TRIBO FORTE #085 – LAMBANÇA NA MÍDIA E DISCUSSÃO SOBRE FORÇA DE VONTADE

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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No Episódio De Hoje:

Oi pessoal, neste episódio mostramos:

  • Uma grande lambança na mídia com um artigo pregando umas idéias absurdas (e até hilárias) sobre nutrição. Incompetência é um problema que precisamos resolver!
  • Uma rápida discussão sobre força de vontade para mudar e ser mais saudável.
  • Respondemos qual é nosso prato favorito, que por sinal, é basicamente o mesmo 🙂

Compartilhe!! Vamos em frente!

#triboforte #emagrecerdevez #alimentacaoforte

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Referências

Estudo Diz Que Eliminar Alimentos Processados do Cardápio não te Deixa Mais Saudável

Correção do Estudo que Diz que Eliminar Alimentos Processados do Cardápio não te Deixa Mais Saudável

 

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá, olá. Bem-vindo a mais episódio aqui da tribo forte, seu podcast oficial, semanal… Na terça-feira sua dose de saúde, sobre estilo de vida saudável, boa forma, etc. Hoje a gente vai falar um pouco sobre força de vontade. Quem não precisa, hoje em dia, de força de vontade no geral? Mas especificamente força de vontade e busca pela saúde também. O assunto principal de hoje vai ser uma grande lambança que aconteceu na mídia. Uma chuva de incompetência, informações tendenciosas, perigosas e inconsequentes… Para variar. Mais um exemplo de coisas que você precisa tomar cuidado. A gente vai comentar vários aspectos dessa lambança para você entender como que isso aconteceu. E também se proteger, porque esse tipo de coisa acontece de forma seguida por aí em todas as áreas, não só na saúde. Dr. Souto, tudo bem por aí?

Dr. Souto: Tudo bem, rodrigo. Bom dia e bom dia aos ouvintes.

Rodrigo Polesso: Maravilha. Eu queria começar com essa pergunta da comunidade. É um assunto que a gente ainda não abrangeu muito no podcast. Na verdade, não é nem uma pergunta, um comentário da Taciana Leandro. É comentário do qual a gente pode falar um pouco a respeito. Ela fala o seguinte. Imagine, Dr. Souto, que a pessoa entra no escritório para consultar e fala o seguinte. “Como eu queria ter essa força de vontade de não comer farinha, bolos, pães e et cetera, que eu tanto adoro.” Esse comentário, quando eu vi… Ele abre a porta para a gente falar um pouco mais sobre essa questão de prioridades e força de vontade… de quanto a pessoa está querendo mudar. Afinal, ela postou este comentário no vídeo que eu fiz falando de segredos para desbloquear a queima de gordura… Para você melhorar a sua forma física.  O que você diria para a pessoa que entrou no seu escritório para tentar melhorar a vida dela… E ela fala que gostaria de ter a força de vontade de comer um pãozinho, farinha e bolos. O que você diria?

