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No Episódio De Hoje:
Neste podcast falamos sobre como aumentar suas chances de manter o peso perdido depois do emagrecimento:
- Falamos bastante sobre o papel do exercício físico nisso tudo.
- Informações de alerta sobre o consumo de soja, proteína de soja, etc.
- O que comemos na última refeição.
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Ouça o Episódio De Hoje:
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Referências
Artigo no Jornal Obesity Sobre o Programa “The Biggest Loser”
Artigo no Jornal The New York Times Sobre o Programa “The Biggest Loser”
Caso de Sucesso do Fagner
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: Olá. Bem-vindo para você. Você está ouvindo o podcast número 87 aqui da Tribo Forte. Bem-vindo a mais esse episódio. Eu sou o Rodrigo Polesso e esse é o podcast número 1 do Brasil em saúde. Estou aqui com o Dr. Souto novamente. Tudo bem, Dr. Souto?
Dr. Souto: Tudo bom, Rodrigo? Boa tarde e boa tarde aos ouvintes.
Rodrigo Polesso: Tudo ótimo. Hoje a gente vai tratar de dois assuntos principais aqui. O primeiro é o “segredo” para manter o peso perdido, segundo um novo estudo. A gente vai ver um pouco mais sobre os detalhes… Sobre essa questão aí. E também falar um pouco sobre soja, mais no final. Mostrar um caso de sucesso… Bacana… De emagrecimento. Para finalizar, contar o que a gente comeu na última refeição. Maravilha. Acho que, para começar, vamos tratar do principal assunto de hoje, que é essa questão do “segredo”. O tema é exercício físico. Tem um estudo novo publicado agora no dia 30 de outubro no jornal Obesity. É um estudo que vem… É um follow-up de um estudo mais antigo que foi feito com os participantes do “The Biggest Loser” – aquele programa americano que pega pessoas bem acima do peso, faz com que elas comam muito pouco, cortem calorias, se exercitem muito rigorosamente. É uma competição para ver quem perde mais peso dentro de seis meses. No passado teve um estudo… O Dr. Souto pode falar um pouco mais de detalhes também. Já teve um estudo sobre isso. A maioria dessas pessoas reganha o peso perdido ao longo do tempo, e algumas ganham ainda mais. Teve esse estudo no passado e agora eles pegaram e fizeram um novo estudo… Uma sequência desse estudo aqui focando em pessoas que conseguiram manter o peso depois desse período todo. Esse estudo em particular foi com 14 participantes. Tem um artigo no New York Times, inclusive, referente a esse estudo, que fala que, na média, aquelas pessoas que conseguiram manter uma perda de peso significativa praticam… Em média… 80 minutos de atividade moderada por dia… Atividade física, como caminhar (eles colocam aqui). Ou 35 minutos por dia de exercício rigoroso, como correr. Ai a Henna Wing, que é Professora de psiquiatria na Brown Universitiy comenta. “Esses achados são importantes.” Ela continua. “A quantidade de comida dessas pessoas durante do programa foi a chave determinante da perda de peso inicial – a quantidade de comida ingerida. Porém, a atividade física foi a chave para a manutenção do peso perdido.” A minha pergunta já ficaria já de começo. Será que essa é realmente uma conclusão definitiva baseado nesse estudo? É um estudo associativo, com muita pouca gente. Ela diz que, para perder peso no começo, a comida é mais importante, mas a chave para manter o peso seria somente com a atividade física. Uma explicação mais interessante que eu acho que é legal de contar para pessoal aqui nesse ponto é a respeito do metabolismo dessas pessoas. Eles dizem nesse artigo. “Uma consequência da perda de peso dos participantes desse programa (“The Biggest Loser”) foi uma desaceleração forte do metabolismo. Os participantes estavam queimando 500 calorias a menos por dia do que é esperado para uma pessoa do mesmo peso no lugar deles. Os seus corpos estavam lutando contra a perda de peso.” Tudo isso está escrito no artigo. Aqueles que conseguiram manter o peso perdido, estavam contrabalanceando a queda do metabolismo com atividade física, diz o Dr. Kein Hall, que foi quem liderou esse estudo. Durante a perda de peso inicial, a equação era diferente. Neste período a diferença entre quanto peso os participantes perdiam foi explicada pelo número de calorias que eles cortaram da dieta. A quantidade de exercícios não definiu quem perdeu mais ou menos nesse período.” Dr. Souto, acho que essa mensagem é importante de passar. O impacto do exercício como estratégia para emagrecimento inicial.
