TRIBO FORTE #051 – ESTUPIDEZ CIENTÍFICA TEM LIMITE?

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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No Episódio De Hoje:

Neste episódio nós fomos basicamente forçados pelas circunstâncias a falar novamente sobre a má prática de ciência e pior ainda, a grande habilidade de se divulgá-la como boa.

  • “2 torradas com manteiga no café da manhã duplicam o risco de diabetes tipo 2?”, essa manchete ganhou a mídia no mundo todo.
  • Qual a verdade por trás desta manchete e o que fazer para nos proteger?
  • Alguns parágrafos de verdades que precisam ser divulgadas.
  • O que comemos na última refeição.

Espero que aproveite este episódio ?

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Referências do Episódio

Artigo na superinteressante ecoando o estudo de Harvard

Ótimo artigo no “Observer.com” sobre a má prática científica e falta de atitude na direção certa.

Artigo CNBC sobre a baixa expectativa de vida nos EUA

Matéria no DailyMail sobre os primeiros sinais de obesidade em populações do ártico.

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olha… Esse vai ser bom. Esse vai ser muito bom. Esse episódio precisa começar agora! É o episódio número 51 do podcast oficial da Tribo Forte. Será u podcast sem papas na língua. Você entenderá porque é u motivo bastante nobre. Viramos o século, como falamos no podcast passado. Estamos começando agora a segunda metade do século. Nesse episódio 51 falaremos de absurdos, de balelas criminosas e, na falta de uma palavra, de plena estupidez. O motivo de falarmos disso é nobre. Queremos proteger a nós mesmos e proteger quem nos escuta. Dr. Souto, tudo bem com você?

Dr. Souto: Tudo bem, Rodrigo. Bom dia e bom dia aos ouvintes.

Rodrigo Polesso: Bom dia a todo mundo. Estou pronto para entrar no ringue da verdade nesse podcast. Então, vamos lá, pessoal. É o seguinte. Têm várias coisas revoltantes que apareceram recentemente na mídia mundial. A gente precisa cobrir isso. A primeira coisa, que será a parte central do podcast de hoje, é a volta dos mortos-vivos. Harvard ataca novamente com o mesmo golpe que sempre se repete. Já falamos disso em alguns podcasts anteriores. A gente tinha até uma previsão… Que Harvard atacaria novamente em um tempo.

Dr. Souto: Levou um pouco menos do que o habitual, porque dessa vez eles atacaram num estudo espanhol. Não era o estudo original deles lá de Harvard. Eles conseguem falar a mesma mensagem sempre, mas, inclusive, usando estudos dos outros.

Rodrigo Polesso: Mais uma “massagem de números”. Estamos falando do estudo Predimed, que é a Prevención con Dieta Mediterránea. Na minha opinião deveria se chamar “Promoção da Dieta Mediterrânea”. Mas ele acabou gerando manchetes no mundo inteiro. Gerou manchetes no Brasil, no Reino Unido, nos Estados Unidos e etc. Basicamente, o artigo do qual lerei a manchete, foi publicado na Superinteressante, no Brasil. A manchete fala o seguinte: “Alerta Amarelo. Pão na chapa aumenta o risco de diabetes.” Se você ler só a manchete, parece que tem coisa boa aí. Vou ler uma introdução para podermos esmiuçar esse artigo. “Um time internacional de cientistas acaba de descobrir que comer duas fatias de pão com manteiga todos os dias pode duplicar o risco de diabetes em pessoas propensas a doenças cardíacas.” Aí você pode pensar, “Até que enfim estão vendo o óbvio! O consumo de carboidratos refinados, como pão, está causando problemas de diabetes!” Mas daí, par ao meu desesperado generalizado – que quase me faz perder a esperança na humanidade – eles continuam falando o seguinte: “Eles monitoraram os hábitos alimentares de mais de 3 mil pessoas e perceberam que aqueles que consumiam 12 gramas de gordura aumentaram em duas vezes as chances de terem diabetes nos quatro anos seguintes do estudo.” Ou seja, a diabetes não é causada pelo pão, mas estão demonizando a bendita manteiga que vai sobre o pão.

Dr. Souto: Sabe qual é o mais bizarro, Rodrigo? Depois vamos conversar bastante sobre o artigo científico original que deu origem a essa bobagem. Eles nem se quer avaliaram o pão. Mas a manchete fala em pão com manteiga! A manchete do Brasil é uma cópia ipsis litteris do press release em inglês. Eles não só não se deram o trabalho de investir, como só traduziram o press release.