Dr. Souto: Acho que tem duas formas de a gente abordar isso. A primeira é a gente entender que quando a gente tenta resistir ao estímulo hiper palatável do alimento processado…  A todo este ambiente que estimula o consumo de tudo que tem de pior para saúde… A gente, na realidade, está indo contra uma programação evolutiva. Não nos enganemos. Fomos programados evolutivamente para tentar obter o máximo de calorias com o menor esforço. Os nossos antepassados que faziam isso foram os que deixaram mais descendentes. Portanto, nós descendemos ancestrais que tentavam obter o máximo de calorias com o menor esforço. Só que essa era uma programação que dava certo no ambiente que não existe mais. É um ambiente no qual o esforço… Por mais que a gente tente ser minimizá-lo, não será pouco. Calorias obtidas, por mais que a gente tente minimizá-las não serão tantas e não serão de qualidade ruim. Porque vêm do ambiente natural no qual evoluímos. Eu entendo que não é fácil. Quem disse que é fácil está talvez simplificando demais a coisa. É a mesma coisa que dizer… É fácil a pessoa sair do sedentarismo e se exercitar. Se fosse fácil não precisaria ter campanha para as pessoas fazerem isso. Precisa de uma força de vontade. Vamos falar um pouquinho sobre força de vontade. O outro lado. Gosto muito da analogia com determinadas mudanças instantâneas de comportamento que as gestantes fazem. Eu tenho uma amiga… Se ela tiver ouvindo, vai dar risada. Ela gosta de beber. Bebe bem. Gosta de um bom vinho. Gosta. Mas no momento em que ela estava gestante, ela ficou completamente sem beber. Afinal tem estudos que sugerem que a mesmo pequenas doses podem não ser seguras durante a gestação. Ela imediatamente parou uma das coisas que ela aprecia a vida, que é um bom vinho. Eu me lembro no período de gestação dessa amiga… Ela disse que contava os meses para poder voltar a experimentar os vinhos da sua adega. O que faz que essas mudanças sejam tão radicais tenham tanto sucesso? Eu poderia estar falando de tabagismo também. Quantas mulheres que fumam e ao se descobrirem grávidas… ou mesmo ao começar a planejar a gestação interrompem de uma hora para outra o tabagismo, sendo que a gente sabe que uma das coisas difíceis que tem é parar de fumar. Um dos vícios mais difíceis.  No entanto, as pessoas conseguem interromper de um dia para o outro. Provavelmente, a preocupação dela com a saúde do embrião é tão grande está além do resto. Ela já ama demais, por antecipação, aquele filho que ainda vai nascer. Você está imaginando onde quero chegar. Acho que às vezes falta amor próprio. Falta a pessoa se preocupar consigo da forma como ela se preocupa com o filho que vai nascer, por exemplo. Se for muito difícil fazer isso, quem sabe a pessoa pode fazer o pensamento de uma forma indireta. “Se eu não me preocupar comigo, será que vou estar presente para acompanhar todo o crescimento e a vida adulta desse filho? Será que vou estar presente como avó ou como avô?” É interessante que a gente já inclui os homens nesse pensamento.  O homem não vai ficar grávido, mas vai querer ver o filho nascer. Vai querer ter energia para brincar com esse filho. Vai querer ter saúde para ajudar esse filho adolescente, adulto, jovem na questão financeira… Pagamento de faculdade. Tem que estar trabalhando, tem que estar bem. Talvez seja uma questão de prioridades. A outra coisa é o seguinte. Acho que as pessoas parecem aceitar… Ter mais certezas no que diz respeito aos danos e o cigarro e a bebida podem causar no seu feto… No seu filho que ainda está por nascer… E parece ter menos certeza do ponto de vista subjetivo sobre os males e um estilo de vida ruim pode ter na sua vida lá adiante. Do ponto de vista de pesquisa científica, não tenho dúvida que nós temos o mesmo grau de certeza… Quiçá maior ainda…que obesidade… Síndrome metabólica… Diabetes… Circunferência cintura quadril… Uma relação cintura-quadril elevada… Que essas coisas aí vão sim ter um impacto negativo na sua saúde… Talvez uma certeza tão grande ou maior do que o cigarro vai ter um impacto negativo na gestação. Talvez isso ajudasse a nossa leitora a colocar em perspectiva as coisas. Para que a gente possa sair da nossa zona de conforto… O nome já diz, “zona de conforto”. Há necessidade de mobilizar energias de algum lugar. Acho que esse exemplo da grávida mostra que temos energias guardadas em algum lugar para mobilizar. A mulher mobiliza pensando no futuro do filho que ele vai ter… Mas se a pessoa pensar no seu futuro, acho que ela consegue buscar a mesma energia, quem sabe.

Rodrigo Polesso: Acho ótimo e concordo plenamente. O que vai te fazer sair da zona de conforto… O que vai te fazer passar por uma coisa que você não quer é simplesmente o tamanho da motivação que você tem. Sempre falo no Código Emagrecer de Vez, nos livros… Sempre que falo de emagrecimento fala da questão de você ter essa motivação grande. Você pode sempre olhar para ela quando se sente desanimado. Veja se é a imagem de você na frente do espelho, se é você na praia de biquíni ou de sunga… Orgulhoso se sentindo bem. Essa é a imagem que faz você se sentir bem emocionalmente. Você tem que se agarrar nela quando esses momentos de dificuldades passam por você. Vão passar e passam na vida de todo mundo. Quando a prioridade é grande o suficiente, você vai ter força para tomar atitude. Dois outros comentários. Pães, bolos, farinhas, açúcares… Ela fala que adora. Você não é uma pessoa especial por adorar isso aí. Você não é um ET, não é um X-men.

Dr. Souto: Você está programado geneticamente para adorar isso aí. Você e todos nós.

Rodrigo Polesso: Exatamente isso. Se alguém falar que não gosta de bolo, a pessoa está mentindo. Ela já criou uma estrutura mental para justificar que ela não gosta. Mas não tem como você não gostar de um bolo. A gente é geneticamente programado para gostar disso. É uma coisa genética da nossa fisiologia. Não é que você é especial… “Gosto tanto disso e não consigo ficar sem”. Todo mundo gosta. Você não é diferente neste aspecto. Você pode se sentir com pouco menos de desculpa, na verdade, porque você não tem isso para se defender. Outra coisa importante sobre essa questão…. A força que esses alimentos têm sobre você pode ser controlada e mitigada um pouco. Se você é uma pessoa que consome bolos, farinha, pães diariamente… Esse negócio está se alimentando diariamente… Você tem aquelas fome e o lógica por esses alimentos… Seu corpo está intoxicado e quero mais deste açúcar. E você também tem aquele prazer psicológico frequente que está acontecendo todo dia. Quanto mais você estimula dessa forma, mas você tende a querer quando para. À medida que você vai diminuindo a frequência com a qual você come esses alimentos, você faz também com que esses alimentos percam poder sobre você. Uma maneira inteligente de você melhorar este aspecto é diminuir a força que esses alimentos têm sobre você, diminuindo a frequência que você come eles. Se você quer melhorar a sua vida, você tem que entender que você vai ter que ficar sem pão, bolo e farinha pelo resto da sua vida e nunca mais comer eles… Não! Não é assim. Você precisa reduzir para o patamar normal, onde você possa ter controle sobre isso… Você possa decidir quando você quer se dar esse presente que você consumir um alimento assim e não se sentir pressionado por essa sua gula de ter que comer muito tempo inteiro. Gostar, todo mundo gosta. Ficar refém dessa gula é uma coisa que não muita gente… Ainda assim a maioria fica. Ficar refém isso não é normal e você tem sim controle sobre esse aspecto. Com todas essas dicas, as pessoas podem colocar tudo em perspectiva.

