TRIBO FORTE #144 – DETOX E COMO MANTER O PESO PERDIDO COM MAIS FACILIDADE

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste podcast:

  • Detox realmente faz bem para o nosso corpo?
  • Como manter o peso perdido, evitando o efeito sanfona?

Escute e passe adiante!!?

Saúde é importante!

OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Caso de Sucesso do Dia

Rodrigo

 

 

Referências

Artigo no G1 Sobre Epidemia de Obesidade e Desnutrição no Brasil

Artigo Sobre o Ensaio Clínico Randomizado Conduzido Pelo Dr. Ludwig 

 

 

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá, bem-vindo a mais um podcast da Tribo Forte, a sua dose semanal (como você já sabe) de saúde e estilo de vida saudável, tudo baseado em ciência. Eu sou o Rodrigo Polesso e estou acompanhado aqui pelo dr. Souto. Dr. Souto, como está por aí?

Dr. Souto: Tudo certo. Bom dia, Rodrigo e bom dia aos ouvintes.

Rodrigo Polesso: Olha só, pessoal, a gente vai falar hoje sobre como manter o peso perdido com mais facilidade. Para o pessoal que emagreceu e que quer manter o peso, o efeito sanfona é um demônio na cabeça de muita gente que passou por isso. E se você está no seu peso normal, como você pode manter o peso com facilidade usando uma alimentação inteligente. Tem um estudo bacana que a gente vai trazer à tona hoje com um pouco mais de detalhes. Primeiro, olha só, eu acabei de receber um e-mail da Apple, do ITunes, que eles estão compartilhando agora em 2018 quais são os top podcasts de 2018. E o podcast da Tribo Forte foi novamente incluso na lista dos mais baixados do Brasil. Obrigado a todo mundo. A gente está competindo lá com todo tipo de entretenimento, com jornalismo, mas a Tribo Forte está lá entre os top mais baixados do Brasil inteiro. Obrigado a todo mundo pelo apoio, pela audiência semanal. A gente vai continuar em frente tentando mudar a situação do Brasil e trazendo um pouco mais da luz da verdade, um pouco sobre estilo de vida saudável, alimentação, saúde em geral. Dr. Souto, é mais uma vitória, eu acho, nossa e do Brasil.

Dr. Souto: Sensacional! E nos enche de orgulho. Nos enche de orgulho porque a gente, como todo mundo, começou pequenininho e nunca imaginou que ia chegar nesse nível de destaque. A gente deve isso às pessoas que nos ouvem. Então, espalhem, divulguem, vamos tornar esse aí o podcast mais baixado do Brasil!

Rodrigo Polesso: É isso aí! Com certeza! Um passo à frente, pessoal! Pode baixar, pode ouvir no Spotify, pode ouvir no ITunes, você pode ir no EmagrecerDeVez.com, você pode ir no TriboForte.com.br. Enfim, tem transcrições completas, para quem prefere ler, no EmagrecerDeVez.com. Tem em muitos lugares, não tem desculpa e é tudo de graça, 100% gratuito. Informação para todo mundo, só não vê quem não quer mesmo. E olha só, vamos começar aquecendo aqui no podcast hoje com uma pergunta da comunidade que foi enviada hoje pela Bruna Santos. Ela comentou em um vídeo que fiz sobre jejum intermitente. Ela perguntou se ela pode no intervalo tomar aquele suco detox. Bom, eu coloquei essa pergunta por causa do termo que me dá calafrios que é: suco detox. Que é uma coisa que, na minha opinião, não existe. É uma coisa que não faz sentido algum. Na verdade, o maior detox do mundo, em se tratando de ser humano e qualquer ser, é o detox que o corpo faz ele mesmo. Nosso corpo está se detoxificando todo o dia, 24 horas por dia. Enquanto você dorme, enquanto você está acordado, você tem o glutathione, que é glutationa em português, que é o maior antioxidante do corpo. É muito mais poderoso que qualquer bluberry que você quiser comer na sua dieta. Então, suco detox, pessoal, é uma lenda. Ok? É óbvio que é melhor você tomar um suco detox, que seja, do que você comer um brigadeiro. Mas aí, se você come brigadeiro o teu problema é maior do que esse, não é verdade? Então, é óbvio que no jejum intermitente, se você tomar qualquer suco que seja, você vai tender a interromper os processos que a gente fala que são benéficos durante o jejum, caso esse suco tiver valor calórico. Então tem que prestar atenção nessa questão também. Agora, o problema principal que eu coloquei aqui é justamente o conceito do porquê de se tomar o bendito suco detox, que é um nome que não se aplica de verdade. Porque a maioria dos antioxidantes que a gente ingere através da alimentação, a ciência mostra claramente que eles não são utilizados pelo corpo humano. Se eles fossem bons e úteis ao corpo humano, o corpo humano utilizaria ele e não colocaria no vaso através da urina, por exemplo. Ou não converteria eles em outros compostos inativos quando são absorvidos pelo corpo. Isso quando eles são absorvidos, porque a maioria passa reto pelo nosso intestino. Então, dr. Souto, é um assunto que, claro, dá muito pano pra manga, mas não sei qual a opinião que você tem sobre esses sucos detox da vida.

