EPISÓDIO #006 – 5 DICAS (NÃO) ALIMENTARES PARA EMAGRECIMENTO E UMA DISCUSSÃO SOBRE MEDO

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No Episódio De Hoje:

  • Tá com MEDO de que? Uma discussão aberta sobre o tipo de pensamento irracional e mágico praticado por um grande número de pessoas que acham que qualquer problema de saúde que aparece depois de se mudar a dieta, é causado por esta mudança. Isso é MUITO importante!
  • 5 Dicas Não Relacionadas a Comida Para o Sucesso No Emagrecimento. Muita gente precisa ouvir estas 5 verdades várias vezes até aceitar e finalmente poder colher resultados reais.
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Referências do episódio

Livro “Pegando fogo: Por que cozinhar nos tornou humanos?” De Richard Wrangham

Transcrição Completa Do Episódio

Rodrigo Polesso: Você está ouvindo o podcast oficial da Tribo Forte, com o Rodrigo Polesso e o Dr. José Carlos Souto. Assuntos como emagrecimento, saúde, alimentação e estilo de vida são tratados de forma imparcial doa a quem doer. Para se tornar um membro da Tribo Forte, entre em TriboForte.com.br. Bom dia, boa tarde para você! Bem-vindo à parte mais saudável da semana. Quem vos fala é Rodrigo Polesso. Como de costume, estou junto com o Dr. Souto para começar o podcast oficial da Tribo Forte número 6. Eu quero lembrar que esses podcasts são 100% gratuitos e que novos episódios são postados semanalmente às terças-feiras de manhã. Eu sugiro que você adicione isso à sua rotina semanal. Afinal, se sua saúde e bem-estar não merecem alguns minutos de atenção durante a semana, algo deve estar errado. O nosso objetivo é que toda semana você tenha acesso à informações que possam lhe ajudar a blindar cada vez mais sua saúde, atingindo e mantendo sua boa forma, além de implantar e manter um estilo de vida sensacional. Vou te convidar a ir além e se tornar um membro VIP da Tribo Forte para ter acesso a um mar de informações privilegiadas dentro de um portal e fórum exclusivo para membros. Tem bastante coisa legal lá dentro, inclusive coisas preparadas somente para os membros. Para se tornar um membro VIP, entre em TriboForte.com.br ou clique no banner que você vê nessa página. Agora vamos aos tópicos de hoje. Os dois tópicos principais de hoje são os seguintes: “Tá com medo de que? – Uma reflexão sobre o tipo de pensamento irracional e mágico praticado por um grande número de pessoas que acham que qualquer problema de saúde que aparece depois de mudar de dieta precisa ter sido causado por essa mudança” e “5 dicas não relacionadas à comida para o sucesso no emagrecimento”. Muita gente precisa ouvir essas verdades várias vezes até aceita-las, e finalmente poder colher os seus benefícios. Esses são os dois pontos principais, além das perguntas do pessoal. Antes disso, vou dar as boas-vindas ao Dr. Souto nesse episódio de hoje.

Dr. Souto: Bom dia, Rodrigo. Bom dia, pessoal.

Rodrigo Polesso: Estamos prontos, com os motores aquecidos para mais uma conversa. Como de costume, vou fazer duas perguntas da comunidade que nós coletamos. O Dr. Souto não sabe das perguntas e vamos discutir a resposta ao vivo, no improviso. A primeira pergunta é da Sonia: “Boa noite. Eu gostaria de saber sobre a ingestão de legumes crus. Tem alguma contraindicação? Obrigada.”

Dr. Souto: Essa daí me pegou de surpresa.

Rodrigo Polesso: Não é um assunto com uma resposta pronta.

Dr. Souto: Existe um movimento do crudivorismo. Existe um livro de um antropólogo de Harvard que recentemente foi traduzido para o português. Eu não me recordo do título no momento.

Rodrigo Polesso: Depois nós colocaremos o nome do autor e tudo mais.

Dr. Souto: O que importa é o seguinte o livro levanta uma tese muito interessante de que cozinhar foi algo extremamente importante na evolução da espécie humana. O fato de que o ser humano vem cozinhando há centenas de milhares de anos teve impacto sobre nossa biologia. É o que faz com que tenhamos nosso intestino proporcionalmente mais curto, porque nós já pré-digerimos nossa comida através do cozimento, o que torna a biodisponibilidade de vários nutrientes maior. Se nós comermos uma batata crua, por exemplo, nós não conseguimos digerir aquilo. É basicamente um amido resistente. Até pode ter vantagens para o nosso intestino, mas para os nossos antepassados que estavam tentando obter o máximo de calorias para não morrer de fome, a batata crua não adiantava muito. Uma vez que puderam cozinhar, puderam extrair as calorias. A carne fica mais digerível quando cozinhada, e uma série de vegetais também. Então, estamos geneticamente adaptados por mais de uma centena de milhar de anos a comer alimentos cozidos. Dito isso, tem alguns nutrientes que são destruídos pelo cozimento. É conhecido que a vitamina C não tolera o calor. No entanto, têm alguns nutrientes, como por exemplo o licopeno, que é um parente da vitamina A, presente em plantas de cor vermelha como o tomate, a goiaba e outros que se torna biodisponível (só consegue ser absorvido) depois do cozimento. Então, eu acho que é importante ter um misto de alimentos crus e alimentos cozidos. O tomate é um bom exemplo. Nós podemos comer tomate cru na nossa salada e podemos usar um tomate cozido no nosso omelete, por exemplo. Nós vamos absorver diferentes nutrientes com cada uma dessas estratégias.