Rodrigo Polesso: Acho que é bom começarmos a esmiuçar esse artigo. Vamos falar sobre essa informação perigosa que acabou sendo disseminada novamente. Resumindo, estão dizendo para a população mundial que se você comer, no café da manhã, o pão com manteiga, é danoso – não por causa do pão, mas por causa da manteiga. Ou seja, estão sugerindo que você retire a manteiga e não falam nada a respeito do pão. O estudo oficial, como o Dr. Souto falou, nem menciona a questão do pão. Mas quando a manchete fala de algo que todos consomem todos os dias, geram mais leitores. Acho legal começarmos a desmembrar isso aí.

Dr. Souto: Primeiramente vamos lembrar o que é o Predimed. É um estudo sobre dieta mediterrânea. Foi um estudo prospectivo e randomizado que comparou uma dieta mediterrânea versus uma dieta de baixa gordura, mostrando que o grupo da dieta de baixa gordura morria ou tinha eventos cardiovasculares 30% mais do que o grupo que comia mais gordura, que era o de dieta mediterrânea. Esse foi o estudo Predimed. Foi um ensaio clínico randomizado foram 7500 pessoas. Elas foram sorteadas para uma dieta mediterrânea para mais azeite de oliva ou uma dieta mediterrânea com mais nozes ou uma dieta de baixa gordura. A dieta de baixa gordura foi pior em todos os aspectos.

Rodrigo Polesso: A Harvard pegou e colocou um nível acima com um estudo próprio deles baseado nos questionários.

Dr. Souto: Exatamente. Quando você faz um estudo com 7500 pessoas, você coleta um monte de dados. O resultado do ensaio clínico randomizado foi publicado em 2013… Causou um “auê” na época, “Meu Deus, como a dieta de pouca gordura pode ser pior?” Eles aplicaram questionários nesse estudo perguntando o que as pessoas comiam na entra do estudo e depois uma vez por ano durante os 4 anos que o estudo levou.

Rodrigo Polesso: Uma vez por ano…

Dr. Souto: Exatamente. Uma vez por ano. Questionários com 170 e poucas perguntas diferentes sobre diversos alimentos. As pessoas tinham que responder numa escala de 1 a 9, sendo que 1 é “quase nunca” e 9 é “não sei quantas vezes por dia”. Quer dizer, era um negócio impossível de se preencher. Harvard se uniu com os pesquisadores da Predimed e resolveram fazer uma análise observacional dentro desse estudo prospectivo randomizado. Ou seja, o que falaremos hoje são resultados destes questionários, não tem nada a ver com o ensaio clínico randomizado original. As pessoas que responderam questionários estavam num ensaio clínico randomizado. Então, esse aqui é um estudo epidemiológico observacional baseado num estudo prospectivo randomizado anterior. Já na introdução do estudo eu tenho a seguinte frase: “Estudos observacionais prévios indicaram que o consumo total de gordura não está associado com diabetes tipo 2. Nenhuma associação significativa foi observada entre o consumo de gordura saturada e a incidência de diabete tipo 2 em vários estudos epidemiológicos.” Pessoal, vamos absorver o que eu acabei de dizer. Estamos lendo uma manchete que diz que a pessoa não pode comer 12 gramas de manteiga por dia porque isso vai dobrar o risco de diabetes. Mas já na introdução está bem claro que vários estudos observacionais epidemiológicos não observaram nenhuma associação epidemiológica entre o consumo de gordura total (ou gordura saturada) e a incidência de diabete tipo 2. Ou seja, esse estuo aqui é um outlier – ele é uma exceção. Ele vai contra o corpo até mesmo da literatura observacional, não de ensaios clínicos. Continuando… “Essas pessoas responderam questionários quando entraram no estudo e depois uma vez por ano. 137 itens alimentares com 9 graus de incrementos de quantidades.” Vamos ver o resultado. Isso aqui é importante. No momento em que as pessoas entraram no estudo e ainda não haviam sido randomizadas… Elas estavam vindo da comunidade comendo as aquelas coisas gostosas que se comem na Espanha. Aí responderam o seguinte: “Participantes com um consumo maior de gordura total tinham níveis menores de glicose no sangue, um consumo menor de calorias ao todo e um consumo maior de todos os tipos de gordura.” Isso aqui poderia ser uma manchete, não acha, Rodrigo?

Rodrigo Polesso: Com certeza.

Dr. Souto: Pessoas que consomem mais gordura têm níveis menores de glicose no sangue e consomem menos calorias.

Rodrigo Polesso: Faz sentido o que vemos.