Dr. Souto: Eu concordo 100%. Esse nome detox, eu tenho horror disso! Porque na realidade ele simplesmente é incorreto, é falacioso. Vamos explicar para quem não é da área e fazer pensar um pouquinho. O que é uma toxina? Vamos imaginar… Eu vou dar uma toxina bem comum, que todo mundo conhece e boa parte dos nossos ouvintes entram em contato com certa regularidade. Etanol, álcool. Caso vocês não saibam, etanol não é exatamente um nutriente, é uma toxina. Então, assim, a gente consome porque, enfim, existe aquele efeito que as pessoas gostam. Mas ninguém deve ter ilusões, é um negócio que não é exatamente bom para a sua saúde. Porque ele é uma toxina, o corpo precisa detoxificar o etanol. Porque assim, o nosso corpo não precisa detoxificar proteína, ou gordura, ou glicose. Ele usa proteína, gordura e glicose como fonte de energia, ou para construir suas estruturas (no caso da proteína). Agora, o etanol não vai ser usado, ele vai ser detoxificado. Quem faz isso é o fígado, não é o suco. Então, o fígado pega o etanol, vai convertê-lo em um aldeído. Esse aldeído, por sua vez, é uma das causas da ressaca, da dor de cabeça, e esse aldeído depois vai ser convertido novamente para uma substância não tóxica. Acaba, então, indo para o metabolismo energético, acaba sendo queimado pelas mitocôndrias, mas ele precisa ser detoxificado primeiro. Bom, se eu tomar um suco verde, por mais que ele tenha gengibre, ou outras coisas, isso não vai transformar o etanol em uma substância não tóxica. Quem faz isso é o fígado. Está certo? Vamos pegar um outro exemplo. Coisas que o nosso rim faz. Vários medicamentos, por exemplo, são excretados na urina. Determinados antibióticos, por exemplo. Então, esses antibióticos, se a pessoa tiver uma insuficiência renal, se o rim não funcionar, esse antibiótico acumula no sangue. Normalmente, por que a gente tem que tomar um comprimido de 12 em 12 horas? Porque aquele remédio, aquela substância química, aquele antibiótico é eliminado, é detoxificado pelo nosso rim de modo que se eu não tomar a cada 12 horas um novo comprimido, daqui a pouco eu não tenho mais a substância no meu corpo. Então o rim tem essa capacidade de pegar coisas que não prestam e botar na urina. Agora, se eu tiver rins que não funcionam, por exemplo, a única coisa que eu posso para substituir isso é fazer hemodiálise. Eu tenho que ir numa máquina que vai pegar o sangue de uma veia, passar por um filtro nessa máquina e essa máquina vai extrair toxinas do meu sangue e retornar o sangue já sem as toxinas por uma outra veia. Está bem? É assim que funciona a hemodiálise. Não adianta eu tomar suco verde. O suco verde não vai afetar as doses de antibiótico que estão se acumulando no meu sangue porque os meus rins não funcionam. Então assim, por mais que ele tenha couve, espinafre, gengibre, abacaxi, etc. isso não afeta os níveis desse antibiótico e de incontáveis outras substâncias tóxicas produzidas pelo próprio organismo. Por que o que acontece? Assim como, digamos, o carro quando queima o combustível no motor libera determinados gases que têm que sair pelo cano de descarga, e se a gente entupir esse cano de descarga, colocar uma batata tampando o cano de descarga, o carro não vai conseguir funcionar. Ele precisa botar para fora aquelas coisas. Tem uma série de substâncias tóxicas que são produzidas pelo nosso próprio metabolismo, que têm que ser eliminadas. A grande maioria pelo rim e pelo fígado, alguma coisa pela respiração. Esses órgãos detoxificam. Então, simplesmente não existe absolutamente nenhum efeito que tenha qualquer coisa a ver com reduzir qualquer toxina que possa ser produzida por absolutamente qualquer suco. Então não vamos usar essa expressão porque ela é ridícula, ela é falsa. Aliás, digo mais, se você não tiver os rins e o fígado funcionando, as toxinas do suco detox vão lhe fazer mal.

Rodrigo Polesso: Isso que eu ia dizer! Exatamente!

Dr. Souto: Porque tem um monte de toxinas presentes nos vegetais, especialmente. Então, esses vegetais que você coloca, bate no liquidificador, eles têm um monte de toxinas. E essas toxinas só não conseguem te matar porque o teu fígado e o teu rim excretam essas coisas, ou as modificam (no caso do fígado) para que elas não sejam tóxicas. Então, quem é detox é o fígado e o rim, e em menor quantidade alguns outros órgãos. E na realidade o suco é apenas uma das toxinas que o fígado e o rim têm que lidar. Nem toda toxina é necessariamente uma coisa ruim. É estranho para quem possa estar ouvindo isso, mas acho que nós já falamos aqui, Rodrigo, do conceito da hormese.

Rodrigo Polesso: Com certeza!