Rodrigo Polesso: Eu li em algum lugar que uma das coisas responsáveis pelo o que somos hoje é essa questão de poder cozinhar os alimentos. Isso possibilitou que a gente absorva mais nutrientes, mais calorias, e evoluir mais rapidamente como espécie. Existem muitas coisa que têm benefícios em se comer cru, mas a minha opinião é a mesma que a sua: use o bom senso e tente combinar as duas coisas. Sabemos o que faz bem na salada. O brócolis fica com no wok, dando aquela tostada rápida, mas mantendo ele cru. Tem gente que reage a brócolis e tem gente que não. Então vale a pena ponderar. Cada um vai saber como melhor se adapta. Mas acho que o melhor é misturar um pouco de cru e um pouco de cozido, achando o ponto perfeito para si.

Dr. Souto: Perfeito. Em alguns alimentos o cozimento mais prolongado pode não só melhorar a digestibilidade, mas também eliminar algumas toxinas. É o caso do feijão. O feijão não deve ser consumido cru. Primeiro que a gente mal consegue digerir, e segundo que ele tem antinutrientes que são destruídos pelo cozimento mais longo, em panela de pressão. Eu sei que o feijão não está presente na fase inicial do nosso plano, mas para as pessoas que já estão numa fase de manutenção, ele pode ser introduzido na dieta (de quem tolera). Esse é um exemplo de um alimento para qual o cozimento é essencial. Cenoura, por exemplo, às vezes eu gosto de comer cru, e às vezes eu gosto de comer cozido. Existem diferentes benefícios para cada estratégia. A cenoura crua vai ter um índice glicêmico menor, vai ter mais fibra. Por outro lado, a cenoura cozida, além de uma questão de sabor e textura também vai liberar melhor os carotenos.

Rodrigo Polesso: Interessante. Então cada coisa tem um benefício. Mas eu acho que essa não é uma coisa que vai definir sua boa forma e sua saúde, então é melhor praticar o bom senso. Eu acho que podemos migrar para a segunda pergunta, que é de Jô Moderno: “Olá, Rodrigo. É correto dizer que uma pessoa que possui mais massa magra queima mais calorias?” Vou dar minha opinião sobre essa resposta. Os músculos são tecidos metabolicamente ativos, então somente por existirem eles já consomem mais calorias do que os outros tecidos do corpo. Então, uma pessoa mais muscular gasta mais energia para manter essa massa muscular. Eu não sei exatamente o que ela queria saber com essa pergunta, mas eu vi que outra pessoa respondeu à pergunta dela e ela fez outra pergunta: “Então, se uma pessoa tem mais massa magra, ela queima mais calorias? Por que então que vocês dizem que exercícios não emagrece?” É uma questão que falamos várias vezes aqui. A gente falou que exercício não emagrece como estratégia principal para emagrecimento. Exercício para emagrecer é uma estratégia frustrada e isso é fato científico. Se você foca em exercício para emagrecimento, não imporá o estilo que seja, você vai se frutar. A dieta é, de longe, o fator mais importante. Então, não estamos falando se massa magra ajuda ou não. Obviamente, fortalecer sua massa magra através de exercícios colabora para um monte de coisas no seu organismo, inclusive para queimar mais calorias por causa desses músculos. Porém, perceba que nunca falamos aqui de calorias porque o corpo faz esse equilíbrio automaticamente; equilibrando a quantidade de caloria que entra e que sai. Mas você pode melhorar sua saúde geral. O pessoal para muito sobre as costas; você fortalecendo os músculos das costas é importante para reduzir a dor. Mas não é bom com o propósito de emagrecimento, e sim com o propósito de bem-estar e saúde a longo prazo. Você tem algum comentário sobre essa questão, doutor?

Dr. Souto: Existe uma correlação quase linear entre massa magra e taxa metabólica basal. Realmente, os músculos queimam mais calorias. Mas por que isso não está necessariamente ligado ao emagrecimento? Porque, obviamente, as duas variáveis gasto calórico e ingestão calórica não são independentes. Elas são variáveis dependentes. Então, um homem de 1 metro e 90, atleta, com uma baita massa muscular…

Rodrigo Polesso: Está me descrevendo?

Dr. Souto: Isso aí. Esse homem terá uma fome de um homem de 1 metro e 90 com uma baita massa muscular. Ele vai comer 3.500 calorias só para manter o peso. Uma mulher pequena, franzina, que gaste 1.700 calorias para manter o peso, terá fome de 1.700 calorias. Se nós levarmos o homem de 1 metro e 90, atleta e a mulher franzina para um rodízio de churrasco, ele vai comer três vezes mais do que ela. Ele não vai ser extremamente magro porque ele tem uma taxa metabólica alta, ele vai ter fome de quem tem uma taxa metabólica alta. A variável “quanto eu como” depende da variável “quanto eu queimo”. Por esse motivo, se eu fizer exercícios e gastar 500 calorias a mais, eu vou ter 500 calorias a mais de fome naquele dia. Sim, é verdade que o exercício físico em alguns estudos mostra uma diminuição de peso. Mas o exercício sem alteração na dieta, normalmente essas reduções de peso serão muito pequenas e não são clinicamente significativas. Então, vocês verão estudos que mostram uma perda de 1,7 quilo em três meses de exercícios. Perdeu peso sim, mas 1,7 quilo é uma quantia que se perde tão facilmente com a manipulação de dietas. Então, se o objetivo daqueles três meses de exercício foi perder peso, a pessoa se frustra. É uma perda muito pequena para muito esforço. Mas se o objetivo for melhorar a capacidade aeróbica, conseguir fazer determinadas coisas que antes eu não conseguia, melhorar a forma como eu me vejo no espelho, aí eu não vou me frustrar, porque o exercício me entrega essas coisas.