Dr. Souto: Exatamente. O estudo original do Kevin Hall que saiu… Não me lembro se foi no início desse ano ou no ano passado… Com esses participantes da primeira temporada do Biggest Loser… Foi um estudo que chamou muita atenção porque ele provou… Foi mais um estudo que mostrou que a pessoa que perde uma quantidade significativa de peso… Pacientes muito obesos que perdem muito peso passam a ter um metabolismo bem mais lento. Não assim aquele negócio que a gente diz… “O metabolismo é lento”. Não. Medido… Mensurado mesmo é como você disse. De 500 até 700 calorias a menos por dia essas pessoas queimam. Para vocês entenderem… Imagine assim. A pessoa que tem 80 quilos. Mas que sempre pesou 80 quilos. É o peso normal dela. E uma outra pessoa que pesava 140 emagreceu e ficou com 80. As duas pessoas são da mesma idade, mesmo sexo, mesma altura. Essa pessoa que agora está com 80 quilos, mas que pesava 140… Ela tem que comer 500 calorias a menos só para manter o peso do que a outra que sempre pesou 80 e nunca pesou 140. Não sei se foi claro. Na realidade, o metabolismo basal dessas pessoas que foram obesas e perderam esse peso todo é um metabolismo mais lento – o que dá realmente a ideia de que o corpo está resistindo à perda de peso e tentando ganhar esse peso de volta.
Rodrigo Polesso: Dr. Souto, posso colocar uma pergunta aqui?
Dr. Souto: Vamos ver se não é o que eu vou te dizer, Rodrigo. O que a gente não sabe é se isso é verdade para todos os tipos de perda de peso ou se isso é verdade para quem perde peso do jeito “errado”. Ou seja, quem perde peso passando fome, se matando – que é o caso dessas pessoas do Biggest Loser. Eu gostaria muito de poder ver… Que o Dr. Kevin Hall pudesse medir o que acontece com o metabolismo das pessoas que perderam quantidades equivalentes de peso, mas comendo comida de verdade, fazendo low carb, por exemplo.
Rodrigo Polesso: Exato. Acho que essa pergunta é a grande pergunta. A gente sabe. Há muito tempo a gente fala que pessoas que perdem muito peso se sacrificando, comendo muito pouco e se exercitando além do normal tendem a viver uma vida de luta contra o peso. A mesma coisa, empiricamente, a gente vê que não acontece com pessoas que perdem peso… Até muito peso… Da forma correta. Tem pessoas que vêm contar para a gente tudo isso. Uma prova… Vou mostrar para o pessoal o tipo de vida que essas pessoas estão levando depois do programa. Eles colocam isso em relato no artigo do New York Times. Os que conseguiram manter o peso… Porque muitos não conseguiram… Os que conseguiram manter o peso conseguiram isso sacrificando a qualidade de vida. A Dra. Kerns, que foi coautora desse estudo aí foi uma participante da terceira temporada do Biggest Loser e agora ela é especialista em obesidade. Isso que ela virou. A Dra. Kerns fala que ela conseguiu manter os 100 pounds dela… Que dá mais ou menos 45 quilos… Conseguiu manter fora esse peso somente calculando ou mantendo o histórico meticuloso do que ela come e se exercitando num equipamento de 35 a 40 minutos por dia. Além disso, ela fala que o trabalho dela requer que ela ande muito no hospital vendo os pacientes diariamente. Ela diz: “É uma tarefa difícil para virtualmente todo mundo. A quantidade de tempo e dedicação que leva para você conseguir gerenciar sua ingesta de comida e priorizar exercício todo santo dia pode ser um fardo muito grande para ser carregado por muita gente.” Para finalizar essa parte de qualidade de vida que eu estou falando… A história de sofrimento que essa outra pessoa relata. É o Danny Cahill. Ele foi o ganhador da oitiva versão do Biggest Loser. Ele pesava 430 pounds quando o show começou. O programa começou e ele perdeu 239, resultando em 191 pounds no final desses 6 meses de programa. Ele fala… Por quatro anos depois do programa ele se exercitava por mais de 2 horas e meia por dia. Ele ganhou somente 40 pounds de volta, mesmo fazendo isso. Aí ele