TRIBO FORTE #112 – SALADAS, ESTRESSE E VEGETARIANISMO

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste episódio:

  • Pergunta da comunidade respondida.
  • Qual a salada mais saudável?
  • Vegetarianismo e veganismo. O que dizem e nossa opinião sobre o assunto.
  • O que comemos na última refeição.

Tudo no podcast de hoje da Tribo Forte!

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OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Referências

Artigo Super Recente do dia 24 no Jornal DailyMail no Reino Unido Avaliou as Saladas Mais Comuns do Mercado

Artigo no Critical Reviews in Food Science and Nutrition Sobre Vegetarianismo e Veganismo Para Crianças

Estudo que em 2000 Analisou 6000 Mulheres Grávidas

 

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá! Bom dia, boa tarde para você! Bem-vindo a mais um episódio aqui da Tribo Forte, do podcast. Episódio número 112, a sua dose semanal de saúde, estilo de vida, um pouco de diversão também com as nossas piadas enfadonhas. A gente faz o possível para te informar e também te divertir um pouco. Bom, hoje a gente vai curtir alguns tópicos… o seguinte: vai ter uma pergunta da comunidade primeiro, a gente vai responder isso aí. Depois: qual é a salada mais saudável? Saiu um artigo aí no Daily Mail do Reino Unido. A gente vai discutir um pouco sobre esses resultados que foram bastante interessantes e bater um papo sobre, quem diria, saladas! O que a gente sabe sobre vegetarianismo em crianças e mulheres grávidas? Saiu uma revisão nova e eu quero informar vocês. A gente vai discutir, eu e o dr. Souto sobre isso também para tentar colocar uma luz nesse assunto, pelo menos por cima, na superfície. E depois por fim, o que a gente comeu na última refeição, também para te inspirar nas suas jornadas culinárias. No mais, dr. Souto como é que vai por aí? Tudo bem?

Dr. Souto: Tudo! Tudo ótimo! Bom dia, Rodrigo e bom dia aos ouvintes.

Rodrigo Polesso: E o dr. Souto voltou da sua primeira palestra internacional. Não foi, dr. Souto? Conta um pouco para a gente como é que foi.

Dr. Souto: Sensacional! Eu estive no evento Alimente lá em Londres, que foi eu, o dr. Eric Neves (que vocês já conhecem do Tribo Forte).

Rodrigo Polesso: Ele esteve no ano passado!

Dr. Souto: Isto! Estive falando também com o dr. Aseem Malhotra, nosso velho conhecido, meu ídolo.

Rodrigo Polesso: Grande ídolo da gente!

Dr. Souto: É um médico que está levando adiante essa bandeira no Reino Unido. Um sujeito que tomou a frente disso aí há alguns anos e que tem também uma presença muito forte na mídia local. Ele está sempre na BBC, está sempre no jornal. Então ele é um cara que leva essa bandeira à frente. Foi muito emocionante conversar, vamos dizer, participar de um evento junto com ele. E, por fim, a Raquel Britzke, nutricionista, brasileira que mora na Inglaterra há muitos anos. Acho que muitos dos que estão ouvindo conhecem. Quem não conhece pode seguir a Raquel lá no Instagram. Então foi um evento legal porque teve a participação de muitos brasileiros que moram em Londres, que foram lá prestigiar, mas também a participação de vários londrinos, vários ingleses. Então tiveram a oportunidade de ouvir lá a nossa palestra. Foi um evento legal e quero dar o meu depoimento de como o dr. Malhotra é uma pessoa boa gente, um sujeito de bom trato, simpático e um cara que está…

Rodrigo Polesso: Não é só competente, não é?

Dr. Souto: Exatamente! E ele está genuinamente interessado em levar isso a diante como… de forma desinteressada. Ele é um sujeito que busca melhorar a saúde da população. Ele começou como um cardiologista intervencionista. Quer dizer, o que ele fazia na vida? Colocar stents no coração das pessoas, nas artérias bloqueadas. E a história que ele conta no livro dele… O livro dele, para quem não lembra, o título original em inglês é A Dieta de Pioppi, The Pioppi Diet, e em português – infelizmente – foi traduzido para Detox 21 Dias. Quem escolhe o título do livro é o editor que compra os direitos. Então quer dizer, o autor lá (no caso ele), não dá palpite sobre o título que o livro vai ter em outro país. Porque os direitos de publicação pertencem à editora e a editora tem o direito de trocar o título. Então, só para dizer que o livro é bom e ele conta no livro a experiência dele de ter salvado a vida de um paciente que estava enfartando e no dia seguinte o paciente estava comendo aquela comida de hospital, que tinha suco de caixa, que tinha pão branco. E aí ele foi falar para o paciente que ele tinha que rever o seu estilo de vida, fazer atividade física, parar de fumar e se alimentar bem. Aí o paciente pergunta: como é que o senhor espera que eu me alimente bem se esse é o tipo de comida que ei recebo no hospital no dia seguinte de um enfarto? E aí a partir desse momento ele começou a refletir, ele começou a estudar e ele começou a ver que muito mais importante do que ficar desentupindo algumas artérias era ele evitar que elas entupissem. E foi por esse caminho que ele seguiu. Então, muita admiração eu tenho.

Rodrigo Polesso: Que legal! Isso vem também para fortalecer aquela ideia que o Brasil está liderando… liderando eu não sei, mas está puxando para frente, com certeza e sendo um destaque nesse movimento low carb, movimento de alimentação saudável, alimentos de verdade e tudo mais. Ele está puxando, está chamando a atenção lá fora também. Então a gente está aparecendo… Como eu falei, a gente tende a ter aquela síndrome de inferioridade quando a gente está falando com alguns estrangeiros. Mas nós estamos sendo notados, sim. A própria Tribo Forte está chamando a atenção. Eventos grandes acontecendo, a gente está chamando a atenção. Então vamos levantar a cabeça, porque a gente está sendo precursor em muitas áreas nesse sentido.

Dr. Souto: Uma outra coisa que me chamou a atenção, Rodrigo, e aí no que diz respeito à Londres, propriamente dito, é a força que existe lá deste movimento por parte dos consumidores, no que diz respeito à qualidade da comida. Em todo lugar que você vai, em qualquer feira, em qualquer restaurante, em todo lugar existem as opções, com muita importância, vamos dizer. Ocupam um espaço muito grande nas prateleiras as opções orgânicas, as opções grass fat, quer dizer, da carne alimentada com pasto, dos ovos de galinhas alimentadas com pasto. Isso voltando… voltando, enfim… surgindo lá com muita, muita força. Muito mais do que a gente vê aqui no Brasil. Inclusive os produtos industrializados começando a seguir isso aí. Porque veja bem, a indústria… se os consumidores demandarem maciçamente determinada coisa, a indústria começa a fazer aquilo ali. Então chega a ser engraçado. Você compra um chocolate e o chocolate tem ali que ele é orgânico, biodinâmico, sem glúten, sabe? Está tudo listado claramente, de forma que isso aí está obviamente dentro do radar do consumidor britânico. Então serve como um lembrete: que quanto mais a gente for atrás dos produtos de melhor qualidade, espalhar essa mensagem, aos poucos isso vai sim influenciando a própria indústria que, afinal, quer vender. E se isso é o que as pessoas querem, é isso que a indústria vai, cada vez mais, oferecer. Uma das coisas, por exemplo, que me chamou atenção é o retorno das opções full fat. é uma coisa que está surgindo. Agora, também é bem verdade que o movimento vegano lá está muito forte. Eu sei que isso vai casar um pouco com o tema que nós temos para a pauta de hoje. Mas assim: muito, muito, muito forte na Inglaterra.