Dr. Souto: O que a gente tenta… O seu trabalho, o meu… É tentar tornar o menos doloroso possível esse esforço, ou diminuir o tamanho do esforço. É difícil resistir a um alimento hiper palatável? Claro, é difícil para todo mundo. Agora, é muito mais difícil se você estiver com fome. A gente não tem aquele ditado… Aquela recomendação de não ir ao supermercado quando se está com fome? Porque isso vai fazer você tomar escolhas inadequadas… Comprar coisas que não seriam as melhores para você. Uma dieta como uma alimentação forte como uma dieta low carb… Que produz uma redução espontânea do apetite… Já facilita para você não está com fome o tempo todo. O fato de haver uma grande quantidade de receitas substitutas que permitem você comer coisas gostosas, porém saudáveis… Que não vão estimular níveis elevados de insulina e glicose que vão bagunçar o seu metabolismo… Também facilita isso. Aqueles de vocês que são membros da tribo forte podem entrar lá e tem um cem número de receitas da Patrícia Ayres… Acrescenta todos os dias mais receitas. A Poliana também. A Julie também.  Quem tiver a oportunidade, dê uma olhadinha. Eu sempre brinco com vocês… Um meme que eu recebi uma vez. “Estou fazendo a dieta da fé. Como de tudo e rezo por um milagre.” Tirando a dieta da fé na qual você come de tudo… Mas aí você precisa rezar para ter resultado… As outras… Todas as outras vão ter restrição de alguma coisa. É muito interessante que a gente restrinja aquilo que faz mal para o organismo, mas possa conseguir coisas que também são gostosas, mas são saciantes… e matam a fome. Cada vez que você come aquele você está se dirigindo para uma saúde melhor.

Rodrigo Polesso: Sem sacrificar tanto o sabor. Você está falando isso e me fez lembrar… Estava falando das receitas da tribo forte… Tem uma receita que a minha namorada estava testando. Não está na Tribo Forte ainda, mas pretendo colocar emblema. É um brownie com abacate… Tem cacau em pó… Tem ovo. É o melhor que a gente fez agora que não é brownie de verdade, cheio de açúcar. A gente tentou e eu achei bom demais. Eu não vejo porque eu comeria um brownie cheio de farinha, cheio de açúcar, cheio de sei lá o que… Me intoxicar e me sentir mal… Se eu posso comer uma coisa que o prazer vai estar bem próximo daquele brownie artificial… Mas é cheio de nutrientes e feito de alimentos de verdade. Não precisa se sacrificar tanto assim se você sabe o que fazer. O pessoal que está se perguntando como se torna membro da Tribo Forte… É só entrar em TriboForte.com.br. Faz tempo que não falo. Não só às receitas você vai ter acesso, mais um monte de outras coisas lá dentro. Inclusive um fórum que você pode se rodear de pessoas positivas também. Não tem porque sofrer. Se adaptar, fazer modificações, sim. Mas é muito mais fácil do que você pode imaginar, quando você faz de forma correta. Vamos começar a se divertir com o tópico de hoje. É uma lambança que aconteceu na mídia. Acho que você vai gostar de saber sobre isso. Vamos crucificar quem tem que ser crucificado e alertar quem precisa ser alertado. Artigo que saiu no Huffpost Brasil. É um site grande. O pessoal conhece. Talvez tenham visto. A manchete é a seguinte. Segure-se na cadeira. Fique na sua posição fetal, como o Dr. Souto disse. “Eliminar alimentos processados do cardápio não te deixa mais saudável, diz estudo.”

Dr. Souto: Como é que é?