fala… Depois começaram a surgir os problemas… As contusões… Forçando ele a diminuir essa quantidade de exercício para somente uma hora e meia todo santo dia. Quando ele fez isso, o peso dele aumentou para 235 pounds. Foi de 191 para 235, exercitando uma hora e meia. Ele fala… “No próximo ano, meu corpo começou a break down.” Começou a se quebrar. “Eu tive uma contusão no pé. Eu tive contusão no meu pulso. Eu não conseguia mais manter esse ritmo.” Ele estava exausto. Daí o que aconteceu? O peso dele aumentou para 300 pounds. Nos últimos 2 anos ele conta que o peso dele se manteve estável por volta de 340 a 350 pounds, mas somente porque ele está comendo tanto pouco quanto possível. Olha só, pessoal… Esse pessoal que eles estão estudando é um pessoal que perdeu peso de forma não normal… E mesmo os que conseguiram êxito em manter o peso, foi sacrificando profundamente (na minha opinião) a qualidade de vida deles.
Dr. Souto: Eu concordo, Rodrigo. Acho que o problema é assim. Estamos vendo o que é a situação lamentável e triste de quem encara o processo exclusivamente pelo ângulo do balanço calórico. Para essas pessoas que realmente têm o metabolismo alterado pela perda de peso… Vamos colocar assim… Metabolismo se altera sim com quem tem perda de peso grande em obesos mórbidos. Encarar isso com restrição calórica simples… Contando calorias e fazendo exercício é um desastre total. Eu tenho cá minhas dúvidas e seu que você também se o metabolismo cairia tanto assim se a coisa tivesse sido feita não por restrição calórica simples e sim por low carb. Acho que teria sido diferente. Mas o elemento que nos fez trazer essa notícia nem foi tanto esse. Foi a questão do papel do exercício. O papel do exercício… Tem vários estudos… Nós já comentamos várias vezes aqui no podcast… O exercício tem um papel secundário na perda de peso. Muitas vezes as pessoas ficam numa posição defensiva: “Quer dizer que vocês são contra o exercício?” Não. Ninguém aqui é contra exercício. Eu estava esses dias respondendo no Instagram e fiz uma analogia. Imagine o seguinte. Eu gosto bastante de ler. O Rodrigo eu sei que gosta muito de ler. Digamos que eu leia de 1 a 2 horas por dia. Aí depois eu chego à seguinte conclusão. Por mais que eu leia, eu não emagreço. Aí você vai me dizer, “Sim. Quem é que disse que ler emagrece?” Aí eu vou dizer, “Quer dizer que ler não emagrece? Então não vou mais ler.” Para mim, é exatamente o que acontece com o exercício. Leitura não tem como objetivo emagrecer. Leitura tem como objetivo a cultura, o pensamento crítico, expandir os horizontes, um monte de coisas. Emagrecer não. Então, a gente deve ler pelos motivos certos. O exercício não tem como objetivo emagrecer. Ele é ruim para isso. Ele é uma ferramenta muito ruim para o emagrecimento. Mas se a pessoa acredita que o exercício vai emagrecer, e descobre que ela não está perdendo peso a despeito de todo esforço da academia, ela acaba desistindo do exercício – o que é uma lástima. Porque o exercício não é para emagrecer. Ele é para preservar e construir massa magra. Ele é para saúde. Ele é para resolver uma série de problemas. É para evitar Alzheimer e demência. É para aumentar a longevidade. É para isso que o exercício serve. Ele não serve para emagrecimento. Agora, o que este estudo do Kevin Hall sugere… E não é o primeiro estudo. Tem outros estudos que sugerem a mesma coisa. Quando vários estudos começam a apontar para o mesmo sentido, é interessante. É que o exercício parece ser bem mais útil para evitar que a pessoa ganhe de novo o peso perdido do que ele é útil para fazer com que a pessoa perca peso. Embora a função principal no exercício não tenha nada a ver com peso, e sim com saúde… Mas para quem quer aumentar a chance de se manter no peso depois que já perdeu peso com dieta, o exercício parece ser um adjuvante interessante. Parece ajudar a preservar a perda de peso que a pessoa obteve com a dieta.