Rodrigo Polesso: Verdade. Está crescendo também na América do Norte. De todos os lugares, eu estou agora em Taiwan, estou em Taipei na capital de Taiwan, e vou te dizer: a alimentação deles essencialmente é aqui low carb por quê? Porque os caras comem pata de porco, coração, intestino. Não sei se comem pelo, mas orelha, nariz, cabeça, todo tipo de… asa, pescoço de frango. Todas aquelas comidas que nossos bisavôs comiam, eles comem aqui. A gente vê na rua. Então achar uma opção low carb, inerentemente low carb como essa em feiras na rua, em restaurantes é muito fácil. Porque a alimentação é essencialmente baseada nesses alimentos e mais ainda, na questão dos órgãos, de frutos do mar também. É claro que tem muito arroz, os noodles, mas é muito fácil de encontrar essas outras opções também. Então a gente está com essa tendência de voltar ao que a gente fazia antes no mundo inteiro. Começar a voltar ao que a gente fazia antes em busca da saúde novamente. Vamos lá partir para a pergunta da comunidade aqui. Olha só, quem pergunta é a Thainá Knupp. Ela fala: Quem tem a Síndrome de Cushing também consegue emagrecer com esse programa? Ou seja, com o Alimentação Forte e com tudo o que a gente fala aqui. Bom, a Síndrome de Cushing é resultado de uma exposição prolongada ao cortisol. Seja através do uso intenso e prolongado de medicamentos como a prednisona, ou também fabricação exagerada de cortisol pelo corpo. E aqui, talvez, para deixar a pergunta mais abrangente, para mais pessoas utilizarem a resposta, a gente pode falar sobre essa questão do Cushing, se você tem alguma informação sobre isso, dr. Souto; ou estender a pergunta par ao seguinte: quanto impacto teria o excesso de cortisol através do estresse diário mesmo que a gente tem, quanto isso pode impactar de fato negativamente a capacidade de se perder peso com qualquer dieta? Porque a gente sabe que, realmente, não dá para ignorar esse aspecto aí.

Dr. Souto: Eu desconheço que haja um estudo específico, vamos dizer, de low carb em pacientes com Cushing. Então o que eu vou responder é do ponto de vista teórico. Como você disse, Rodrigo, Cushing é uma situação decorrente da exposição crônica ao cortisol ou à corticoides. Existe a doença de Cushing, onde isso é uma coisa endógena. A pessoa tem, por exemplo, um tumor na sua glândula hipófise que estimula a produção de cortisol pelas adrenais. E aí a pessoa vai desenvolvendo aquelas características do Cushing, que incluem síndrome metabólica, diabetes e ganho de peso na região central, a gordura visceral. Agora, a pessoa pode ter (o que é mais comum, bem mais comum), a Síndrome de Cushing iatrogênica, que é, por exemplo, um paciente que tem uma doença autoimune precisa fazer uso crônico de corticoide. Ou então paciente transplantado que precisa fazer uso crônico de corticoide para impedir a rejeição do órgão. Então, o corticoide, o cortisol favorecem o ganho de peso e a síndrome metabólica. Eu imagino que seja muito interessante, em um caso desses fazer o uso juntamente da low carb para o quê? Para mitigar esses problemas.

Rodrigo Polesso: Concordo.

Dr. Souto: Obviamente essa pessoa vai ter mais dificuldade de perder peso do que uma pessoa que não esteja usando corticoides. Isso me lembra… acho que até foi há alguns anos atrás, nós discutimos (porque agora nós já podemos falar assim, não é? Em um podcast que fizemos há anos atrás) nós discutimos um estudo que falava de pacientes com câncer de próstata avançado que estavam fazendo tratamento hormonal e randomizados para fazer low carb ou dieta usual. O que acontece? Esses pacientes com câncer de próstata metastático avançado, câncer de próstata que já se espalhou, eles se beneficiam (do ponto de vista do câncer) da ablação androgênica, ou seja, de bloquear completamente a testosterona. Mas quando a gente bloqueia completamente a testosterona, a gente tem alguns desses efeitos que eu estava falando: o ganho de peso, a perda de massa magra, uma tendência maior à dislipidemia e síndrome metabólica. E o que aquele estudo mostrou é um conjunto de pacientes com câncer de próstata que foram submetidos ao tratamento hormonal. Porém, metade deles fez uma dieta low carb, very low carb, cetogênica, menos de 20 g de carboidrato. E a outra metade dieta usual. O grupo que fez a low carb melhorou em tudo. Não só não ganhou, como perdeu peso. Então, quer dizer, nesse caso não apenas mitigou o problema. Aboliu o problema, reverteu o problema. E também reverteu as questões da síndrome metabólica. Por analogia, eu diria que uma pessoa que está fazendo uso do corticoide, mas que também fizer um low carb, tem uma boa possibilidade de (se não ainda conseguir um resultado, no sentido de perda de peso) pelo menos evitar de ficar ganhando peso, de desenvolver diabetes. A resposta curta é: não tenho dúvidas de que é mais difícil para alguém que está usando corticoide perder peso fazendo qualquer estratégia, na medida em que o corticoide produz ganho de peso. Agora, qual é a alternativa? Se a pessoa não fizer uma alimentação forte, uma alimentação low carb, ela vai ganhar peso em uma taxa acelerada. E ficar diabética. E desenvolver síndrome metabólica. Então, eu diria que, salvo se ela puder de alguma forma diminuir ou parar o uso de corticoide (não sei porque que ela usa, não sei qual é o motivo), mas com certeza cuidar da alimentação, no sentido de uma alimentação low carb seria a melhor intervenção para diminuir os danos do uso crônico do corticoide.

