TRIBO FORTE #128 – PERGUNTAS & RESPOSTAS 4

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste podcast de perguntas e respostas:

  • Perguntas e respostas sobre dieta, emagrecimento e saúde!
  • Aveia, carne, ovo, veganismo, hipoglicemia, água, etc.?

Escute e passe adiante!!?

Saúde é importante!

OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá, olá, olá! Bem-vindo a mais episódio do podcast oficial da Tribo Forte. A sua dose semanal, sua pílula semanal de estilo de vida saudável, alimentação, nutrição, saúde. Maravilha! Hoje um episódio de perguntas e respostas. A gente está tentando fazer isso mais seguido agora. Uma bateria de perguntas e respostas muita gente vem pedindo isso. E muita gente acha divertido também porque é uma coleção de vários assuntos completamente diferentes, onde eu e o Dr. Souto daremos nossa opinião sobre essas questões todas… Podem ser úteis para muita gente. Inclusive, se você tem perguntas e você quer correr o risco de ter suas perguntas respondidas aqui no podcast, você pode deixa-las nas mídias sociais. Você pode deixar, inclusive, no EmagrecerDeVez.com, onde eu posto o episódio… Cada episódio do podcast com a transcrição completinha dele. Você pode deixar sua pergunta lá, que a gente dá uma olhada sempre. Aí a gente pode coloca-la no podcast aqui, ou em qualquer lugar, no YouTube, Instagram e etc. Maravilha. Dr. Souto, como está por aí? Aquecido?

Dr. Souto: Aquecido, tudo tranquilo.

Rodrigo Polesso: Maravilha. Então é o seguinte… Vamos começar direto nessa coleção de perguntas aqui. Vou fazer a primeira pergunta e passo a bola para você. Vamos lá. Se vira nos 30, Dr. Souto. A pergunta vem da Caiane Cardoso. Ela fala o seguinte: “A aveia é saudável ou não? Poderia falar sobre ela.”

Dr. Souto: Então, olha só… Eu já falei isso em outros episódios, acho que até no episódio passado. A questão do saudável e do não saudável… Acho que isso não pode ser uma coisa dicotômica na cabeça das pessoas… Ou é saudável ou não é. Depende da circunstância. Se nós estivermos falando de uma pessoa que não tem peso para perder, não é diabética, não é pré-diabética. Então, vamos imaginar assim um jovem de 25 anos, atleta, super saudável, magro. Aveia para ele pode ser interessante, por que não? É um alimento rico em carboidratos, mas na realidade carboidrato nessa circunstância que eu acabei de descrever não é problema. E eu acho que não dá para dizer que aveia é uma coisa ruim como o açúcar, por exemplo. Acho que não dá para comparar aveia com batata frita, com refrigerante. Bom, a pergunta não deve ser se é saudável ou não… Qual é a circunstância? Normalmente, quem está nos escutando aqui são pessoas que seguem um estilo de vida low carb. Por que? Por que que a gente segue low carb? A gente segue low carb porque está interessado em perda de peso usando essa estratégia. Porque está interessado em melhora de diabetes ou de síndrome metabólica. Ou então porque simplesmente a gente se sente muito bem em low carb, não passa fome, mantém o peso sem fazer esforço. É um outro motivo para seguir low carb. Então, se você segue low carb, se esse é o seu interesse… Eu imagino que seja, porque ela está nos ouvindo… Bom, nesse caso… Aveia, embora não seja uma coisa inerentemente ruim… Mas não é low carb. Aveia é puro carboidrato. Então, aveia não entra numa dieta low carb porque aveia é uma fonte de amido intensa. Tem muito amido na aveia. Então, pode até ser saudável em algumas circunstâncias, para pessoas que não têm nenhum problema. Mas não é low carb. E para quem quer seguir esse estilo de vida, aveia não entra.

Rodrigo Polesso: É. Acho que justamente essa exceção que você falou de pessoas saudáveis que querem adicionar carboidrato, por qualquer motivo que seja, na dieta… Acho que, como regra, quem pergunta se aveia é bom ou não são essas pessoas que precisam ser ajudadas. São pessoas que querem emagrecer. Pessoas que querem ser mais saudáveis. E tem muita gente por aí, realmente… Pessoas de jaleco… Que recomendam aveia… E pior, farelo de aveia como uma coisa miraculosa, que vai ajudar você a perder peso, como se você fosse um cavalo que gosta de comer esse tipo de coisa. Então, tem muita gente que recomenda esse tipo de coisa. Na minha opinião, não, isso não é útil. Na minha opinião. Vou dar sempre a minha opinião. Na minha opinião não é útil para ninguém que você coma farelo de aveia. Até porque é impossível você comer farelo de aveia puro. Bota na colher, bota na bota. Come a aveia pura. Não é um alimento que foi feito para ser comido por humanos como prioridade. Não é. É muito claro isso. Ele também é muito pobre em nutrientes também. Ele rico em quê? Em fibras e carboidratos. Se você quer emagrecer, aumentar sua densidade nutricional da sua dieta, não é uma boa ideia, nuca. Principalmente se você quer emagrecer. Então eu acho que… É bom ficar claro os dois lados da moeda, como você falou, Dr. Souto. Mas acho que o principal é que pessoas que pedem isso para a gente são pessoas que precisam perder peso e precisam ficar mais saudáveis.

