TRIBO FORTE #159 – AH POBRE FÍGADO, O QUE TE AJUDA?

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste podcast:

  • O que realmente ajuda na saúde hepática;
  • Continuam as asneiras na grande mídia;

Escute e passe adiante!!?

Saúde é importante!

OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Gabriela

Jean

Jonas

Ness

 

 

 

 

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Caso de Sucesso do Dia

Jean

 

 

Referências

Estudo da Virta Publicado no BMJ

Artigo na Veja Sobre Gordura no Fígado

Estudo Sobre Consumo de Proteína Animal

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá, olá! Bom dia para você. Bem-vindo a mais um podcast da Tribo Forte. Esse é o episódio número 159, semanalmente a sua dose de saúde, estilo de vida, medicina, saúde, tudo baseado em evidência para te ajudar a entrar na melhor forma, com a melhor saúde que você pode ter, tendo acesso, claro, a melhor informação. E, na boa, pobre fígado. O que pode ajudar o nosso pobre fígado? A gente vai ver um pouco disso no podcast de hoje. Então, antes de começar direto, deixa eu dar as boas-vindas ao dr. Souto a mais esse novo show. Dr. Souto, tudo bem?

Dr. Souto: Tudo bem. Boa tarde, boa tarde aos ouvintes.

Rodrigo Polesso: É isso, pessoal. A gente vai falar um pouco sobre o que ajuda na saúde hepática e, claro, tem uma pitada de asneira também nesse podcast. A gente não consegue fugir, porque elas sempre continuam aparecendo. E o nosso papel é começar apontar elas para que você consiga identificar facilmente com o tempo. Antes de começar direito com essa questão do fígado, fígado gorduroso, o que pode ajudar nisso, só um lembrete rápido. Se você não leu o meu livro ainda, o livro novo, o nome é: Este Não é Mais um Livro de Dieta. Você pode pegar na Amazon. Vá lá, na versão Kindle, na versão física, receba em casa como você quiser. Depois poste no Instagram, me marque que eu sempre olho as fotos da galera. Beleza? Maravilha! Olha só, há um tempo atrás, a gente falou aqui no podcast sobre um estudo do Virta nos Estados Unidos mostrando resultados muito bons das pessoas que haviam seguido o programa alimentar mais nos moldes low carb, mais cetogênico, à distância, orientados à distância, na questão de diabetes. E esse estudo que foi publicado mais recentemente, que na verdade está sendo conduzido, toda essa história está sendo conduzida pelo Jeff Volek, pela Sarah Hallberg e o Stephen Phinney, que são pessoas que a gente já falou várias vezes aqui. Eles postaram agora um novo estudo que é resultado de toda essa coisa que eles estão fazendo, no British Medical Journal com foco em doença do fígado, doença hepática. No começo desse estudo publicado agora, de um ano, 95% das pessoas que entrariam nesse programa, digamos, de orientação à distância do Virta, 95% das pessoas que se inscreveram nisso tinham doença do fígado gorduroso e 90% das pessoas de um segundo grupo também tinham. Esse segundo grupo iria ter o tratamento tradicional para doença do fígado gorduroso. Então dois grupos, um deles participando dessa orientação low carb mais cetogênica do Virta e o outro grupo recebendo tratamento tradicional. Ambos com mais de 90% das pessoas tendo essa doença. No final de um ano, desse ano aí, uma perda de peso maior que 5% do peso do corpo foi atingida em gritantes 79% dos pacientes do Virta e somente em 19% do pessoal do tratamento tradicional. A gordura no fígado melhorou somente no grupo do Virta, sem mudanças significativas no grupo tradicional. E a mesma coisa no caso de fibrose no fígado, que é o estado mais avançado antes de chegar no estado de cirrose, que é o sinal vermelho. A moral da história, para vocês entenderem, uma mudança alimentar não invasiva baseada em ciência nutricional, que é o que a gente fala aqui, está salvando as pessoas. E note que este não foi um ensaio clínico randomizado. As pessoas se cadastraram voluntariamente a seguir um programa à distância. E mesmo assim, sem controle ativo dos organizadores, deixando elas às suas próprias capacidades, digamos assim, 79% dessas pessoas perdeu mais que 5% do peso do corpo nesse período de um ano, que é mais que o recomendado, e teve melhoras significativas na saúde do fígado comparado ao grupo tradicional, do tratamento tradicional, que basicamente não teve grandes mudanças. Então, imagine o impacto disso se fosse em um ambiente extremamente controlado. É mais um estudo, eu acho, dr. Souto, mostrando evidências bastante legais de como a gente pode reverter ou melhorar muito a doença do fígado gorduroso só com uma intervenção dietética, um low carb bem feito, uma cetogênica bem feita, comparado ao tratamento tradicional. Isso só vem adicionar à literatura que a gente já tem sobre esse assunto.