Dr. Souto: Por que não foi manchete? Vem do mesmo estudo. Se é verdade o que estão dizendo, que a manteiga causa diabetes, por que não é verdade isso aqui que está vindo do mesmo estudo? Agora vem aquela coisa que a gente sempre fala. É bom repetir porque as pessoas vão guardando e aprendendo e conseguem argumentar com outras pessoas: “Os participantes com maior consumo de gordura saturada e com maior consumo de gordura trans tinham maior probabilidade de ser fumantes, menos fisicamente ativos e consumirem menos fibras e vegetais.” É o que a gente sempre fala. Numa sociedade onde as diretrizes mandam comer pouca gordura, quem é que come bastante gordura? É quem não dá bola para as diretrizes, não usa cinto de segurança, não usa capacete, fuma, não se exercita. É o mesmo problema de todos os estudos observacionais. Vamos ver mais adiante. No baseline (momento em que as pessoas entraram no estudo), o consumo de gorduras saturadas e de todo tipo de gordura animal não era significativamente associado com risco de diabetes tipo 2.” O estudo está dizendo que quando as pessoas começaram a entrar no estudo, quem consumia mais gordura saturada e gordura animal em geral não tinha um risco maior de diabetes. No entanto, quando começaram a analisar os updates anuais… Essas pessoas, uma vez por ano, responderam os questionários todos de novo… Aí começou a aparecer um risco maior de diabetes naqueles que consumiam mais gordura saturada. Então, a pergunta que eu faço é a seguinte, Rodrigo: será que a gordura mudou depois que elas entraram no estudo? A gordura saturada não fazia mal antes de elas entrarem no estudo. Mas depois que elas entraram no estudo, magicamente essa gordura saturada começou a fazer mal e causar diabetes.

Rodrigo Polesso: Sim, exatamente.

Dr. Souto: Faz sentido isso? É claro que não, né? O que será que poderia explicar isso? Vamos ver. Isso é fantástico. “Numa análise estratificada, cada 5% do aumento do consumo energético na forma de ácido linoleico…” Ácido linoleico é óleo vegetal, óleo de soja, óleo de arroz, óleo de milho, óleo de canola… É o omega-6. “Numa análise estratificada, cada 5% do aumento do consumo energético na forma de ácido linoleico foi significativamente associado com um risco maior de diabete tipo 2 no grupo da dieta mediterrânea.” Então, a manchete poderia ser a seguinte: “Quanto mais óleo refinado, mais diabetes”.

Rodrigo Polesso: Com certeza.

Dr. Souto: No mesmo estudo da onde saiu essa manchete da manteiga, está escrito que consumir óleos refinados (ômega-6, ou seja, óleo de soja, canola, milho) aumenta o risco de diabetes. Mas muito interessante… Aumenta só no grupo que tinha sido originalmente randomizado para a dieta mediterrânea. Guardem essa informação que vamos voltar para ela. Só para dizer o seguinte… Tem uma série de resultados – muitos deles contraditórios entre si – mas a manchete é: “Não coma pão com manteiga”. O pão nem foi avaliado nesse estudo. E tem um monte de outras coisas que no press release não constam. Agora vamos na discussão do estudo. “O consumo de manteiga e queijo – que são fontes alimentares riscas em ácidos graxos saturados estava associado com o aumento de incidência de diabetes tipo 2, enquanto que o consumo de iogurte não desnatado (integral, com gordura) foi associado com uma redução da incidência de diabetes.” Vamos pausar um pouco e pensar. Iogurte, queijo e manteiga são diferentes formulações culinárias para consumir gordura do leite. Vem tudo do mesmo leite. É a mesma gordura.

Rodrigo Polesso: Eles falam que a manteiga e o queijo foi associado com diabetes. Então como vocês explicam o paradoxo francês? Ah, vocês não explicam! Por isso que se chama “paradoxo”.

Dr. Souto: Exatamente. Mas esse aqui é a mãe de todos os paradoxos.

Rodrigo Polesso: É deles mesmos… Dissonância cognitiva.

Dr. Souto: “O iogurte integral com gordura protege contra o diabetes, já o queijo e a manteiga não protege contra o diabetes.” Qualquer pessoa racional diria, “Evidentemente o problema não pode ser a gordura. Porque ela está presente em tudo.” Então, o que é o mais provável? Devem ter fatores de confusão envolvidos. É um estudo epidemiológico. Quem consumia mais gordura saturada fumava mais, então o problema é o fumar mais, e não a gordura. No zeitgeist (espírito do tempo) predominante, iogurte é considerado uma coisa saudável. Então, as pessoas que consomem iogurte são as mesmas que fazem meditação transcendental, andam de bicicleta, acendem incenso, usam cinto de segurança…

Rodrigo Polesso: Comem verdura, também.