Rodrigo Polesso: Concordo plenamente. Acho que o mesmo pode ser expandido para a pessoa que não tem a Síndrome de Cushing, mas também vive com estresse crônico, já que a gente sabe que o cortisol promove o ganho de peso, como a gente está falando. Eu desconheço uma alternativa alimentar que mitigue tanto assim a promoção do ganho de peso, mais do que, no caso, a low carb, uma cetogênica da vida. Então nesse caso acho que é melhor. Porque, realmente, pessoal, se você está tendo problemas para emagrecer, a gente vê casos empíricos por aí. Casos da vida real, relatos, pessoas estressadas com o trabalho, seja com relacionamento, passando por momentos difíceis, e você acaba seguindo uma alimentação boa e você não perde mais peso. Ou atingiu o platô antes da hora. Todos esses fatores de estresse são relevantes. A gente sabe que estresse atrapalha todas as áreas do corpo, você não consegue ficar grávida, você não consegue ficar com a mente clara… Nada, se você está cronicamente estressado. Então o peso também acaba sendo influenciado, a gente sabe disso. Agora vamos falar… eu falei de salada, não é, dr. Souto? É um dos assuntos favoritos nossos. Na verdade, não é um dos favoritos nossos. Mas é um assunto que é legal de falar, principalmente porque veio esse artigo agora publicado (no dia 24 agora) no Daily Mail do Reino Unido, que ele avaliou saladas, as saladas mais comuns, as opções de saladas mais comuns do mercado para sugerir as piores e as melhores escolhas para o público lá do Reino Unido. Aqui eu quero começar dizendo que salada boa para mim, pessoalmente, é ovo e bife no prato. Isso, para mim, é minha salada favorita. Agora a gente vai falar de salada de verdade, verde, como tem que ser. Vamos lá. Algumas pessoas perguntaram… Falando sobre esse assunto no Instagram… Qual é a frequência que eu como salada e legumes… Essa semana, inclusive, me perguntaram de novo. Porque quando eu mostro meus pratos no Instagram, não tem nada verde, digamos assim, a não ser o abacate. Acho que a resposta já está na pergunta na verdade. “Quão frequente”, já que você nunca vê. A resposta é essa. Se você nunca vê, é porque não é frequente. Mas, de qualquer forma, na minha opinião pessoal, quando você tem uma dieta alimentar hipernutritiva baseada em alimentos de origem animal, folhas e legumes em abundância, na minha opinião, são desnecessários. De novo: essa é minha opinião. Tem gente que defende religiosamente o oposto disso e tudo bem. A gente é todo mundo amigo. Eu não vou nem perguntar sua opinião, Dr. Souto, porque não quero colocar você na fogueira… Só queria compartilhar minha opinião sobre esse assunto aqui. Os grandes critérios para a avaliação dessas saladas no mercado foram os seguintes. Calorias, gorduras saturadas e sal. Vamos lá. Quanto maiores esses três critérios em cada salada, menor a nota da salada em si. Já notaram que começou a baboseira. “Alia superfood salad“, uma sala que eu peguei de exemplo, que é ervilhas, brócolis, quinoa, avocado (abacate), pepino e queijo. A nota foi 4 de 10, porque tem 57% do máximo permitido de gordura saturada por dia e um terço do máximo de sal. Então, uma nota terrível. A pior de todas as saladas foi a Tesco. Foi cenoura, queijo cheddar, maionese, pepino, milho, alface e pimentões. O artigo diz que essa tem gordura saturada equivalente a um Big Mac e meio, por isso ela foi a pior de todas. Ela tem 600 calorias, ou seja, mais calorias do que as outras. Gordura saturada 15 gramas. Tem 7,6 gramas de açúcar, na verdade. Um pouco de fibra e 19 gramas de proteína, que é uma quantidade generosa até. E 1,6 gramas de sal. Então, ela foi a pior de todas que eles avaliaram, justamente porque segundo eles elas têm a mesma quantidade de gordura saturada do que um Big Mac e meio. E novamente, queijo, maionese, pepino, milho, alface, pimentões e cenoura. Agora você pode se perguntar… Quais foram as melhores saladas, então? A Sainsbury’s On the Go Chicken foi a nota 10 de 10. Os ingredientes dela são: trigo, quinoa vermelha…

Dr. Souto: Trigo?

Rodrigo Polesso: É. O primeiro ingrediente é trigo, depois quinoa vermelha, depois espelta, que é trigo vermelho… Espelta é trigo vermelho, segundo a Wikipedia. Depois, arroz preto… Quantos carboidratos já falei? Depois peito de frango. Depois feijões. E por fim castanha de caju. Ela tem menos calorias do que a pior de todas. Ela tem bem menos gorduras saturadas… Só 0,4 gramas. Só que – pasmem – ela tem mais açúcar. Ela tem 10,3 gramas de açúcar comparada a outra que tem 7,6. Lembrando que a outra tem mais calorias. Ou seja, proporcionalmente, é bem mais açúcar. E tem proteína semelhante e sal semelhante também… 1,2 comparado a 1,6. Então, veja só… Significa, basicamente, que a melhor salada de todas é a mais high carb de todas. É a mais alta em carboidratos de todas. E porque não tem gordura saturada e porque tem menos sal que as outras, ela foi considerada a melhor salada de todas. Essa é basicamente a moral da história, Dr. Souto. O que dizer disso, hein?

Dr. Souto: Dá vontade de chorar. Eu escrevi uma postagem há um tempo atrás que eu sugiro que nossos ouvintes deem uma olhadinha. Botem no Google… Souto… O título da postagem é “a bizarra definição do saudável”. É exatamente sobre isso, só que aqui eles estavam falando… Tem um vídeo nessa postagem. É um vídeo de menos de quatro minutos. Está legendado. Eu legendei esse vídeo. Quer dizer, vale a pena vocês assistirem. O que eles estão mostrando é… Quais são os critérios nos Estados Unidos… Esses que você estava lendo era do The Guardian na Inglaterra.

Rodrigo Polesso: É do Daily Mail, da Inglaterra.

Dr. Souto: Do Daily Mail, da Inglaterra. Nos Estados Unidos, para algo ser considerado saudável, e para ter o direito de escrever “healthy“, de escrever “saudável” na embalagem, são avaliados cinco critérios. Quais sejam: quantidade de gordura (quanto mais pior), quantidade de gordura saturada (quanto mais pior), quantidade de sódio, quantidade de colesterol e quantidade de outros nutrientes benéficos. Nutrientes benéficos são coisas como cálcio, vitaminas e etc. Mesmo que… Isso é muito importante, Rodrigo… Mesmo que sejam sintéticos e artificialmente adicionados.

Rodrigo Polesso: Olha só. E não tem nem açúcar nos critérios, então.

Dr. Souto: Não. Se a coisa tiver bastante açúcar, isso não entra. Se tiver bastante óleo vegetal refinado, não entra. Gordura trans não entra. Só o que entra é: gordura, gordura saturada, sódio, colesterol e nutrientes benéficos. E aí, nesse vídeo, eles mostram o seguinte. Abacate, por exemplo, não dá para dizer que é saudável, porque abacate tem muita gordura e muita gordura saturada. Salmão não pode afirmar que é saudável, porque salmão tem muito colesterol, muita gordura e muita gordura saturada. Agora, Sucrilhos é saudável. Eu não estou brincando.