Dr. Souto: É, o curioso… eu estava ouvindo você falar e pensando… Hoje está um pouco melhor isso, eu acho, mas alguns anos atrás uma das objeções que as pessoas faziam para uma dieta low carb é que ia fazer mal para o fígado. A ironia, né? A ironia do destino. É uma das intervenções mais eficientes. Uma não. A mais eficiente para reversão de doença hepática, de esteatose, de fibrose hepática, de doença hepática gordurosa. Então, não deixa de ser uma ironia. Uma outra coisa sobre o estudo do Virta, 79% perderam pelo menos 5% do peso corporal. A perda de peso média no grupo que fez a dieta cetogênica foi de 12% do peso corporal. Então, a grande maioria perdeu pelo menos 5% do peso corporal, mas a média foi 12%. Que é um negócio impressionante. Ele é um estudo remoto, como você falou, mas eles conseguiram fazer uma estratégia de um monitoramento muito bem feito, que eu acho que deve ser algo a ser emulado no futuro, quem sabe por outros serviços, outros países, que é um sistema com aplicativo, mas nesse aplicativo as pessoas anotam todos os dias o peso, elas picam o dedinho e botam ali a sua glicose, a sua cetose. E aí tem um ser humano no outro lado do aplicativo que verifica aquilo ali. São os health coaches e se eles veem que houve um aumento da glicose, uma queda da cetose, eles entram em contato por sms, pelo aplicativo, enfim, para ver o que aconteceu, o que a pessoa comeu aquele dia. Daqui a pouco ela comeu mandioca achando que mandioca era low carb e aí descobre que não. E com isso eles vão fazendo a educação das pessoas. É um sistema revolucionário do Virta. Mas uma coisa bem interessante, quem quiser dar uma olhada entra lá, bota Virta Health no Google e olha as estatísticas deles, especialmente, não apenas a estatística do grupo que fez a cetogênica, mas olhe o quão lamentável é o resultado do outro grupo.

Rodrigo Polesso: Pois é! Exato!

Dr. Souto: O grupo dos cuidados usuais. O grupo dos cuidados usuais em várias das métricas ele não fica apenas não modificado em um ano, ele piora em um ano. Então as pessoas que estão fazendo os cuidados usuais, ou seja, comendo seu pão integral, tomando seu suco de laranja, se enchendo de remédios, um ano depois elas estão piores.

Rodrigo Polesso: E se você tivesse que estimar qual porcentagem da população brasileira você acha que tentaria o tratamento tradicional para isso? Para esse tipo de doença?

Dr. Souto: Um tratamento tradicional para isso… Quantas pessoas precisariam de um tratamento para isso?

Rodrigo Polesso: Não, não. Se uma pessoa tem a doença do fígado gordo, doença hepática, e for procurar assistência, de 10 quantas vão receber o tratamento tradicional?