Dr. Souto: É evidente que não é gordura o problema. Mas olha a frase que vem agora: “Estes achados sugerem que acha um papel potencial diferencial das gorduras saturadas no risco de diabetes tipo 2 dependendo da matriz alimentar nas quais elas são consumidas.” Meu Deus, isso é quase poesia! Eles estão querendo dizer o seguinte: “Não conseguimos explicar porque uma coisa com gordura do leite faz mal e outra coisa com gordura do leite faz bem. Por outro lado, não aceitamos dizer que nossos métodos são inválidos e que isso é tudo uma bobagem, porque é baseado em questionários e cheio de vieses. Se a gordura for consumida no contexto do queijo, ela não é boa. Mas se ela for consumida numa matriz alimentar diferente (iogurte), aí ela faz bem.” Vamos dizer que compramos esse argumento. Agora vou ler outra parte. “Além disso, nós observamos um risco aumentado de diabetes tipo 2 para as pessoas que consomem mais ácidos graxos poliinsaturados (óleos vegetais) apenas no grupo da dieta mediterrânea.” Qual é a explicação que poderíamos dar para isso? Eu vou colocar para vocês o evidente. O grupo da dieta mediterrânea foi orientado a consumir mais azeite de oliva e não óleo de soja, ou de milho. Então, as pessoas que foram sorteadas para a dieta mediterrânea e, mesmo assim, em vez de usarem azeite de oliva, resolviam usar óleo de soja, são pessoas que não seguem as orientações. Mas aí eles dizem, “Isso pode refletir num viés potencial de conformidade. Aqueles participantes que tinham maior conformidade (aumentaram os monoinsaturados, como azeite de oliva e nozes) e portanto diminuíram as outras gorduras, provavelmente tinham um risco menor de diabetes tipo 2.” Olha que fantástico. Quando é um óleo que eles acham que é bom, mas mostra associação com diabetes, eles dizem que as pessoas que não seguem as orientações são as que têm uma tendência maior de ter problemas. Mas quando é a gordura que eles acham que faz mal (manteiga e queijo), em vez de usarem a mesma explicação… Sim, é evidente, tinha um grupo com dieta mediterrânea… Era para comer gordura de azeite de oliva… O outro grupo, do low fat, eram para comer gordura de coisa nenhuma… No entanto, as pessoas que estavam comendo queijo e manteiga, estavam desobedecendo as ordens… Então, são pessoas diferentes, que acabam tendo um risco maior porque se metem em todo tipo de comportamento de risco. Não! Lá nas gorduras que eles acreditam (queijo, iogurte) o problema é a matriz alimentar. Então, se a gordura está no contexto do iogurte, ela pode fazer bem, mas se a mesma gordura está no contexto da manteiga, faz mal. Mas eu poderia dizer isso também nessa parte. As pessoas que consumiram mais óleo de soja tiveram mais diabetes… Mas daí eles não dizem que é a questão do contexto alimentar. Falam que é porque não estavam seguindo as regras. Tem mais uma aqui. “Considerando o desenho do estudo e as diferenças do que se observou no baseline e aquilo que se observou nos acompanhamentos anuais, nós não podemos descartar um viés potencial daqueles participantes que se conformavam mais com as orientações e que eram mais conscientes das suas saúdes. Portanto, eles obtiveram mudanças dietéticas maiores e, como resultado, tiveram desfechos melhores.” Eles estão basicamente dizendo o motivo pelo qual toda essa análise deles é inválida. Está na discussão do artigo. Um pouco mais adiante eles dizem que, “No Women’s Health Initiative (o maior ensaio clínico randomizado feito na história dos estudos dietéticos) reduzir as gorduras saturadas não produziu redução de diabetes tipo 2, depois de um follow up de 8,1 anos.” Podia parar aqui, botas o chapéu na cabeça e ir embora! O que eles estão dizendo, basicamente, é: “A gente já sabe que a gordura saturada não tem relação com diabetes. Já tem o maior ensaio clínico da história da humanidade mostrando isso.” Então, se um estudo observacional como esse mostra algo diferente… O problema é do estudo. O fato de que no iogurte protegeu e na manteiga prejudicou mostra que não tem nenhum sentido; não tem lógica.

Rodrigo Polesso: Não podemos nos esquecer que eles fizeram esse estudo já querendo provar um ponto desde o início. Como nota adicional sobre esse estudo de Harvard, podemos ver que entre os patrocinadores desse estudo estão empresas como Patrimonio Comunal Olivarero, (que é obviamente interessado em azeite de oliva), tem a marca de azeite de oliva Hojiblanca S.A., tem California Walnut Commission (uma comissão de nozes da Califórnia), tem Borges S.A., que é uma empresa de culinária mediterrânea e La Morella Nuts, que é de nozes. Todos esses estão interessados em provar que a dieta mediterrânea faz sentido. Então, podemos ver tendencionismo em todos aspectos desse estudo, desde o começo até o final.