Rodrigo Polesso: É até difícil de acreditar que exercício não emagrece. Vemos vários exemplos de pessoas que começaram a correr ou começaram a ir na academia e estão emagrecendo. Mas existem estudos mau formulados que tiram vantagem desse fato. O problema é que a pessoa que vai começar a fazer um programa de exercício para perder peso, com certeza fará alterações na dieta. Ela vai parar de comer aquele bombom que está acostumada, vai parar de tomar dois litros de Coca por dia, ou qualquer outra coisa que esteja atrapalhando. Então, o que está causando essa perda de peso são muito mais as alterações no estilo de vida alimentar junto com o exercício. Têm muitos estudos mal formulados que podem concluir que exercício emagrecem, mas não consegue comprovar a relação causal, porque outros fatores também colaboram. Acontece a mesma coisa com os estudos que provam que os vegetarianos vivem mais do que as pessoas que comem carne. A pessoa que decide se tornar vegetariana, na maior parte dos casos, tomou essa decisão para “tentar ser mais saudável”. Se ela tomou essa decisão, ela não vai tirar somente a carne da rotina. Essa não será a única modificação que ela vai fazer. Ela vai parar de fumar, parar de beber, parar de fazer um monte de coisas que estavam atrapalhando esse objetivo de ser mais saudável. Então, não é necessariamente o vegetarianismo que está a tornando mais saudável, mas sim todas as mudanças que ela faz em torno disso. É preciso que fiquemos bastante cientes e alertas com esse tipo de coisa para não concluirmos coisas erradas e nos enganarmos.

Dr. Souto: Perfeito. Concordo 100%.

Rodrigo Polesso: Ótimo. Então podemos partir para o primeiro dos dois pontos que vamos focar. O primeiro deles é: “Tá com medo de que?” Esse é um artigo que o Dr. Souto postou no blog dele, teve com milhares de comentários e eu achei sensacional. Antes de eu abrir uma discussão para você entender um pouco mais sobre o que é isso, eu vou ler o que o Dr. Souto tinha falada para eu tratar durante a semana no podcast: “Um paciente está tendo dores abdominais intensas e quer parar a dieta.” A resposta dele foi a seguinte: “Se você tivesse com uma dor abdominal intensa com irradiação para as costas, mas comendo macarrão e pudim, você iria no médico para ver o que está acontecendo. Mas agora que você come salmão com couve, as suas suspeitas recaem sobre o peixe? Sobre a couve? Percebe a diferença? Brócolis não dá dor abdominal intensa. Atum não causa doenças.” Então, o ponto é o seguinte. As pessoas quando resolvem alterar a dieta e adotar um estilo de vida paleo, ou low-carb, com uma alimentação do Código Emagrecer de Vez ou da Tribo, ela já faz isso com os olhos abertos e orelhas levantadas para qualquer coisa estranha que possa acontecer. Então, se ela tropeçou na rua, ela vai se perguntar se tropeçou na rua por causa da falta de atenção que a dieta nova causou. Numa situação normal, se ela não tivesse alterado a dieta, ela iria tropeçar na rua e iria pensar “eu não estava olhando para o chão e por isso eu tropecei na rua”. Mas porque ela fez uma alteração na dieta, ela vai se questionar se o salmão que ela está comendo no almoço que está causando a falta de atenção e faz ela tropeçar na rua. É uma coisa meio estúpida – na minha opinião – que acontece com uma frequência assustadora. É irritante que as pessoas estejam se enganando com esse tipo de coisa. As pessoas estão com medo. Com isso, eu abro a discussão sobre essa questão do “Tá com medo de que?”

Dr. Souto: Praticamente todos os dias chega alguma variação desse questionamento. Eu não critico as pessoas por fazerem esse tipo de pergunta. Mas me espanta um pouco o grau de medo que a pessoa tem que ter para atribuir determinadas coisas à dieta. Com “medo”, eu quero dizer o seguinte: normalmente, as pessoas ouviram falar sobre a “dieta da proteína, que emagrece, mas vai entupir suas artérias e explodir seus rins.” Nós já falamos isso, mas é sempre bom falar: isso que nós defendemos não é dieta da proteína. Aliás, acho que nem existe dieta da proteína. É uma coisa que se perdeu na tradução para o português. Existe a dieta de baixo carboidrato, dieta paleolítica, existe dieta low-carb high-fat, mas dieta “da proteína”? Uma dieta basicamente de proteína nem é viável. A pessoa se sentiria mal, não tem como fazer. Ninguém propõem isso. Mas as pessoas ouviram falar que vão perder os rins, vão perder o fígado e tem medo. Os seus amigos, parentes, maridos e esposas dizem que essa dieta é uma loucura e que ela vai se arrepender gravemente de estar fazendo isso e que sua saúde vai deteriorar. Esse medo, na minha opinião, faz com que a pessoa apresente uma espinha testa e já pense que é por causa da dieta. Você nunca teve espinhas da testa quando comia Big Mac com milk-shake? Tinha. Mas você achava que era um azar. Agora que eu não como Big Mac e não tomo milk-shake, mas como um filé com tomate, alface e aspargos, agora é por causa da dieta. As pessoas podem simplesmente ter espinha na testa. No podcast passado, nós falamos sobre cálculo renal. Se a pessoa tem cólica renal e começou a fazer uma modificação no seu estilo de vida há u mês, ela vai pensar que é dieta. Ela já teve sete cólicas renais na vida, quando ela comida pizza com cerveja. Mas aí era um “azar” ou porque a família inteira tinha cólicas renais, ou porque ela bebia pouco líquido. Mas agora que eu deixei de comer pizza com cerveja, e passei a comer camarão com catupiry e alcaparras, agora é por causa da dieta.

Rodrigo Polesso: É melhor voltar comer a pizza com cerveja.

Dr. Souto: Dá vontade de dizer isso. Quem sabe é melhor comer pizza com cerveja. Todo mundo sabe que pizza com cerveja é a melhor solução para cálculos renais. Obviamente, aquele cálculo que desceu para o uretrere e provocou uma cólica renal já estava no rim há um ano. Aquele cálculo desceu por causa do alinhamento dos planetas, o azar, o horóscopo. Obviamente, não foi o fato de você ter assumido uma dieta mais saudável que fez com que os cálculos descessem como vingança.