Rodrigo Polesso: Pouca saturada, pouca gordura…

Dr. Souto: Praticamente não tem gordura nenhuma. Não tem colesterol nenhum, porque colesterol só existe em produtos animais. Não tem quase sódio nenhum. Açúcar não entra. E o que que tem aos montes no Sucrilhos? Nutrientes benéficos… É um multivitamínico… Basicamente, os caras foram na indústria farmacêutica, pegaram um conjunto de vitaminas sintéticas e acrescentarem naquele milho com açúcar. E isso pode ser considerado saudável porque as normas para decidir o que é saudável e o que não é saudável são normas feitas para a indústria. Pela indústria, para a indústria. Eu já falei isso aqui, mas não custa repetir. Como que funciona isso? A indústria tem lobistas. O lobista redige a legislação. O cara leva os deputados, os senadores lá… Seja na Inglaterra, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil, onde for. Isso é igual no mundo todo. Leva o sujeito para jantar, para tomar um belo de um vinho e tal… “Olha só, está aqui, senador. Nós temos uma peça de legislação para lhe ajudar. Ela já está pronta. O senhor pode dar para seus assessores.” Eles formatam aquilo. “Então, nós estamos lhe diminuindo o trabalho. Isso aqui é uma cosia que vai nos ajudar, afinal, nós contribuímos com sua campanha. Mas é uma coisa que é boa para os consumidores. Olha só, senador, com isso daqui o senhor vai diminuir o colesterol da população. Vai diminuir a gordura saturada na população. Vai diminuir o sódio na população.” Então, o senador, esse… Lê aquilo e acha que ele está fazendo algo bom. Mas aquilo foi entregue para ele por um lobista. No momento que vocês entendem o que que esse tipo de norma produz… Ou seja, que se barre coco, que se barre abacate, que se barre castanhas, que se barre salmão, mas que se dê passe livre para Sucrilhos… Aí cai a ficha. Claro, isso foi feito pela indústria, para a indústria. Mas é que feito de uma forma sutil e inteligente. Quem lê o negócio, diz assim, “Poxa vida, é para o bem-estar geral da população. Quem seria contra diminuir sódio, gordura, gordura saturada, colesterol?” Quem seria contra? Nós seríamos contra. Eu seria contra. O Rodrigo seria contra. Mas 99% da população está brainwashed. Já está com uma lavagem cerebral no sentido de que essas coisas… É tão bom essa lista de coisas como, sei lá, falar que plantar árvores é bom, que a natureza é boa, reduzir o sódio é bom. É uma coisa que já está automático na cabeça das pessoas.

Rodrigo Polesso: Sim. E ninguém discute. É bem isso.

Dr. Souto: Esse, na realidade, é um dos motivos… Enfim, embora tenha conversado com o Dr. Aseem Malhotra em Londres, não tive a oportunidade de trocar ideias sobre isto que vou falar agora. Mas ele é um grande defensor da taxação do açúcar. E, de fato, ele conseguiu, com a ajuda dele isso virou lei agora na Inglaterra. Obviamente, eu acho bom taxar o açúcar. Eu acho que quanto mais caras as coisas açucaradas forem, melhor para a saúde da população. O que me preocupa é que se nós dermos ao estado (ao governo) o poder de decidir sobretaxas o que eles acham ou não acham que a gente deva comer, com certeza nós vamos acabar com todo tipo de carne taxada, nós vamos acabar com a gordura taxada. O abacate vai dobrar de preço porque ele tem gordura. Então, na realidade…

Rodrigo Polesso: Não está na hora ainda, né?

Dr. Souto: É. Eu acho que a ignorância nutricional é tão grande, mas tão grande, que eu tenho muito medo de dar o poder ao estado de decidir aquilo que nós devemos ou não devemos comer. Porque, se depender do estado, nós vamos comer basicamente amido. O que vai sobrar? Se o estado taxar a gordura, mas também a gordura, também o sódio, também a gordura saturada, também o colesterol… Basicamente nós vamos viver de milho, de trigo, de aveia… De ração. Esse é o meu único receio de ser a favor… É uma questão de coerência. Como eu posso ser a favor da taxação do açúcar, mas ao mesmo tempo ser contra a taxação de todo o resto? Sim, porque do ponto de vista científico faz mais sentido taxar o açúcar. Sim, mas essa é a minha visão da ciência. A visão da ciência das pessoas que estão em posições de mando, posições de poder nos governos, é de que o salmão e o abacate fazem mal, porque afinal eles são gordos.

Rodrigo Polesso: Exatamente. Acho que foi muito bem dito. É melhor que continue nós no controle por enquanto. Acho que é a melhor coisa a se fazer. Sobre as saladas, então, a gente concluiu que, mais uma vez, não tem como a gente colocar nossa saúde na mão da mídia… Do que é divulgado por aí abertamente para as massas. Se a gente for decidir o que a gente come de acordo com esses rankings, de acordo com essa informação que vem… Vai ser problemático. A gente sabe. A gente vem direto aqui na Tribo Forte falar para vocês esse tipo de equívoco. Geralmente, é tão errado que é o oposto. Em nutrição muitas coisas não são um pouco erradas. É o oposto. É o mais errado possível que pode ser. Então, se proteja com informação. Essa é minha opinião. E outra, para fechar esse assunto… Como a gente vive num mundo hoje… Todo mundo está ocupado o tempo inteiro. A gente quer mais praticidade, simplicidade e minimalismo. Então, eu sempre voto você fazer um outsourcing de comer salada. Você faz da seguinte forma. Você come um bife ao invés, porque a vaca já comeu o capim por você. Facilita sua vida. Vou ganhar muito inimigo com isso, mas todo bem.

Dr. Souto: Mas, assim… Eu acho que determinados vegetais são excelentes veículos para outras coisas mais gostosas. Por exemplo… Para mim, para meu paladar… Brócolis e couve-flor já passadinhos no vapor devidamente gratinados… Eles são um veículo muito bom para um pouquinho de azeite de oliva e uma páprica.

Rodrigo Polesso: Com certeza.

Dr. Souto: eu acabo sentindo falta deles. Eles são gostosinhos. Agora, eu tenho dado mais ênfase, na minha alimentação a vegetais cozidos. Vegetais refogados. Confesso que folha não é muito meu negócio. Exceto quando às vezes eu vou naquele buffet de salada bonito que tem bastante folha bonita. Às vezes a gente come com os olhos também. Mas em casa meus vegetais são mais coisas refogadas. Elas são quentes, a gente come junto com outras coisas quentes. Como eu disse, são bons veículos para coisas gostosas. Quer ver, assim… Guacamole. Guacamole é uma delícia. Mas daí você não vai comer guacamole com aquele monte de chips à base de milho. Então, por exemplo, é uma dessas situações onde pegar um vegetal para recolher o guacamole ou para recolher um patê de fígado… Aí o vegetal está cumprindo a sua função. Ele é tipo uma colher comestível.