Dr. Souto: Vamos dar um exemplo. Uma quantidade muito grande de exposição solar em quem não está acostumado vai ser tóxica por causa dos raios ultravioletas. A pessoa vai ter uma queimadura solar, forma bolhas, feridas. Agora, uma exposição solar que aos poucos é crescente, é adequada ao tom de pele da pessoa traz benefícios. A pessoa vai ganhando um bronzeado que a protege dessa exposição solar e ao mesmo tempo vai sintetizando vitamina D, óxido nítrico. Então, um pouquinho de sol é bom. Da mesma forma, vários dos efeitos benéficos que a gente atribui ao consumo de vegetais vem do fato de que esses vegetais têm pequenas doses de toxinas e essas toxinas ativam o nosso sistema, que o Rodrigo estava falando antes, da glutationa (que é o nosso antioxidante endógeno principal). E aí, esse antioxidante foi ativado para nos defender das toxinas do suco verde. Então, as toxinas do suco detox acabam ativando as nossas defesas antitoxinas que ficam mais fortes para combater outras toxinas. Então, provavelmente, parte do benefício do consumo de determinados polifenóis e substâncias que estão presentes em determinados vegetais, é justamente o fato delas serem levemente tóxicas. Por exemplo, a cafeína que está presente no café, ela não é uma coisa que a providência divina colocou no café para melhorar as manhãs do ser humano. Ela é uma substância tóxica para vários insetos. O ser humano tem a capacidade de detoxificar. E não é pelo suco, é pelo fígado. De modo que doses normais a gente tolera bem, tem os efeitos psíquicos que a gente tanto gosta. Agora, doses excessivas poderiam ser até letais. Então, acho que é isso aí. Só pra ficar bem claro: se você ver qualquer pessoa usar o termo detox não leve a sério, essa pessoa não é séria. Ela simplesmente está assassinando ao mesmo tempo a biologia e o vernáculo.

Rodrigo Polesso: Provavelmente um charlatão. Não tem nenhum alimento que você consiga comer que vá detoxificar nada no seu corpo. Na verdade, você vai fazer um favor para o seu corpo, para detoxificar não tome o bendito suco detox, porque ele vai aumentar o tamanho do fardo de detoxificação do seu próprio corpo. Então, cuidado, pessoal! Depois dessa aula, eu espero que tenha ficado muito claro esse assunto. Antes de começar aqui esse belo estudo, esse ensaio clínico randomizado que a gente vai falar sobre como manter o peso de forma mais fácil, rapidinho uma notícia que saiu no G1 agora em novembro. Uma pesquisa internacional feita em 200 países revelou que o Brasil pode enfrentar epidemia de obesidade e desnutrição. É a chamada carga dupla da má nutrição. São pessoas que estão acima do peso, mas desnutridas ou magras, mas com problemas de saúde também. E se tivesse, dr. Souto, uma forma simples e saborosa de evitar tanta má nutrição quanto sobrepeso, uma coisa que não fosse sofrida, uma mágica, seria o que? Bom, eu chamo de alimentação forte, mas tem vários nomes para isso. Mas o principal ponto é o seguinte: a gente está com tanto medo que vai ter uma epidemia de obesidade e desnutrição, mas não vai ter, já está tendo há muito tempo! Já está tendo há muito tempo isso aí! O Brasil não está na ponta, mas está competindo para subir cada vez mais. E outra coisa é aquele mito que a gente sempre fala aqui, de pessoas que estão acima do peso, porém desnutridas, que é um grande mito acreditar que se você está acima do peso, está gordo, está bem nutrido. Não, não tem nada a ver uma coisa com a outra. A gente sabe muito bem disso, a gente já falou disso inclusive aqui no podcast. Então, na verdade, uma forma muito fácil e saborosa de se reverter toda essa epidemia é voltar aos nossos bons hábitos alimentares que a gente propaga desde o primeiro episódio da Tribo Forte. Não é segredo, não é, dr. Souto?

Dr. Souto: Isso me lembra aquelas pessoas que criticam, que dizem assim: “O problema de uma alimentação low carb é a quantidade de nutrientes que você vai perder retirando esses grãos da sua alimentação.”

Rodrigo Polesso: Falando em detox, não é?

