TRIBO FORTE #061 – JEJUM INTERMITENTE, GLÚTEN E CHUVA DE BALELAS

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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No Episódio De Hoje:

Neste episódio tratamos de 2 grandes (e velhos) assuntos para clarear as águas turvas:

  • Mídia espalha que o “poder” do jejum intermitente não é tanto como se esperava e que ele não é superior a restrição calórica, segundo estudo recente. Veremos as verdades…
  • Falta de glúten na dieta pode ser ruim a sua saúde? Harvard ataca novamente com conclusões fortes para estudos fracos. Veremos as verdades…
  • Pergunta respondida.
  • O que comemos na última refeição.

Espero que aproveite este episódio ?

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Referências

Artigo da Univiçosa sobre Lowcarb

 

Estudo sobre jejum intermitente publicado no JAMA

Repercussão do artigo acima no O Globo

Estudo sobre glúten de Harvard

Repercussão do estudo acima no O Globo

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá! Bem-vindo ao podcast número 61 do podcast oficial da Tribo Forte – o número 1 do Brasil em saúde. Hoje falaremos sobre duas chuvas de balelas que molharam muita gente nessa última semana. Primeiramente falaremos sobre jejum intermitente novamente. É um assunto que ainda está quente. Tem muita coisa errada sendo dita a respeito disso. Depois falaremos sobre o consumo de glúten. Novamente ganhou a mídia. Você já faz parte da Tribo Forte? Você já é um membro da Tribo Forte? Se você não é, é só entrar em TriboForte.com.br. Anote aí para entrar depois do episódio para ver o tipo de vantagem que você pode ter ao fazer parte dessa tribo que está se fortalecendo cada vez mais. Deixe eu dar o bom dia ao Dr. Souto. Tudo bem, Doutor?

Dr. Souto: Bom dia, Rodrigo. Bom dia aos ouvintes. Tudo tranquilo.

Rodrigo Polesso: Ótimo. Mencionamos no episódio passado que teve um acontecimento bastante interessante no Brasil. Foi um evento promovido pela Univiçosa unicamente para disseminar a questão de low carb para profissionais de saúde como nutricionistas. Isso aconteceu agora recentemente. Ao longo dos episódios a gente vai começar a responder algumas perguntas que o pessoal que estava no evento fez e não teve tempo de serem respondidas durante o evento. Ao longo dos podcasts aqui nós vamos colocamos algumas perguntas dessas para serem respondidas. Então, pessoal que estava no evento da Univiçosa pode acompanhar os podcasts aqui porque as perguntas serão respondidas. Tenho certeza que essas mesmas perguntas serão muito úteis para outras pessoas que estão ouvindo. Mas antes de eu fazer a pergunta de hoje, que foi feita na Univiçosa… Para o pessoal ter uma ideia do impacto e da importância que foi esse evento… Eu quero perguntar para o Dr. Souto que estava lá palestrando… Para ele dar uma ideia para o pessoal do que foi esse evento.

Dr. Souto: Rodrigo, para mim esse evento foi a culminação de 6 anos de trabalho. Que espetáculo. Isso começou em 2011. Foi uma onda que foi crescendo. Hoje eu vejo, na minha opinião, pela primeira vez no Brasil, oficialmente a coisa rompendo a bolha da academia e entrando na universidade como um workshop organizado pela própria universidade. Então, a Univiçosa está de parabéns. A Univiçosa promoveu esse evento. É um workshop que durou dois dias. Um fim de semana inteiro. Com 400 pessoas participando. Boa parte deles era alunos de graduação de nutrição. Olha que maravilha! Não se trata de converter ninguém para o low carb, afinal isso não é uma religião. Mas abrir os olhos das pessoas de que existe algo além daquela pirâmide alimentar. Existem estratégias diferenciadas. Eu falei na minha participação na palestra… “Eu quero que vocês entendam o low carb como mais uma estratégia para colocar na sua caixa de ferramentas como profissional.” Daqui a pouco se eu tenho uma atleta, magro, saudável… Talvez eu não precise de low carb para essa pessoa. Mas se eu tenho um paciente com sobrepeso, síndrome metabólica, diabetes… Low carb tem tantos estudos mostrando se não a superioridade do método, pelo menos o fato de que ele pode sim ser aplicado com vantagens que não faz nenhum sentido que um praticante de nutrição ou um médico não conheça e não saiba como aplicar essa estratégia. O Professor Nelson, que é o presidente da mantenedora da Univiçosa abriu o evento fazendo um belo discurso… Colocando como low carb mudou a vida dele e da família dele. Isso é uma coisa incrível porque dizer que nós temos apoio do Departamento de Nutrição da Univiçosa é pouco. Nós temos o apoio de toda a universidade. Nós tivemos também a Professora Raquel e a Professora Cristiane da Univiçosa… Que tanto se esforçaram para promover o evento… E que estavam presentes na Tribo Forte de 2016 em São Paulo. Olha que lega, Rodrigo.

Rodrigo Polesso: Sensacional mesmo.

Dr. Souto: Elas foram para lá para ver do que se tratava. Voltaram tão encantadas ou atordoadas com as informações novas que foram estudar para ver se aquilo era verdade mesmo. Elas acabaram capitaneando esse evento. Nós tivemos também… O que para mim foi uma grata surpresa… A participação da Lara. Não é a Lara Nesteruk nutricionista, que a gente gosta muito e já participou da Tribo Forte. A Lara é uma paciente portadora de diabetes tipo 1. Hoje ela tem 20 e poucos anos. Ela tem a doença desde os 7 anos. Ela narrou como testemunho no evento toda a dificuldade que ela tinha de controlar sua glicose… Os episódios de hipoglicemia alternados com hiperglicemia… A hemoglobina glicada que nunca atingia os níveis normais… E a transição que ela teve ao adotar com acompanhamento profissional uma estratégia low carb. Ela conseguiu com isso baixar significativamente as doses de insulina que ela precisava usar. Hoje em dia ela tem a glicose controlada, não tem mais episódios de hipoglicemia. Foi um depoimento emocionante. Fiquem ligados, no futuro… Eu já conversei com ela… Ela vai ainda participar de um episódio da Tribo Forte aqui conosco. Só para resumir, foi um evento incrível. Isso vai render frutos. Existem planos de formatar talvez um curso… Talvez um curso de extensão universitário… Quem sabe no futuro uma pós-graduação. Nós temos ali uma semente de uma coisa muito grande. Eu gostaria publicamente de agradecer em meu nome e em nome dos outros participantes do evento o carinho com o qual fomos tratados lá em Viçosa. Fomos literalmente paparicados. Fomos recebidos no aeroporto com uma van que tinha garrafa de água mineral, nozes e castanhas sortidas. Tudo low carb. Dentro do hotel tinha queijo em cubos dentro da geladeira, frutas de baixo índice glicêmico. O restaurante no hotel à noite inaugurou… Porque agora vai ser uma coisa permanente no restaurante… Ele inaugurou um cardápio low carb com opções de entrada, prato principal e sobremesa low carb. Espetacular. Coisas que qualquer um comeria pelo sabor bom que tinha, sem saber que era low carb. O dono do restaurante adotou e perdeu peso. A chef da restaurante adotou e perdeu peso. Viçosa é a capital brasileira do low carb.