Dr. Souto: E vamos aproveitar para lembrar que muito da história da aveia, assim como a tapioca, tem a ver com a confusão a respeito do glúten. Tapioca não tem glúten. Aveia não tem glúten. Bom, se você é celíaco, e precisa substituir o pão por algo igualmente ruim, porém sem glúten, aveia e tapioca são alternativas. Agora, se você quer reduzir carboidratos na sua dieta… Quer diminuir o amido… Para perder peso, para controlar o diabetes e etc… Bom, aí aveia é amido, trigo é amido e tapioca é amido. É seis por meia dúzia. Tanto faz. É tudo a mesma coisa.

Rodrigo Polesso: É isso aí. Olha só… A próxima pergunta vem da Ivoneide Rodrigues. Ela fala: “Como fazer uma alimentação forte sem comer carne e ovo? Por favor.” Vai lá, Dr. Souto.

Dr. Souto: Bom… Eu espero que sem comer carne signifique, “mas peixe pode”.

Rodrigo Polesso: Vamos assumir que não. Vamos assumir que não.

Dr. Souto: Vamos assumir que seja uma alimentação vegana. Talvez ela coma laticínios. Aí teria queijo, teria um creme de leite, uma coisa assim. Porque alimentação forte vegana… Eu acho que a gente entra aqui…

Rodrigo Polesso: É oxymoron, né?

Dr. Souto: É. Exato. É aquilo que a gente chama em medicina de redução de danos daí. A alimentação vegana, na nossa opinião, minha e do Rodrigo, não é uma coisa adequada ara a saúde. Então, se você, por qualquer motivo, vai fazer isso consigo mesmo… Então, vamos fazer a redução de danos. Redução de danos, pessoal, é assim… A pessoa vai se drogar com cocaína injetável. Bom… Ela já decidiu. Ela vai usar. Então, você fornece seringas e agulhas limpas, para que, pelo menos, a pessoa não compartilhe seringas e agulhas. É um conceito que se usa em saúde pública. Chama-se redução de danos. Vai haver o sexo com pacientes contaminados com doenças sexualmente transmissíveis. Bom, pelo menos vamos distribuir camisinha de graça para reduzir os danos. Então, assim… Vou fazer uma alimentação vegana. Nesse caso, eu acho que a pessoa deve sim evitar alimentos processados… Evitar trigo, aveia, centeio, cevada, grãos, cereais, especialmente refinados… Eliminar o açúcar da dieta… E tentar obter parte das suas calorias pelo menos não de carboidratos e sim de gorduras de origem vegetal. Então, vai ter que comer muito abacate, vai ter que comer muito coco, vai ter que comer nozes, castanhas, amêndoas. Essa é uma pessoa que talvez se beneficie de fazer pães e coisas com farinhas de nozes. Fica uma alimentação mais cara. Vê que está faltando proteína nessa nossa conversa aqui. Então, muitas vezes vai ter que haver suplementação. Então, com proteína de leguminosas. Proteína de arroz… Arroz não é leguminosa, mas enfim. Existe pó de proteína de arroz. Existe pó de proteína de ervilha. Existe proteína de soja.

Rodrigo Polesso: Cogumelo.

Dr. Souto: A pessoa vai ter que fazer esse tipo de subterfúgio e vai ter que suplementar a vitamina B-12 e vai ter que ter um nutricionista bem treinado para orientar para não haver deficiências nutricionais. Então, ela está perguntando nossa opinião. Essa é a minha opinião. É uma coisa inadequada para a saúde, mas a gente pode tentar fazer uma redução de danos, mais ou menos como a história das seringas.

Rodrigo Polesso: Só para complementar… Se a pessoa, no caso, comer peixe, muita coisa melhora.

Dr. Souto: Ah bom, mas aí é muito diferente. Se a pessoa comer peixe, está bem… Come peixe… Ela diz que não tem ovos…

Rodrigo Polesso: Frutos do mar, talvez.

Dr. Souto: É, frutos do mar. Facilita. Se puder entrar qualquer coisa aí de origem animal, já facilita demais.