Rodrigo Polesso: Pois é. “Eliminar alimentos processados do cardápio não te deixa mais saudável. Estudo afirma não haver evidência científica suficiente para recomendar que a população reduza o consumo de processados.” Vou ler alguns trechos para que a gente possa discutir depois. Para o pessoal saber o nível da lambança. Trechos do próprio artigo. Vou colocar o link, você pode ver depois se quiser. “A última moda entre as pessoas que buscam uma vida mais saudável e equilibrada é rejeitar alimentos que passaram por processos industriais.” Existe uma relativamente nova classificação no mundo chamada de “Nova”. Só para você entender. Essa classificação propõe quatro categorias de alimentos de acordo com seus níveis de processamento. Produtos in natura, ou minimamente processados… Depois de alimentos que passaram por um pouco de processo… Depois de alimentos processados… E também tem ultra processados… Que são os refinados, macarrões instantâneos, salgadinhos, embutidos, refrigerantes e et cetera. Essa é uma categoria que surgiu no mundo para categorizar os alimentos novamente de acordo com o nível de processamento. Vou ler entre aspas o que essa pessoa está dizendo. “Este paper questiona duas coisas: a primeira é a classificação dos alimentos por nível de processamento, pois ela está na ‘moda’, e as evidências científicas suficientes para falar que os ultraprocessados fazem mal à saúde, assim como não há evidências científica suficiente para recomendar que a população reduza o consumo desses alimentos, como uma forma de ter uma alimentação mais saudável’, analisou a doutora em nutrição e membro do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo, maria Fernanda Elias.” Ela diz o seguinte. “Não existe evidência nenhuma para sugerir que retirar alimentos processados a sua dieta irá ter algum benefício para você.” Continuando o artigo. “Ou seja, não é porque um alimento sofreu maior processamento que ele é menos ou mais saudável que um com menor nível de processamento. A nutricionista conta que hoje a população elegeu a indústria como vilã da alimentação saudável. Porém, o problema é ‘mais embaixo’ — a própria cultura brasileira é um fator determinante para seus quilinhos extras indesejáveis.”

Dr. Souto: Vamos fazer uma pausa. Deixe eu pensar assim… A própria cultura brasileira… A cultura brasileira não existia antes dos anos 70? Então porque nossos antepassados brasileiros, que tinham uma cultura talvez mais brasileira que a nossa… Hoje em dia a gente tem uma cultura muito importada, muito americanizada… Mas a cultura brasileira não parecia produzir epidemia de obesidade na primeira metade do século 20. Aliás, a impressão não é justamente de que à medida que foi se perdendo a cultura brasileira… Especialmente a cultura alimentar brasileira… Cultura tida não só como receitas e o que se costuma comer… Mas a forma de comer… Se se come lanchinho andando na rua em pacote ou não… Se tomar refrigerante ou não… Se o refrigerante é só no domingo ou toda semana… Se come em conjunto com os amigos, com a família, em determinados horários ou se come em qualquer lugar… Cultura como um todo. Culpar a cultura brasileira é a coisa mais bizarra que eu já li em muito tempo.

Rodrigo Polesso: Isso é verdade. Ela continua. “Vemos um consumo em excesso de alguns ingredientes como açúcar, sódio, gordura e, por outro lado, uma deficiência de vitaminas, minerais e de ômegas, por causa da alimentação desregrada. Mas isso não é só culpa da indústria”. Claro. Não são os alimentos que estão faltando nutrientes, cheios de açúcar, de sódio, gordura vegetal e etc.  Ela continua. “Quando fazemos um pudim ou um bolo caseiro, usamos muito açúcar. E isso, perceba, não está relacionado à indústria, pois é feito em casa. A indústria incorporou esse gosto em seu alimento, não o inverso”. Explicou a Maria Fernanda Elias, doutora em nutrição e membro do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo. Não é uma nutricionista da esquina. Ela não tem uma lojinha de nutrição na esquina. Ela é doutora em nutrição e membro do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo, a Maria Fernanda Elias. Dizendo para você que a culpa do problema de nutrição, e obesidade e etc., é da cultura brasileira. O excesso de consumo de sódio, de açúcar e falta de vitaminas… Que você faz em casa, e não é indústria que é culpada disso tudo. Simplesmente, ele está culpando unicamente você. A culpa é sua. Além disso, como Dr. Souto falou… O que é mais bizarro é culpar a cultura nacional. A cultura brasileira é a culpada pela decadência da saúde que a gente está vivendo hoje em dia.

Dr. Souto: O pudim existe na cultura culinária brasileira, existe. Mas tinha que fazer ele. Tem que pegar ovos… Vários ovos… O leite…. O açúcar… Misturar e fazer pudim. Hoje a indústria pegou e empacotou esse pudim… Acrescentou uma série de espessantes… Ele vai ter menos ovos e mais espessantes… Mas o principal… A indústria tornou o pudim fácil, mas a indústria não tornou necessariamente a vagem refogada fácil. Eles pinçaram o que tem de pior alimentação e tornaram aquilo fácil, imediato… Pré-pronto, pré-fabricado. Quem tenha a nossa idade, lembra como faziam pudim em banho-maria. Não é uma coisa tão simples assim. Agora não é nenhuma mistura pronta para pudim. O pudim já está pronto. E você pode comprá-lo em pequenos potinhos… A colher já vem junto… E já come o pudim. Não, o problema não é a cultura. O problema é que o pudim era feito pela avó para comer no domingo. Essa é a cultura que ela diz que é a culpa do problema. A indústria pegou o pudim no domingo e transformou em alíquotas pré-prontas disponíveis todos os dias, somente abrindo uma embalagem.