Rodrigo Polesso: Eu acho que uma das principais causas porque isso acontece, é que quando a pessoa começa a escutar nosso podcast, a ler seu blog, ler o EmagrecerDeVez.com, ela se motiva a começar a fazer uma alteração na alimentação de acordo com o que a ciência mostra que é o correto. Aí tem um problema. É uma coisa que não é mainstream ainda, não está na boca do povo. Então, se você começa a fazer uma dieta que é correta, mas ironicamente é completamente diferente do que a maioria da população e autoridades dizem que é correto, você acaba fazendo uma coisa que é muito diferente do que todo mundo ao redor de você vê como correto. Então, você fica com aquela pulga atrás da orelha: “Estou tentando fazer algo diferente, todo mundo ao meu redor fala que eu sou maluco, que estou fazendo coisa errada.” Com isso, você fica com aquela dúvida: “Será que vou fazer isso mesmo?” Você fica esperando a primeira coisa negativa para cair nas graças e sucumbir à pressão desse pessoal para dizer, “é mesmo, não deveria ter tentado fazer isso”.

Dr. Souto: “Todos eles tinham razão. Como eu fui louco de ter feito isso.” Por isso que o título da minha postagem é esse: “Você tem medo de que?” O medo é que está por trás disso. É preciso que cada um que está nos ouvindo estude, veja os artigos, leia o Código Emagrecer de Vez, leia o livro; para que estudando, você expurgue esses medos. No momento que a pessoa ver que existem vários artigos que mostram que não tem relação alguma entre problemas renais com a dieta, ou problemas no fígado com a dieta. Talvez o conhecimento seja a melhor forma de dominar esses medos. Às vezes a pessoa pensa, “parece que não faz mal para o fígado, mas eu morro de medo de ter um problema no fígado fazendo essa dieta.” Aí, se a pessoa tem uma cólica biliar, porque tinha uma pedra na vesícula, ela pensa que é porque mudou de dieta. Pessoal, a pedra já estava na vesícula antes da dieta ser mudada. Mas se ela tivesse uma cólica biliar antes, quando ela comida miojo, ela diria “puxa, que azar! Estou com uma pedra na vesícula.” Mas agora que ela parou de comer miojo, e come uns ovos mexidos com tomate seco, é porque mudou de dieta.

Rodrigo Polesso: Tive outro exemplo hoje. A minha mãe encontrou na rua uma senhora que morava perto da gente que morava perto da gente quando morávamos em Curitiba. Ela tem 84 anos hoje e aparentemente está com 10 quilos a menos que o normal, está bem magra. Só que o médico dela a orientou a comer carne somente uma vez durante a semana, porque ela acabou de fazer uma angioplastia. Eu fico até sem palavras para dizer como a vida de uma pessoa de 84 anos pode ficar ainda mais miserável com esse tipo de sugestão.

Dr. Souto: É complicado. Nessa mesma postagem, onde a gente fala da história do medo, tem uma parte que eu vou tentar reproduzir sem ler: a maioria das coisas que nos atinge tem um certo grau de aleatoriedade. Então, é muito comum nós vermos comentários do tipo “eu tenho uma tia que fumou a vida inteira e nunca teve nada no pulmão.” Isso não significa que fumar não aumente seu risco de ter um problema no pulmão. Da mesma forma, temos o contrário. A pessoa que sempre comeu certo, fez exercício, nunca fumou e arranja um câncer avançado. E aí vem aquela pergunta “Por que essa pessoa teve câncer?” A alegoria que eu faço é a alegoria das rifas. É como se cada um de nós nascesse com vários bilhetes de rifa para diferentes doenças. Tenho um bilhete de rifa que se for sorteado, terei doença no coração; ou eu posso ser sorteado para ter um AVC; ou sorteado para ter câncer. Todos nós temos os bilhetes. Se nós vamos ser sorteados ou não, é uma questão aleatória, depende da sorte – ou do azar, nesse caso. Quando o cara fuma, ele compra 30 bilhetes da rifa do câncer de pulmão. Ele tem 30 vezes mais vezes de ter câncer. Mas como todo mundo sabe, o cara que tem 30 rifas, não é necessariamente quem vai ganhar o sorteio. Pode ser que a pessoa que tenha um único bilhete seja o sorteado, ou comtemplado com aquela doença. É importante ter essa noção de que por mais que a gente faça tudo certo, isso não garante que nós jamais teremos uma doença. A gente tem que entrar nesse estilo de vida com um bom senso: “Vou fazer aquilo que é o melhor para mim, aquilo que a ciência mostra que tem a melhor chance de dar certo, que tem a melhor chance de me dar uma saúde vibrante, com bem-estar; de manter meu peso sem esforço”. Mas eu posso um dia ter um enfarto, assim como eu poderia ter um enfarto se eu fosse um vegetariano que nunca fumou e nunca bebeu. Assim como eu posso ser um sujeito que fuma, bebe cerveja e come pizza todos os dias e viver até os 99 anos de idade sem ter nenhum problema e morrer dormindo. A vida não é justa. O mundo não é determinista. Eu não tenho como escolher as doenças que eu vou ter. Eu só posso escolher quantos bilhetes de rifa eu vou comprar. Eu vou querer o mínimo possível dos bilhetes de rifa de câncer e doença cardíaca. Você ser sorteado com um só bilhete depende da sorte ou do azar.