Rodrigo Polesso: Com certeza. Sobre essa questão vegana… Já que pediram… Se a gente for pensar na história da humanidade e análise de tribos e populações isoladas, a gente vê que, historicamente, a proteína é o macronutriente mais valorizado. A gente sempre tenta comer… Quando tem carne a gente come. Quando não tem, infelizmente a gente tem que comer o resto, que é planta, grão e etc. As populações asiáticas, por exemplo… A gente sempre vê que a maior parte do prato deles é de carboidratos… Hoje ainda, tradicionalmente, porque a oferta de proteínas era muito pequena. Então, peixe e carne… Era um tempero que eles colocavam no resto. Mas você não consegue viver só disso. Então, você tem que colocar o bulking… Um monte de arroz, um monte de noodles e coloca um pouquinho de carne em cima. A minha namorada fez voluntariado na África… Em Gana, um tempo… E comeu junto na vila com as crianças na escola. Ela comeu com todo mundo. Eles colocam um monte do que é barato no prato… Um monte de macarrão ou um monte de arroz. E daí por cima colocam um molho com carne moída. Mas você pode contar nas duas mãos quantos grãozinhos de carne moída tem no meio do arroz. Não é porque carne moída faz mal, é porque eles não têm. É a parte mais cara da alimentação. É onde estão os nutrientes. Por isso que o pessoal está ficando desnutrido, com problema. Você pode comer arroz a vida inteira, macarrão a vida inteira. Se você não tiver fonte de nutrição, você vai deteriorar e vai passar para a luz. Não tem coisa. Agora, olha só. Nós no mundo moderno. Não estamos na África passando necessidade. Muitos de nós temos a possibilidade de usar nosso cérebro, ir no mercado e fazer compras. Hoje nós temos tudo isso a nossa disposição. Hoje a gente tem uma onde crescente do veganismo, que é sem a menor dúvida… Incontestavelmente a dieta mais pode em nutrientes já criada pela espécie humana. Hoje que a gente tem acesso a tudo que a gente pode ter… Pode consumir para ser o mais saudável que a gente precisa ser… A gente tem essa onda criando a dieta mais pobre que já existiu na história da humanidade e tentando disseminar isso como sendo a coisa mais saudável. Isso é muito crítico. Isso é triste. E tem vários aspectos desse mesmo tema. Mas se tratando de nutrição, é inquestionável. Tem estudos que mostram isso. Tem exames de micronutrientes. Tem exames de estado de saúde, massa óssea, tamanho da massa cefálica, enfim… Anemia… Todas as vitaminas que você não consegue no mundo vegetal… Tem muito corpo de evidência mostrando sem, dúvida, que a dieta vegana é de longe a pior dieta que você pode ter para você, se você pensa em ter um estilo de vida saudável. Se você quer se nutrir. Inclusive, para mulheres, olha só… Não sei se eu comentei isso já em podcast anteriormente… Mas eu estava vendo sobre isso. Tinha uma pessoa… Uma menina vegana… Acho que tinha uns 20 e poucos anos… É claro que isso não acontece quando você começa o veganismo. Muita gente se sente bem por quê? Não pelo o que você começa a comer, mas pelo o que você para de comer. Então, se você para de comer porcaria e começa a ser vegano, começa a ser mais consciente a respeito à saúde, você se sente bem por um tempo. Mas depois, o que acontece com muitas mulheres que são veganas… Você para de ter a sua menstruação. Olha que coisa terrível. Você como ser humano, nós como seres humanos, estamos no mundo, nos olhos da natureza, para fazer uma coisa só, que é reproduzir. Se você não consegue nem fazer isso, você é basicamente inútil. Sua situação está gravíssima. Essa menina estava tão com a mente lavada sobre veganismo, que ela começou a falar… “Olha, outro benefício do veganismo é que eu não menstruo mais. É muito mais prático para mim não ter esse problema todo mês”. Olha o nível de loucura, pessoal. Esse é um desabafo meu aqui. Mas espero que chegue na orelha de quem precisa escutar esse tipo de coisa.

Dr. Souto: Levando às últimas consequências pode chegar no benefício de “eu não respiro mais”.

Rodrigo Polesso: Exato!

Dr. Souto: Agora, terminando isso de uma forma mais positiva. Se a pessoa insiste, quer seguir esse caminho… Dê uma olhada no trabalho da Doutora Carrie Diulus… Vou soletrar… Ela é uma médica ortopedista com diabetes tipo 1. Ela é vegana e ela faz uma dieta cetogênica vegana. E controla seu diabetes tipo 1 com uma hemoglobina glicada perfeita… Fazendo cetogênica e sendo vegana. Então, talvez perguntar para mim e para o Rodrigo não seja o ideal, porque não é aquilo que a gente segue ou acredita. Mas, enfim… Existe gente que consegue. Mas, assim, requer uma quantidade de trabalho insólita, que se a pessoa come um bife está resolvido.

Rodrigo Polesso: Exato.

Dr. Souto: Mas, enfim. Carrie Diulus. Ela publica bastante no Twitter. Ela tem uma página pessoal também. Vale a pena conferir para quem quer seguir isso.

Rodrigo Polesso: É isso aí. Maravilha. Útil. Olha lá… A próxima pergunta é da Marta Regina. “Oi, tudo bem? Dúvida. Eu tomo de 5 a 6 litros de água por dia. Você acha que é demais? Pois ouço falar que tudo em excesso engorda. E ainda assim retenho líquido. Obrigada.” Ela tem um probleminha de semântica na pergunta dela. Mas vamos tentar colocar um pouco mais claro. Primeiro ela fala que consome se 5 a 6 litros de água por dia. Ela pergunta se é demais. Depois ela fala que comer tudo demais engorda. Água não engorda. Ela fala que retém líquido. Agora, vamos focar nessa questão da água, Dr. Souto? Todo mundo, inclusive muitas pessoas de jaleco sugerem fortemente para as pessoas que você precisa consumir no mínimo 2 litros de água por dia… No mínimo. Então, 5 ou 6 deve ser muito melhor. Qual é o problema disso?