Dr. Souto: Ah, 10! Talvez de 100, uma fosse receber o tratamento de dieta cetogênica ou de low carb. Na verdade, o que a pessoa tende a ouvir do médico, do nutricionista: Olha, isso é uma coisa muito comum hoje em dia, gordura no fígado e infelizmente a gente não sabe bem porquê, mas tem cada vez mais. Você tem que comer menos gordura. Um parêntese, pessoal, isso está errado. Gordura na dieta não é causa de gordura no fígado. O que causa gordura no fígado é açúcar na dieta. Então as pessoas por não saberem, os médicos não têm treinamento de nutrição e, repito, se tivessem seria pior, porque teriam aprendido errado. Eles pensam aquilo que qualquer pessoa na rua pensa. Se tem gordura no fígado, vou tirar a gordura da dieta. Então é esse o nível da coisa, um nível bem primitivo, um nível praticamente de pensamento mágico.

Rodrigo Polesso: E com uma sugestão dessa, a pessoa para de comer o que estava salvando ela e aumenta a dose veneno.

Dr. Souto: Aumenta o que estava piorando ela, exatamente! Isso é o que provavelmente, eu não teria medo de estimar que 99% das vezes as pessoas escutariam do seu profissional de saúde. É um verdadeiro desastre. Por isso que a gente está aqui toda semana. Hoje em dia tem muitos médicos e nutricionistas que nos escutam. Esses são os nossos reprodutores da informação, que vão levar a informação adiante para seus pacientes e para seus colegas também.

Rodrigo Polesso: Exatamente! Eu estava vendo um vídeo agora a pouco sobre outro problema grande que a gente já falou, que é PCOS, problema do ovário policístico. Cada vez tem mais gente com esse problema, mulheres com esse problema. E também recebem um tratamento medicinal…

Dr. Souto: Farmacológico.

Rodrigo Polesso: Farmacológico! Ao invés de uma intervenção dietética não invasiva, como no caso do fígado gorduroso. Sendo que a raiz do problema parece realmente ser a mesma: resistência à insulina, os hábitos alimentares que você consegue reverter tão rapidamente quase, ou mais rapidamente ainda essa situação, como a doença do fígado gordo também. As coisas andam juntas, só que o que alimenta a indústria? Farmacologia. Todos esses medicamentos, e mantém as pessoas nesse ciclo de doenças, não acaba curando nunca. Informação pode salvar muita gente.

Dr. Souto: Ô, se pode! Nós comentamos, eu acho, alguns episódios atrás, um estudo feito em adolescentes, um estudo do grupo do David Ludwig também mostrando que uma dieta pobre em açúcar era capaz de reverter os marcadores de esteatose rapidamente com alta eficácia.

Rodrigo Polesso: É!

Dr. Souto: Foi um ensaio clínico randomizado. Então, assim, a quantidade de evidências, de estudos grandes e prospectivos, de experimentos só aumenta. Mas aí vem aquelas notícias que nem também há algumas semanas atrás a gente comentou, que colocaram lá o consumo de carnes está associado com esteatose. Sim, mas é estudo observacional. Então, veja bem… Olha só, pessoal, esse é um belo exemplo. Nós estamos falando aqui de um ensaio clínico, de um experimento, onde o grupo do Virta fez dieta cetogênica, ou seja, consumir carne pra caramba. E este grupo que consumia carne pra caramba teve uma melhora absurda nos seus índices de esteatose. Então, como é que carne pode causar gordura no fígado? É claro que não causa. É que o outro estudo, aqueles que a Veja gosta de citar, era um estudo observacional. Bom, aí o que eles estavam vendo? As pessoas que comiam mais carne, eram americanos, e a carne é um marcador de consumo de hambúrguer, de consumo de milkshake, de consumo de batata frita, de consumo de refrigerante. E aí a culpa é da carne. Está certo?

Rodrigo Polesso: Exatamente.