Rodrigo Polesso:  Exato. A gente não é ingênuo. A gente sabe que a indústria é um negócio. O interesse da indústria é fazer dinheiro. Se tem demanda por coisa fácil e gostosa, a indústria vai fazer.

Dr. Souto:  Dizer que alimentos processados não têm culpa no cartório é estranho. Parece uma coisa escrita por uma advogada da indústria, não por uma pessoa com todas essas qualificações.

Rodrigo Polesso: Logo logo as pessoas vão entender porque esse artigo está dessa forma.  Mas vamos deixar isso para o final. Deixa eu mencionar mais algumas partes.

Dr. Souto: Deixa eu só comentar o próximo parágrafo porque fiquei louco. Estou lendo aqui agora… “A mesma coisa acontece com o sal. Diversos estudos mostram que mais de 70% do sal consumido no brasil é adicionado aos alimentos pelo próprio consumidor.” Tem várias camadas aqui. A primeira é a seguinte. O sal não engorda. Ela está falando sobre obesidade, coisas assim. “O sal causa hipertensão”. Não é bem assim. Quem quiser, dá uma lida no meu blog. Coloca no Google “Souto dieta sal”. Quem quiser se aprofundar no assunto, o livro é The Salt Fix. James DiNicolantonio é o autor.

Rodrigo Polesso: Só para complementar a referência… Fiz um vídeo mostrando evidências… Quem prefere ver um vídeo tem… Só digitar “mito do sal Emagrecer de Vez”. Tem livro, tenho blog do Dr. Souto e tem esse vídeo para você ver a verdade sobre o sal.

Dr. Souto: Perfeito. Vamos dizer que vocês realmente continuem achando que o sal é um problema. O que ela diz aqui é o contrário. 70% do sódio está presente nos alimentos processados. A tendência das pessoas… Isso é muito interessante. O Dr. Dinicolantonio no livro The Salt Fix explica isso.  Eu nunca tinha pensado por esse lado. Alimentos associados com abuso, que tem o potencial de abuso… Por exemplo, açúcar, você consome e quer mais. Quanto mais você consome, mais você quer. Se hoje eu experimento um chocolate ao leite, eu acho ele muito doce. Mas, se eu começar a comer chocolate ao leite todos os dias, eu vou querer cada vez mais. Não é assim com o sal. Se eu boto um pouco de sal no meu filé, ele fica muito melhor do que antes quando ele não tinha sal nenhum. Mas se eu botar mais sal, ele fica impossível de comer. Não dá para comer. Estraguei o bife. Nós temos um mecanismo da autorregulação da necessidade de sódio. Normalmente o paladar ajuda definir quanto sal o corpo está precisando, que nem água. A gente tem a sede. Quando a gente bebe o suficiente, a sede passa. O açúcar não. O corpo precisa de água. O corpo precisa de sal. Mas o corpo não precisa de açúcar. Então, não tem isso. Nós não temos um mecanismo que nos faça parar de comer açúcar. Nós consumimos açúcar por uma questão hedônica. Então, esse parágrafo está errado em todos os aspectos. Incrível como a coisa consegue estar tão errada. A maior parte do sal não é a do saleiro. A maior parte do sal é justamente dos alimentos processados, que ela está defendendo.

Rodrigo Polesso:  Eles falam que a gente come sal demais, baseando-se nas sugestões da Organização Mundial da Saúde ou das próprias diretrizes brasileiras de consumo de sal. Eles sugerem uma quantidade de sal que é demonstrada cientificamente que é mais danosa do que uma quantidade mais alta. Graças a Deus a gente consome mais sal do que a quantidade sugerida, ironicamente.

Dr. Souto:  A gente e todas as populações do mundo. Não existe nenhuma população do mundo que com soma a quantidade de sódio que a Associação Americana de Cardiologia recomenda. Isso não existe. Os nossos amigos coreanos, japoneses, que consome uma quantidade maior de sal são justamente aqueles que têm uma incidência menor de doença cardíaca.

Rodrigo Polesso: Paradoxo… Falando sobre essa questão do sal… Ela falou seguinte… “‘Um exemplo clássico é o glúten: quando a pessoa recebe a informação que o glúten faz mal, ela tira do cardápio tudo que tem trigo, como massas e pães, mas ela não substitui com frutas, verduras, e sim com mais carne. E gera um desequilíbrio enorme, come mais proteína, que tem mais sódio, mais gordura’, exemplifica a nutricionista.” Não sei se vocês ouviram falar. Ela é doutora em nutrição e membro do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo, a Maria Fernanda Elias. Ela fala aqui se retira o glúten, em vez de comer frutas e verduras… eu concordo plenamente, se retira o processado e o glúten, tem que comer outra coisa que não seja processada. Mas ela pega essa chance para demonizar a carne sem nenhuma evidência científica. Aliás, tem evidência científica do contrário. Justificando que você come mais proteína, como se isso fosse uma coisa ruim… Que têm mais sódio… O bife da vaca é salgado? Não, não é. E tem mais gordura, ela fala. É comprovado cientificamente que não tem problema nenhum a gordura da vaca. Está errado em tantos níveis esse comentário.