Rodrigo Polesso: Eu concordo que ele seria muito mais útil no mantimento do peso. Mesmo tendo esses estudos que apontam para essa direção, tem muitas coisas que a gente não sabe. Muitas variáveis que a gente não sabe. Não tem controle. Não sabe quão precisa é essa conclusão, como você falou. O que eu não gostaria que as pessoas tirassem dessa conversa é que elas perderam peso da forma correta… Chegaram num peso que estão mantendo… O peso normal… E tem que se forçar a fazer, por exemplo, uma hora de corrida por dia para manter o peso e ficar com medo de ganhar… Se essa pessoa não puder fazer essa corrida.
Dr. Souto: Não é isso. Tem que escolher uma atividade que a pessoa goste. Entender isso como um estímulo. Como mais um motivo. Vai que ajuda.
Rodrigo Polesso: Até na questão que a gente fala de manter a sensibilidade à insulina, que é uma coisa muito proveitosa em todo mundo. O exercício é uma das melhores formas de fazer isso, na verdade.
Dr. Souto: Exatamente.
Rodrigo Polesso: Agora é uma pergunta que eu tenho em mente… Esse pessoal do Biggest Loser… Eles se matam para perder peso durante o programa. Como a gente está vendo… Anos após o programa… Pessoas estão fazendo esforços monumentais para manter o peso. A pergunta é… E se essa força de vontade toda fosse aplicada corretamente? Fazendo uma alimentação forte, por exemplo. Fazendo exercícios como estilo de vida. Quão mais felizes seriam essas pessoas se elas usassem essa mesma força, que é rara de encontrar nas pessoas… Mas de forma correta. Dá uma pena de ver… De um certo aspecto, meio que desperdiçado… Toda essa energia desse pessoal. Toda essa boa vontade.
Dr. Souto: Com certeza com uma quarta parte dessa boa vontade eles poderiam fazer milagre… Eles poderiam fazer chover para cima com a abordagem nutricional correta.
Rodrigo Polesso: Outra coisa que eles falam bastante… Na verdade é o tema da discussão desse artigo… É o efeito sanfona. É o rebote. Na minha visão, o rebote, o efeito sanfona… Essa luta contra a perda de peso de que eles estão falando… É uma reação do corpo contra uma ameaça à sua sobrevivência. Para mim, na minha opinião… Você é uma pessoa cima do peso. Do nada você começa a se exercitar três horas por dia e comer quase nada… Eu, se eu fosse o corpo, entenderia isso como ameaça à minha sobrevivência. Uma coisa muito errada está acontecendo aqui. Eu tenho que tentar gastar energia da forma mais otimizada possível, se não a gente vai morrer logo. O corpo tem uma reação normal… Enfrentada… A gente não sabe… Enfrentada somente… Essa força contrária… Por pessoas que têm uma perda de peso dessa forma… Ou pessoas que levam uma perda de peso da forma correta. Na minha opinião, na minha experiência, empiricamente falando… Acho que o esforço do efeito sanfona ou a força do efeito rebote é muito menor… Ou até, eu arriscaria dizer, talvez desprezível para quem perde peso no tempo certo e seguindo hábitos corretos, como alimentação forte, alimentação low carb, um exercício correto. Essa é a minha opinião. Poderia, talvez, ser evitado o efeito rebote, fazendo as coisas certas.