Dr. Souto: Um detalhe interessante é o seguinte. Todo mundo que estuda nutrição e se interessa elo assunto sabe que, especificamente, as gorduras do laticínios, mais do que quaisquer outras, estão inversamente relacionadas com as chances de se desenvolver diabetes. Então, esse estudo aqui é um outlier total. Olha que interessante… Eles comentam isso na discussão. Vou ler para vocês. “Os resultados deste estudo e de achados prévios do Predimed sugerem que laticínios são inversamente associados com diabetes tipo 2. Estudos individuais e metanálises têm mostrado que biomarcadores de alto consumo de laticínios são inversamente associados com o risco de diabetes tipo 2. Nós encontramos que a manteiga e o queijo estavam associados com o aumento do risco de diabetes tipo 2, enquanto que o consumo de iogurte integral estava associado com uma diminuição. Embora o consumo de queijo estava inversamente associado com o consumo de diabetes em alguns estudos, nem todos concordam.” Eles citam vários que concordam e um que não concordam. Aí vem a parte espetacular. Se segurem na cadeira. “Embora nós não tenhamos conseguido diferenciar entre os diferentes tipos de queiro consumidos, o consumo de queijo normalmente é combinado com o consumo de carboidratos refinados. E isso pode explicar o aumento de diabetes tipo 2.” Eles já estão fazendo meu trabalho e o seu, Rodrigo. Quem lê a discussão do estudo… Está tudo ali. O que mostra que o jornalista que escreveu isso em inglês e o brasileiro que depois traduziu não leram o estudo original.

Rodrigo Polesso: Não, porque isso não daria manchete.

Dr. Souto: Tem mais. “Uma associação inversa entre manteiga e diabete tipo 2 foi recentemente relatada. Foi previamente observado que substituir azeite de oliva por manteiga é benéfico na prevenção do diabetes tipo 2.” Essa última referência que mostra que a manteiga é mais benéfica em prevenir o diabetes do que o azeite de oliva é do mesmo Frank Hu de Harvard que assina o estudo atual. Então, está todo mundo louco. Isso mostra que esse estudo é um outlier total. Eles deveriam ter deixado isso muito claro: “É um estudo que vai contra toda a literatura. Tem uma série de inconsistências internas dentro do próprio estudo.” Mas tem mais, Rodrigo. “Nós não encontramos nenhuma associação significativa entre carne vermelha, carne processada e diabete tipo 2 nesse estudo.” Por que isso não é a manchete? A manchete poderia ser: “Pode comer seu churrasco e seu bacon à vontade. Não há associação entre o risco de diabetes e o consumo de carnes processadas ou carne vermelha.”

Rodrigo Polesso: Não é isso que Harvard acredita, então não é isso que vai virar manchete.

Dr. Souto: O que eu quero dizer é o seguinte. Se as pessoas acreditam que não podem comer 12 gramas de manteiga por dia porque isso caminha para o diabetes, as mesmas pessoas têm que acreditar que, em compensação, carne processada pode comer. É incrível. Tem mais.

Rodrigo Polesso: Vamos lá.