Rodrigo Polesso: Muito bom.

Dr. Souto: Fomos muito bem tratados, paparicados. Todo mundo voltei do evento tendo comido muito e pesando um pouco menos.

Rodrigo Polesso: Isso que é incrível. Muito bom o pessoal entender o impacto que teve. A Lara, que tem diabete tipo 1… Eu lembro dela. Ela estava no evento ao vivo da Tribo Forte 2016. Eu lembro de ter tirado foto com ela, inclusive. Uma pessoa muito querida. Que legal que ela pôde ser mais uma semente de mudança e fazer tudo isso acontecer. A gente nunca sabe o impacto que está tendo… O tipo de conhecimento que vamos disseminando… As coisas que vamos fazendo… Mas com certeza tem impacto. Inclusive, o evento da Tribo Forte Ao Vivo 2017 vai ter esse ano também. Maior ainda que o ano passado. Eu falei uma vez só que estavam abertas as inscrições. Um terço dos ingressos já foram vendidos, mesmo eu tendo falado só por baixo dos panos. O pessoal que quer garantir… Vai ser outubro em São Paulo. Vai ser o maior evento do Brasil em low carb, alimentação saudável e estilo de vida saudável. Dia 21 e 22 de outubro. Você pode inclusive conseguir pegar o primeiro lote de ingressos lá no TriboForte.com.br/aovivo. Essa é a segunda vez que estou falando que os ingressos estão abertos lá. Eu não quero que ninguém fique de fora como aconteceu ano passado. Vai ser incrível. Dr. Souto estará lá. Outros palestrantes estarão lá. Vai ser um encontro sensacional de alta energia… Para mais uma mudança no Brasil a respeito de alimentação e estilo de vida saudável. Ótimo. Depois dessa introdução vou fazer essa pergunta que ficou sem ser respondida lá em Viçosa. É uma pergunta bastante legal que achei aqui. O Jairo que estava lá em Viçosa perguntou o seguinte. “Em uma dieta low carb, o excesso de gordura ingerida, que não for oxidada (usada pelo corpo) pode ser depositada como gordura corporal?” Acho que muita gente precisa ouvir essa resposta, né Doutor?

Dr. Souto: É uma pergunta muito boa. São uma série de perguntas boas e levaremos vários episódios respondendo. Nós sempre temos as notícias da semana que nós temos que comentar naquela semana. O pessoal de Viçosa fique ligado… Que na medida do possível vamos tentar responder todas no decorrer dos vários próximos episódios. Respondendo ao Jairo. É fato que com uma ingestão baixa de glicose na dieta de baixo carboidrato o corpo vai oxidar fundamentalmente gordura – até por falta de opção. O corpo funciona basicamente com dois combustíveis, glicose ou gordura. Como tivemos a oportunidade de mostrar em palestra lá em Viçosa, não só pelo efeito da insulina… A gente fala muito da insulina. A insulina baixa favorece a lipólise; a queima de gordura. Mas em nível celular, lá na mitocôndria, aquela organela que produz a TP… A disponibilidade de glicose é o que regula a oxidação da gordura. Em outras palavras, se eu tiver muita glicose sobrando, a mitocôndria não irá oxidar a gordura. Mas se eu tiver muita gordura sobrando, e tiver glicose também, a mitocôndria igual não vai oxidar a gordura. É a quantidade de glicose que regula quanta gordura será oxidada. Então, se eu diminuir a quantidade de glicose, vou oxidar mais gordura. Mas a pergunta do Jairo, muito boa, é assim… Mas e se tive rum excesso de gordura? Estou comendo baixo carboidrato. Não tenho muita glicose. Meu corpo vai usar a gordura como energia. Mas eu tenho gordura em excesso, e aí? Se a pessoa forçar a gordura na dieta, ela vai acabar tendo a gordura sobrando e vai armazenar essa gordura. Então, é possível ganhar peso no low carb? Sim, é possível – desde que haja gordura em excesso. A questão é… Em dietas naturais… A pessoa consumindo sem querer forçar… A pessoa não está pegando um Fat Secret da vida e determinando “Eu quero consumir 85% de gordura na minha dieta. Para isso eu vou forçar. Vou comer torresmo, vou botar óleo de coco no meu café.” Se a pessoa forçar, ela consegue. Numa dieta natural na qual a pessoa come só de acordo com a fome e não força gordura na dieta, normalmente é difícil consumir gordura demais. Porque o apetite regula isso. Então, o conceito de “demais” poderia ocorrer fora de dieta também. Se eu beber água demais, é ruim. Se eu beber água demais, posso ter hiponatremia, que é diluir demais o sódio no sangue. É uma coisa que pode até levar a convulsões. O Tim Noakes documentou isso muito bem. Ele mostrou que os maratonistas, ao contrário do que deviam… Não deviam se forçarem a beber uma quantidade de líquido muito maior do que sua sede. O risco de ter uma hiponatremia, inclusive com eventos fatais… Poderia ocorrer, se a pessoa bebesse demais. Mas eles bebiam demais porque que estavam forçando. A gente conhece em nível do pessoal da Tribo, que às vezes alguém relata… Coo em consultório. De vez em quando alguém come gordura demais e acaba não perdendo peso – excepcionalmente até ganhando. A célula de gordura, o adiposto, está num estado constante de fluxo. Em qualquer dado momento existe gordura entrando e gordura saindo da célula gordurosa. Ela pode ter mais gordura entrando do que saindo num determinado momento ou mais gordura saindo do que entrando. A insulina é importante nesse processo? É importantíssima. Mas se tiver uma quantidade excessiva de gordura fornecida pela dieta, maior do que a quantidade que a pessoa é capaz de oxidar, essa gordura da dieta vai competir com a gordura que já está armazenada na pessoa. Então, acho que é boa mesmo a pergunta do Jairo. “There is no free lunch.” Não tem almoço grátis. Se a pessoa for comer uma quantidade ilimitada de gordura e forçar a mão para ver se funciona mesmo esse negócio de low carb… De repente a pessoa não emagrece. A gente não pode tentar sabotar a própria dieta. É comer a gordura natural presente nos alimentos, tentar ouvir os sinais de saciedade do corpo… E para a grande maioria das pessoas, isso funciona. Mas como qualquer nutricionista que trabalhe com low carb… Isso foi dito pela Nanda Muller no evento… Foi dito pela Poliana no evento em Viçosa… Para algumas pessoas é importante chamar a atenção para a diferença entre fome e gula… Para o tamanho das porções.

Rodrigo Polesso: Com certeza. Energia demais no corpo vai ser armazenada. Todo mundo entende isso. Mas acho que o demais numa dieta tradicional é muito mais fácil atingir do que o demais numa dieta low carb. O esforço para chegar no excesso de energia é maior numa dieta low carb do que numa dieta tradicional. Mas excesso é excesso. O pessoal adora ouvir a palavra “liberado”. “Gordura é liberada?” Esse é um conceito que o pessoal tem que quebrar. O bom senso não combina muito bem com liberação total. Bom senso é colocar óleo de coco 5 vezes por dia e querer perder peso? “Mas é gordura.” Mas é gordura em excesso. Energia em excesso. Você vai entender como isso pode atrapalhar no seu objetivo também.