Dr. Souto: Eu acho que a gente toda semana tem que ter a oportunidade aqui de falar para as pessoas que associação não significa causa e efeito. Estudos observacionais são incapazes de estabelecer causa e efeito. E quando já existe ensaio clínico provando que a causa é outra, é criminoso ainda assim citar estudos observacionais que dizem o contrário, porque a gente já sabe por definição que aquele estudo observacional que linkou carne com gordura no fígado era falho, que aquilo era uma associação espúria, não verdadeira. Por quê? Porque nos ensaios clínicos nos quais o grupo faz cetogênica e come carne, nesses a esteatose, a gordura no fígado, melhora e não piora. Então é sempre assim, pessoal. À guisa de ser repetitivo, se tem um estudo observacional falando de alguma coisa, vamos fazer um esforcinho, saber se já não tem um ensaio clínico que tenha estudado o mesmo assunto. Quando a informação é contraditória, o que vale é o ensaio clínico.

Rodrigo Polesso: Com certeza, com certeza. Você já deu uma pitadinha, mas eu vou falar em seguida, logo depois do caso de sucesso, da asneira do dia. Quem mandou o caso de sucesso de hoje aqui, inclusive com os gominhos na barriga, foi o Jean. O Jean perdeu 20 kg, ele mandou a foto do antes e do depois, depois com gomos na barriga. E falou: “Logo eu, que sempre acreditei que se não comece bastante carboidratos, de 3 em 3 horas, perderia massa magra. Hoje faço 3 refeições diárias, de vez em quando 4, de baixo carboidrato e alta gordura. Resultado: 6 meses seguindo o estilo de vida alimentar da Alimentação Forte.” Além dos números incríveis ele também deu adeus à insônia, dores nas costas, nos joelhos, gripe e também à sonolência durante o dia. Transformação de vida completa, apenas mudando o que você come, pessoal. Maravilha! Parabéns para o Jean. Se você quer seguir passo a passo, quer um guia passo a passo para você seguir, entre em CódigoEmagrecerDeVez.com.br. Testado e aprovado por mais de 10 mil pessoas já! Você já falou, mas vamos lá! Eu juro que não é de propósito, não foi de propósito! Mas a gente vai sim, como você já disse, falar da Veja de novo.   A gente vai falar de novo e parece uma praga. É o terceiro episódio que a gente fala e não é planejado isso. Por quê? Porque depois de a gente acabado de ter visto, a gente acabou de ver  esse estudo mostrando que uma alimentação com menos refinados e mais rica em gorduras e proteínas de qualidade, a gente viu isso aí e vem o que? Vem a Veja de novo e posta a seguinte manchete (que é a mesma que o dr. Souto estava mencionando): Consumir carne aumenta em 54% o risco de gordura no fígado…

Dr. Souto: Pessoal, eu juro que não tinha combinado com o Rodrigo isso, eu não sabia que estava na pauta esse assunto.

Rodrigo Polesso: Incrível, né?

Dr. Souto: E é isso aí, cai sempre sobre a Veja de novo. Isso não é acaso, qual é a chance de todas essas coisas serem ao acaso? Existe na editoria desse órgão de imprensa, alguém que tem uma agenda ideológica por trás. O objetivo é falar mal do low carb, falar mal da carne, não importa o quão bizarro e besta seja o artigo pseudocientífico no qual eles baseiam a afirmação. Segue aí, Rodrigo, depois eu tenho muitos comentários.