Dr. Souto: Esse é um raciocínio que não existe. Se algo é bom, então mais daquilo vai ser melhor. Não, não é assim que funciona. É pena a gente não poder perguntar para ela se ela faz isso de propósito ou sem querer.

Rodrigo Polesso: A pergunta minha seria assim: Como você consegue? Compartilha com a gente como você consegue.

Dr. Souto: Sim, não dá para sair do banheiro. Então, assim… Se ela sente tanta sede assim, algo está errado. Ou ela tem um diabetes não diagnosticado. Quando a glicose no sangue passa de 200, começa a vazar glicose na urina e isso tem um efeito osmótico… Puxa água. Uma das características do diabetes descompensado é ter muita sede, beber muito e urinar muito. Existe uma outra doença chamada diabetes insípidus… Por curiosidade… O nome diabetes significa urinar demais. Diabetes mellitus… O “mellitus” significa que a urina é doce. Na antiguidade se diagnosticada experimentando o sabor da urina para saber se era doce ou não. Diabetes insípidus… “Insípido” é sem gosto. Ou seja, a pessoa urina demais, mas a urina não é doce. Diabetes insípidus é uma doença causada pela ausência de um hormônio produzido na hipófise chamado hormônio antidiurético. Então, se não é de propósito que ela está fazendo isso… Se ela sente essa sede toda e urina tudo isso sem querer, ela deve procurar um endocrinologista, porque muito provavelmente ela sofre de diabetes insípidus e é possível repor o hormônio antidiurético e acabar com esse inferno. É uma coisa perigosa isso, porque pode diluir o sangue demais, produzir a chamada hiponatremia, onde o sódio fica diluído. Isso é uma coisa que pode levar até a convulsões, pode até ser fatal em casos extremos. Bom, se ela faz isso de propósito, ela tem que parar. Porque sim, é possível induzir hiponatremia só de tanto beber água, mesmo sem ter diabetes insípidus. O Tim Noakes que a gente fala muito aqui… Ele publicou um livro chamado Waterlogged, no qual ele aborda justamente isso. Essa ideia de que os atletas devem beber muita água… Provocou mortes por hiponatremia, porque na realidade a sede diz o quanto a gente tem que beber. Eu sei que vocês que estão nos ouvindo, já disseram que quando a gente chega a sentir… Já ouviram que quando a gente chega a sentir sede, é porque já está desidratado. Isso é bullshit. A sede é o melhor parâmetro. Então, se a pessoa está bebendo isso porque acha que é saudável, não é. Isso pode provocar hiponatremia, isso pode espoliar outros micronutrientes, porque é tanta urina que acaba se perdendo outros eletrólitos. E, por fim, mesmo na área da urologia, que é minha especialidade, onde a gente manda os pacientes que são formados contumazes de cálculo renal… A gente manda eles beberem bastante líquido para diminuir a chance de formar mais pedras. Isso é verdade. Mas tem estudos mostrando que se passa de, se não me engano, 3 litros e meio, uma coisa assim… Começa a aumentar a formação de cálculos, porque dilui de tal forma a urina que a gente dilui também as substâncias que inibem a formação de cálculo. Existem substâncias na urina, como o ácido cítrico, por exemplo, que inibe a formação de cálculos. Você bebe água demais, você dilui o próprio ácido cítrico. Então, assim… Obviamente não é normal consumir essa quantidade de líquido e urinar isso. Se é de propósito, tem que parar. Se não é de propósito, procurar um nefrologista ou um endocrinologista.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Ótimo. Acho que é bom falar mais em termos gerais… Como você falou, se a gente procurar um pouquinho na internet ou até for consultar com a maioria das pessoas por aí… Acho que a maioria das pessoas ainda sugerem essa questão de você no mínimo tomar 2 litros de água por dia. Será que nosso corpo ficou tão burro que a agora a gente precisa controlar a quantidade? Imagina se antigamente a gente tivesse que sugerir isso para as pessoas? Água é um recurso tão limitado em muitos lugares do mundo… Você teria que morar na beira do rio para tomar 5 litros de água por dia. É um absurdo isso. A gente sempre contou com nossa sensação de sede, assim como a sensação de fome e saciedade. Sempre foi assim. Só quando a gente começa a criar esse tipo de bullshit, recomendação idiota, que a gente começa a ter problemas e as pessoas começam a exagerar… Porque elas acreditam que tudo que é dito saudável é de fato. Então, também concordo plenamente com você. Acho que a gente precisa a seguir nossos sensores de sede, salvo esses casos excepcionais, como você falou, que as pessoas podem ter um problema mais sério acontecendo…

Dr. Souto: E aí é para tomar uns 2 litros e meio de água, não é para tomar 5.