Dr. Souto: Vou falar uma frase mas vou dar o nome de quem falou. Nanda Muller, nutricionista, falou no evento em Viçosa o seguinte: Podem perder o medo da gordura dos alimentos, mas é para perder o medo não a noção.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Muito bom.

Dr. Souto: É isso aí.

Rodrigo Polesso: A Nanda estará palestrando no evento Tribo Forte Ao Vivo 2017. Vamos partir para o primeiro assunto, que é o primeiro bafafá que deu essa semana aí. A primeira chuva de balela que molhou o pessoal. Foi a respeito do jejum intermitente novamente. É um assunto no qual viemos falando há muito tempo. Eu falo de jejum intermitente antes de eu ver qualquer coisa na mídia no Brasil falando sobre isso. Enfim, saiu um ensaio clínico randomizado com 100 pessoas obesas publicado no dia primeiro de maio no JAMA. Ele repercutiu na mídia com a mensagem de que jejum intermitente não é mais eficaz do que uma dieta tradicional. Ou seja – fez uma conotação um pouco negativa a respeito do jejum intermitente porque o pessoal começou a notar que “está virando uma modinha”. Segundo o jornal O Globo, que repercutiu esse estudo… Ele fala o seguinte… Vou ler a introdução e alguns pontos importantes que coletei aqui para a gente discutir um pouco. “Uma equipe de cientistas da Universidade de Illinois em Chicago, nos Estados Unidos, recrutou cem voluntários com excesso de peso e os distribuiu aleatoriamente por três grupos: um de alimentação comum; um que faria a tradicional dieta de contagem de calorias; e o terceiro que realizaria o jejum intermitente. Foi constatado que os participantes que praticavam o jejum consumiam 25% da sua ingestão calórica diária normal no dia do jejum e 125% no dia seguinte. Enquanto isso, o grupo com restrição calórica consumiu 75% de sua ingestão diária, e o grupo que não mudou seus hábitos não registrou alteração na ingestão de alimentos (o grupo controle).” Seguindo em frente… Geralmente, esse tipo de estudo que faz esse tipo de análise tem várias limitações que, no mínimo, dão margem a uma contestação dos resultados ou interpretações. Eu nem preciso dizer que tem um monte de pontos falhos nesse estudo porque o próprio estudo diz enfaticamente que “o nosso estudo tem várias limitações”. O próprio estudo diz isso. Para começar, o grupo do jejum perdeu 6% do peso no final de um ano e o grupo controle calórico perdeu 5.3% – ou seja, basicamente a mesma coisa. O grupo do jejum perdeu 0.7% a mais do peso. Resumindo: funcionou. Isso mesmo com os pontos de falha, como por exemplo… Os participantes do grupo do jejum acabaram comendo mais do que o prescrito nos dias de jejum e menos do que o prescrito nos dias que não eram de jejum. Eles comeram bastante além dos 25%. Então, já um ponto fraco para a conclusão. Para piorar a confusão toda, o estudo ainda diz o seguinte. Aparentemente muitos participantes do grupo do jejum acabaram convertendo a dieta deles automaticamente para uma dieta de restrição calórica na medida em que o estudo ia progredindo. Será que isso é um ponto de falha? Eu acho que é um ponto de falha. E o que eles comeram? Você pode estar se perguntando. Essa é uma ótima pergunta.

Dr. Souto: É uma ótima pergunta.

Rodrigo Polesso: Segundo o estudo, eles, os organizadores do estudo, proveram toda a comida durante os três primeiros meses somente e depois as pessoas seguiram por si só com ajuda de nutricionistas pelo resto do estudo, que durou um ano. Daí eles falam o seguinte no estudo. A alimentação provida foi de acordo com a Associação Americana do Coração… De acordo com a divisão de macronutrientes que eles sugerem, que é 30% de gordura, 55% de carboidratos e 15% de proteína.

Dr. Souto: Ou seja, a pirâmide alimentar dos anos 70.

Rodrigo Polesso: Aí que está a parte importante. Os participantes desse estudo são pessoas obesas. Ou seja, já estão com problemas de síndrome metabólica provavelmente causados por uma alimentação que já era nesses moldes. Segundo ponto… A definição de jejum intermitente deles é um tanto de matemática ingênua, na minha opinião. Eles tentaram fixar que as pessoas comecem 25% das calorias necessárias nos dias de jejum e 125% nos dias de não jejum de forma a fechar uma matemática. Terceiro… Se menciona no artigo que o grupo de jejum teve dificuldades em aderir ao programa. Eles disseminaram que jejum intermitente é difícil de se manter… E que as pessoas desistem mais fácil. Para colocar isso em perspectiva, vamos aos fatos. A taxa de desistência desse grupo de jejum intermitente foi de 38%. Interessante, uma taxa alta. Enquanto a taxa de desistência do grupo de redução calórica foi de 29%, que também foi alta. Mas tem a parte interessante. A taxa de desistência do grupo controle, que não precisava fazer absolutamente nada a não ser comparecer na clínica de vez em quando foi de 26%. Então vemos que a taxa de desistência foi alta em todos os grupos, inclusive para as pessoas que não precisavam fazer absolutamente nada. Quero que o Dr. Souto compartilhe um pouco mais sobre porque isso é importante. Eles falam, “Nós conduzimos uma análise com a intenção de tratar que incluiu os dados dos cem participantes que participaram da randomização do estudo.” Sendo que a gente viu que 30 e poucos porcento desistiram no final. Eu queria você mostrasse como essa simples decisão de análise com intenção de tratar pode mostrar um resultado que não condiz com o que poderia ser se fosse analisado de outra forma.

Dr. Souto: Primeiro, Rodrigo, vamos fazer o quatro “Qual deveria ter sido a manchete?”

Rodrigo Polesso: Boa, boa.

Dr. Souto: É um quadro fixo agora. A manchete poderia ter sido assim: “Jejum intermitente funciona tão bem quanto restrição calórica.”

Rodrigo Polesso: E se for colocar os fatos, foi um pouco mais até.

Dr. Souto: A segunda coisa é a seguinte. Veja que interessante. O pessoal alegava… Quanta gente alegava… Quantos nutricionistas falavam por aí que jejum vai fazer você engordar? Porque você vai ficar morto de fome; o seu metabolismo vai desacelerar, porque você não vai estar comendo de três em três horas. Agora eles estão festejando um ensaio clínico randomizado porque o ensaio clínico não mostrou que jejum é melhor. Estão festejando o fato de que um ensaio clínico randomizado não mostrou a superioridade do jejum. Sim, ele mostrou que é igual… Mas não era para ser pior? Sempre prestem atenção na evolução da narrativa. Na medida em que a ciência vai mostrando que o que se falava era uma bobagem grotesca… O pessoal não admite… “Foi mal. A gente dizia que jejum intermitente ia fazer você engordar. A gente dizia que jejum intermitente ia fazer seu fígado explodir.” Os pacientes do jejum e os pacientes da restrição calórica tiveram desfechos semelhantes. Eles perderam peso semelhante e melhoraram uma série de parâmetros de forma semelhante.