Rodrigo Polesso: Aí eu concordo plenamente. Essa é boa.

Dr. Souto: Aipo, por exemplo. Para que serve um aipo?

Rodrigo Polesso: Ele tem o formato perfeito para carregador de guacamole.

Dr. Souto: Exatamente, ou patê. Ele serve para isso.

Rodrigo Polesso: Concordo plenamente. Super saboroso legumes. Eu também posto de legumes. Agora, como você falou em folha… Folha tem várias coisas. Eu penso o seguinte… Se eu estivesse isolado do mundo, na floresta… Se eu pudesse comer só 200 gramas de uma coisa disponível, com certeza eu não ia comer legume, eu não ia comer folha, porque a gente está pensando em sobrevivência, em quantidade de nutrientes, densidade nutricional e energia. Então, essa é minha filosofia minimalista, digamos assim. Nada contra legumes. Nada contra para falar publicamente. Nada contra folhas. Se bem que folhas são bem caras hoje em dia, principalmente se são orgânicas e tudo mais. O pessoal que gosta de comer… Gosta porque come com azeite de oliva, com temperinho por cima. Agora você comer um balaio de folha, de rúcula e alface… Seco… Não é tão bom assim mais. Vale dizer que todo bebê, toda criança nova… A gente tem que ensinar eles a comer legumes e folhas. A natureza não preparou eles para comer isso. Não é uma coisa que a gente goste já do berço, sem um temperinho, sem cozinhar, sem colocar páprica em cima, enfim… Uma gordurinha. Mas esse é um assunto que abre uma Caixa de Pandora, na verdade. Então, é melhor a gente não se aprofundar muito nele. Mas, enfim. Já que a gente falou de salada, está aí a nossa opinião. Enfim… Um break nesse assunto de salada. O caso de sucesso de hoje, quem mandou foi o Elvis. O Elvis perdeu 10 quilos e falou: “Estou terminando o desafio 30 dias do Código Emagrecer de Vez. Estou sentindo muita diferença.” Menos 10 quilos em 30 dias ele perdeu. Como eu falei, tem gente que perde mais, tem gente que perde menos. Mas 10 quilos em quatro semanas eu achei espetacular. Ele mandou a foto dele também aqui. Ficou bem bacana. Parabéns e obrigado por mandar a foto, Elvis, para motivar outras pessoas. Novamente, sempre falo, se você tem interesse de entrar no programa, é só você entrar em CodigoEmagrecerDeVez.com.br. Digita no Google. Você vai entrar, conhecer e você decide se é uma coisa que você pode tirar proveito.

Dr. Souto: Vou passar mais um casinho de sucesso aqui também.

Rodrigo Polesso: Aquele mesmo que você passou antes?

Dr. Souto: Isso, aquele. Eu achei muito legal. A pessoa escreveu lá no blog e eu reproduzo aqui para vocês. Depoimento após 2 meses de low carb. Uns 50 gramas de carboidrato por dia. Jejum intermitente nos dias úteis. Exames de sangue em 28 de dezembro de 2017. Aí ele diz aqui. Homem, 37 anos, 1,85, pesando 126 quilos. Ele estava com uma glicose de 138, portanto diabético. Acima de 127 a gente já é diabético. Hemoglobina glicada 6,4. Também já está beirando pelo critério da glicada o diabetes. E ele tinha 36 de insulina. Acima de 10 eu já começo a achar meio alto. 36 é muito alto. Quer dizer, uma resistência à insulina incrível. Então, o sujeito estava indo para uma coisa muito ruim. E outra: triglicerídeos 511.

Rodrigo Polesso: Meu Deus!

Dr. Souto: O normal é 150 e a gente gosta de ver abaixo de 100. Então, estava 511. Quanto era o colesterol dele? Não dava para saber, porque tinha tanta gordura no sangue que o laboratório não conseguiu medir. LDL está escrito assim: intensa lipemia. Lipemia, gordura no sangue. Aspecto do soro… Do soro do sangue… Turvo. Imaginem o soro do sangue que está turvo e não dá para medir o colesterol. HDL era de 30. Isto em 28 de dezembro de 2017. Ele colocou: depoimento após 2 meses de low carb. Aí ele volta ali. Com 117 quilos. Então, ele baixou de 126 para 117. A glicose, 96. Vocês lembram que a glicose estava 138? Hemoglobina glicada 59 – praticamente normal. Dosagem de insulina caiu de 36 para 16. Triglicerídeos caíram de 311 para 128 – ou seja, normal. E o LDL, então, 145, agora já mensurável. Aspecto do soro: límpido. Aquele soro do sangue que era turvo por gordura agora está límpido. Aí vou ler para vocês o que ele escreveu aqui. “Em um período de 15 anos, já fui de 130 a 85 quilos umas 5 vezes. Sou o verdadeiro efeito sanfona. Sempre perdi muito peso com dietas com restrição de caloria, porém passava fome e nunca conseguia ficar mais de um ano mantando 85, o qual eu considero meu peso ideal. Em low carb, me alimento com quase tudo que gosto e sem passar fome.” Prestem atenção nisso, pessoal. Veja bem. É possível perder peso com outras estratégias? É, ele mesmo já disse que já fez isso umas cinco vezes. Agora, é possível passar fome o resto da vida? Não. Agora, olha o que ele diz. “Em low carb, me alimento com quase tudo que gosto e sem passar fome. O jejum intermitente, iniciei após a terceira semana, pois sou ansioso e só havia perdido dois quilos.” Quer dizer, ele queria acelerar a perda de peso. Acho que é uma ferramenta válida. “Hoje me alimento apenas uma vez por dia. Um jantar de 1800 calorias. Nos fins de semana e feriados como livremente, mas evitando passar 80 gramas de carboidrato. Como gostava de beber cerveja, consegui substituir por uma caipirinha com adoçante ou vinho tinto. Muito obrigado. Low carb mudou minha vida e outras pessoas ao meu redor. Até mesmo colegas de trabalho me perguntam sobre minha alimentação e acabo influenciando-as para o bem. 130 nunca mais.” Ele termina assim.

Rodrigo Polesso: Que caso, hein. Sensacional.

Dr. Souto: Isso aí é para você escutar no carro, no seu telefone celular e tal e ficar feliz. Eu fiquei.

Rodrigo Polesso: Eu também, com certeza. Que mudança incrível. Mudança de vida, pessoal. A gente não sabe quantos anos essa pessoa ganhou, na verdade.

Dr. Souto: Exatamente. E o principal é aquilo ali. Não tem fome. Quer dizer, ele vai poder manter isso aí. Outra coisa que eu acho atenção… A gente sabe, mas não custa chamar atenção para quem está nos ouvindo. Tudo bem, ele ainda tem bastante peso para perder. Mas vocês veem que as melhorar metabólicas são muito precoces? O diabetes dele está em remissão em 2 meses.