Dr. Souto: É… Vamos lembrar, pessoal. Amido é glicose. Então, quando eu tiro um monte de arroz, batata, maisena, tapioca, mandioca, açúcar, farinha, pão… Quando eu tiro essas coisas da dieta, eu estou tirando coisas que qualquer um sabe que são pobres em nutrientes. E é justamente isso que esse tipo de manchete está salientando. Ou seja, por que que o sujeito de baixa renda, pobre, consegue ser ao mesmo tempo desnutrido e gordo? Porque ele passa a se alimentar basicamente de amidos, porque é a ração humana mais barata que tem. Amido é barato, amido é gostoso. Então, a pessoa come aquilo ali, mata a fome e supre o corpo com calorias e glicose em excesso e nutrientes em falta, em deficiência. Então, quando a pessoa ao adotar uma alimentação forte, ao reduzir os carboidratos retira esse tipo de alimento, o importante é que o que toma o lugar desse tipo de alimento por definição será mais nutricionalmente denso. Está certo? Então assim, qualquer coisa que não for carboidrato que eu colocar no lugar do pão vai ter mais nutrientes que o pão. É fato isso. No lugar do pão eu vou botar presunto. Bom, presunto tem infinitamente mais nutrientes que o pão, e isso que eu estou comparando um alimento processado com outro alimento processado. Por que? Porque eu quero colocar em um contexto assim… já que nós estamos falando na questão da situação da renda… deixa eu até abrir um parêntese. Quem quiser dar uma olhada, vocês que estão nos ouvindo, é fácil de achar. Botem no Google: VIGITEL obesidade. E aí vocês vão ver dados de uma pesquisa nacional, feita no Brasil, que é feita por telefone com milhares de brasileiros e que é feita periodicamente. Vai mostrando a evolução da situação de saúde da nossa população. É legal porque muitas vezes usa dados americanos e esses são dados nossos. E o que vocês vão ver é estarrecedor. Nos últimos 10 anos houve um aumento muito significativo, se não me engano 40 e tantos por cento ou mais de diabetes tipo 2, de obesidade. O sobrepeso já acomete mais da metade da população brasileira. Na minha faixa etária e na do Rodrigo já chega a mais de 60% da população brasileira. Nós temos no sexo masculino no Brasil 10% de pessoas já diagnosticadas com diabetes. Mas na faixa dos 60 anos de idade, chega a quase 30%. Quase 30% das pessoas já são diabéticas! Isso não é normal. Ahh, muito interessante, no VIGITEL, se vocês olharem (eu estou lembrando de cabeça, mas eu tenho certeza desses números) vocês vão ver que obesidade e diabetes estão inversamente relacionados com escolaridade, por exemplo. Então, pessoas com menos escolaridade têm mais obesidade e mais diabetes. Isso não tem nada a ver com número de anos de escola. A escola não impede de ficar diabético ou obeso. Isso obviamente está marcando o que? Renda, não é?

Rodrigo Polesso: Renda.

Dr. Souto: Então, as pessoas de baixa renda… claro, é muito mais fácil comprar um macarrão barato, é muito mais fácil comprar um pãozinho barato, é muito mais fácil comprar salgadinho, comida processada. Mas, a gente tem que lembrar que existem alternativas nessas populações. É possível fazer a sua horta comunitária. Não precisa comer filé mignon, é possível comer ovo, que é barato. É possível, daqui a pouco, criar umas galinhas. Então, o importante seria que as diretrizes nutricionais indicassem esse caminho e que não tivesse na escola dessas crianças que já tem baixa escolaridade, elas vão sair da escola lá pelo 5º ano para trabalhar, e até o 5º ano elas aprenderam o que? A pirâmide alimentar que diz que elas são obrigadas a 60% da sua dieta na forma daquilo que vai torna-las doentes e diabéticas. Então, se a gente pelo menos divulgasse amplamente… Porque, veja bem, se eu pegar pessoas, não importa se elas têm alta ou baixa renda, se elas têm pouca ou muita escolaridade, se eu perguntar para elas na rua como uma enquete: gordura na dieta faz bem ou faz mal? Todo mundo vai dizer que faz mal. Ou seja, já entranhou na cabeça das pessoas. E se eu disser assim: pão integral é uma coisa saudável? Todo mundo vai dizer que faz bem. Então, sim, as diretrizes, as notícias, os programas de TV influenciam a cabeça das pessoas. Então, vocês imaginam, uma pessoa que já acredita que pão é uma coisa boa para a sua saúde e tem baixa renda, o pão é mais barato do que a carne, do que o peixe. Já é difícil convencer essas pessoas que têm uma dificuldade para adquirir um alimento mais nutritivo a fazer isso pela situação financeira, imagina se eu estiver fazendo propaganda governamental para que elas se entupam de pão? É difícil!

Rodrigo Polesso: Exato. É triste.

Dr. Souto: Se pelo menos as diretrizes fossem alinhadas com a realidade científica, se a gente recomendasse realmente alimentos minimamente processados, mais pobres em amido, mais ricos em proteína e fibra, quem sabe?