Rodrigo Polesso: Acho que todos conseguirem evitar a probabilidade das coisas acontecerem, mas ninguém consegue evitar 100% ou causar 100% desses problemas. É importante ter em mente esse tipo de coisa. Muitas pessoas acabam concluindo erroneamente. “Meu vô fuma há 60 anos e até hoje até vivo e não tem câncer, então fumar não causa câncer.” Parece uma coisa meio boba da gente falar, mas muita gente leva esse tipo de raciocínio a sério. E isso é muito perigoso. As pessoas acabam tomando decisões erradas no dia-a-dia baseando-se nesse tipo de argumento fraco. Podemos então fechar a questão do “tá com medo de quê?” Se pergunte se você está nessa situação. Se você está questionando se sua espinha na testa foi algo causado pela alteração na sua dieta, provavelmente você não está confortável e seguro com a alteração que você fez. Você está tentando fazer alguma coisa porque você acha que vale a tentativa. A dica é: fique interado dos assuntos, escute os podcasts, leia os artigos, certifique-se de que tudo faça sentido para você 100% e tome decisões embasadas sobre o que você está fazendo. Com isso, você terá muito mais frieza mental para avaliar qualquer coisa que aconteça depois disso. Você terá certeza de que aquilo que você está fazendo está correto e não vai balançar a sua certeza e confiança no que você está fazendo só por causa de qualquer porcaria ou consequência mínima que possa acontecer. Isso não vai abalar sua certeza naquilo que você está fazendo. A dica é: se intere e tenha confiança plena naquilo que você está fazendo. Os fatos estão aí; é minoria das pessoas que discrimina, acredita e diz? Sim. Mas os fatos estão aí e fatos não se discutem. Fechamos essa parte da questão do medo. Espero que as pessoas sejam menos medrosas agora, esse é o ponto. Vamos partir para o segundo ponto principal que são 5 dicas não relacionadas à comida para o sucesso no emagrecimento. Vamos fazer uma discussão rápida sobre cada uma delas. Espero que seja útil para você. Se você se identificar com uma delas, ótimo, melhor ainda. A primeira dica é: não se engane com os resultados da primeira semana. Foque no objetivo. Isso é impressionante. Já falamos isso uma vez aqui no podcast. O pessoal que está seguindo o programa Código Emagrecer de Vez tem um fórum lá dentro. O pessoal vai todos os dias lá falar quanto perdeu. Na primeira semana é muito normal perder bastante peso. Tem gente que perde de 2.7 quilos até 4.9 quilos em uma semana. Eu sempre fico com o pé atrás quando isso acontece. Eu não fico animado. Eu fico receoso, principalmente quando as pessoas postam esse tipo de informação com uma maneira extremamente emotiva e feliz: “Meu Deus do céu! Isso finalmente está funcionando para mim! Eu perdi 5 quilos em uma semana! Estou tão grato!” Isso fará com que a pessoa coloque a barra alta já no começo. Se a pessoa não souber o que é o normal de se acontecer ao longo das semanas, ela vai se frustrar já na segunda semana. Por vários fatores – perda de água e etc. – essa primeira semana tipicamente será a semana que você perde mais peso ou medidas por vários fatores, e não porque você emagreceu ou porque a dieta esteja funcionando mais que o normal. A medida que as pessoas seguem as semanas, elas notam que a perda de gordura vai cair até chegar a um ritmo normal de perda de gordura. As pessoas começam, então, a comparar essa perda normal – e bem-vinda – com aquela primeira semana. Se ela começa a perder 1 quilo ou meio quilo daqui 3 ou 4 semanas, ela compara com os 5 quilos que perdeu na primeira semana e vai se frustrar, vai achar que não está mais funcionando e vai desistir. É muito importante que as pessoas quando começam um programa de emagrecimento, que elas comecem ele sabendo o que esperar. Saiba que na primeira semana você vai notar alterações mais evidentes e mais drásticas no seu peso e em como você se sente também. Mas lembre-se que você está no jogo para ganhar e o jogo não é ganho em uma semana. Você tem que focar nas semanas que seguem – nos 6 meses ou até 1 ano, dependendo de quanto peso você precisa perder. Foque no objetivo final. Foque na tendência dos seus resultados e não nos resultados pontuais de cada dia ou da semana. É muito importante focar na tendência porque isso vai te proteger contra essa frustração e ideias erradas que você pode construir na sua cabeça.

Dr. Souto: É isso aí. Eu acrescentaria o seguinte: nada contra a pessoa comemorar aquela perda grande inicial. É uma sensação boa. Nós só não queremos que a pessoa se frustre depois com a perda normal e venha fazer a famosa pergunta “o que estou fazendo de errado?” Você não está fazendo nada de errado. É assim que funciona. Tem uma perda inicial de água, glicogênio e um pouco de gordura. Depois, a pessoa já perdeu a água e glicogênio e não vai perder mais. Daí, ela continua perdendo só gordura nunca ritmo que é bem mais rápido do que a maioria das dietas tradicionais, mas que não vai ser 5 quilos em uma semana.

Rodrigo Polesso: Vou complementar falando a questão da balança. As pessoas são condicionadas a considerar a balança como único método de se medir o progresso de uma dieta ou de um programa. A balança mede o seu peso bruto. Ela não te mostra o que está realmente acontecendo dentro de você. Então, preste atenção em como você se sente, na sua clareza mental, na sua disposição e como você se sente no dia a dia. Tire medidas de vários pontos do seu corpo e considere esse um método mais eficiente e eficaz para se medir o progresso do seu programa de emagrecimento e tente não focar tanto na balança. Ela vai te enganar, já que seu peso flutua por diversos fatores durante o dia. Tente se desvincular um pouco dessa paixão tão turbulenta que as pessoas têm com a balança.

Dr. Souto: É isso aí.