Rodrigo Polesso: Dois meses só. Exato.

Dr. Souto: Em dois meses. Low carb produz melhora, remissão de diabetes e síndrome metabólica mesmo que a perda de peso seja modesta. Isso é muito importante.

Rodrigo Polesso: Espetacular. Maravilha. Vamos pular para o segundo tópico aqui. Uma revisão publicada em fevereiro desde ano agora que analisa a evidência de quão saudável o vegetarianismo e veganismo é para crianças. Essa revisão foi publicada no jornal Critical Reviews In Food, Science and Nutrition. O ponto importante aqui é… Meu choque principal ao ler essa revisão não foi nem a revisão em si, mas o principal foi saber que a Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos tem a seguinte posição sobre o assunto. Eles falam, “Uma dieta vegetariana, incluindo vegana, é apropriada para todos os estágios da vida, incluindo amamentação, gravidez, a infância e também a adolescência.” Categórico. Segundo a revisão, essa posição forte e categórica é infundada e não qualificada, ignorando evidências do contrário que existe na literatura. Eu não sabia disso. Inclusive, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também tem a mesma opinião. Um órgão do governo sugerindo… Dizendo categoricamente que tanto vegetariano quanto vegano é apropriado para todos os estágios da vida, incluindo amamentação, gravidez… Eu não conheço nenhum estudo que conclui, que prova que isso é um caminho a ser seguido e conheço várias evidências do contrário disso. Inclusive muitos médicos e obstetras tendem a ficar… Bastante… Digamos… Alterados quando a mãe tenta seguir um veganismo enquanto está grávida. Então, dizer que isso é ok, conclusivamente, sem evidência, é meio preocupante. É isso que essa revisão estava dizendo. Não sei sua opinião sobre isso, Dr. Souto.

Dr. Souto: Que muitas dessas posições e opiniões de instituições como o USDA, como a Academia de Nutrição e Dietetics são isso. São opiniões. Não são coisas baseadas em evidência. E são opiniões que têm uma influência política e ideológica forte. Então, um exemplo interessante são os usos diferenciais dos mesmos argumentos. Um argumento muito utilizado por órgãos nutricionais como o USDA e a Academia de Nutrição e Dietética americana é porque a dieta paleo seria ruim… Porque é uma dieta que corta fora todo um grupo alimentar. “Poxa vida, uma dieta que elimina grãos! Uma dieta que elimina leguminosas!” Então, não poderia ser consumida. Agora, uma dieta vegana não corta todo um grupo de alimentos? Mas aí não tem problema cortar. Então, por exemplo… Haverá deficiência nutricionais porque você está cortando todo um grupo de alimentos. Esse é um exemplo mais incrível ainda. Quem deu esse exemplo é um cara que no Twitter o nome dele é Disco Stew. Não sei porque ele usa esse nome. Mas ele dá uns exemplos bons. Eu já li… Se vocês olharem, todo início de ano, quando saem aquela classificação das dietas pela US News and World Report, low carb, paleo, cetogênica está sempre no fim. Eles argumentam, por exemplo, que é muito perigoso, a paleo, porque a paleo não consome laticínios. Na low carb a gente até consome laticínios. Mas na paleo elimina todo e qualquer tipo de laticínio. Então, ele diz que vai faltar cálcio na dieta. No entanto, eles consideram a dieta vegetariana uma dieta maravilhosa, mas a dieta vegetariana também elimina os laticínios. Então, eliminar laticínios é ruim se é uma dieta que você filosoficamente não gosta. Agora, se for uma dieta que você filosoficamente gosta, a eliminação de laticínios deixa de ser um problema. Não, os laticínios podem ser consumidos a partir de vegetais… Desculpa, os laticínios não, o cálcio. O cálcio é consumido através de vegetais de folhas escuras e fontes desse tipo na dieta vegetariana. Mas não tem vegetais de folhas escuras na paleo, por acaso? Aí chegamos no ponto… Por exemplo… De que seria muito perigoso fazer uma dieta paleo ou low carb na infância na medida que não existem estudos prospectivos mostrando que isso é seguro na infância. Aé? E cadê os estudos prospectivos mostrando que veganismo é seguro na infância?

Rodrigo Polesso: Exatamente.

Dr. Souto: Vocês entendem que são dois pesos e duas medidas? Da onde vem esse amor tão grande dessas instituições pelo veganismo e vegetarianismo? Existe um sujeito que está estudando isso a fundo. Ele é um médico australiano chamado Gary Fatkin. O Gary Fetke… Quem puder… Quem entende inglês… Dá uma olhadinha numa palestra que o Gary Fetke tem sobre… Bota lá. Gary Fetke e vegetarianismo ou veganismo. Vocês vão ver a palestra. Ele descobriu o seguinte… Que a origem tanto da Associação Americana Dietética como depois… Das pessoas que fazem parte do grupo que escreveu as diretrizes… Eles estão muito ligados aos adventistas do Sétimo Dia nos Estados Unidos, que é uma religião que abraça o veganismo. Então, vamos lembrar o seguinte. O Kellogg… Esse dos cereais… Sucrilhos Kellogg’s… Kellogg era um médico e tinha umas opiniões muito estranhas na virada do século XIX para o século XX. Ele criou um sanatório… Que era um local de curas… As pessoas iam para lá fazer tratamentos… Esses tratamentos incluíam enemas com café… E uma dieta completamente vegana. Kellogg acreditava que a carne criava desejo nas pessoas e provocava um excesso de sexualidade nas pessoas… E que as pessoas se masturbavam porque consumiam carne. Se vocês estão achando que é loucura minha, olhe no Wikipedia o Kellogg. Ele realmente acreditava nisso, nestes termos. Ele preconizava uma dieta vegana porque ele achava que com uma dieta vegana as pessoas teriam mais temperança, mais equilíbrio, não iam ser tão impulsivas, não iam ter tantos pecados do ponto de vista sexual. O objetivo era consumir uma dieta tão sem gosto, tão sem graça, que fosse uma coisa mais monástica. Tipo, não podia beber álcool, não podia comer carne. E ele descobriu uma forma de fazer com que grãos que não eram passíveis de serem consumidos na sua forma crua pudessem ser facilmente consumidos e criou o cereal esse. Essa foi a origem da coisa. Uma pupila desse Kellogg, uma mulher que estudou com ele foi a fundadora da Associação Americana de Dietética. Então, desde o início, lá no início do século XX, essa que é a Academia… Academy of Nutrition and Dietetics… Ela foi fundada por um grupo de nutricionistas vegetarianos. Então, isso corre na instituição desde o início. Então, isso significa o seguinte. Eles vão olhar as evidências… Veja bem… Eu, hoje em dia, quando dou palestra, Rodrigo, sobre low carb… E sempre começo assim… “Tem várias formas de se alimentar que são potencialmente saudáveis.” Aí eu pego as diretrizes americanas de 2015 e mostro. Elas comtemplam três formas que elas – as diretrizes – consideram saudáveis. Uma dieta saudável low fat, uma dieta saudável vegetariana e uma dieta saudável mediterrânea. Aí eu entro na palestra explicando… Por que low carb não está entre aquelas alternativas já que em termos de evidência científica low carb tem muito mais evidência do que boa parte do que tem ali? A vegetariana consta lá nas diretrizes no USDA e consta nas diretrizes da Associação Americana de Nutrição e Dietética… E consta nas diretrizes da Associação Americana de Diabetes. E aí qual é a evidência de que isso seja seguro para crianças e para grávidas? Não tem. Pelo contrário, a gente volta e meia vê relatos de casos de verdadeiros desastres. Aliás, não precisa ir nem na literatura científica. Na imprensa leiga… Vocês não veem volta e meia pais sendo levamos presos na Europa porque deixaram o filho pequeno morrer porque queriam dar uma alimentação vegana para um lactente? É possível fazer uma alimentação vegana numa criança? Talvez até seja, mas tem que ser muito bem coordenada por nutricionista e com suplementação. Tem que ter suplementação.