Rodrigo Polesso: Quem sabe… com certeza! Você falou de comida barata, inclusive eu tenho já anotado aqui, na verdade já gravei um vídeo de como fazer exatamente isso: alimentação forte barata, mostrando que a alternativa ao filé mignon não é o biscoito recheado, mostrando que tem várias coisas baratas que você pode fazer e pode se surpreender com isso. Então, não tem desculpa, basta querer. Fique ligado nos próximos vídeos. Vou postar em áudio aqui também no podcast. Se você segue o canal Emagrecer de Vez no YouTube, você vai ver o vídeo também em breve sobre isso. Então não tem desculpa. Vamos lá, então! Esse ensaio clínico randomizado para colocar o pessoal a par do que aconteceu. Ele é bastante importante. Foi recentemente publicado, eu acho que vocês precisam saber. Então, é um novo e muito bem conduzido ensaio clínico randomizado, que foi liderado pelo David Ludwig, que é uma pessoa boa lá de Harvard (não como todos de Harvard, ele é uma pessoa boa de Harvard) na área de saúde, que foi recém-publicado no British Medical Journal e foi também ecoado no mundo inteiro. É o seguinte, foram 164 pessoas de 18 a 65 anos, com índice de massa corpórea de 25 ou mais, ou seja, pessoas com sobrepeso foram inclusas nesse estudo. O estudo funcionou dessa forma: todas as pessoas participaram de uma dieta inicial para perder peso até estabilizarem e daí começarem o estudo de fato logo depois. Então depois dessa perda de peso as pessoas foram aleatoriamente colocadas em 3 grupos diferentes: um com 20% de carboidratos na dieta, outro com 40 e outro com 60%. A quantidade de proteína fio estabelecida em 20% em todos os três grupos. A quantidade calórica, também muito importante nos três grupos, foi ajustada para manutenção de peso e não perda de peso. Eles queriam ver a respeito da manutenção, e era isocalórica. Depois de 20 semanas, onde todos as refeições foram fornecidas pelo estudo, os pesquisadores foram analisar o resultado disso aí. O primeiro resultado incrível foi que o gasto energético das pessoas foi de 52 calorias a mais por dia para cada 10% de diminuição no consumo de carboidrato. Olha só isso! Ou seja, ao se diminuir em 10% a quantidade de carboidrato ingerida no dia, se queimou 52 calorias a mais por dia sem levantar nenhum dedo. A quantidade de energia queimada por dia foi de 91 calorias por dia a mais no grupo do consumo moderado de carboidratos e incríveis 209 calorias por dia a mais no grupo de baixo carboidrato comparado ao grupo de alto carboidrato. A maior diferença em gasto energético foi quando foram comparados os participantes que tinham os maiores níveis de insulina basal no início do estudo. Ou seja, as pessoas que potencialmente mais se beneficiariam da perda de peso. O grupo de baixo consumo de carboidratos queimou, pasmem: 478 calorias por dia a mais que o grupo de alto carboidrato…

Dr. Souto: Repita este número, Rodrigo!

Rodrigo Polesso: O grupo de baixo consumo de carboidratos, dessas pessoas que mais precisam perder peso, queimou 478 calorias a mais por dia, somente por comer menos carboidrato, comparado ao grupo que estava comendo mais carboidratos, que é basicamente o que a população faz hoje. E lembrando novamente que a quantidade de calorias total na dieta foi ajustada para todos os grupos. E outros pontos que vieram junto é que os hormônios, por exemplo a grelina, responsável pela sensação de apetite, ficaram menores os níveis dele no grupo da dieta de baixo carboidrato. Ou seja, as pessoas sentiram menos fome. O hormônio leptina também ficou menor nesse grupo. E a conclusão do estudo foi a seguinte: consistente com o modelo carboidrato-insulina, abaixando a ingesta de carboidratos se aumenta o gasto energético durante a manutenção do peso e o efeito metabólico pode aumentar a chance e sucesso no tratamento da obesidade, especialmente naqueles que têm altos níveis de insulina que são os que mais precisam. Meu Deus, esse estudo, dr. Souto, é um que realmente veio para chutar a boca do balão, ou chutar a porta, na verdade… mostrar que você pode queimar tudo isso de calorias sem levantar um dedo, só mudando a qualidade da sua dieta e reajustando o sistema hormonal. É realmente chocante. E eu estava lendo como ele foi conduzido e foi cuidadosamente conduzido, foi muito bem conduzido, na verdade, esse estudo. Então, para os organizadores eu deixo os meus parabéns.