Dr. Souto: “Finalmente, não se encontrou nenhuma associação entre o consumo de gordura trans e diabete tipo 2.” Quem sabe uma manchete assim: “Gordura trans não é tão ruim quanto a gente imaginava.” Obviamente, todos nós sabemos que gordura trans é ruim. Isso já está demonstrado em ensaios clínicos randomizados. Mas a questão é: se eu vou acreditar que a manteiga faz mal, eu também tenho que acreditar que a gordura trans não faz mal. O nível de evidência é o mesmo. É o mesmo estudo observacional. Pelo mesmo motivo pelo qual eu não vou achar que gordura trans não faz mal (porque é estudo observacional lixo), eu também não vou acreditar que a manteiga faz bem porque tem vários estudos observacionais que mostram uma relação inversa entre o consumo de manteiga e diabetes (ou seja, quanto mais manteiga menos diabete). E tem ensaio clínico randomizado já mostrando isso. Por fim, eu tinha que falar… Estava falando na minha garganta. É o topo da página 11, à direita. “Dado que essas análises foram conduzidas no contexto de um ensaio clínico e devido ao fato de que a maior parte dos países desenvolvidos têm diretrizes nutricionais que recomendam a redução de gorduras saturadas há décadas, nós reconhecemos que é difícil separar o fato de que as pessoas que se preocupam com suas saúdes evitam a gordura saturada dos efeitos do consumo da gordura saturada propriamente dita sobre o diabetes.” Esse parágrafo que eu acabei de ler é exatamente o que eu penso. É a mesma coisa que o Rodrigo pensa e é o que sempre falamos aqui. Cadê isso nas notícias de jornal? Cadê isso na Superinteressante? A Superinteressante me afirma que comer duas fatias de pão com manteiga por dia aumenta (implicando causa e efeito)… Ela está dizendo que a intervenção (consumir duas fatias de pão com manteiga) aumenta o risco de desenvolver diabetes em duas vezes. Implicam causa e efeito. O estudo é observacional, não estabelece causa e efeito. O estudo nem fala em pão. E o mesmo estudo diz que se eu consumir mais óleos vegetais eu também aumento o risco de diabetes. O mesmo estudo diz que gordura trans não tem problema. O mesmo estudo diz que carne processada não tem problema. Ou seja, o estudo é cheio de inconsistências. É o exemplo que acontece quando fazemos um negócio chamado “pescaria de significância”. Eu tenho um banco de dados gigantesco. Imagine 3 mil e não sei quantos pacientes com dados anotados por 4 anos. É um Excel gigantesco. Ali eu começo a fazer todos os tipos de correlação estatística. É como se eu pegasse uma rede de pesca, passasse no mar e recolhesse tudo o que caísse na rede. Aí eu falasse, “Achei uma significância estatística.” Até eu achar uma significância estatística que vai de acordo com aquilo que eu penso. “Eu acredito que manteiga faz mal. Eu achei 47 coisas estatisticamente significativas.” Mas várias delas são absurdas, do tipo “gordura trans não faz mal”. Mas daí eu encontro que “manteiga faz mal”. E isso vai gerar artigos e manchetes de jornal. Aí o estatístico chega e fala, “Doutor, tem um detalhe. O iogurte faz bem.” “A gente bota da manchete que manteiga faz mal. É isso que importa.” Se eu fizer 100 testes estatísticos, por acaso, eu vou achar 5 correlações estatisticamente significativas. Não que elas correspondam a alguma coisa no mundo real. É por puro acaso. Uma delas resulta que tinha a ver com o queijo e manteiga. Quando são coisas que vão contra o que eles pensam, eles explicam que era o viés do usuário sadio. Quando é uma coisa que vai de acordo com o que eles pensam, eles falam que a manteiga e gordura saturada faz mal.

Rodrigo Polesso: É de novo aquela questão da prática da má ciência. Resumindo tudo isso, vemos que saíram manchetes no mundo inteiro. As manchetes são bem parecidas. Falam sobre comer duas fatias de pão com manteiga de manhã e isso dobrar as chances de diabetes tipo 2. Mas vimos que a origem dessa informação… E o próprio estudo que desmiuçamos aqui… Ele mesmo reconhece todas as inconsistências que ele tem. Ou seja, a mensagem disso tudo não é essa, mas essa foi a mensagem passada. Inclusive, o que nos deixa até mais triste, é que não somente revistas como a Superinteressante e Daily Mail no Reino Unido que ecoaram essa informação. Foram também sites voltados aos diabéticos. Eles estão propagando essa notícia. O EveryDayDiabetes.com falou a mesma coisa… Que duas torradas com manteiga vão dobrar o risco de diabetes tipo 2, segundo um estudo de Harvard. As pessoas que precisam dessa informação também estão recendo a informação errada. Por isso que, na minha opinião, isso é criminoso. O próprio estudo reconhece as falhas. E a punchline do estudo não é essa que foi disseminada como sendo a conclusão do estudo. É uma balela perigosa e criminosa ao mesmo tempo.

Dr. Souto: Eu fico realmente indignado porque é mais do mesmo. É mais um estudo epidemiológico com o viés de sempre dos autores de Harvard. Isso nem deveria ter sido publicado em uma revista importante. Na realidade, é mais do mesmo. Já têm ensaios clínicos randomizados que já encerraram o assunto. Já sabemos que a gordura na dieta não tem nenhuma relação com isso. No entanto, a manchete é uma coisa completamente esquizofrênica. Quem lê essa manchete não consegue entender que isso que eu acabei de ler para vocês é a origem daquela manchete. Na realidade, são coisas desconectadas. A pessoa tem uma crença… Crença no sentido místico, religioso… Fé numa determinada coisa… Aí ela pega um estudo que tem, entre várias observações contra-intuitivas e esquisitas sobre a manteiga e aquilo vira uma manchete internacional, traduzida para todas as línguas.