Rodrigo Polesso: Mesmo com tantos pontos fracos.

Dr. Souto: Exatamente. Mesmo com o fato desse estudo não ser um estudo de jejum. Eram todas pessoas com sobrepeso. Elas ficaram com sobrepeso comendo a dieta da pirâmide alimentar. Agora elas foram randomizadas para continuarem comendo a dieta da pirâmide alimentar, para comer a pirâmide alimentar só que menos e para comer a pirâmide alimentar menos num dia e mais no outro. Esse foi o estudo que nós estamos avaliando. É continuar comendo aquilo que o fez ficar gordo versus continuar comendo aquilo que o fez ficar gordo (porém menos) e continuar comendo aquilo que o fez ficar gordo, mas 25% num dia e 125% no outro dia. Restringir bastante uma dieta ruim num dia e não no outro, ou restringir um pouco uma dieta ruim todos os dias têm resultado igual. É isso que esse estudo mostrou. Qual é a única utilidade desse estudo? É mostrar que quem dizia que era importante comer de três em três horas estava falando “zerda”. A gente não fala palavrão nesse podcast. É a única utilidade. Esse estudo não mostrou que uma coisa é melhor que a outra. O único motivo desse estudo negativo foi noticiado com tanta ênfase na mídia é porque ele falhou em mostrar o maior medo deles – que era que jejum intermitente fosse superior.

Rodrigo Polesso: Mesmo assim tentaram fazer uma conotação negativa.

Dr. Souto: Quando a gente propõem o uso de jejum intermitente como uma estratégia… Primeiro, nem eu no meu blog nem nós aqui na Tribo recomendamos que essa seja a única estratégia. Aliás, pelo contrário… Eu acho uma desgraça a pessoa estar comendo a dieta ocidental padrão… Comendo lixo basicamente… E aí fica alternando entre comer quase nada num dia e bastante no outro. Isso para mim é quase um transtorno alimentar. Obviamente a pessoa vai ficar com uma fome do cão no dia em que estiver restringindo em 25%. Comer uma alimentação forte, comer uma alimentação low carb… Jejum intermitente é quase espontâneo. A gente sente menos fome. Não é um jejum intermitente de verdade… Eles não ficaram 24 horas em jejum. Quem está nos ouvindo e faz low carb… Bota num aplicativo… Calcule o que é 25% da sua alimentação diária e experimenta fazer um pseudo-jejum com 25% das calorias, mas comendo low carb num dia. É a coisa mais fácil que tem. Não teria tido uma desistência de 38% se eles tivessem feito a coisa do jeito certo.

Rodrigo Polesso: É por isso que eu normalmente falo… Antes do pessoal pensar em jejum intermitente como uma ferramenta para emagrecer… Não pense nisso. Pense primeiramente no que você pode arrumar a respeito da sua alimentação, pense no que você pode arrumar sua alimentação, porque sua vida será muito mais fácil depois de você ter arrumado sua alimentação.

Dr. Souto: Basicamente o que eles fizeram foi duas formas de fazer restrição calórica. Uma suave, uma mais drástica, mas ambas calculadas para obter uma restrição calórica da mesma proporção… Mostrando que a perda de peso foram parecidas. É claro, a restrição calórica foi da mesma proporção. Só que uma é muito mais difícil de fazer – o pseudo-jejum intermitente. O pessoal comer batata, chocolate, macarrão num dia e no outro dia comer batata, chocolate e macarrão, só que bem pouco e fazer isso por um ano… É difícil, né Rodrigo? Me espanta. O fascinante para mim não é nada disso que estamos falando dos detalhes do estudo. O fascinante para mim é a mudança da narrativa. Até ontem nós falamos que o jejum intermitente fazia você engordar. Agora nós festejamos porque não fez você perder mais peso. É igual a restrição calórica. Vocês não diziam que era pior?

Rodrigo Polesso: Até nesses casos extremamente ruins, não aconselhados, o jejum até mal feito teve o mesmo impacto que uma restrição calórica diária.

Dr. Souto: Jejum lhufas. Era 25% das calorias diárias.

Rodrigo Polesso: Eu até falei para a galera. Quem gosta de queijo suíço (cheio de buraco), dê uma olhada nesse estudo cheio de pontos fracos. Dr. Souto, só para reforçar essa questão… Já que teve um algo índice de desistência nesse estudo… Qual é o impacto de uma análise de intenção de tratar nesse caso?

Dr. Souto: Muito boa pergunta. Análise de intenção de tratar é assim. Vou inventar uns números agora. Imagine que eu tenha só o grupo de restrição calórica e o grupo de jejum intermitente. Eu não tenho aquele terceiro grupo controle. Vamos dizer que o grupo de restrição calórica tenha 10 pessoas e todas as 10 levem até o final, porque é uma restrição calórica tranquila, leve. Todos os 10 completam o estudo. E os 10 perdem, em média, só 2 quilos. Cada uma dessas 10 pessoas perdeu 2 quilos, mas todo mundo conseguiu completar o estudo fazendo uma restrição calórica leve. Agora vamos imaginar que eu tenha outro grupo, que é o grupo do jejum intermitente. Dez pessoas também. Só que 5 delas conseguem ir até o fim. E as 5 perdem 4 quilos cada uma. E as outras 5 desistem e não perdem nenhum peso. Então, se eu perguntar em qual das duas dietas você perde mais peso: jejum intermitente ou a restrição calórica leve?

Rodrigo Polesso: Numa análise correta, o pessoal do jejum intermitente.

Dr. Souto: Sim, perdeu o dobro. O pessoal do jejum intermitente perdeu 4 quilos. E o pessoal da dieta levinha perdeu 2. Mas na análise da intenção de tratar é assim. Depois que você foi sorteado para um grupo, ferrou. Mesmo que você desista, você ainda é contado nos resultados. Se eu for ver a média no grupo do jejum nesse exemplo que eu deu em que 5 pessoas perderam 4 quilos cada uma e 5 não perderam nenhum, eu vou pegar 5 vezes 4, 20… Dividido por 10, é 2. A média da perda de peso terá sido 2 quilos. No outro grupo 10 pessoas perderam 2 quilos cada uma, a média é 2. Então, vou dizer que os resultados foram iguais. Como assim?

Rodrigo Polesso: Foi isso que esse estudo fez.

Dr. Souto: A forma correta seria apresentar das duas formas. Numa análise de intenção de tratar a perda de peso foi igual nos dois grupos. Agora, se formos analisar quem não desistiu, nós veremos que o grupo jejum perdeu mais peso. Aí a gente poderia concluir que uma dieta é mais eficiente, porém é mais difícil de seguir. A outra é menos eficiente, porém é mais fácil de se seguir. A análise de intenção de tratar obscurece tudo isso. Além de todas as coisas que já falamos… Não é jejum de verdade, todo mundo comeu a mesma dieta lixo que produziu a sua obesidade para começo de conversa… É pegar algo que faz mal e fazer um pouco menos daquilo que faz mal… Fazer menos todos os dias ou menos dia sim dia não… Além de toda essa análise, tem o fato de que no final os números foram computados por intenção de tratar sendo que um grupo desistiu muito mais do que o outro. Dureza, né?