Rodrigo Polesso: Sim. Realmente, é um absurdo. Fazer esforço para beber água, pessoal… Só vai usar o banheiro mais e vai causar mais prejuízo do que benefício, realmente. E as pessoas que sugerem isso… “Pelo amor de Deus! Você precisa tomar pelo menos 2 litros de água por dia!” Pergunta… Você pode me passar alguma referência? Onde você baseia esse argumento? Não existe nenhum ensaio clínico randomizado que eu conheça, alguma coisa que prove que isso é melhor para você. Então, é bullshit.

Dr. Souto: Isso aí é opinião de comadre, mas quando dava por gente com avental branco o pessoal leva a sério.

Rodrigo Polesso: Exatamente. A falácia da autoridade. A próxima pergunta é do Eduardo Dornelles… Olha só. “Eu sou hipoglicêmico. Eu produzo insulina naturalmente a mais do que o necessário. Eu fiz uma dieta de proteína (não sei o que que é), então eu tive uma crise hipoglicêmica e tive que interromper a dieta. A médica mandou eu ter doces, inclusive no porta-luvas do carro. E como eu vou emagrecer? Eu preciso bastante perder peso.” Dr. Souto…

Dr. Souto: Está tudo errado. Tudo. Vamos lá… Só existe, em princípio, de uma forma geral… Uma situação bem rara em que a pessoa é “hipoglicêmica” porque produz insulina demais, não relacionado a sua dieta.

Rodrigo Polesso: Um tumor?

Dr. Souto: Que se chama… É um tumor. É um tumor no pâncreas chamado insulinoma. Ele é um tumor das células beta, produtoras de insulina. Esse tumor produz insulina em grande quantidade, mesmo a pessoa estando em jejum, mesmo a pessoa não estando comendo. E a pessoa passa o tempo hipoglicêmica. A partir do surgimento desse tumor, a pessoa começa a acontecer o que com o peso dela? Começa a engordar. É isso que a insulina faz. É uma das situações que… Inclusive tem referência bibliográfica no estudo do Dr. Ludwig que nós já citamos, que saiu no JAMA… Mostrando lá. Esse é um dos argumentos que se usa justamente para mostrar como a insulina está relacionada com o ganho de peso, porque pessoas com insulinoma tem ganho de peso. Eu tive uma paciente com insulinoma este ano, 2018. E como é que foi o diagnóstico dessa paciente? Ela estava ganhando peso rapidamente e quando ela trouxe exames a hemoglobina glicada dela era abaixo de 4. É uma coisa que praticamente não se vê. E a glicemia de jejum dela era 40. Então, ela tinha hipoglicemia de verdade, não esse mimimi que o pessoal muitas vezes refere. “Eu não comi nada, fui na academia, passei mal. Tive uma hipoglicemia.” Se picasse o dedo e medisse, estava com 100 de glicose. Passou mal porquê… Estou falando que essa pessoa tinha hipoglicemia mesmo – 40 de glicose. Bom, tirando essa situação que é extremamente rara… Em 20 anos de medicina eu vi esse caso. Está bem, eu não sou cirurgião de pâncreas. Provavelmente, para quem é dessa especialidade pode ver alguns casos, talvez, na vida médica. Tirando essa situação rara, existe hipoglicemia reativa. O que é hipoglicemia reativa? Hipoglicemia reativa é o seguinte. A pessoa está com a glicose normal, aí ela come carboidrato. Aí ela tem um pico de glicose, seguido de um pico de insulina e aí essa pessoa produz insulina a mais do que deveria, porque ela tem resistência à insulina. Ela sofre de resistência à insulina. Então, ela produz mais insulina do que seria necessário e quando finalmente a glicose baixa, baixa demais e ela tem uma hipoglicemia porque ela comeu carboidrato. Por isso que eu disse que está tudo errado. Qual é a solução para hipoglicemia reativa? É não comer carboidrato. Essa é a solução. Nem toda tontura é hipoglicemia. A causa mais comum de tontura é pressão baixa. A pessoa assim… Se sentiu mal, teve uma tontura… Se ela não fizer nada, se ela simplesmente sentar, ou melhor, deitar… É melhor ainda… Daqui 30 segundos a tontura passa. Daqui 1 minuto a tontura passa. Agora, se ela comer um doce, daqui um minuto a tontura passa também. Mas a tontura passou não porque ela comeu o doce, a tontura passou porque ia passar igual, porque tonturas passam. Estou falando aqui de lipotimia, estou falando de pressão baixa, eu não estou falando de uma pessoa que teve um AVC ou está enfartando. Então, na vida real, a pessoa que foi lá na academia, se deitou no chão, fez um abdominal, levantou e ficou tonta, ela não precisa de um doce, ela precisa deitar, porque ela teve uma lipotimia. Ela teve uma queda de pressão chamada de hipotensão postural. Ela estava deitada e levantou muito rápido. Isso não é falta de croissant. Isso aí… Em geral, muitas vezes, é falta de sal na dieta. Em pessoas que estão fazendo uma dieta low carb… Devem consumir uma quantidade de sódio um pouco maior, porque a pessoa excreta mais sódio na urina. Então, se efetivamente nosso ouvinte tem hipoglicemia… E eu só acredito se isso for picado no dedo e medido… A solução para ele é não comer carboidrato, de preferência nunca. Aí a glicose dele vai ficar sempre estável. Vai depender exclusivamente da glicose que seu fígado produz. O dia que ele comer um carboidrato, ele vai ter uma hipoglicemia depois chamada de hipoglicemia reativa, cuja solução não é comer mais carboidrato. A solução é parar de comer carboidrato. Agora, se ele é hipoglicêmico, o que eu não acredito… Ou seja, se ele realmente tem uma hemoglobina glicada de 4 ou menos… Vai lá, faz uma glicemia de jejum e está 50, 40… Bom, aí ele tem que investigar o pâncreas dele, tem procurar um endocrinologista… Vê se ele não tem um insulinoma, uma coisa assim… Alguma doença mais rara. A solução para a hipoglicemia é não comer carboidratos.