Rodrigo Polesso: Ainda conectado com esse assunto, temos um artigo espetacular escrito pelo Pete Ross no Oberserver.com. Vou colocar o link para vocês. Fiz questão de traduzir alguns parágrafos desse estudo que acho que vocês vão adorar saber o que ele está dizendo. Eu assino embaixo, com certeza. Dá para ver que ele está meio nervoso, como estamos aqui. Vou ler alguns parágrafos aqui para você captar a ideia do que está acontecendo no mundo da nutrição. Ele fala: “Este ano marca o aniversário de 15 anos do artigo do Gay Taubes no New York Times expondo a pesquisa fraudulenta do Ancel Keys, que mostrava que gordura saturada entupiam artérias e causavam ataques cardíacos. Nós descobrimos, desde então, que grande parte das pesquisas condenando as gorduras saturadas e gorduras no geral foram, na verdade, bancadas pela indústria do açúcar e produtores de cereais que estavam tentando tirar essa conversa do dia a dia das pessoas. Pesquisas feitas nos últimos 30 anos revelam que não existe evidência de que o consumo de gordura saturadas causa ataque cardíaco ou enfartos e o papel do colesterol é muito mais complexo do que nos fizeram acreditar. Na verdade, mesmo com o protesto constante de nutricionistas e autoridades do governo, as pesquisas mostram que dietas low carb são significativamente mais eficazes do que as dietas low fat (baixas em gordura). E ainda, as diretrizes e recomendações do governo mudaram muito pouco depois disso. Muitas das pesquisas que estão ocorrendo agora estão deixando a água ainda mais turva. Por exemplo: nós frequentemente ouvimos que carne vermelha faz mal. Mas ela é, quase sempre, estudada com carnes processadas e os resultados são extrapolados para ambas. Olhem para qualquer estudo assim e eles dizem, ‘Carnes vermelhas e carnes processadas’. Em que planeta faria sentido considerar um pedaço de salame curado com nitratos e outros preservativos como estando na mesma categoria do que um bife natural de gado de pasto? São duas carnes completamente diferentes, mas que são consideradas equivalentes na maioria dos estudos. Isso sem mencionar o número de estudos que se baseiam em dietas autoreportadas pelas pessoas, o que é tão impreciso a ponto de ser inútil. Confiar em alguém para medir seus hábitos alimentares ao longo de meses sem que se mascare os números para que se pareçam mais saudáveis é ridiculamente inadequado e um desperdício de dinheiro. Não é por nada que a população geral e qualquer pessoa que tenha pesquisado e lido um pouco têm problemas em confiar em diretrizes de saúde. Quem poderia esquecer do final de 2015, quando a Organização Mundial da Saúde anunciou que bacon e outras carnes processadas seriam categorizadas como cancerígenos nível 1, na mesma categoria dos cigarros. A notícia imediatamente tomou conta da mídia de que bacon era tão ruim quanto cigarros, quando, na realidade, o que foi mostrado foi que o consumo de 50 gramas de bacon por dia supostamente aumentaria o risco absoluto de câncer em 0,01%. 30 anos atrás se o USDA, o AVA ou o AMA nos dissessem que algo era ruim para nós, nós provavelmente pararíamos de comer tal coisa. Você não iria questionar, porque eles tinham credibilidade e anos de estudo. Seria simplesmente muito problemático, para uma pessoa comum do dia a dia achar as informações necessárias. Agora, graças à internet, todas as informações necessárias estão disponíveis para qualquer um que queria vê-la. Nós não precisamos mais acreditar cegamente nas figuras de autoridade. Podemos ver e avaliar as informações nós mesmos e fazer as perguntas certas.” Olha que obra de arte, Dr. Souto.

Dr. Souto: Espetacular o artigo. Como você disse, está claro que ele escreveu bravo, irritado. Mas às vezes a gente se irrita mesmo. O Taubes deu o pontapé inicial nesse movimento há 15 anos. Um bebe que tivesse nascido naquela época já seria um homem de 1 metro e 70. Mas nós ainda estamos discutindo essa coisa ridícula… “A manteiga pode aumentar o risco de diabetes”… Quando tem ensaio clínico randomizado mostrando que não tem relação. Essa hipótese lipídica da doença cardiovascular – e para o pessoal de Harvard a hipótese lipídica de todas as doenças – parece aquela galinha que já perdeu a cabeça, era para estar morta, mas continua correndo. Incrível.

Rodrigo Polesso: Tem outra notícia que quero mencionar para começarmos a fechar o podcast. É uma notícia que saiu dia 22. Saiu na CNBC.com que a expectativa de vida nos Estados Unidos é baixa comparada com outros países. Agora eles projetaram que ela estará comparável com a expectativa de vida do México em 2030. Eles já têm uma média baixa comparados com os países desenvolvidos e ficará comparável a do México, que é um país bem inferior ao Estados Unidos em muitos aspectos em 2030. Está indo ladeira abaixo. Outra notícia que é legal a gente falar saiu no DailyMail.co.uk. “Os primeiros sinais de obesidade nas pessoas do ártico foram descobertos depois que essas tribos remotas são expostas aos macarrões instantâneos, açúcar e etc.. Muitas dessas tribos estão começando a poder ter acesso a esses carboidratos refinados. Pela primeira vez na história dessas populações, eles estão vendo os primeiros sinais de obesidade. Lembrando que eles têm uma dieta muito alta em gordura. Mas os primeiros sinais de obesidade estão acontecendo agora quando eles começam a se alimentar de carboidratos refinados que é, basicamente, a mesma comparação da manteiga e do pão.