Rodrigo Polesso: Por isso chamei de queijo suíço. É cheio de ponto fraco. Ainda assim, o pessoal que lê a manchete na mídia acha que jejum é uma modinha. Estamos aqui escancarando a verdade para você entender.

Dr. Souto: O que nós propomos é o seguinte. Alimentação forte. Low carb. Paleo. Essas são estratégias que são estilos de vida e que costumam provocar perda de peso como um dos seus vários efeitos benéficos. O jejum intermitente é uma ferramenta que pode ser utilizada em conjunto. Não precisa ser dia sim dia não. Pode ser quando a pessoa estiver afim. Pode ser que a pessoa acordou e “hoje não estou com muita fome, vou tomar um café preto e vou trabalhar.” Pode ser quando a pessoa está viajando. Fizemos essa viagem de ida e volta par Viçosa… Foi uma oportunidade para faze rum jejum intermitente. A comida do avião era um lixo. É uma estratégia que a gente usa de forma pontual. Esse estudo não prova que jejum intermitente é só mais uma moda. Ele, na realidade, mostrou que jejum intermitente mesmo numa dieta lixo tem a mesma eficácia meia-boca que a restrição calórica tradicional. Então, a pessoa pode escolher um ou outro, se optar por comer lixo de qualquer forma. É o que esse estudo mostrou.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Inclusive, na semana passada alguém falou, “Já tinha seguindo alimentação forte por algum tempo e agora que fui ver que estava fazendo jejum intermitente espontaneamente. Eu nem sabia. Eu já pulava o café porque não estava com fome e etc.” Essa é a facilidade de você fazer um jejum intermitente. É um nome bonitinho para uma coisa que acontecida naturalmente ao longo da história, quando a maioria das pessoas se alimentava de forma correta. Se as pessoas começam uma alimentação forte e low carb, paleo e etc… É uma coisa que começa a acontecer naturalmente. Não tem nenhum segredo, nenhuma magia por trás disso tudo. Dr. Souto, vamos partir para o seguindo assunto, que é um assunto do qual já falamos antes nesse podcast. É a questão do glúten.

Dr. Souto: Está quase virando um quadro fixo, que nem o “Qual seria a manchete?” “Qual é o ensaio clínico randomizado da semana?” “Qual é a bobagem sobre o glúten?”

Rodrigo Polesso: Eu escolhi o jornal O Globo, que repercutiu a seguinte manchete. “Dieta sem glúten para pessoas sem doença celíaca pode ser prejudicial.” Aí fui ver o estudo original que deu origem a isso, que fui publicado no dia 2 de maio, bem recente. O estudo original tem uma conclusão bem petulante, na minha opinião. Vou ler para vocês o que eles escreveram aqui na conclusão deles. “A ingestão de glúten na dieta no longo prazo não foi associada com o risco de doença cardíaca. No entanto, se evitarem a ingestão de glúten, está associado com a redução de grãos integrais, os quais podem afetar o risco cardiovascular.” Aí eles concluem de forma bastante categoria. “A promoção de dietas sem glúten entre pessoas que não têm doença celíaca não deve ser encorajada.” É a conclusão do estudo, bastante categoria como falei. Para colocar as coisas em perspectiva um pouco, vamos ver qual é a fonte do estudo. O que eles analisaram para chegar numa conclusão tão forte assim.. E conclusiva de fato.

Dr. Souto: Todo mundo que está nos ouvindo… Quando ouvem uma manchete dessas, qual é o primeiro passo? Qual é o delineamento do estudo? Ele é observacional ou ele é um ensaio clínico randomizado?

Rodrigo Polesso: Exato. Esse é o primeiro passo. Para vocês entenderem da onde saiu essa conclusão tão enfática, é o seguinte. O próprio estudo diz o seguinte. Foram 64.714 mulheres que participaram do Nurses’ Health Study e 45.303 homens que participaram do Health Professionals Follow-Up Study.

Dr. Souto: Então você quer dizer as duas mesmas coortes de Harvard que toda semana geram esse tipo de porcaria? As mesmas? Só para deixar claro que são as mesmas coortes que geram as mesmas conclusões toda semana.

Rodrigo Polesso: Não é um ensaio clínico. É um estudo observacional. Agora a parte mais interessante que o pessoal consiga entender um pouco mais fácil qual é o ponto fraco disso aí… Eles pegaram todas essas pessoas e tiraram as pessoas que tinham histórico de doença cardíaca. Como eles coletaram dados dessas pessoas para tirarem conclusões tão enfáticas? Essas pessoas completaram um questionário de frequência de alimentação com 135 itens. Imagine você preencher um questionário de alimentação com 135 itens perguntando o que você comeu ao longo dos últimos 4 anos? Eles preencheram pela primeira vez em 86 esse questionário. Depois eles foram preenchendo até 2010 a cada 4 anos.

Dr. Souto: A partir do vigésimo item eu já ia começar a chutar.

Rodrigo Polesso: O que você comeu nos últimos 4 anos, Dr. Souto? Quanta carne? Quanta galinha? Quanto peixe?

Dr. Souto: Quando virou a segunda página do questionário… “Sabe o que mais? Vou botar x aleatórios. Não aguento mais.”

Rodrigo Polesso: Para vocês entenderem que essa foi a origem dos dados, pessoal. O Globo fala o seguinte. “Reduzir a ingestão de glúten, no entanto, levou por tabela a um menor consumo de grãos integrais, justamente aqueles que protegem o coração, o que aumentou o risco de doenças coronarianas em quem seguiu uma dieta restritiva sem necessidade.”

Dr. Souto: Alguém faz a análise sintática disso que você acabou de ler. Vocês entendem que há implicações indevidas de causalidade? Uma coisa levou à outra é sinônimo de dizer que uma coisa causou a outra. Causou como, cara pálida, se o estudo é observacional? Só pode estabelecer relações, mas não causa e efeito.

Rodrigo Polesso: O próprio estudo fala o seguinte. Pode colocar uma pulga na orelha de muita gente. “A ingestão de glúten está inversamente correlacionada com a ingestão de álcool, de fumo, total de gordura ingerida na dieta e carne não processada.” Ou seja, eles mesmos falam que tem uma inversão aí, que pode ser um marcador do tipo de pessoa também.

Dr. Souto: Fala aí que eu já estou com uma incontinência verbal.

Rodrigo Polesso: Fala sobre isso que a gente continua. Tem vários pontos falhos.

Dr. Souto: Eu escrevi no meu blog duas postagens. Por favor, pessoal, deem uma olhada. Uma se chama “O viés do paciente bem comportado” e a outra está latim, “Reductio ad absurdum”. As duas mais recentes postagens. O viés do paciente bem comportado prova numericamente que é possível ter uma diferença gigantesca… Não essa diferença ridícula que eles vão mostrar nesse estudo que o Rodrigo está lendo… Mas uma diferença gigantesca entre dois grupos apenas porque um grupo é mais comportado. É o Joãozinho do Passo Certo. Então, o pessoal que come glúten nesse estudo, que é um estudo de profissionais da saúde de Harvard… Professionais de saúde são pessoas que estão ligadas nas diretrizes… Se dizem para ele que o saudável é comer grãos integrais, eles vão fazer isso. Quem é profissional da saúde em Harvard e não come grão integral, normalmente é o cara que fuma, que bebe. O fato de controlar matematicamente para esses fatores não consegue consertar o problema. Isso está bem demostrado nas minhas duas postagens. É tão ridículo… Fala, Rodrigo. Depois tenho mais o que falar.