Dr. Souto: Existe um estudo do Dr. David Ludwig por sinal. O autor do livro Gordura Sem Medo. Desculpe, o Gordura Sem Medo é da Nina Teicholz. É do livro Emagreça Sem Fome. O David Ludwig fez um estudo vários anos atrás em ala metabólica. Foi um estudo muito interessante. Ele pegou pacientes… Pegou voluntários. Produziu uma perda de peso… Estou tentando lembrar de memória. Era 15% do peso corporal com restrição calórica apenas. Depois que essas pessoas atingiram uma perda de peso de 15%, elas foram colocadas em diferentes dietas. Uma dieta padrão… Pirâmide alimentar… Uma dieta mediterrânea, se não me engado… E uma dieta low carb. Uma dieta low carb… Não me lembro se era com 20 ou 40 gramas de carboidrato por dia. Bem low carb. O que ele observou foi o seguinte. O grupo low carb podia comer 300 calorias a mais por dia e, ainda assim, manter o peso que se perdeu com restrição calórica. Ou seja, eles todos perderam peso passando fome, mas para manter o peso perdido era muito mais fácil perder em low carb. 300 calorias não é pouca coisa. Fica quanto tempo andando naquela esteira até aparecer o número 300? Eu acho que o que você está dizendo faz sentido, Rodrigo. Não só eles teriam perdido peso com muito mais facilidade se tivessem utilizado a abordagem nutricional correta, como é muito mais fácil perder o peso utilizando a abordagem nutricional correta. Ou seja, pode até ser… Vamos pegar o exemplo dos pacientes do Kevin Hall, que têm em média 500 calorias de metabolismo mais lendo. Vamos dizer que isso seja verdade. Que isso vá acontecer com todo mundo que teve obesidade mórbida e perdeu muito peso. Ainda assim esse déficit passa a ser 500 menos 300… Passa a ser apenas 200, se eu fizer low carb. Mesmo que essa matemática esteja toda correta, é muito mais fácil de manter. É uma pena. É muita energia mental e física gasta que poderia ser dirigida para outras coisas, como escolher a qualidade dos alimentos corretos, em vez de ficar passando fome com pouca quantidade dos errados.
Rodrigo Polesso: Exatamente. Concordo plenamente. A conclusão do estudo Kevin Hall foi a seguinte. “Aumentos grandes e persistentes em atividade física podem ser necessários para se manter o peso perdido no longo prazo.” Foi isso só. Eu adicionaria entre parênteses o que a gente está falando agora. Aumento grande, persistente de atividade física pode ser necessário para manter a perda de peso ao longo prazo, somente se a perda de peso for feita da pior forma possível, contrário a toda evidência científica disponível sobre fisiologia e metabolismo humano. Só para as pessoas deixarem em perspectiva. Eu não acho que todo mundo que se preocupa em manter o peso precisa ter um aumento grande e persistente em atividade física necessariamente.
Dr. Souto: É isso aí. Acho que alguma atividade física a gente já sabe que é bom para a saúde. Quem sabe, levando-se em conta os resultados desses e de outros estudos… Inclusive ajude a prevenir o reganho do peso.
Rodrigo Polesso: Com certeza. Para dar um break no meio… O caso de sucesso do dia. O caso de sucesso foi do Fagner. Ele perdeu 30 quilos. Ele eliminou 30 quilos e centímetros de cintura… E muitas outras medidas em apenas 3 meses seguindo o programa Código Emagrecer de Vez. Ele diz que a esposa dele não ficou para trás e já eliminou 18 quilos e muitas medidas também. Então, parabéns ao casal. Como eu sempre falo… Adoro ver quando uma pessoa da família motiva a outra e todo mundo elimina peso, melhora a forma física e saúde em conjunto. Esse casal é uma inspiração, com certeza, para muitos que estão seguindo o mesmo caminho. Eu agradeço por vocês compartilharem isso com a gente. Fica meus parabéns para o Fagner. Ele mandou a foto antes e depois dele. A gente sempre posta no Emagrecer de Vez, no Facebook, e também no Instagram… Para ver a diferença. Uma pessoa nova e tipicamente bem mais feliz depois dessa mudança também. Então, parabéns e obrigado por compartilhar… Dando a possiblidade para a gente motivar outras pessoas com seu caso de sucesso. Dr. Souto, um assunto agora que é a soja. Vamos lá. O FDA (Food and Drug Administration, nos Estados Unidos)… Na segunda-feira ele propôs a revogação do direito de empresas de dizerem que produtos feitos de soja são protetores do coração. O FDA nunca refogou uma health claim… Uma promessa dessas… Nunca voltou atrás numa coisa parecida como essa antes. Essa seria a primeira vez na história. A agência… O FDA fala que estudos publicados desde que essa promessa foi autorizada, digamos assim… Em 1999… Têm mostrado resultados inconsistentes. Desde 1999. De novo, eles estão pensando em revogar isso hoje. Eles falam que essa atitude agora de começarem a pensar em revogar é uma coisa que vem uma década depois do FDA ter anunciado a intenção deles de reavaliar a evidência científica de vários health claims… De várias promessas como essa. Incluindo, claro, essa da própria soja… Proteína de soja… Colaborando para baixar o risco de doença cardíaca. A grande pegadinha… A grande sacada, na minha opinião, sobre essa questão toda, é a seguinte. Eles falam no próprio artigo. Pesquisas feitas pela AHA (Associação do Coração dos Estados Unidos), o FDA e outras organizações, mostram que os consumidores não entendem as subjetividades dessas promessas… Dessas claims dos pacotes… E selos de saúde nas embalagens. Não entendem que eles são baseados em níveis de evidência limitados e variados. Então, toda essa discussão acontece e os consumidores, que são o alvo disso tudo não têm a menor ideia de que aquele selo… Em outras palavras… Não significa nada.