Dr. Souto: É impressionante. É toda uma argumentação nitidamente querendo mostrar… Que não adianta. Se você sair de um processado, você vai cair em um não processado que é pior. Mas é pior baseado em que critério? Nos critérios doidos que ela está utilizando. De que forma eu sair do pão para comer um filé é uma opção pior? Isso é tão absurdo. Pelo amor de Deus.

Rodrigo Polesso: Eu postei um vídeo hoje sobre as dietas sem glúten. Se você colocar no YouTube “dieta sem glúten Emagrecer de Vez”. Falei justamente sobre isso. Muitas pessoas pioram a situação ao tirar o glúten. A pessoa fala “eu retirei o glúten e me sinto bem”. Nem sempre é o glúten ocupado. O glúten vem dentro de alimentos processados como pães, os açúcares, os bolos e et cetera. Quando você remove os alimentos que são inerentemente tóxicos, você tende a melhorar. Não adianta você substituir alimentos processados, doces com glúten, pelos mesmos alimentos processados sem glúten. Você tem que substituir por alimentos nutritivos, alimentos de verdade. Inclusive carne, ao contrário do que a nossa nutricionista que disse hoje. Vou dizer o final para fechar essa parte do que o artigo diz. Ela falou seguinte. “A saída está na educação nutricional e o acesso à saúde, segundo Elias. ‘Imagina se o governo atuasse na prevenção. Em termos de custos de tratamento de diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, seria uma economia gigantesca. A prevenção pode ser feita por campanhas e acesso ao nutricionista no serviço público, por exemplo.’” Mas isso nunca vai acontecer se o nutricionista consultado for ela.

Dr. Souto:  Exatamente. O governo, excepcionalmente 2014, atuou sim na prevenção. Ele publicou o guia alimentar brasileiro, que diz, entre outras coisas, consuma menos alimentos processados, não consuma alimentos ultraprocessados. São os dois primeiros itens do guia alimentar brasileiro. A única coisa que o governo fez de certo ela está ignorando. Se há alguma coisa que está trabalhando contra a saúde pública, é isso aqui.

Rodrigo Polesso:  É ela. Ela fala que a solução é você ter acesso à educação nutricional e acesso à saúde. Eu concordo 100%. Mas desde que a informação seja correta, não se a informação for de outro planeta, como é na opinião dela. Agora a cereja no bolo. Esse artigo saiu, está na mídia. Foi compartilhado, um monte de gente falou sobre ele. A gente tem um grupo dos palestrantes da Tribo Forte. A gente comentou sobre isso quando ele saiu. A gente deu risada, ficou chocado. Agora, um tempo depois… Algumas horas depois desse artigo ser publicado… Eu vou ler para vocês literalmente o que o Huffpost Brasil… o site onde saiu esse artigo… Publicou nesse mesmo link onde estava esse artigo. Se segure na cadeira. Vou ler entre aspas. “O Huffpost brasil errou ao publicar este texto. Embora tratasse de um estudo publicado pela American Society for Nutrition, faltou a transparência com os leitores de que a pesquisa foi conduzida por um consultor da Nestlé. Apesar de ser doutora em nutrição pela USP e membro do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo, a fonte entrevistada pelo Huffpost também presta consultoria para a empresa no Brasil. Com esse claro conflito de interesses, o texto só poderia ir ao ar se outros nutricionistas fossem ouvidos pela reportagem — até para confrontar o resultado dessa pesquisa. Dessa forma, pedimos desculpas por veicular este texto sem que fossem observados todos os processos de produção jornalística que asseguram a credibilidade da informação.” Parabéns para o Huffpost.

Dr. Souto: Acho que tenho que parabenizar mesmo. Isso é raro. Às vezes o pessoal simplesmente tira do ar a página, mas não dá maior explicação. Estamos publicamente parabenizando o Diego Iraheta, que é o editor-chefe do Huffpost. É o nome dele nesse disclaimer. Mas eu gostaria de aproveitar o gancho para dizer assim… Agora que vocês sabem disso… Agora que vocês ouvintes, leitores sabem disso… Relendo este artigo que estava sendo discutido antes… Não era óbvio que isso era produzido pela indústria?

Rodrigo Polesso:  Tinha muita bandeira vermelha.

Dr. Souto:  Imaginem que vocês estão na escola. Ensino secundário. O professor diz assim… Vocês vão fazer uma redação de uma lauda, 30 linhas… O objetivo dessa redação é… Vocês tem que defender alimentos processados. Acho que seria um negócio legal um professor de português fazer isso. Para fazer o pessoal pensar. É desafiador. Todo mundo sabe que alimento processado faz mal, mas vamos supor que vocês trabalhassem numa empresa. Vocês são jornalistas, trabalham em relações públicas… Vocês tem que escrever 30 linhas para dizer que o alimento processado não é ruim. Seria isso o que seria produzido. A coisa está com uma série de platitudes escritas. “O ideal é apostar em prevenção. O governo deve estimular a prevenção e a boa educação alimentar.” Mas no meio está colocado coisas óbvias que qualquer um que lê aquilo… Isso só pode ser encomendado pela indústria.