Rodrigo Polesso: Essa parte é sensacional. Eu estava lendo o estudo e achando os buracos. Eles falam o seguinte. Vou traduzindo aqui simultaneamente. “Quando nós ajustamos a relação de análise por consumo de grãos integrais apenas, a gente achou uma relação inversa entre o quanto as pessoas ingerem de glúten e doenças cardiovasculares. Ou seja, quanto mais as pessoas comem de grãos integrais, menos doenças cardiovasculares.” Eles continuam. “Participantes do quintil maior de ingestão de glúten, sendo o glúten vindo de grãos integrais, tiveram o menor risco de doença cardíaca. Mas quando nós medimos a relação para ajustá-la de acordo com os grãos refinados, a gente achou nenhuma associação entre ingestão de glúten e incidência de doença cardíaca.” Ou seja, não é o glúten, seus gênios.

Dr. Souto: A gente tinha que preservar esses cérebros. São gênios da raça.

Rodrigo Polesso: São muito gênios. Então, para o pessoal entender, já que pode ter ficado um pouco complicado. Eles pegaram a ingestão de glúten no geral e dividiram em duas categorias. Primeiro eles fizeram uma análise do pessoal que ingere mais glúten através de grãos integrais. São pessoas mais conscientes a respeito da saúde. Depois eles pegaram e dividiram a mesma ingestão de glúten, mas provindas de fontes refinadas de glúten, não mais grãos integrais. Ou seja, os dois grupos que ingeriam glúten de forma semelhante. Em um deles eles acharam que quanto mais as pessoas comiam, menos risco cardiovascular as pessoas tinham. Nos outros, que comiam a mesma quantidade de glúten, eles acharam nenhuma associação entre os dois. Ou seja, não é o glúten. Não é o glúten que é o problema nisso aí.

Dr. Souto: Vamos ver qual seria a manchete. A manchete seria a seguinte. “Independentemente do seu consumo de glúten, tente melhorar a qualidade da sua alimentação.” Essa é a manchete real desse estudo.

Rodrigo Polesso: Exato, exato.

Dr. Souto: Meu Deus do céu.

Rodrigo Polesso: Dr. Souto, você quer jogar o jogo dos sete erros? Esse vai ser legal também.

Dr. Souto: É um jogo bom.

Rodrigo Polesso: A partir da manchete do Globo. O Globo também ouviu uma nutricionista sobre esse assunto. Duas, na verdade. Vamos ler o que eles escreveram na manchete do Globo, que também deve ter sido lida por milhares de pessoas. Vamos achar os erros. Vamos dizendo na medida que a gente acha aqui. A nutricionista tal… Não vou falar o nome. Vou colocar o link da manchete. “A nutricionista tal também critica o modismo em torno das dietas com restrição de glúten para quem não tem doença celíaca. Segundo ela, ao remover ou reduzir drasticamente o consumo da proteína…” Aí eu já começo a tremer. Eu começo a tremer toda as vezes que chamam o glúten de proteína, porque as pessoas vão entender que “se eu preciso de proteína, vou comer pão”. Esse é um ponto fraco, mas não é o primeiro erro ainda. “as pessoas que reduzem drasticamente o consumo do glúten da sua alimentação… A pessoa corre o risco de acabar desenvolvendo uma intolerância ao glúten no futuro.” É a falta de algo que acaba gerando uma resistência ou intolerância? Esse já é o primeiro erro. Se você não come glúten, você vai desenvolver uma intolerância? Não sei. Essa parte para mim já é fraca.

Dr. Souto: Existe um tipo de intolerância grave ao glúten que é a doença celíaca. É uma doença que tem um componente genético extremamente forte. O HLA é um antígeno que a gente pode medir, tem o gene para isso, que são pessoas que têm o risco muito elevado de desenvolver doença celíaca ou diabetes tipo 1. Isso é um traço genético. Diga-se de passagem… Para desenvolver doença celíaca, a pessoa tem que ter este gene e ser exposta ao glúten. Aquilo que nós brincamos num podcast passado. Os índios que moravam aqui na América do Sul antes da introdução dos grãos com glúten não eram celíacos porque não comiam glúten. Não faz nenhum sentido. Até existem alguns estudos observacionais que sugerem que se a pessoa tira o glúten e depois reintroduz, ela tem alguma intolerância. Mas é uma intolerância não celíaca. Se ela realmente estiver muito afim de voltar a comer glúten e comer todos os dias, ela se adapta de novo, pode ter certeza. Isso vale também para bebida alcoólica. Se a pessoa era um bom bebedor, ficou muito tempo se beber e começa a beber de novo, fica tonta. Mas se continua insistindo, volta a se tornar um bebedor.

Rodrigo Polesso: Exato. Esse foi o primeiro erro, falar isso de forma categórica. Depois ela continua. “Além de fazer substituições que podem prejudicar sua saúde, já que muitos produtos sem glúten têm um teor maior de…” Aí eu pensei que ela ia falar uma coisa boa… A verdade vai ser dita. Aí ela continua. “Muitos produtos sem glúten têm um teor maior de gorduras, cujo consumo excessivo está ligado justamente à ocorrência de problemas cardiovasculares.” Não é possível!

Dr. Souto: Como pode falar tanta bullshit numa única frase?

Rodrigo Polesso: Que chance perdida de dizer que os produtos substitutos dos sem glúten são mais refinados ainda ou contêm um maior teor de açúcar, maior teor de outras farinhas que também são carboidratos refinados… Não. Ela pega justamente na gordura e fala categoricamente que estão relacionadas a problemas cardiovasculares, sendo que já está provado que não tem associação entre essas duas coisas. Entendeu o problema? Esses foram os primeiros erros. Aí tem outra nutricionista que falou. “Tanto Tal quanto Tal 2 também lembram que os relatos de pessoas que contam ter emagrecido depois de excluírem ou restringirem o glúten em sua dieta se devem mais a uma consequente menor ingestão calórica geral do que a simples retirada da proteína da alimentação.”

Dr. Souto: E aí eu digo assim: E daí? Eu, por acaso, estou propondo que as pessoas tirem o glúten para emagrecer? Você, Rodrigo, no Código Emagrecer de Vez… Tem ali “retire o glúten para emagrecer”?

Rodrigo Polesso: Não.

Dr. Souto: Não. A retirada do glúten é uma consequência da retirada de alimentos que são extremamente ricos em amido e pobres em nutrientes. Isto é, grãos. Dizer que come grão para comer fibra… Veja bem, o grão é uma bolota de amido puro. É uma coisa redonda e branca composta de amido com uma casca submilimétrica de fibra ao redor. Se seu objetivo é consumir fibra, então vá comer uma salada.

Rodrigo Polesso: Uma salda tem mais fibra do que pão?