Rodrigo Polesso: E talvez a dica mais importante de todas aqui seja para ele mudar de médio urgente, porque isso está aumentando o problema dele se a gente for pensar. Eu acredito que o raciocínio da médica dele seja o seguinte… Ele está hipoglicêmico… Não sei porquê… Mede a insulina no sangue… A insulina está alta… Porque está resistente à insulina, obviamente… Aí ela faz o mesmo raciocínio que as pessoas usam… Muitos médicos usam hoje para curar diabetes… Ou seja, diabetes é um problema de excesso de insulina. Vamos fazer o quê? Vamos injetar mais insulina. Ela está alimentando ele com doces.

Dr. Souto: O raciocínio dela é mais ou menos o seguinte. Imagina um fumante que passado meia hora ele começa a ficar muito nervoso, porque os níveis de nicotina estão baixos. Qual é solução? Fuma outro cigarro. Se eu fumar um cigarro a cada 20 minutos, a minha nicotina nunca vai ficar baixa.

Rodrigo Polesso: E vai curar quando isso?

Dr. Souto: Quem sabe eu não fumo nenhum cigarro? E aí vou ter níveis estáveis… No caso, zero, de nicotina no sangue. Porque o problema é a nicotina subindo e caindo, subindo e caindo. Cada vez que ela vai eu preciso fumar outro cigarro. Ora, a solução proposta pela médica desse paciente é que ele fume mais seguido… Que ele tenha cigarro no porta-luvas do carro. Eu estou aqui fazendo uma analogia para vocês entenderem o bizarro da situação. Dar mais daquilo que causa o problema, porque aí pelo menos assim… Valeria para abstinência de qualquer droga.

Rodrigo Polesso: Exato, valeria. Um dos grandes papéis nossos aqui da Tribo Forte é realmente passar essa informação para você… Pessoa do dia a dia… Para que você se elucide um pouco mais, se eduque um pouco mais sobre esse assunto… Para que você possa cobrar também dos profissionais que você visita nesse tipo de coisa. Para você ficar não só refém da falácia da autoridade, mas poder ter mais responsabilidade sobre a sua saúde… Enfim, entender um pouco mais e cobrar das pessoas que têm uma opinião, talvez, completamente diferente do que a da ciência. Então, é bom ficar esperto. Antes tem mais uma pergunta ainda… Mas antes dela, rapidamente o caso de sucesso do dia. Quem mandou para a gente foi a Camila Souto. Olha só… Não sei se é sua irmã, sua tia, família, não sei.

Dr. Souto: Não é parente.

Rodrigo Polesso: Não é parente, mas vamos lá! A Camila Souto mandou o seguinte: “Eu terminei a primeira semana bem animada. Fiquei muito satisfeita. Menos 3,5 kg em uma semana.” Ela está comentando que ela acabou a primeira semana da primeira fase do programa Código Emagrecer de Vez, que é o desafio de uma alimentação forte reduzida em carboidratos para você começar a reprogramar o organismo para perda de gordura. Em apenas 7 dias ela perdeu 3,5 kg, uma mudança grande que com certeza está motivando ela a seguir pela 2ª, 3ª, 4ª semana e assim por diante para atingir o objetivo de boa forma dela. E se você está interessado em aplicar a alimentação forte em benefício do emagrecimento como prioridade, entre em CodigoEmagrcerDeVez.com.br. Legal, olha só, eu postei um vídeo sobre frutas recentemente. Na verdade, nesse momento que eu estou gravando o podcast, há 4 dias atrás eu postei esse vídeo sobre frutas e já tem mais de 300 comentários lá. E olha só, para você achar, se você não viu, digite Frutas Rodrigo no YouTube que você vai achar. As pessoas têm uma dificuldade enorme, dr. Souto, você também deve ouvir esse tipo de coisa talvez, de aceitar que frutas não irão ajudar no emagrecimento no contexto de uma alimentação saudável. Elas podem “ajudar” caso venham substituir piores opções, mas jamais as frutas irão ajudar, promover o emagrecimento em si, porque isso é fisiologicamente impossível de acontecer. Mas muita gente, como eu falei, nesse vídeo das frutas eu estava comentando que as frutas de hoje não muito se assemelham às frutas selvagens de antigamente. São muito mais ricas em açúcar, com nutrientes mais diluídos e as pessoas continuam a recomendar que você consuma bastantes frutas, várias frutas ao dia na dieta tanto para emagrecer, quanto para ser saudável. Isso é uma falácia, isso não é verdade e não tem embasamento nenhum na ciência. Frutas de forma alguma ajudam no emagrecimento. Pelo oposto, só ajudam se você comer uma maçã ao invés do brownie. Mas na verdade não está ajudando, está fazendo aquela questão de redução de danos. Só que quando eu falo esse tipo de coisa, é claro que muita gente vai lá se rebelar dizendo: ahh, Rodrigo, porque eu perdi 20 kg comendo fruta, então é uma prova do que você está falando é errado, sou prova disso. Então, dr. Souto, quero ouvir um pouco a sua opinião nesse sentido. O que você tem a adicionar nessa questão de frutas no emagrecimento? Qual a necessidade de frutas para se manter uma vida saudável?

