resultados dos experimentos fazem bastante sentido pra mim, logo, eu tendo a acreditar e pensar na mesma linha. Eu acho que o cérebro é algo muito complexo e sensível e que não é uma boa idéia tentar enganá-lo, conforme viemos fazendo a décadas, usando estes compostos artificiais.

Sempre digo, novamente, moderação e bom senso é tudo! Se você consome estes produtos de vez em quando, não deveria ter problema algum. Eu, pessoalmente, evito sempre que posso refrigerantes diet ou de qualquer tipo. Mas isso é o que EU faço.

E você, qual sua opinião sobre o assunto? O que faz sentido para você?

Espero que este artigo tenha colaborado com um maior entendimento sobre esse tema polêmico e que tenha incentivado também uma reflexão! Fico feliz se puder sugerir este artigo no facebook, twitter, email, etc. Informação é poder e todos deveriam ter acesso!

Todas as referências do que falei, estão abaixo. Utilizei o artigo de Yale como principal referência, por ser muito completo e de credibilidade. Nele são citadas outras dezenas de referências. Recomendo a leitura!

Em prol do seu sucesso,
Rodrigo

REFERÊNCIAS

Purdue University Study
http://abcnews.go.com/GMA/OnCall/story?id=4271246&page=1

CBS Boston (Diet soda drinkers at higher risk of stroke)
http://boston.cbslocal.com/2011/02/09/study-diet-soda-drinkers-at-higher-risk-of-stroke/

Tufts University School of Medicine
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21088388

Yale University. Artigo muito bom sobre o assunto.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2892765/