Dr. Souto: É. E não tem um monte de amido. Não estamos propondo substituir uma bolota de amido com glúten por outra bolota de amido sem glúten, como pipoca ou arroz. Nós estamos propondo substituir bolotas grotescas de amido por peixe, salada, filé.

Rodrigo Polesso: Comida de verdade.

Dr. Souto: Comida de verdade densa nutricionalmente. O que é densidade nutricional? Vamos pegar a totalidade dos nutrientes que são importantes para o ser humano e dividir pelas suas calorias. É uma das formas de fazer isso. Ou pelo seu volume. Se eu pego a quantidade ínfima de nutrientes presentes num grão e divido por suas calorias compostas de puro amido, eu tenho uma densidade nutricional meio porca. Se eu pego um negócio como um aspargo, que tem um monte de nutrientes, um monte de fibra e nada de calorias, aquilo tem uma densidade nutricional elevadíssima. Ou seja, é muito melhor eu comer aspargos do que me entupir de farinha. O fato de que gente formada em nutrição não se dá conta disso me gera uma angústia existencial.

Rodrigo Polesso: É “mind boggling”.

Dr. Souto: “Mind boggling”. É claro que não é a retirada do glúten. Não é o glúten que engorda e sua retirada que emagrece. O glúten sai no contexto da substituição de bolotas de amido com um pouco de fibra por um monte de fibra com pouco amido. É isso que nós estamos propondo, no fundo.

Rodrigo Polesso: E maior densidade nutricional também, que por sinal é um dos três pilares do Código Emagrecer de Vez. Densidade nutricional, alimentação forte e jejum intermitente. Inclusive dentro do Código tem uma tabela bem grande com o ranking de densidade nutricional para você saber quais alimentos são os mais nutritivos. Tudo isso é base da boa ciência. Mas o jogo de sete erros tem mais um parágrafo aqui. Eles acabam o artigo dessa forma. “O problema é que estas pessoas costumavam ter uma dieta muito ruim.” Primeiro, como você sabe? “Com alimentos ricos em açúcar, gorduras saturadas e sódio que causam uma sobrecarga intestinal e se queixam de uma desconforto que não está necessariamente ligado diretamente o glúten ou à lactose.”

Dr. Souto: Como pode? A pessoa simplesmente tira as coisas do chapéu (para não dizer de outro lugar). E começa afirmar coisas… Termos que você não esperaria de alguém que passou por bancas de uma universidade.

Rodrigo Polesso: Exato. Ela falou gordura saturada e sódio, acusando que isso causa problemas. Se você tiver curiosidade de ver evidências científicas de que isso é mito, vá no YouTube e digite “mito das gorduras saturadas” e “mito do sal” e “Emagrecer de Vez”. Você vai achar dois vídeos que eu fiz mostrando evidências científicas quebrando esses mitos de uma vez por todas. Mas eu não sou nenhum mago que tem acesso a uma coisa que ninguém tem acesso. Eu fui procurar evidência científica e nem sou profissional de saúde. Essas pessoas estão disseminando categoricamente num meio de mídia grande esse tipo de mentira como sendo verdade. Isso é perigoso e precisamos alertar novamente sobre esses pontos falhos… Sobre as verdades por trás das manchetes.

Dr. Souto: E agora vou salientar mais um fato. A história da mudança do discurso. À medida que as evidências vão mostrando que o que a sabedoria tradicional fala está equivocado, o discurso muda para manter o dogma. Antes o objetivo era dizer que jejum intermitente era horrível, vai te engordar, vai fazer você comer loucamente no outro dia e etc. Aí o estudo mostrou que deu o mesmo resultado que restrição calórica. Aí passa a ser, “viu só como não é melhor?” Agora aqui vou chamar atenção. Poucos podcasts atrás nós comentamos que a mídia fez um grande estardalhaço sobre qual era o coração mais saudável do mundo. Rodrigo, qual é o povo do mundo que tem os corações mais saudáveis? Você se lembra o nome da tribo?

Rodrigo Polesso: Era um nome bem esquisito. Lá da Bolívia.

Dr. Souto: Tsimane. Os tsimane não comiam glúten.

Rodrigo Polesso: Sim.

Dr. Souto: E agora? Eles não deveriam ter um coração ruim, porque não comem glúten?

Rodrigo Polesso: Segundo eles, tirar o glúten da dieta é prejudicial.

Dr. Souto: Os tsimane foram festejados por um detalhe: eles não comiam low carb. Eles vão escolhendo o estudo observacional que eles preferem a cada semana para pode fazer o bullying naquela estratégia que está crescendo loucamente no mundo. Ninguém mais ignora… As pessoas estão vendo… Isso funciona… Tem m monte de evidência científica por trás de ensaio clínico randomizado, não essas bobagens observacionais. Então, já que as diretrizes não mudam, as pessoas estão adotando e tendo resultado. O pessoal está começando a adotar uma postura defensiva. Quando sai um estudo observacional que mostra que os tsimane… Que é uma tribo que caminha 15 mil passos por dia… Que come só alimentos não processados… Que faz uma dieta paleo total… Eles têm um coração muito bom. Mas o foco era qual? Que eles comem muito carboidrato. Quando sai um estudo observacional cheio de viés do usuário sadio… Nós estamos vendo através do glúten um marcador de pessoas que seguem diretrizes. Quem é que são as pessoas que comem glúten? São as que comem mais grãos integrais, são as mesmas que fumam menos, que praticam mais exercício… Aquela história toda. Aí eles pegam esse estudo para dizer, “Não evitem o glúten. Quem evitar o glúten vai ter mais problema no coração.” Só que aí vem aquela frase famosa em inglês… “You can’t have it both ways.” Ou o glúten é importante para a saúde do coração… E aí eu quero saber como os tsimane que não consomem glúten têm o coração mais saudável do mundo. Ou então comer como os tsimane é única forma de ter o coração mais saudável do mundo, então tem que comer completamente sem glúten. Ambas conclusões são grotescas e ridículas e inválidas, porque ambas vêm de estudos observacionais. Martelem isso todos os dias, pessoal. Tem que ser uma espécie de um mantra, para quem medita. Ou uma reza. Estudos observacionais não estabelecem causa e efeito. Harvard não estudou nesse estudo dessa semana se a retirada do glúten… Vamos randomizar as pessoas para um grupo que vai retirar o glúten e o outro vai continuar comendo. Daqui alguns anos vamos observar o efeito que isso teve. Não foi isso que foi feito. É um estudo observacional de questionário, cheio de vieses evidentes e óbvios. E tem mais uma. Quando eles fizeram a correlação entre consumo de glúten e doença cardiovascular, eles não encontraram nada. Aí eles começaram a torturar os dados. Eles começaram a fazer vários modelos de análise multivariada. E aqui eu faço uma pausa e digo. Por favor, quem não leu, vá no meu blog e leia essas duas postagens: o viés do paciente bem comportado e reductio ad absurdum. Ali eu mostro que a análise multivariada é uma ficção. Ela é incapaz de eliminar os verdadeiros vieses presentes num estudo observacional. Mas aí eles foram analisando, torturando e torturando… Se você bater e afogar o suficiente os dados, os dados confessam qualquer coisa. Dados observacionais quebram. É uma questão de tempo de tortura. E eles obtiveram aquilo que eles queriam obter. Eu falei em uma dessas duas postagens. Por que que sai a cada semana um estudo novo que são pequenas permutações e variações sobre a mesma base de dados de Harvard? Tem os autores sênior, aqueles cujos nomes estão em todos os trabalhos. Walter Willett, Frank Hu e outro que não me lembro. Os outros autores mudam. Em geral, são um monte de asiáticos. Tem muito pós-doutor de origem asiática que vai fazer seu pós-doutorado em Harvard, na Escola de Saúde Pública. É parte do trabalho deles de graduação. Aqui no Brasil numa universidade você faz o TCC. Lá esse pessoal precisa publicar alguma coisa falando mal ou do glúten, da carne vermelha ou da gordura saturada. Esse é um TCC deles. Eles têm uma base de dados gigantesca. Imaginem… São cento e não sei quantas mil pessoas observadas desde anos 80 com questionários. Imagine o tamanho desse Excel. O que o pessoal faz é uma técnica chamada “P hacking”. “P” de letra “P” e hacking de “hacker”. É você se debruçar numa base de dados e ficar fazendo cruzamentos aleatórios de variáveis até que alguma delas dê significância estatística. Se aquilo que quer significância estatística se alinhar com o dogma vigente, beleza… Vamos publicar no American Journal of Clinical Nutrition… Vamos publicar no British Medical Journal… Vamos publicar no JAMA… Já que tem o nome do Walter Willett e do Frank Hu. Posso contar uma história, Rodrigo, tem tempo ainda?