Rodrigo Polesso: Uma coisa é verdade: não é natural, né?

Dr. Souto: Não é natural. O ser humano não evoluiu comendo isso. Nunca houve uma sociedade caçadora-coletora vegana. Isso não existe.

Rodrigo Polesso: Até porque ela não teria sobrevivido até hoje, mas isso é outro assunto.

Dr. Souto: Tem que comer comida de astronauta para conseguir fazer funcionar isso aí. Não é comida de verdade.

Rodrigo Polesso: Essa revisão fala de um estudo interessante que eu não sabia… Que foi publicado no ano 2000 e analisou 6000 mulheres grávidas em um hospital britânico, sendo que 5% dessas mulheres… Ou seja, 300 delas, eram vegetarianas. Na maior parte das populações a taxa de nascimento homem versus mulher é 105 para 100. 105 homens e 100 mulheres. Basicamente igual. Nesse estudo… Olha que interessante. As mulheres não vegetarianas tiveram uma taxa de nascimento de homem e de mulher esperada, de 106/100. Porém, as vegetarianas – pasmem – tiveram uma taxa de 81,5 homens para 100 mulheres. Ou seja, as mulheres vegetarianas tiveram 23% menos chances de dar luz a um menino. 23%… Não é um erro estatístico. 23%. Agora não ache que você pode escolher o sexo dessa forma, porque eles falam um monte de coisa a respeito de aborto, principalmente de meninos… Problemas maiores a respeito de meninos também… Que podem influenciar esses resultados. Mas veja só que mudança grande somente com alimentação. Essa é uma coisa que eu não sabia. Outra coisa que é preocupante também… A Academia de Nutrição e Dietética… E o USDA também… Eles sugerem… A posição oficial deles… Eles dizem que é perfeitamente ok você substituir carnes por soja fortificada… E está tudo bem. Nós sabemos também que não existe prova nenhuma dizendo que isso é verdade ao passo que a gente sabe que existe uma boa quantidade de evidências do contrário… De problemas potenciais do consumo de soja. Veja só mais um exemplo drástico disso aí.

Dr. Souto: É dentro da mesma linha que a gente estava falando. Qualquer pequena evidência de que carne possa ser um problema é inflacionado e vira uma grande notícia. Qualquer evidência razoável de risco de uma alimentação vegetariana ou vegana é ignorada, porque esses órgãos tem uma posição ideológica nesse sentido. Então, eu… Eu também… Como você. Eu fico pasmo das pessoas afirmarem um negócio desses… A gente sabendo os riscos que existem. Veja bem, se eu disser para uma população em geral… Comam uma alimentação baseada em comida de verdade, com bichos e plantas minimamente processados… Eu não estou correndo risco de prejudicar praticamente ninguém. Agora, se eu disser: faça uma alimentação baseada exclusivamente em plantas… Se essas pessoas não tiverem um… Veja bem… Bom nutricionista… eu tenho altas chances de prejudicar e de levar – inclusive – crianças pequenas à morte. Isso não é discutível. É fato isso. Então, deveria haver um monte de avisos, cuidados e ressalvas ao fazer essa recomendação, mas não. O pessoal serelepemente recomenda veganismo para todas as faixas etárias e fica botando medo nas pessoas para as pessoas comerem uma salada com abacate, ou com peixe, ou com carne… Porque essa salada tem mais gordura e mais colesterol. É uma coisa louca, é uma coisa bizarra. Nós chegamos no paroxismo do nutricionismo. Chega a me dar…

Rodrigo Polesso: Tem um exemplo bem recente. A gente estava em Melbourne, na Austrália e a gente foi sair com um grupo… Um grupo não. Uma dupla de amigos da minha namorada. O cara desse casal era vegano. A gente foi tomar um café. Estava com bastante fome. Eu imagino que vegano deva ficar com fome bastante seguido… Porque a alimentação não é tão nutritiva assim. Mas isso é só minha opinião. A gente foi nesse restaurante para comer… Nesse café que serve comida também. E eles estavam muito com fome. Ele pegou e olhou em todo o cardápio e não tinha opção… Tinha opção vegetariana, mas não tinha opção vegana. Ele acabou escolhendo lá… Tinha as saladas… Não sei o que com queijo… Tinham tortas não sei o que salgadas… Quiche… Enfim… Sanduíche natural… Um monte de coisa. Por não ter uma opção que se adaptasse ao veganismo, ele acabou pegando batata frita. Só batata frita para comer. Ou seja, ele colocou no corpo dele batata frita, que é óleo vegetal, por causa dessa crença dele do veganismo. Está tudo bem. Só estou contando um fato. Às vezes as escolhas podem ser meio distorcidas se nosso objetivo for saúde.

Dr. Souto: E algumas coisas são incompatíveis entre si, se você parar para pensar. Se eu comer uma folha que for realmente orgânica, periga eu comer alguns bichinhos junto.

Rodrigo Polesso: Boa. É melhor não comer orgânica.

Dr. Souto: É melhor não ser orgânica. Aí não vai ter nenhum ser, nenhum animal ali… Um ser vivo.

Rodrigo Polesso: Isso assumindo que plantas não sentem dor, o que é um absurdo, na mina opinião. Só porque não tem olho, não quer dizer que não sente dor. Nenhum bicho… Nenhuma criatura na face da Terra que é cheia de vida quer morrer. Tem gente que acha que cortar árvore tudo bem…

Dr. Souto: Eu até acho que planta não sente dor, porque não tem sistema nervoso central.

Rodrigo Polesso: Não dor do jeito que a gente conhece.

Dr. Souto: A vaca depois de morta também não sente dor. “Mas para morrer”. Rodrigo, me responde… Vou te fazer a seguinte pergunta. A vaca… Se nós não matássemos ela… Ela seria imortal?

Rodrigo Polesso: Não, não seria. Não as que eu conheço.