Rodrigo Polesso:  Você falou do colégio… Da redação… De qual série do colégio você está falando exemplo? Sabe por que eu pergunto? Estou imaginando em qual seria a série em que as pessoas teriam a ideia de culpar a cultura brasileira nos textos delas.

Dr. Souto:  Eu acho que tem que ser mais lá no final para ter um pouco de sacanagem, malícia. Vamos admitir que tem que ser inteligente para escrever um texto de simulado como esse. Mas a mensagem principal é a seguinte. O Huffpost fez essa coisa laudável, elogiável… “Erramos. Ninguém é perfeito. Pisamos na bola.”  Provavelmente alguém escreveu assim “você sabe quem é essa pessoa? Ela é consultora da Nestlé.” Aí os caras se deram conta. Quem me segue no Twitter… Quando o original disso aí saiu publicado o pessoal já disse “isso daí é patrocinado pela Nestlé”. Faltou a pesquisa para eles. Mas e o resto? As outras? As que vocês leem todos os dias nos jornais e nas revistas… E que fica lá… E que não é retirado o ar… E que não aparece o pedido de desculpas. Deixa eu ler para vocês qual é o passo dez do guia alimentar para a população brasileira de 2014. Ele tem 10 passos. O décimo passo é o seguinte: “ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais”. O nosso guia é muito interessante. Alguém poderia dizer que isso não é uma propaganda comercial, isso é uma reportagem. Sinto se vou desmanchar os sonhos de muita gente, mas não existe diferença entre reportagem e informações comerciais, na maioria das vezes. A reportagem frequentemente vai embutir o interesse comercial do anunciante, de quem foi contatado para aquilo. A gente tem que ter crítica. O guia alimentar foi muito feliz em dizer “olhe com desconfiança tudo que aparece informações comerciais”. O que nós da Tribo Forte estamos recomendando para vocês, é que vocês se deem conta e quando sai uma reportagem no jornal ou na revista é aquilo pode ser um comercial disfarçado de notícia.

Rodrigo Polesso:  É o modelo mais perigoso e efetivo de marketing… Você disfarçar a mensagem do seu interesse por trás de uma peça jornalística como essa, ou através de um documentário como a gente já falou do What The Health, que é um documentário de interesses veganos por trás, mas é passado de uma forma disfarçada. O Cowspiracy também. É uma forma perigosa se você não tem ceticismo. Você falou duas coisas que estavam aqui anotados como moral. A primeira é quanta gente viu o artigo original e não viu a correção. Muita gente. O estrago ainda assim foi feito. O segundo ponto do Dr. Souto já falou muito bem. A gente está alinhado com as diretrizes nacionais alimentares recente. Ser Tribo Forte… o mandamento da Tribo Forte é praticarás o ceticismo inteligente. Você precisa ser cético mas não cético o burro, o cético inteligente. Aquele que questiona com embasamento. O terceiro ponto na moral da história… O mundo profissional hoje… Seja na saúde ou em outras áreas é como um campo minado que a gente está andando ao longo das nossas vidas. A qualquer momento a gente dá um passo para o lado e pode pisar numa mina… Consultar ou entrar em contato com profissional incompetente, que irá trazer mais danos do que benefícios as nossas vidas. Até quando esses profissionais vêm gabaritados, aparentemente, como essa nutricionista que falou esses absurdos.  Instruiu milhares de pessoas através dessas falácias que ela passou como verdade de forma irresponsável e sem embasamento científico. Você pode a qualquer momento pisar no campo minado, ou seja, contatar um profissional assim o que é incompetente… Ou até com malícia. É importante tomar o controle sobre sua saúde e praticar esse ceticismo inteligente, sempre tentando se rodear de pessoas verdadeiramente competentes e com boas intenções. Isso para mim basicamente resume a moral da história desse assunto.

Dr. Souto: Acho que foi um negócio extremamente instrutivo. Ajuda a tirar a ingenuidade das pessoas. A ver que não é só teoria da conspiração. Realmente existe isso. A gente tem que ficar atento. Para quem não está morando debaixo de uma pedra nos últimos 12 meses… Nós vivemos no tempo do fake news. A notícia falsa. Dá notícia plantada. Aquela notícia que é plantada para ser compartilhada… Ela tem alguns elementos de verdade de modo que as pessoas não desconfiem, mas ali misturado está plantado o meme. De fato existiu o artigo publicado no American Journal of Clinical Nutrition. De fato, ela fala algumas coisas ali que são verdade. Que o pudim sempre existiu… A indústria simplesmente ofereceu para as pessoas o pudim que elas já queriam. Misturado ali está a mensagem de que o alimento processado não é o problema… Pode comer processado que tanto faz como é processado ou não. É você que ocupado. Brasileiro gosta muito de doce… Por isso que brasileiro é gordo… Essa é a mensagem que ela está colocando.