Rodrigo Polesso: Manda, manda.

Dr. Souto: É uma fábula. Estava o coelho com seu notebook escrevendo do lado da toca. Não me lembro se já contei isso num podcast, acho que não. Aí chega o lobo, coloca um guardanapo em volta do pescoço, pega o garfo e a faca e quer comer o coelhinho. Mas ele fica intrigado com aquilo e diz assim: “Coelho, antes de eu te almoçar, o que você está escrevendo no seu notebook?” O coelho diz assim, “Estou escrevendo meu TCC.” E aí o lobo diz, “Qual é a tese?” E o coelho diz assim, “O tema é que o coelho está no topo da cadeia alimentar.” O lobo cai na risada. O lobo chega a ter cólicas na barriga de tanto rir. Quando finalmente o lobo se recupera, ele diz, “Coelho, antes de você virar meu almoço, me explique qual é a lógica do coelho estar no topo da cadeia alimentar?” O coelho diz, “Entra na minha toca comigo que vou te convencer.” Aí o lobo chega lá e encontra um leão na frente de uma pilha de ossos. Aí o lobo vira o almoço do leão. Qual é a moral da história? Não interessa o quão absurdo seja sua tese. O importante é quem é seu orientador e quem é o autor principal. Qualquer bobagem que sair do P hacking dos estudos observacionais do banco de dado da Escola de Saúde Pública de Harvard… Se tiver Frank Hu e Walter Willett como um dos autores principais, você publica na revista peer review que você quiser. Aí os trouxas, babadores de ovo, leem aquilo sem nenhuma crítica porque é de Harvard. E aquilo vai virar manchete. E profissionais de saúde que “should know better”… O pessoal deveria ter noção… É um estudo observacional… Está cheio de vieses… Isso não deveria se quer ter virado manchete… Isso deveria ser mais um desses incontáveis estudos inúteis que consomem celulose pelo mundo e pronto. Deveria ser isso. Vamos das as manchetes para os ensaios clínicos randomizados. Não, o troço vira manchete porque seu orientador é o leão.

Rodrigo Polesso: Essa é uma reação bem natural. O pessoal que estuda psicologia e psiquiatria sabe… É questão do desconforto. A zona do conforto… A gente está começando a sair desses dinossauros antigos… Um conceito que é norma ao longo das 4 ou 5 décadas. A gente está começando a sair disso aí. Está começando a ficar desconfortável para esse pessoal começar a admitir que tinha coisa errada. Tudo o que eles podem usar para jogar de volta para a zona de conforto deles, eles vão continuar usando. A resistência é um ótimo sinal de que, realmente, tudo está mudando… Ele estão sofrendo cada vez mais resistência. É uma reação natural do ser humano de querer se manter na zona de conforto, mas em meio tanta evidência assim, isso está difícil. Se depender de nós aqui da Tribo Forte vai ficar muito mais difícil ainda para esse pessoal tentar…

Dr. Souto: A partir de agora, além de vocês observarem se o estudo é observacional ou não, ensaio clínico randomizado ou não… Tentem fazer esse novo esporte que vamos começar a praticar aqui na Tribo, que é identificar as inconsistências internas do discurso. Se é para falar mal de low carb, eu pego os tsimane porque eles comem carboidratos. Mas se é para mal de low carb eu pego um estudo que diz que glúten é essencial para a saúde. Mas eu não me dou conta da contradição em que eu caio, porque os tsimane que têm o coração mais saudável do mundo não comem glúten. Os próprios argumentos utilizados por esse pessoal têm contradição interna. Isso é a coisa mais básica da argumentação lógica. Encontrar a inconsistência lógica da argumentação do seu oponente.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Dr. Souto, estamos gravando esse podcast de manhã, então o que você degustou ontem à noite? Eu sei que você teve um dia bastante longo ontem. Você chegou a comer alguma coisa?

Dr. Souto: Eu cheguei em casa ontem tarde e comi um pãozinho low carb. Infelizmente sem glúten para o meu coração, coitado. Ele deve estar pedindo um glúten. É um pãozinho low carb que eu ganhei de alguém que deixou no meu consultório. Deixou um cartão e eu tenho que descobrir quem é a pessoa. Muito gostoso. Ele é feito de farinha de amêndoas misturado com algumas outras coisas… Psyllium… Linhaça… Bem saboroso. Eu usei para fazer um sanduíche. Coloquei um dos queijos maravilhosos que eu comprei em Viçosa. Eu fiz um sanduíche e botei numa torradeira de fogão. Fiz tipo um misto quente com pão low carb. Essa foi a minha janta de ontem.

Rodrigo Polesso: Eu também estou andando num campo minado, colocando meu coração em risco. Fiz uma omelete com quatro ovos inteiros, com a gema. Um pouco de alho. Frito no óleo de coco. Estou brincando com a saúde. Essa foi realmente minha janta. A gente mencionou várias coisas durante esse episódio. Só para sumarizar alguns links. O pessoal que tem curiosidade no Código Emagrecer de Vez, é só entrar em CodigoEmagrecerDeVez.com.br. O pessoal que quer fazer parte da Tribo Forte e também se tornar um membro lá dentro, se fortalecer… Essa família incrível aí… TriboForte.com.br. E se você garantir seu ingresso para o evento ao vivo deste ano da Tribo Forte… Tribo Forte Ao Vivo 2017 em outubro… É só você entrar em TriboForte.com.br/aovivo. Com isso eu espero que a gente tenha colaborado com você em escancaram um pouco mais a verdade por trás das manchetes e dos mitos por aí. A gente se vê como sempre na próxima semana. Um grande abraço para você e um abraço para todo mundo.

Dr. Souto: Grande abraço e até a próxima semana com mais perguntas dos convidados de Viçosa.