Dr. Souto: Bom, primeiro reforçar o que você disse: fruta pode ajudar se ela vier substituir coisa pior. Então se eu trocar um croissant por uma pera é negócio! Se eu trocar um churros por uma maçã é negócio! Então não tem dúvida que quando a qualidade da dieta da pessoa é muito ruim, trocar essas coisas por frutas pode ser interessante. Nós aqui neste podcast advogamos dietas de baixo carboidrato. Agora, fruta não precisa ser um negócio cheio de açúcar. Existe uma grande variedade, uma grande variação do conteúdo de açúcar de diferentes frutas. Eu vou falar um monte de frutas agora que tem pouco açúcar. Conta aí, Rodrigo, quantas eu vou falar.

Rodrigo Polesso: Manda a ver!

Dr. Souto: Tomate, pimentão, berinjela, abobrinha, pepino, morango, chuchu, amora, mirtilo, framboesa. Quantas a gente falou será?

Rodrigo Polesso: Dez!

Dr. Souto: Falei dez frutas que vão lhe ajudar no emagrecimento. São frutas baixas em carboidrato. “Ah, mas eu não preciso restringir carboidrato.” Bom, então nem precisa ouvir esse podcast. Mas assim, tirando a brincadeira, obviamente para quem não tem necessidade de restrição de carboidratos as frutas são interessantes, são saborosas, são fontes de doçura na dieta que não vão fazer mal para a saúde se você não for diabético. Agora, concordo com o Rodrigo, frutas tropicais, doces, cultivadas, como uma banana madura, como uma manga, elas têm uma quantidade de açúcar que para uma pessoa que vai fazer uma dieta low carb provavelmente não é adequado. De uma forma geral, e a gente repete isso sempre (mas não custa falar de novo), o que faz com que você emagreça não é o que você come, é o que você deixa de comer. Então assim, comer 5 frutas doces por dia não vai ajudar a emagrecer, porque eu estou comendo 5 coisas que tem açúcar por dia. “Ahh, mas é saudável porque é fruta.” Bom, mas se você quer comer fruta porque fruta é saudável, por que não escolher uma dessas 10 que eu falei? Elas têm vitaminas, elas têm minerais, elas têm fitonutrientes, elas têm fibras, mas elas não têm açúcar. São opções muito mais racionais. “Ahh, mas pepino não é fruta.” Pepino é fruta. Só que não é uma fruta doce. Mas tem nutrientes como toda fruta. Tomate não tem um monte de açúcar, mas tomate tem nutrientes como toda fruta, tem vitamina C. Você não vai ter escorbuto porque está fazendo uma dieta low carb, porque brócolis tem vitamina C. Só para deixar claro e reforçar aí o que o Rodrigo disse. É que eu acho que o problema é a dicotomia, Rodrigo. É que nem nós falamos da aveia. Saudável não saudável. Eu não estou dizendo que fruta não é saudável. Nós estamos dizendo que no contexto de uma dieta low carb, frutas com muito açúcar, frutas muito doces não nos ajudam. Se eu quero diminuir a quantidade de glicose disponível no sangue para que o corpo passe a oxidar gordura preferencialmente, colocar uma banana no contexto pode não ser a coisa mais interessante para quem está optando por low carb como estratégia. Aí chega a pessoa e diz assim: “Mas eu perdi um monte de peso comendo frutas.” Ok, low carb não é a única forma de perder peso. Lembra quando saiu o estudo Diet Fits, aquele que comparou uma dieta low carb moderada com uma dieta low fat, mas também sem açúcar e sem farináceos e os dois tiveram um resultado parecido? Se você restringir as calorias de forma voluntária, então você consegue perder peso comendo qualquer coisa. Basicamente se a pessoa estiver disposta a passar fome, pode comer frutas e tal e perder peso. Agora, se você prefere uma alternativa como a low carb, na qual você come até a saciedade, uma dieta nutricionalmente densa e diminui o seu consumo de glicose, bota a sua síndrome metabólica em remissão, bota o seu diabetes tipo 2 em remissão, perde peso sem passar fome. Bom, nesse caso, se você optou por low carb, frutas doces não são low carb.