Dr. Souto: Bom, eu tenho muito para falar sobre esse estudo. A primeira coisa é salientar o seguinte: existem estudos e estudos. Tem estudo lixo observacional, cheio de vieses. E tem um estudo primoroso como esse, extremamente bem conduzido. O Rodrigo falou várias coisas, mas eu vou salientar para você que está nos ouvindo. Primeiro, todas as refeições foram fornecidas pelo estudo, de modo que minimizasse as chances das pessoas não estarem seguindo direito. Segunda coisa, por que todo mundo foi submetido a uma restrição calórica inicial para perder 12% do peso corporal? Porque depois que a pessoa perde peso é fato que o corpo quer ganhar o peso de volta. Então, quando a pessoa perdeu 12% do peso corporal é muito fácil ganhar o peso de novo, o corpo tende a reduzir a taxa metabólica basal e tende a aumentar a fome. Então, o que eles queriam ver, como o Rodrigo disse, é que tipo de estratégia dietética é mais adequada para manter o peso, uma vez que a pessoa tenha perdido peso. Porque essa, no fundo, é a tarefa mais complexa, manter a perda de peso. Todo mundo sabe do famoso efeito sanfona. Buenas! Como eles fizeram esse estudo foi também muito interessante. Eles deram para todos os participantes do estudo balanças wifi, de modo que as pessoas tinham que se pesar todos os dias e se eles viam que as pessoas estavam emagrecendo ou estavam engordando, depois daquela perda inicial de peso, eles aumentavam ou diminuíam as calorias para fazer com que a pessoa ficasse com o peso estável. Então, a pergunta é: será que é só uma questão de calorias? Será que são só as calorias que importam? Ou realmente o tipo de dieta modifica? E eles mostraram de forma muito definitiva, de forma muito elegante, que não, que não são só as calorias que importam. Ao mesmo tempo que fique claro: o estudo também não deixa de ter mostrado o contrário, que calorias não são irrelevantes. Veja bem, o grupo da low carb foi obrigado a comer mais para não emagrecer e o grupo do high carb foi obrigado a comer menos para não engordar. Está certo? Então eles conseguiram manter o peso estável dessas 165 pessoas por 5 meses, manipulando a quantidade de calorias que eles davam para as pessoas, dando mais calorias para o grupo low carb e menos calorias para o grupo high carb para que eles  ficassem no mesmo peso por 5 meses. Outra coisa muito importante é que a forma como foi medida a taxa metabólica desses indivíduos, quantas calorias eles queimavam por dia, não foi questionário, não foi perguntar quanto a pessoa comeu. Porque isso é falho, isso é falso. Eles utilizaram o método padrão ouro para mensuração do metabolismo em pessoas em vida livre fora do laboratório, que se chama água duplamente marcada. Eu não vou entrar em detalhes aqui, quem quiser procure isso na internet, água duplamente marcada, mas é um método em que se usa uma água com isótopos de hidrogênio e isótopos de oxigênio atípicos, de modo que calculando quanto a pessoa bebeu dessa água e depois quanto ela excreta é possível calcular o metabolismo com uma margem de erro muito pequena. Então, para deixar claro, as refeições foram fornecidas pelo estudo, as pessoas tinham balanças wifi para que os pesquisadores soubessem a variação do peso delas todos os dias por 5 meses e eles usaram água duplamente marcada para medir o metabolismo. A conclusão é: mais de 200 calorias de vantagem para o grupo low carb em geral. Mas quando eram as pessoas com secreção elevada de insulina, como o Rodrigo falou, ou seja, aquelas que a gente já sabe que têm uma chance maior de se beneficiar, as com resistência à insulina, com síndrome metabólica, com gordura no fígado, com insulina elevada. Essas pessoas chegaram a ter mais de 450 calorias de vantagem. Vamos explicar o que é essa vantagem. Significa que eles podiam comer 450, 470 calorias a mais todos os dias do que os outros grupos, e ainda assim não engordar. Então, aquela impressão que eu, você, Rodrigo, e todo mundo que faz low carb, que já fez na vida, que vê pacientes fazendo low carb, aquela nítida impressão de que em low carb a pessoa pode comer mais e ainda assim ter bom resultado não é só uma impressão. Agora ela está quantificada. Muitas vezes você que está nos ouvindo, especialmente se você que está nos ouvindo estuda nutrição ou é nutricionista, ouviu de professores a seguinte frase: é ridículo essa história de que em low carb poderia comer mais, porque isso violaria as leis da termodinâmica. Quem falou isso para você não entende nem de nutrição e nem de termodinâmica. Porque as leis da termodinâmica não são uma só. Não tem apenas a primeira lei da termodinâmica que é a conservação de energia. Tem a segunda também! E a segunda lei da termodinâmica diz respeito à eficiência. O quanto da energia vai ser usada para gerar trabalho, para fazer os músculos funcionarem, o fígado funcionar, o quanto vai virar entropia e o quanto vai ser dissipado na forma de calor. Então, eu posso sim ter uma quantidade x de energia saindo, gerar menos trabalho e dissipar mais energia na forma de entropia e calor, que é evidentemente o que está acontecendo no caso das pessoas que estão fazendo low carb. Então essa energia a mais que foi consumida, essas 490 calorias a mais que foram dissipadas, elas não saíram do universo, elas não desapareceram, elas não entraram para uma outra dimensão. Elas obviamente foram dissipadas no ambiente na forma de entropia e calor, ok? Então, só lembrar para o seu professor de nutrição que não existe só a primeira lei da termodinâmica. Então, é um estudo bem importante. Vou aproveitar para fazer uma propagandazinha da Associação Brasileira Low Carb. Assim que esse estudo saiu a ABLC já divulgou uma postagem sobre o assunto no seu Instagram. Instagram que é @ablc.org.br. E para os sócios contribuintes da ABLC, existe disponível um vídeo meu falando sobre esse estudo por quase 10 minutos. Para quem quiser contribuir com a causa, com o avanço da causa low carb, para que a gente possa desfazer essas balelas, ajudar a divulgar isso, pense nessa possibilidade de seguir a ABLC no Instagram e, de repente, ser um sócio contribuinte. Ainda sobre o assunto de divulgar esse estudo, sim, ele repercutiu no mundo afora, mas ele repercutiu mais nos países de língua inglesa. No Brasil, eu acho que eu vi apenas no site R7 da Record. Pode ser que tenha saído em algum outro lugar. Então, quando sai um estudo observacional ridículo mostrando alguma correlação que não tem nada a ver com causa e efeito, aí todos os sites do mundo, todos os portais de notícias, o Jornal Nacional, todos falam. Agora, quando é um estudo absolutamente maravilhoso, ensaio clínico randomizado, com as técnicas mais cuidadosas para medir os desfechos com uma margem de erro mínima, um estudo absolutamente relevante na hora que o profissional da saúde deve escolher qual é a melhor estratégia para a manutenção do peso. É uma das questões mais relevantes, nós acabamos de dizer, pela VIGITEL no Brasil, 60% dos adultos têm sobrepeso, 10% dos adultos são diabéticos e um terço quase das pessoas com mais de 60 anos são diabéticas tipo 2. Ou seja, é uma coisa muito grave, muito grave! Nessa circunstância quase ninguém fala de um dos estudos mais importantes, sérios e rigorosamente conduzidos que saiu no ano de 2018. Vai entender, não é?