Dr. Souto: É tão complicado isso aí. Na realidade… Não e lembro qual é o autor… Acho que é o Michael Pollan, não tenho certeza. Mas a pegada é muito boa. Ele diz assim. Desconfie… E talvez o melhor seja não comer qualquer alimento que tenha uma embalagem que diga que é saudável. No fundo, comida de verdade, primeiro… Não tem embalagem e não tem esse tipo de alegação. Segundo, normalmente a alegação é necessária para que as pessoas acreditem que algo que parece esquisito de fato é saudável. Eu não preciso de um adesivo para dizer que um filé de peixe é saudável. Não preciso de um filé de peixe para dizer que uma fruta ou uma couve é saudável. Agora, quando vejo uma caixa com um pó branco dentro… Para que as pessoas achem que aquilo é saudável, eu preciso ter uma alegação. E aí o que acontece? Nos Estados Unidos para que a empresa possa escrever que faz bem para o coração… É saudável… Reduz o seu risco de doenças cardíacas… O FDA precisa concordar com isso. Ele precisa dizer, “Realmente tem alguma base.” Então, faz mais de uma década que todo mundo sabe que isso aí é furado. Inclusive… Está na notícia… A própria Associação Americana de Cardiologia… Que é tão conservadora… Eles são contra gordura saturada… A própria Associação Americana de Cardiologia desde 2008 vem pedindo para o FDA retirar essa alegação de que a soja é saudável. Porque não tem evidência. O que vocês têm que entender é assim… Existe uma burocracia gigante. Depois que alguma coisa entra nessa lista, que pode dizer que é saudável, é muito difícil de tirar de lá. Até porque existe um lobby econômico muito forte.
Rodrigo Polesso: Imagino.
Dr. Souto: Imagina quantos lobistas em Washington… Imagina em Brasília… Que têm… A gente não pode ficar acreditando em selinho que diz que a margarina é saudável. Mas está ali. O Ministério da Saúde diz que sim. A Associação de Cardiologia diz que sim. Tem isso daí que você falou também. Os estudos mostram que as pessoas não conseguem entender as sutilezas das coisas. Por exemplo, o FDA vai tirar a possibilidade de colocar em selo que diz que proteína de soja é bom para sua saúde. Mas talvez eles troquem por um selo qualificado. Ou seja, com qualificações. O selo vai dizer assim. “Proteína de soja talvez possa ser saudável para sua saúde.” As pessoas não entendem a diferença dessas duas coisas. Uma é baseada em evidência mais forte e outra é baseada em quase nenhuma evidência. Para elas, se tem o selinho, elas vão comer. E vão comprar mais. Porque com isso elas vão proteger seu coração.
Rodrigo Polesso: Ou eles pegam a soja e colocam um selo… Em vez de um coração eles colocam assim: “não contém colesterol”.
Dr. Souto: Isso. “Não contém glúten”. Basicamente são todas técnicas de marketing. A grande proteção que o consumidor tem contra isso tudo, na minha opinião, chama-se comida de verdade. Chama-se açougue e feira. Ou, como diz lá em São Paulo, açougue e sacolão.