Dr. Souto: Exatamente. Quem tiver curiosidade, está disponível na íntegra gratuitamente na internet o livro Nutrition and Physical Degeneration do Weston Price. Já conversamos sobre ele no podcast. É um dentista que escreveu esse livro nos anos 30. Ele percorreu o mundo avaliando tribos e povos que viviam numa situação pré-agricultura, ou com agriculturas muito incipientes… Enfim, com dietas tradicionais pré-industriais… Mostrando que essas pessoas tinham grande saúde dos dentes. Esse era o interesse dele, já que era dentista. Mas ele observou também saúde em todos os outros aspectos. As mesmas etnias quando migravam para as capitais ou eram aculturadas pelo colonizador começavam a desenvolver todas as doenças da civilização. O que está se vendo nesses povos do ártico, que foi relatado na notícia do jornal é um exemplo no século XXI daquilo que no início do século XX está maravilhosamente relatado no livro do Weston Price. As evidências existem de sobra. Elas estão relatadas no passado, quando existiam mais povos não aculturados do que hoje. Mas ainda tem esse último para adoecer entrando em contato com a dieta do colonizador.

Rodrigo Polesso: Exato. Vamos falar o que comemos na última refeição. Vou começar para dar um tempo para você pensar. No último almoço eu degustei um salmão feito no óleo de coco com um pouco de kimchi. Um pouco de picles… O picles era pepino em conserva, mas não eram em conserva, era fermentado. É difícil de achar. Se você for no mercado e procurar por picles, você achará um picles que não está na parte refrigerada. Ele está naquele vidro e nos ingredientes contém vinagre, ou seja, esse não é u probiótico; não é fermentado naturalmente. O que eu tenho comprado aqui agora é uma jarra de picles que é fermentado naturalmente, assim como o chucrute, o kimchi. Ele tem uma aparência horrível, na minha opinião, porque é um jarro nebuloso, assim como qualquer fermentado. Mas o gosto é idêntico ao que você compra em conserva, sem aquele azedo exagerado do vinagre. Ele é um fermentado rico em probiótico. Eu tenho o comprado e tenho gostado bastante, apesar da aparência ser ruim. Comi isso, com kimchi e uma salada de azeite de oliva do lado. Isso foi meu almoço e manteve meu apetite regulado por horas e horas a fio. Diga lá, Dr. Souto.

Dr. Souto: Pensando na combinação de pepinos com kimchi, eu começo a achar o jejum intermitente muito atraente.

Rodrigo Polesso: É um gosto adquirido, inclusive por mim mesmo. Eu tive que me forçar a comprar esse picles de tão feio que é esse jarro.

Dr. Souto: Ontem à noite eu fiz um bolo que tem no meu blog, que se faz na caneca. A diferença é que, em vez de usar coco ralado, eu usei um amendoim que eu moi na hora do moedor de café. Ele fica parecendo um pão. É muito fácil de se fazer. Quem botar no Google, “Souto dieta bolinho” vai encontrar. É só substituir o coco por amendoim. Comi aquilo porque cheguei tarde em casa. É rápido. Em 5 minutos está pronto. Essa foi a última coisa que eu comi, Rodrigo. Estamos gravando a 20 para 1 da tarde e eu não tomei café da manhã.

Rodrigo Polesso: Está ótimo. Vamos fechando esse podcast de hoje. Peço que vocês ajudem a espalhar essa informação. É mais um exemplo de má ciência e do perigo que algumas manchetes podem causar na população. Eu acho que é uma causa nobre para espalharmos. Espero que tenha sido útil para você. Espero que possamos fazer nosso papel, que é trazer informações atualizadas para proteger as pessoas que nos seguem das balelas e tentar colocar racionalidade em tudo isso. E realmente disseminar o que precisa ser ouvido. Com isso, Dr. Souto, agradeço pelo seu tempo. Quem quiser entrar na Tribo Forte, te convido a participar e ser um assinante. Tem muita coisa boa. Você pode pegar todas as informações em TriboForte.com.br. Faça parte dessa família e desse estilo de vida. Dr. Souto, obrigado. Nos vemos na próxima semana.

Dr. Souto: Obrigado. Obrigado aos ouvintes. E aproveitem o feriado.

Rodrigo Polesso: É isso aí. Até mais.

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