Rodrigo Polesso: Então o primeiro ponto é: não se engane com os resultados de curto prazo (da primeira semana) e foque na tendência do que está acontecendo. A segunda dica não relacionada à comida para ter sucesso no emagrecimento é: assuma a responsabilidade da sua decisão de emagrecer. Muita gente me pergunta: “Eu posso comer isso?” Uma vez que você decidir fazer uma alteração na sua dieta, essa é uma decisão sua. Assuma 100% da responsabilidade e pare de pedir aprovação para outras pessoas. Entenda como tudo funciona. No Código Emagrecer de Vez tem aulas completas ensinando todas as bases, porque não quero que ninguém siga as coisas às cegas. Eu quero que as pessoas sigam as coisas porque entendem como funcionam, entendem os benefícios e por isso decidem seguir. É só assim que a gente consegue sucesso PN nessa questão. Então, entenda como tudo funciona e assuma as consequências dos seus atos. Por exemplo: no Código Emagrecer de Vez tem alimentos com cores diferentes, dependendo das fazes do processo. Os alimentos com a cor verde te dão mais chances de emagrecer mais rapidamente. Os alimentos amarelos vão moderar seu processo. Alimentos vermelhos podem frear seu processo. A pessoa já sabe disso. Mas algumas perguntam no fórum: “se eu comer um pouco dos alimentos amarelos, vou ter algum problema na primeira fase, que é a fase de alimentos verdes?” A pessoa já sabe a resposta, mas quer uma aprovação. Ela quer um abraço amigo. Ela quer um apoio extra. Ela não assumiu 100% da responsabilidade. A minha resposta é sempre assim: Você já sabe que se comer os alimentos amarelos você vai moderar o seu processo. Você vai deixa-lo mais lento. Se você já sabe disso, já sabe a resposta. Se você decidir comer alimentos da parte amarela, tenha em mente que isso não vai necessariamente te ajudar a chegar mais rápido ao seu objetivo. A responsabilidade é sua. Uma vez que você toma sua decisão, assuma a responsabilidade e pare de tentar pegar aprovação de terceiros ao seu redor.

Dr. Souto: Até porque a aprovação não muda em nada a química daquele alimento ou a resposta hormonal que seu organismo vai ter. O alimento que está no vermelho na tabela do Código Emagrecer não vai ficar verde se o Rodrigo disser “pode comer”. Ele vai continuar sendo vermelho; ele vai continuar provocando alterações adversas nos hormônios responsáveis pelo armazenamento de gordura. Então, eu concordo plenamente. A gente tem que assumir e deixar de roubar de si mesmo. Lembra quando falamos sobre o chocolate na outra semana? A pessoa pensa “eu posso comer até 60 gramas de carboidratos por dia, e vi que uma barra de chocolate tem 58 gramas de carboidrato. Então, não vou comer nenhum vegetal e vou comer só o chocolate.” A pessoa sabe no fundo que ela está roubando e que isso não vai dar certo. Não preciso nem dizer isso.

Rodrigo Polesso: É uma insegurança que as pessoas têm e a confiança no que elas estão fazendo é muito facilmente abalada. Elas precisam a toda hora de uma aprovação extra. Independentemente de você ter a aprovação, a química do alimento não vai mudar. Então, se você comer o amarelo, você vai moderar seu processo. É assim que é e não vai mudar. Assuma a responsabilidade, entenda como processo funciona e baseado nisso tome as atitudes que você quer tomar, mas assuma as consequências sem jogar a culpa para ninguém. O terceiro ponto é outra martelada: não seja mimado; tenha a cabeça aberta para mudanças. Esse é um assunto que podemos falar bastante. As pessoas às vezes são muito mimadas com os hábitos que elas seguem com o longo dos anos e não estão muito dispostas a mudar. Ou seja, elas não estão dispostas a fazer um pequeno esforço para um grande benefício. Muitas pessoas estão acostumadas a tomar bebidas bem adocicadas ou sobremesas muito doces. Quando elas começam a usar o stevia, o xilitol, ou o eritritol, que não são tão doces quanto o açúcar que você costumada comer, as pessoas começam a achar ruim. Se você colocar stevia demais, você vai sentir o gosto da stevia. Se você colocar demais, vai sentir esse gosto. Então, as pessoas começam a achar ruim: “Eu odeio isso.” Então, volte a comer o açúcar e volte a seguir o mesmo trajeto que você estava seguindo! Para que mudar, certo? A questão do café também. A pessoa está acostumada a tomar café com três quilos de açúcar – tanto açúcar no como que nem cabe café por cima. Daí a gente fala para tentar degustar um café sem adoçante, ou com leite de coco para moderar o gosto do café. Só que a pessoa é tão mimada que já vai com aquela cara de nojo para provar o café. Não é o café que é ruim. Seus hábitos que não estão alinhados ainda. Então, você pode passar por um período de adaptação. Hoje eu vi uma pessoa no fórum da Tribo Forte que disse “Nossa! Eu nem acreditava há um mês atrás que eu estaria hoje tomando café sem açúcar.” Ela costumava tomar café com açúcar, começou a colocar leite de coco no café, sem açúcar e depois tirou o leite de coco e está tomando só o café. Agora ela sente somente o gosto amargo e verdadeiro do café e se surpreendeu com isso. Esse é um exemplo de uma pessoa que não é mimada. É uma pessoa que teve a força de vontade de realmente abrir o peito, seguir em frente e fazer uma mudança de hábito necessária no seu dia a dia. Hoje ela só se arrepende de não ter começado isso antes. A mensagem é para você ter uma cabeça aberta. Você vai precisar mudar seus hábitos. Afinal, o que você vinha fazendo até agora é o responsável por sua situação no momento. Se você quer começar a ir para uma direção diferente, você precisa começar a fazer coisas diferentes.

Dr. Souto: Isso vale para tudo na vida, não é Rodrigo? Vamos pegar o sujeito que resolve parar de fumar. Ele vai ter vontade de fumar. Ele vai ficar angustiado. Mas não tem outro jeito. Para parar tem que parar. A pessoa sedentária que começa a fazer exercícios não vai começar a ficar dolorida? Vai. Eu gostei do termo “mimado”. O sujeito quer fazer uma mudança, mas essa mudança tem que ser extremamente fácil. Eu diria que quase tudo na vida que vale a pena não é extremamente fácil. Requer algum esforço. Estou gostando dessa sequência.