Rodrigo Polesso: O velho segredo.
Dr. Souto: É. Esses alimentos não têm adesivo nenhum dizendo coisa nenhuma. Eles são simplesmente comida como a comida se apresenta na natureza. Até ontem eram bichos e plantas. Agora eles estão ali prontos para serem vendidos. Minimamente processados. Ali não tem erro. Onde a gente entrou no processamento… O pensamento crítico tem que estar em overdrive.
Rodrigo Polesso: Já imagino pessoas dizendo assim… Você está falando que soja não é uma planta? Soja é uma planta. Ela nasce no chão. Ela não é processada. E aí?
Dr. Souto: Então come sem processar para ver.
Rodrigo Polesso: Comendo sem processar você vai falecer rapidamente.
Dr. Souto: Obviamente, tem um monte e plantas no mundo que não são comestíveis. Pega uma fruta da árvore e come. Qualquer um faz isso. Pega a soja e come. Pura. Não dá. Nosso corpo não é capaz de digerir isso. Aliás, não digere isso direito nem depois de processado, quem dirá antes. Qual é a grande dificuldade com os grãos? Os grãos têm uma série de… Muitas vezes… Vamos pegar o exemplo das leguminosas, que é o caso da soja, do feijão. Elas têm lecitinas que alteram a permeabilidade do intestino. Tem alguns antinutrientes que podem dificultar a absorção de alguns minerais. E o preparo tradicional do feijão, por exemplo… Implica em deixar de molho. Depois, trocar a água. E só depois preparar na panela de pressão. Isso diminui bastante esses componentes que agridem a mucosa intestinal e que muita gente se queixa. A gente se queixa de gases, de desconforto gastrointestinal. Mas referem menos desconforto com o uso das técnicas tradicionais de preparo. O japonês, por exemplo, sempre costuma fermentar os produtos de soja. A fermentação é uma outra forma de transformar o alimento. Mas a simples moagem… Ou a extração de óleo sob altas pressões e temperaturas já significam um nível de processamento maior. O que que acontece? Se alega que a proteína de soja é muito mais saudável. Nem a Associação Americana de Cardiologia concordava com essa alegação desde 2008. Finalmente, o próprio FDA perdeu a queda de braço. Ele está dizendo que não tem nenhuma evidência de que seja uma coisa super saudável. O que nós aqui sugerimos… O Rodrio, eu… É que na realidade pode não apenas não ser saudável, mas pode ser uma coisa ruim para sua saúde, na medida que o ser humano definitivamente não evoluiu comendo soja. Talvez a maioria de nós não tenha um sistema objetivo bem adaptado para esse tipo de coisa. Se fosse uma delícia… Se todos os estudos mostrassem… Benefícios espantosos para a saúde… Tudo bem. A gente podia pensar. Embora não existisse durante a evolução da espécie, mas foi um grande adendo para a saúde da humanidade. Mas não parece ser o caso.
Rodrigo Polesso: Não. Não parece. A soja tem o “benefício” que é a questão dos hormônios… Estrogênio e todas essas questões aí. A gente sabe claramente que mulheres grávidas devem evitar muito o leite de soja. Toda vez eu tremo de raiva quando vejo alguém no Starbucks e pedem o latte com leite de soja. Mulheres consumindo leite de soja. É um disruptor hormonal. Tem muita documentação… Muitos estudos por trás disso aí mostrando que a gente nãos abe exatamente os malefícios, mas com certeza a gente não vê benefício nenhum nisso aí. E é promovido como um alimento saudável. Tofu, proteína isolada de soja, a própria soja em grãos também… Que as pessoas consomem… Muitos vegetarianos e veganos podem usar dessa soja como talvez uma proteína principal da dieta deles. Tudo isso sem saber de todos esses malefícios potenciais por ser uma leguminosa e porque a soja é GMO também. Modificado e etc.