Rodrigo Polesso: É verdade. Você tem uma escolha, você pode estar dentro da bolha ou fora da bolha. Nesse caso é uma bolha de conhecimento. Você pode estar dentro da bolha da sociedade, do senso comum da sociedade, que é uma bolha mais perigosa. Você tem essa escolha tendo contato com esse tipo de informação. Com o que você quer se rodear? Você tem que se rodear com coisas que estão alinhadas com o teu objetivo. Alinhadas, preferencialmente com a ciência, se o objetivo é saúde. E no caso a Tribo Forte faz isso, a ABLC faz isso, nós fazemos isso também. Então, você precisa se rodear e se alimentar constantemente desse tipo de informação boa para você também se tornar uma semente disseminadora desse tipo de informação. Eu quero aproveitar também para dizer para o pessoal que está escutando que as palestras todas do evento Tribo Forte ao vivo 2018 estão disponíveis dentro do portal Tribo Forte. Você pode assisti-las todas lá. E já vou avisar que elas podem sim mudar muito os conceitos que você achava que sabia sobre alimentação, estilo de vida saudável, emagrecimento, exercícios, etc. Para você ver mais, você tem que entrar em TriboForte.com.br. Você precisa dar uma olhada nessas palestras e você não vai ter acesso somente a elas, mas também às palestras dos anos de 2017 e 2016. Você precisa entrar em TriboForte.com.br e dar uma olhadinha lá.

Dr. Souto: Notícia sensacional essa, Rodrigo! Até precisa sedimentar. Pessoal, escutem! As palestras todas do evento Tribo Forte estão disponíveis lá no TriboForte.com.br. Não percam! Coisas muito boas! Acho que é importante. É a maravilha do mundo online que a gente vive. Quer dizer, poder sentar na tranquilidade da sua casa e assistir palestras sem você ter que ter viajado até São Paulo. Claro, se você fosse a São Paulo teria a oportunidade também de ver um evento com uma vibe sensacional. Mas, enfim, nem todo mundo pode e está disponível aí para ver em casa.

Rodrigo Polesso: Isso aí, pessoal! Entrem aí em TriboForte.com.br. E, como de costume, tem o caso de sucesso de hoje que tem que mencionar aqui, que veio do Rodrigo Valle. Ele falou: “Hoje completo os 30 dias do desafio. Muita felicidade! Eu nunca tinha ido tão longe, são menos 10,8 kg na balança.” Então, veja só, ele aplicou desde o começo a alimentação forte otimizada para o emagrecimento. A gente acabou de ver um estudo, onde a gente viu o poder de uma alimentação correta depois de ter perdido 12% do seu peso. Agora imagina utilizar isso desde o começo, a transformação que pode acontecer no seu corpo. Um exemplo disso é que o Rodrigo Valle veio contar para a gente, onde ele perdeu 10,8 kg na balança em 30 dias apenas, seguindo a primeira fase do Programa Código Emagrecer de Vez. E a boa notícia é que esse peso perdido vai ser mantido com muito mais facilidade, na verdade, provavelmente ele vai continuar perdendo mais depois dos 30 dias até atingir a boa forma dele, porque ele está fazendo isso de forma correta. Se você tem interesse em sabe mais sobre isso, entra aí em CódigoEmagrecerDeVez.com.br. Lembrando que é para pessoas que querem priorizar o emagrecimento. E olha só, vamos lá dr. Souto, hora de compartilhar o que foi degustado na última refeição. Você quer começar aí? A gente está gravando de manhã, então não sei se você já comeu alguma coisa no café da manhã, ou quer mencionar o que você comeu ontem à noite… fique a vontade.

Dr. Souto: Eu estou comendo bem nos últimos dias. Ontem à noite eu comi um requentado do almoço. Porque às vezes as pessoas dizem assim: “Ah, mas o que eu vou jantar?”

Rodrigo Polesso: O almoço!

Dr. Souto: A resposta tradicional minha é a seguinte: o almoço. O requentado… é que também tinham coisas gostosas no almoço, tinham uns filés com molho acebolado, tinha cenourinha com bacon. A cenourinha picadinha refogada com bacon dá um contraste muito legal, porque a cenoura é docinha. Mas aí alguém pergunta: mas pode cenoura? Pode. Não é para comer várias colheres de sopa repetidas de purê de cenoura.

Rodrigo Polesso: Ou suco!

Dr. Souto: Ou suco. Mas comer uma cenourinha refogada… A cenoura tem carboidrato, mas não é muito. Talvez se você estiver fazendo uma dieta cetogênica não seja o ideal. Mas é bem adequado. E o contraste do salgado do bacon com o adocicado da cenoura fica muito gostoso.

Rodrigo Polesso: Boa dica!