Rodrigo Polesso: E para as pessoas que vem dizer: “Ahh, Rodrigo, o que você está falando é mentira, porque eu perdi 20 kg comendo frutas.” Se pergunte o seguinte: quanto você poderia perder se você não tivesse comido frutas. Trinta? Talvez 40 kg. Então o fato de você ter perdido peso comendo fruta, você pode perder peso como o dr. Souto falou comendo brownie, comendo brigadeiro o dia inteiro. É só você comer pouco, passar fome, inanição. Aí você consegue perder peso comendo qualquer coisa que a gente está falando. E outra coisa, agora saindo do emagrecimento, agora sobre saúde. Frutas, na minha opinião (não sei qual é a tua opinião, dr. Souto), mas na minha opinião, não são como as pessoas falam absolutamente necessárias em uma reeducação alimentar. Não, na minha opinião, frutas em um contexto de uma alimentação forte: se você está tendo uma alimentação rica em nutrientes, baseada em alimentos de verdade, frutas não são necessárias. Então você não precisa fazer um esforço para adicionar na sua dieta. Você pode comer como sobremesa. Mas você não precisa se obrigar a comer fruta porque dizem por aí que você precisa comer duas ou três frutas. Você não precisa pelos nutrientes, não precisa pelas vitaminas, não precisa pelas fibras, não precisa pelo açúcar que tem. Na questão da vitamina C, se você tem uma alimentação baixa, bem baixa em carboidrato, a tua necessidade de vitamina C é muito menor do que a das pessoas que comem carboidrato. Tanto que os esquimós nunca tiveram problemas com escorbuto mesmo sem acesso a legumes e frutas na maior parte do ano (que é no inverno). Então é bem complexo esse assunto. Mas, mais uma vez, como a gente falou recentemente na questão da água, de ter que tomar 2 litros, 3 litros por dia, como as pessoas falam. Não existe provas para isso e não há necessidade de você incluir no contexto de uma alimentação saudável frutas no deu dia-a-dia para ser mais saudável. Agora, avalie tudo isso com um grão de sal, como a gente fala em inglês. Não tome nada como recomendação, mas tome como informação para você avaliar qual é o teu estilo de vida, qual é o teu objetivo, qual é a tua saúde e assim fazer uso dessa informação da melhor forma possível.

Dr. Souto: É, eu penso que às vezes… é uma outra expressão em inglês que eu acho que é interessante que é hedge your bets, que talvez em português tu diria assim: não, vamos colocar todos os ovos numa mesma cesta. O que acontece? A gente tem os estudos observacionais, epidemiológicos com todos os problemas que eles apresentam. E a maioria dos estudos sugerem que o consumo de frutas pode ser interessante. O PURE, esse mais recente que foi aquele que mostrou que as pessoas que comem menos gordura morrem mais e as que comem muito carboidrato morrem mais. Ou seja, as pessoas que comem um pouco mais de gordura morrem menos. O PURE, um estudo observacional em 18 países, mostrou que o benefício das frutas parece existir, mas é até no máximo 3 por dia, ao invés de 5 como o pessoal anda recomendando na Inglaterra. Bom, a minha fruta preferida é tomate. O que eu quero dizer é o seguinte, eu martelo essa informação: fruta não precisa ser fruta doce. Essa é uma questão semântica. Na nossa cabeça quando nós falamos em frutas, a gente pensa em algo doce. Mas você pode muito bem hedge your bets. Quer dizer, tudo bem, talvez a gente não pode ter certeza, quem sabe realmente vai ser importante para a longevidade, não tem estudos prospectivos randomizados sobre isso, acho que nunca vai ter com duração adequada. Então olha, se você acredita que consumir mais frutas seja uma coisa interessante para a saúde, mais vegetais, você pode fazer isso em uma dieta low carb e em uma alimentação forte. Falamos aí 10 frutas de baixo carboidrato que você pode comer. Então eu acho que é uma questão que está em aberto. E eu entendo que a pessoa queira dizer assim: pelo sim, pelo não, eu vou comer umas frutas a mais, porque os estudos observacionais e epidemiológicos mostram. Tudo bem. Escolha dentre as opções low carb. Dez eu falei de cabeça, se a gente for atrás tem muito mais do que isso.

Rodrigo Polesso: Com certeza! Olha só, uma coleção de assuntos variados para você! Eu acho que é isso por hoje, e semana que vem tem mais, afinal! Então não fiquem chorando! Obrigado pela atenção de todo mundo. A gente vai ficando por aqui no episódio de hoje. Dr. Souto, obrigado pelo teu tempo. E a gente, claro, na semana que vem com mais uma pílula aí de saúde para você. Até mais pessoal!

Dr. Souto: Até mais! Obrigado! Até a próxima!