Rodrigo Polesso:  Demoniza a carne, demoniza a gordura.

Dr. Souto:  Porque a carne não precisa da indústria… Vocês não conseguem ver isso? A carne é só ir ali no açougue. O número de intermediários é pequeno. O produtor, o matadouro e o açougue. A carne é um alimento minimamente processado. Em geral, é não processado. Ele é basicamente embalado a vácuo e resfriado. Se eu demonizo a carne e ao mesmo tempo eu digo que o pão… Se você quer evitar o glúten… Não adianta você evitar o glúten…. Mas você não vai ir para a fruta. Olha o mecanismo psicológico. Escolha alimentos processados saudáveis – é isso que ela está dizendo. Como se isso existisse. Até pode ser que exista, mas é incomum, é raro. Aconteceu na minha casa. Esses dias alguém foi no supermercado e comprou um pão sem glúten. Eu olhei o negócio e botei no lixo. Era uma letra miúda… Estava difícil de ler… Era basicamente um monte de farinha de arroz, óleo vegetal e outras coisas impronunciáveis. Cada fatia da coisa tinha 25 gramas de carboidrato. Carboidrato maçã? Não, carboidrato farinha de arroz. Amido pulverizado mais péssimo possível. Se caiu na falácia do sem glúten e do pro processado. Naquela frase tem uma verdade. Não adianta comer o pão sem glúten para fugir do pão com glúten, e o pão sem glúten ser essa porcaria feita de farinha de arroz. É melhor mesmo comer uma pera. Só que ela constrói uma frase que tem algumas verdades para chegar numa conclusão que é uma inverdade. Isso tem um nome, se chama sofisma. A grande mensagem é a seguinte: alimentos processados não sou uma boa; informações processadas também não.

Rodrigo Polesso:  Maravilha. Para a gente começar a fechar esse podcast, vamos falar o que agente saboreou na última refeição… Só que como estamos gravando esse podcast de manhã cedo… Eu não costumo tomar café da manhã, o doutor souto também não… Então vamos fazer uma pergunta diferente. Me fala o que vem na sua cabeça primeiro quando te pergunto qual é a sua refeição favorita. Domingo meio-dia… Sábado meio-dia… O que faz você salivar de querer comer?

Dr. Souto: Eu tenho que confessar que carne vermelha. Vermelha mesmo. Até que estar vermelha por dentro. O que me faz salivar… Tem um restaurante aqui perto de casa que eu vou lá… Restaurante de grelhados. A que eu prefiro que eles têm lá é o entrecot. Não sei se tem esse mesmo nome em todo Brasil, mas é uma carne que tem uma quantidade de gordura maior dentro. Não é apenas uma carne vermelha, mas é uma carne vermelha gorda. E claro com os acompanhamentos. Vegetais. Mas não estou salivando pelos vegetais. Como os vegetais porque eles fazem parte do que eu considero uma dieta adequada. Eles são gostosos, mas eles não podem competir com o entrecot grelhado. É o que me faz salivar.

Rodrigo Polesso:  Perfeitamente. Como um bom gaúcho, churrasco é o meu preferido. E também adoro salmão. Esses dois elementos me fazem salivar. Muitas vezes em viagem eu sinto falta… O pessoal sente falta de brownie, donut… Eu confesso que senti falta de salmão. Falei para minha namorada. É incrível quando o corpo começa a falar que está na hora de comer salmão. Comidas não processadas. Proteínas animais. Estamos aí saudáveis e disseminando a boa informação.

Dr. Souto:  Eu sou prova viva de que os cravings… Aquele desejo… Os cravings são modificáveis com tempo. Eu já devo ter contado em algum podcast que até 2011…. 2010 para trás eu levava para o consultório quindim, mil folhas, às vezes com leite condensado… Doce leite… Às vezes de creme. Eu comia isso no meio da tarde, porque eu tinha fome no meio da tarde. Quando a gente faz uma dieta inadequada a gente fica com fome o tempo todo. Era o meu desejo de comer doce. De vez em quando eu tenho uma vontade de comer doce, mas o doce que eu tenho vontade de comer é um chocolate 70%. Se ele for menos de 70, eu acho doce demais. 70 é o craving. 85 é o que eu normalmente tenho em casa. O desejo de comer uma coisa doce e um desejo de comer um 70. É a mesma pessoa, mas com alguns anos de diferença. É possível você ter desejo de salmão, mas primeiro tem que dar uma limpada nos vícios. Ninguém nasce com vício em cigarro. A pessoa desenvolve aquilo. Depois a pessoa tem que lutar para mudar.

Rodrigo Polesso:  Maravilha. É isso aí, pessoal. Espero que muitas lições tenham sido mostradas nesse podcast. É bom até para nós revermos o quão perigoso é navegar nesse mundo de hoje cheio de minas. A gente se ver na próxima terça-feira. Dr. Souto, obrigado pelo seu tempo.  A gente se fala. Até mais.

Dr. Souto:  Obrigado. Até mais.