Rodrigo Polesso: Se eu for fazer inimizade, que seja. Mas eu acredito que eu preciso ser muito claro e direto na forma que estou dizendo, porque as pessoas que precisam ouvir isso vão absorver melhor dessa forma. A palavra “mimado” é forte o suficiente para essa questão. Ninguém gosta de ser chamado de mimado, mas é uma palavra que se aplica bem a essa questão. Então, esse ponto foi: não seja mimado; tenha a cabeça aberta para mudanças. A quarta dica é: compare o seu progresso com o seu progresso. Isso é muito importante, principalmente se você estiver num meio no qual as pessoas estão compartilhando os resultados – como no fórum da Tribo Forte, por exemplo. As pessoas começam a comentar “essa semana eu perdi tanto”. Querendo ou não, você passa o olho e começa a absorver esse tipo de informação. Daí, quando você mede seu progresso, até inconscientemente você se compara. Mas é importante ter uma sobriedade nessa hora para pensar o seguinte você precisa comparar o ponto que você está hoje com o ponto no qual você estava ontem. Não compare com sua mãe, seu irmão, seus amigos ou pessoas da internet. Cada pessoa é diferente. Se você comparar seu progresso com o seu progresso, aí sim você vai conseguir medir com eficácia a direção para qual você está seguindo. Esse é um grande motivo de frustração para muita gente, porque, como eu já disse, elas olham a pessoa que perdeu 5 quilos em uma semana e percebem que perderam 1 quilo na primeira semana e se frustram, acham que a dieta não está funcionando, que estão fazendo algo errado, que são diferentes. Acham que são as únicas pessoas no mundo que estão sofrendo injustiças. Isso acontece porque você está focando na coisa errada. Você está comparando o seu progresso com o progresso das pessoas ao seu redor que não têm absolutamente nada a ver com você. Então, espero que essa dica também seja útil.

Dr. Souto: Eu vou dar um exemplo que eu acho que é bem ilustrativo. Como qualquer intervenção, nós temos uma curva – algumas pessoas têm uma resposta excepcional e algumas têm uma resposta abaixo da média. Às vezes eu atendo uma pessoa que começou uma mudança no estilo de vida, perdeu uns 2 ou 3 quilos rapidamente e depois estacionou. Agora, está com dificuldade de perder mais. Eu sempre falo exatamente o que você falou: não adianta se comparar com o fulano que perdeu um monte de peso com essa estratégia. Vamos pensar o seguinte: na sua situação anterior, você engordava 2 ou 3 quilos por ano. Agora você perdeu três quilos, não está passando fome, pela primeira vez em muitos anos você não está fazendo dieta (no sentido de passar fome) e não está ganhando peso; pelo contrário, perdeu um pouco. Ou seja, a pessoa passa a comparar consigo mesma. Ela antes engordava 3 quilos por ano passando fome. Agora ela não engorda, e até perdeu um pouco, sem passar fome. Ela queria perder mais peso, mas às vezes não é tão simples. Às vezes temos que testar várias estratégias alternativas, fazendo um ajuste fino no plano. Pode ser que a pessoa nunca atinja aquilo que ela imaginou como perda ideal. Mas essa pergunta muita gente que me segue no blog já me viu fazer: “qual é a alternativa?” Você conhece uma alternativa melhor? Tem outro estilo de vida que vai fazer você perder mais peso com menos sofrimento e de forma duradoura? Eu não conheço. Me apresentem que eu vou colocar lá também e emparelho junto com aquilo que já proponho. O que eu conheço são métodos de fome extrema, fadiga extrema e que tem resultado não duradouro.

Rodrigo Polesso: Tudo mundo já sabe disso. Inclusive, esse ponto pode ser relacionado com a questão anterior do medo. Se a pessoa ganha 500 gramas por semana ou em 6 meses ela ganhou 5 quilos, vem se sentido mal, inchada, indisposta. Até que ela decida fazer um programa de emagrecimento correto – como Código Emagrecer de Vez – e na fase 1 ela perde 4 quilos na primeira semana, 2 quilos na segunda, 1 quilo na terceira, 500 gramas na quarta, 500 gramas na quinta… ela começa a ficar desanimada, frustrada, acha que não está funcionando, começa a ficar triste… e aí pensa que nada funciona. A pessoa fica cega e acaba ignorando todos esses benefícios gritantes que ela está colhendo todas as semanas.

Dr. Souto: O mais incrível é que “voltar atrás” não é voltar para uma situação alternativa que estava dando certo. É isso que me espanta. A pessoa diz “cheguei em um ponto que eu não perco mais peso.” Mas antes você estava ganhando! E, além disso, estava passando fome e comendo comida ruim. Agora, você está comendo comida boa, não está passando fome, não se sente privado e já perdeu uma boa quantidade de peso; gostaria de perder mais, mas só por isso desejar voltar para uma situação de ganho de peso – não dá para entender esse raciocínio. É claro que existem mecanismos psicológicos por trás disso; a pessoa está frustrada. Mas vamos raciocinar. Se formos largar o plano atual, temos que ir para outro plano. Mas não podemos voltar ao anterior, porque ele era pior! Era uma situação de privação, de comida diet e ganho progressivo de peso. Não faz sentido. Não consigo entender isso.