Dr. Souto: Acho que o principal take desse artigo é mostrar que algo que tinha o selo alegando… Afirmando que era um alimento saudável… Já era questionado pela própria Associação Americana de Cardiologia desde 2008. E, finalmente, o FDA, muitos anos depois resolve retirar o selo. É a primeira vez que o FDA retira o selo de algo que ele dizia que era saudável. É uma burocracia louca. Muito dinheiro envolvido. Essas pessoas que estão no Starbucks botando esse troço horrível no seu café… É ruim. O gosto é ruim. Então, estão botando o negócio no café porque elas acreditam nesta mensagem de que faz bem. Ou seja, olha o valor financeiro que tem para os produtores… Para a indústria… Ter uma alegação de que faz bem, mesmo que falsa. Vamos ter um pouquinho de pensamento crítico. Essa é a mensagem.
Rodrigo Polesso: Essa é a mensagem. Maravilha. Falando em alimentação, vamos fechar com o que você degustou na sua alimentação… Na sua última refeição.
Dr. Souto: Degustar… Hoje eu comi um negócio que foi o seguinte. Fatiazinhas de batata doce. Elas foram fritas, mas foram fritas… Empanadas em ovo. Imagine um empanado sem farinha… Em ovo… E fritinha na banha.
Rodrigo Polesso: Olha só.
Dr. Souto: Fatias mais grossinhas. Não é chip. São fatias mais grossinhas. Aquilo ali é um negócio que… A gente come umas cinco ou seis daquelas dali e já está de barriga cheia, não consegue comer mais nada. Aí vocês vão dizer assim… “Batata doce não é low carb!”
Rodrigo Polesso: Pecador…
Dr. Souto: Cem gramas de batata doce são 20 gramas de carboidrato. E eu provavelmente não comi sem gramas de batata doce. É gostosinho. Batata doce é comida de verdade. Para quem é diabético, talvez não seja uma boa. Para quem está numa fase de manutenção… Ou pode comer uma quantidade um pouquinho maior de carboidratos… Fritinha, empanada com ovo… Ficou uma delícia. Foi isso aí mais um franguinho.
Rodrigo Polesso: Maravilha. Acho que dos carboidratos mais densos… Acho que a batata doce talvez seja um dos melhores. Uma das melhores opções…
Dr. Souto: Pelo menos é nutritivo.
Rodrigo Polesso: É. E a gente está evolutivamente programado para digerir isso bem já. Há muito tempo. A gente tem batata doce aqui em casa… Estou na casa da família ainda… Minha mãe estava falando, “Como a gente vai fazer essa batata doce?” A gente fez a mesma coisa que você fez. Cortar em fatias e dar uma fritadinha. A gente fez no óleo de coco, no caso. Pode fazer na manteiga e colocar um pouco de canela por cima. Fica bom demais. É muito gostoso. A minha resposta é muito fácil de almoço. Hoje estou comendo jejum de almoço. Então, esse é meu prato do dia. Literalmente é só o prato. Então, não estou comendo nada hoje. Vou dar uma folga para o organismo. Então, fica sem resposta. Maravilha. Beleza, Dr. Souto. Acho que esse podcast ficou recheado na questão do exercício. Mensagens importantes sobre o valor do exercício… No pós… Antes de perder peso… A importância na saúde no geral. É uma coisa que a gente vem falando com o tempo. Inclusive no Tribo Forte Ao Vivo o Rafa Lund falou na palestra dele inteira sobre essa questão do exercício não promover a perda de peso, mas ter outros muitos benefícios saudáveis… De saúde como a gente já falou a muito tempo. E também deixar esse alerta sobre a soja. Acho que todo mundo deve ficar esperto. Lembrando que o selo de promover saúde do coração está lá nos alimentos de soja há muito tempo. Desde 1999 o próprio órgão já sabe que a evidência científica é inconsistente. Então, pessoal, vamos ficar espertos. Não tem ninguém cuidando da nossa saúde de forma urgente. Somos nós que devemos tomar atitude a respeito disso. Senão, a gente vai esperar sentado e vai morrer antes de acontecer qualquer solução nesse quesito. Dr. Souto, é isso. Obrigado por sua atenção mais uma vez aí. A gente – claro – se fala na próxima semana.
Dr. Souto: Um abraço. Obrigado e até lá.
Rodrigo Polesso: Até lá.