Dr. Souto: Vacas não vivem para sempre. Quais são as alternativas de morte de uma vaca? Vamos pensar.

Rodrigo Polesso: Ela pode ser comida, pedaço por pedaço, por uma criatura selvagem. É uma opção. Ele pode morrer magra, ao longo de meses.

Dr. Souto: Ela pode ser predada. Ela pode ser mastigada, atacada por cães selvagens ou por algum outro bicho. Ela pode, como você disse… Ela vai perdendo os dentes e não consegue mais ruminar. Então, ela vai morrendo de fome, vai ficando naquele estado, campo de concentração até morrer de fome. E ser predada é um processo, porque na hora que ela está magra e fraca ela vai ser predada.

Rodrigo Polesso: Um destino feio, um destino feio.

Dr. Souto: E ela pode ir para um abatedouro onde uma arminha de pressão vai jogar um chumbinho no meio dos olhos e ela vai… Apagar. Não existe a alternativa… Ela vai ser subitamente ser cercada dos seus familiares com velas aromáticas e vai flutuar para o céu sem sentir dor e depois receber um enterro digno. Não existe essa alternativa. Dadas as alternativas postas para um bovino… Pensem um pouquinho, pessoal. Aí, eu sei… O amigo vegano vai falar do confinamento. Aqui no Rio Grande do Sul, cava é criada comendo pasto. Dentro das possibilidades subjetivas de vida disponíveis para um bovino, pastar… Ser conduzida para boas pastagens… Para poder engordar… Receber um remedinho para se livrar dos carrapatos, que na vida selvagem é chato para caramba. Mas o bicho é deverminado, o bicho é cuidado pelo veterinário. E quando chega o dia, ela morre de uma forma muito melhor. Eu quero entender qual é a outra forma melhor de morrer que a vaca teria se não fosse com um atordoamento no meio dos olhos.

Rodrigo Polesso: Eles vão te dizer que você está escolhendo a data… A vaca… Que a vaca não teria nem nascido, porque a gente criou ela para ser comida.

Dr. Souto: Eu, de certa forma, nesse argumento aí, eu invejo vaca. Se eu tiver velho, com câncer, que não tiver mais cura, eu gostaria de poder escolher a data. Dizer assim… Eu quero um suicídio assistido porque eu quero morrer sem dor agora domingo. É uma coisa que existe em alguns estados dos Estados Unidos… Se não me engano, Oregon tem. É um negócio que tem na Holanda. Agora, no Brasil, muitas pessoas morrem de uma forma pior do que a vaca.

Rodrigo Polesso: Com certeza. Concordo.

Dr. Souto: É aminha opinião, já que nós tocamos no assunto e tal.

Rodrigo Polesso: É só opinião. Uma vaca pode alimentar uma pessoa por um ano, potencialmente.

Dr. Souto: Eu não sou a favor do sofrimento desnecessário dos animais. Eu não acho legal pegar a lagosta e botar viva na água fervendo, aquelas coisas. Eu não sou a favor de torada, de vaquejada, nada disso. Eu sou a favor de o mínimo sofrimento possível, de modo que a vaca possa ter a melhor vida possível das experiências subjetivas possíveis de uma vaca… Ou seja, pastar, sombrinha… Tirar os carrapatos e morrer rápido. E é isso que a gente tem que lutar. Imagina um mundo onde um dia os veganos vão se dar conta de que é melhor que todos se unam pelo melhor tratamento dos animais do que deixar apenas as pessoas que não estão nem aí continuem comendo animais… Que eles não estão nem aí se são bem ou se são mal tratados… E os veganos ficam aí piorando sua saúde sem motivo.

Rodrigo Polesso: Eu acho que isso não vai ser um problema muito grande… Essa luta nossa, digamos assim… Por causa de um fenômeno: seleção natural. Pronto. Eu acho que isso não vai durar tanto tempo porque não tem como sustentar uma condição que não é natural e eu acho que a própria natureza vai se organizar de forma a eliminar o ruído como sempre aconteceu nesse mundo. Mas cada um tem direito a sua opinião. Cada um tem seus motivos. Assim como a gente respeita a opinião dos outros, a gente tem a nossa.

Dr. Souto: É, é a nossa.

Rodrigo Polesso: É a nossa. Ficou muito bom. Ficou mais quente do que eu imaginava, esse podcast, na verdade. Vamos ver. É uma discussão. Espero que você tenha aproveitado aí e que tenha sua opinião também. Compartilhe com a gente sua opinião também. Siga o Dr. Souto no Instagram: @jcsouto. O meu Instagram é @rodrigopolesso. Siga a gente lá. Acompanhe. Faça parte do movimento. A gente está compartilhando com a melhor das intenções possíveis… O que a gente acha que vai te ajudar a ser uma pessoa mais em forma e mais saudável também. Eu estava esquecendo de perguntar, na verdade. Só para não falhar a tradição, vou te perguntar, Dr. Souto. O que você comeu na janta ontem? Já que é de manhã aí.

Dr. Souto: Eu comi coxas de frango assadas. Bem simples. Franguinho estava temperado desde a hora do almoço. Estava já na travessa na geladeira, porque daí é só botar o forno. 50 minutos depois a pele… Obviamente, a pele estava lá. A pele já fica crocantinha.

Rodrigo Polesso: Delícia. Adoro coxa de frango. Asinha também eu curto bastante. Muito bom.

Dr. Souto: Asinha é muito bom. Ou os nossos frangos aqui são anômalos e eles não tem asas ou essas asas estão indo todas para a Ásia… É o que eu suponho. Eu acho que Brasil exporta tanta asinha de frango para a Ásia, para a China… que falta asinha aqui. Às vezes no super é difícil achar.

Rodrigo Polesso: É verdade. Uma coisa tão simples, tão gostosa e barata. Muito barata.

Dr. Souto: Afinal, para cada par de coxas, deveria existir um par de asas.

Rodrigo Polesso: Nas galinhas que eu conheço sim, com certeza. Acho que eles exportam todos os pescoços e todas as asinhas para cá. Aqui eu fui no mercado e comprei bife. O bife aqui vem cortado em lâminas… Que você vê… É transparente. Tipo papel. Tipo carpaccio. Bife não é uma coisa que o pessoal consome muito aqui. Tem muito porco… Tem frango também… E tem esses órgãos. Bastante órgãos. Fácil de encontrar órgãos. Achei um baita de um fígado. Mas eu comprei esse pedacinho de bife. Comi com ovos… Foi minha salada feita com outsource, como eu mencionei antes. Isso que eu comi de janta agora há pouco, na verdade. Aqui é à noite já. Então, é basicamente isso. Lega. Dr. Souto, o bate-papo foi muito bom. Espero que o pessoal tenha curtido. A gente com certeza se fala na próxima semana. Então, bom dia para você. Até mais.

Dr. Souto: Igualmente. Até lá. Tchau, tchau.