Rodrigo Polesso: Exato. Por isso que eu acho que esse tipo de conversa é importante. As pessoas que estão nessa situação podem ganhar uma sobriedade adicional sobre essa questão. Você tem que se perguntar se você está sentido isso mesmo ou se é somente um truque que sua cabeça está aplicando em você mesmo e vai acabar sendo a vítima nesse caso. A quarta dica das cinco é comparar seu progresso com o seu progresso. A última dessas cinco dicas, que eu acho extremamente importante, não só para emagrecimento, mas para o sucesso e felicidade é o seguinte: faça parte de um meio catalizador para seu objetivo. Rodeie-se de pessoas com o mesmo objetivo e pessoas que te deem forças para seguir em frente. Tem uma pessoa muito esperta e inteligente, acho que é o Jim Rohn (uma pessoa muito famosa que já faleceu), que disse o seguinte: você, em todos os aspectos, é uma média das cinco pessoas com as quais você mais convive; com as quais você passa a maior parte do seu tempo. Você é uma média dessas cinco pessoas. Você é uma média em felicidade, sucesso, relacionamento, disposição, corpo, boa forma. Nós, seres humanos, somos pessoas sociais e sociáveis também. Somos influenciáveis, também. Nós somos influenciados pelo meio em que estamos. Todo pai de adolescente sabe disso – por isso se preocupam tanto nessa fase. Os adolescentes são ainda mais influenciáveis e querem se adaptar para entrar em grupos. Os grupos ao redor deles têm muita influência. Mas isso não é um privilégio somente dos adolescentes, já que na questão o emagrecimento também é muito importante. Nem sua família vai te apoiar em começar um estilo de vida alimentar diferente para emagrecer. Imagina viver numa casa na qual a família acredita no oposto do que você acredita? Esse é um dos grandes segredos. Entre na Tribo Forte, entre no fórum. Lá é um meio que você sabe que 100% das pessoas lá dentro estão alinhadas com o objetivo de serem mais saudáveis, de emagrecer e ter um estilo de vida melhor. Então, se no seu trabalho você está cercado de pessoas que estão com péssimos hábitos, tirando até sarro de você por você estar comendo um bife achando que vai emagrecer, você sempre poderá ir para o aconchego desse fórum com esse grupo de pessoas que têm o mesmo objetivo. Elas vão te dar força, elas vão catalisar o seu processo. Vão acelerar seu processo. É muito importante que você filtre as pessoas com as quais você passa seu tempo, já que elas vão ter um impacto muito forte no seu progresso e em atingir seus objetivos.

Dr. Souto: Perfeito. A gente vê esse mesmo efeito quando são casais que adotam o estilo de vida juntos. É muito mais fácil do que o sujeito ter que cozinhar uma coisa para si e uma coisa diferente para os outros. Numa família, quando consegue se explicar que aquilo não é por vaidade, mas sim para a saúde de todo mundo, a gente consegue ir aos poucos mudando os hábitos dos que nos cercam para criar essa comunidade dentro de casa também.

Rodrigo Polesso: Com certeza. A influência é muito grande do meio que a gente está. Como nós falamos no começo, as pessoas acham que a dieta que você está seguindo é maluca. Se você escuta isso 20 ou 30 vezes, você começa a aceitar isso como verdade. Você fala tantas vezes uma mentira, que ela acaba se tornando verdade. A mídia sabe disso, o pessoal do marketing sabe disso. É assim que o ser humano funciona. É importante que você escute mais verdades alinhadas com seu objetivo do que essas falsas verdades – ou mentiras – ao seu redor. Dessa forma você se blinda e não aceita essas coisas como verdade para si próprio. É muito importante para você não acabar se frustrando por um motivo que não existe. Vou falar quais são as cinco dicas novamente. A primeira: não se engane com os resultados da primeira semana – ou seja, os resultados de curto prazo – e foque na tendência do longo prazo; foque no seu objetivo final. Segundo: assuma a responsabilidade da sua decisão de emagrecer. Uma vez que você tomar a decisão de fazer isso, assuma 100% da responsabilidade e da consequências dos seus atos. Terceira: não seja mimado e tenha a cabeça aberta para mudanças. Você vai chegar a uma lugar diferente e começará a fazer coisas diferentes. Quarta: compare seu progresso com o seu progresso e de ninguém mais. Finalmente, a quinta dica: faça parte de um meio catalizador. Filtre o meio em que você convive, onde você gasta maior parte do seu tempo. Com isso em mente, te convido para se tornar um membro VIP da Tribo Forte para participar do fórum e ter acesso a um portal exclusivo somente para membros. Entre em TriboForte.com.br ou clique no banner que você vê nessa página para ver com os próprios olhos a que você tem acesso. Junte-se a esse movimento grande que está crescendo a cada dia. Se o seu objetivo é emagrecer urgentemente, a gente convida você para participar do Código Emagrecer de Vez que é o programa mais novo e mais poderoso que eu conheço. Obviamente, sou suspeito de falar – mas é um poderoso programa de três fases estruturado para você seguir do começo ao fim para atingir seu peso ideal da forma correta e seguindo o que a ciência atual prega. Para isso, entre em CodigoEmagrecerDeVez.com.br se seu objetivo é emagrecer urgentemente com um método que é cientificamente comprovado. Então é isso. Espero que o programa de hoje tenha sido útil para você; que as mensagens que a gente falou tenham chegado nos ouvidos das pessoas que precisam ouvi-las. Eu quero passar a palavra para o Dr. Souto dar o tchau para vocês e aí a gente já acaba esse episódio.

Dr. Souto: Só para dar um último recado para o pessoal, já que eu tinha deixado essa pendência. O livro em português chama-se “Pegando fogo: Por que cozinhar nos tornou humanos?” De Richard Wrangham. É excelente o livro. Sensacional. Recomendo a leitura para todo mundo. Com isso, me despeço. Um abraço para os ouvintes e um abraço, Rodrigo.

Rodrigo Polesso: Magnífico. Obrigado, Dr. Souto. A gente se fala na próxima semana. Lembre-se: episódios novos todas as terças feiras. Faça desse podcast da Tribo Forte parte da sua rotina semanal. Aquele momento no qual você prioriza a saúde. Um grande abraço e até o próximo.

Dr. Souto: Até mais.

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