Dr. Souto: E também tinha umas abobrinhas recheadas com carne moída, pimentão e queijo. A coisa estava sofisticada dessa vez.

Rodrigo Polesso: Nossa Senhora! Não vou nem perguntar se foi você quem fez, porque eu acho que já sei a resposta.

Dr. Souto: É evidente que não!

Rodrigo Polesso: Eu acho a abobrinha um ótimo estado físico da água! É bem conveniente, você pode rechear, você pode misturar com outras coisas, assim como o chuchu também. É o quarto estado físico da água! Olha só que maravilha, você pode aproveitar essas coisas sem impacto nenhum.

Dr. Souto: É uma espécie de uma embalagem natural de um gel que pode conter recheios.

Rodrigo Polesso: Exato! Exatamente! O que eu fiz aqui na frigideira, no óleo de coco, foi coraçãozinho de galinha, que é uma coisa que eu adoro, eu gosto muito! Eu faço na frigideira com óleo de coco, pessoal, fica muito gostoso. Fica muito bom, com sal e pimenta, às vezes eu adiciono um pouco de curry em pó por cima e como isso com um ovo… um não, dois ovos fritos e um pouco de queijo brie de sobremesa. De novo, dr. Souto, isso que você falou, mais esse tipo de alimentação, é um sofrimento, é um sacrifício muito grande… não sei como as pessoas conseguem sustentar, viu?

Dr. Souto: É, eu de vez em quando falo em consultório, eu digo assim: deixa eu dar um exemplo de um estudo que recebeu grande audiência mundial, saiu em tudo, saio na BBC Brasil e tal, que foi um estudo, acho que há um ano atrás, que mostrou que era possível reverter o diabetes tipo 2 consumindo uma dieta líquida de 800 calorias por dia. Então, como era isso? Era um shake artificial para misturar com água, e esse shake tinha 200 calorias. Era para tomar o shake de 200 calorias 4 vezes por dia, por 3 a 5 meses.

Rodrigo Polesso: Meu Deus!

Dr. Souto: Bom, aí isso aí é considerado sensacional, reverteu o diabetes em várias pessoas e saiu publicado com fanfarra em toda a imprensa mundial. Agora, o que eu descrevi que comi e o que você descreveu que comeu é considerado uma dieta radical.

Rodrigo Polesso: É! É absurdo!

Dr. Souto: As pessoas não pensam. Está certo? Tomar 5 meses de shake artificial de 200 calorias 4 vezes por dia tudo bem. Agora, comer essas coisas deliciosas que a gente acabou de descrever: “Ah, não, mas é uma dieta muito radical!” E veja bem, ambas têm o mesmo resultado de reversão do diabetes, porque o Virta Health mostrou que low carb é capaz de reverter o diabetes tipo 2 ou colocar em remissão, que seria o termo mais correto, em 60% das pessoas. Então, a pergunta não é se é muito restritivo comer esse filé, essa abobrinha, cenourinha com bacon, já que eu não posso comer pão, macarrão e batata. Não, a pergunta não é essa. A pergunta é: você prefere isso ou shake líquido por 5 meses? As pessoas têm que comparar coisas comparáveis, coisas que tenham igual resultado terapêutico. Porque continuar comendo pão, batata e arroz só vai piorar o seu diabetes.

Rodrigo Polesso: E outra, se você colocar em uma mesa na frente de uma pessoa… pega um grupo de pessoas, 100 pessoas, bota uma mesa. De um lado da mesa você tem arroz, batata e pão. Do outro lado você tem churrasco. Solta essa galera. Quero ver quem é que vai na mesa da batata.

Dr. Souto: Se elas tiverem que escolher. Porque se elas não tiverem que escolher acho que elas vão comer os dois, não é?

Rodrigo Polesso: Ah, não! Tem que escolher um ou outro!

Dr. Souto: É por isso que está todo mundo doente.

Rodrigo Polesso: Exatamente! O arroz e a batata são gostosos quando misturados com outra coisa. Batata assada pura sem nada dá para comer, mas não é uma coisa que você vai pensar: que delícia! Agora, um pedaço de churrasco, por exemplo, a cenourinha com bacon do dr. Souto, um ovo bem feito… isso não tem comparação, pessoal. Esses tipos de alimentos são veículos. E tem outros veículos muito melhores para a gente comer, como a gente falou do chuchu, da abobrinha, da cenoura, de folhas, de legumes… o que quer que seja. Tem muito o que fazer, tem muitas alternativas mais inteligentes do que esse tipo de coisa. Enfim, olha só, pessoal, sigam a gente no Instagram também. Sigam o dr. Souto, é @jcsouto. Quer me seguir lá? @rodrigopolesso. E lembre-se, assistam as palestras do evento Tribo Forte ao vivo 2018 no TriboForte.com.br. Faça isso! Faça esse favor para a sua saúde. Dr. Souto, muito obrigado por mais esse episódio fantástico e a gente com certeza se fala aqui semana que vem. Um grande abraço!

Dr. Souto: E não esqueçam do @ablc.org.br. Grande abraço, Rodrigo e até semana que vem!

Rodrigo Polesso: Até!