Rodrigo Polesso: Falou bem, exatamente. Tem alguém lá achando que o povo é trouxa mesmo. O subtítulo, a sub manchete no caso é: “Um novo estudo mostrou que o consumo de proteína animal, mesmo frango, peru ou carne magra (ferrou tudo, não é?) aumenta a propensão de doença no fígado.” Que estudo foi esse? Bom, de novo: apesar desse péssimo, péssimo hábito desses meios de mídia de não citarem as benditas referências, eu consegui achar o bendito estudo. Claro que é um estudo epidemiológico, baseado em questionários alimentares, ou seja, junk science, ou seja, não mostra absolutamente nada com credibilidade. Aliás, dados mostram que 80% dos resultados de estudos epidemiológicos estão errados quando testados com ensaios clínicos. Você tem mais chances, literalmente, de acertar um resultado jogando cara ou coroa com uma moeda, do que fazendo um estudo epidemiológico. É basicamente estatística. Enfim, o estudo em si é uma massagem de dados e as conclusões do estudo são as seguintes: “Este grande estudo mostra que a alta ingestão de proteína animal está associada com doença hepática gordurosa em pessoas acima do peso e velhas. Ao contrário de estudos anteriores, nossos resultados não suportam a perigosa associação entre monossacarídeos e dissacarídeos com doença hepática gordurosa.” Eu morri de dar risada quando li isso! Em outras palavras, ao contrário de um caminhão de estudos que mostram associação entre alto consumo de carboidratos refinados e doença hepática, o nosso grande estudo, segundo eles, mostra uma associação entre proteína animal e doença hepática em pessoas idosas e acima do peso. Será que esse acima do peso e idoso é mais perigoso que alta proteína animal? Não sei. Dr. Souto, é incrível ainda como você acabou de falar, como uma quantidade de dinheiro ainda é gasta, quantidade de energia e cérebro são gastos conduzindo esses estudos de inferior nível de evidência (epidemiológico), quando estudos de maior nível já estão disponíveis, como ensaios clínicos randomizados. E eu achei engraçado eles mencionarem ao contrário de todo o outro corpo de evidências que mostram uma associação perigosa, segundo eles, associação… porque é uma ideia errada, entre monossacarídeos e dissacarídeos com doença renal. Em outras palavras, carboidratos. E eles vêm aqui dizer que é a proteína animal. Enfim, deve ser amigo do cara da Veja…

Dr. Souto: Vamos ajudar o nosso ouvinte a ficar esperto. Por favor, releia a manchete.

Rodrigo Polesso: A manchete é a seguinte: “Consumir carne aumenta em 54% o risco de gordura no fígado.”

Dr. Souto: Tá, vamos lá, pessoal, qual é o erro dessa manchete?

Rodrigo Polesso: Aumenta, não está associado, nem nada!

Dr. Souto: É isso aí! Aumenta, significa que é um verbo no presente do indicativo.

Rodrigo Polesso: Isso. É uma afirmação.

Dr. Souto: Consumir carne está funcionando como o sujeito. Aumenta… E depois vem o predicado lá. Então significa que eles estão afirmando que A causa B. Consumir carne causa o aumento da esteatose, da gordura no fígado. O estudo mostra isso? Não.

Rodrigo Polesso: Absolutamente não.

Dr. Souto: Por quê? Porque o estudo não estudou isso. Eles não pegaram um grupo de pessoas e deram carne, um outro grupo de pessoas e não deram carne para ver se a gordura do fígado aumenta num grupo e não aumenta no outro. Deixa eu relembrar para vocês que estão nos ouvindo qual o único objetivo de fazer um estudo epidemiológico observacional. É quando um experimento não é possível. Vou dar um exemplo para vocês, eu fiz uma postagem no meu blog há um tempo, quem quiser dar uma olhada, bota lá: Souto blog cólera. Eu acho que se vocês procurarem por cólera no Google, vocês encontram. E ali eu dei o exemplo do primeiro estudo epidemiológico que aconteceu. Epidemiologia, o nome, vem de epidemia. Foi usado originalmente para tentar fazer a investigação da origem das epidemias. O primeiro caso foi em Londres, porque houve uma epidemia de cólera e o pessoal não sabia o que causava cólera, veja bem, isso foi no século XIX, antes de Pasteur desenvolver a teoria do germe. Então, Louis Pasteur, lá para o final do século XIX conseguiu dizer que existiam micróbios, organismos invisíveis a olho nu, ele usou um microscópio, aquela coisa toda, ele desenvolveu o método da pasteurização, que leva o nome dele, para matar as bactérias que contaminavam a água e os alimentos. Mas antes do Pasteur teve um pesquisador, que infelizmente acabou de me falhar o nome dele, mas está lá no blog. Esse cara pegou um mapa da cidade de Londres e começou a marcar no mapa todas as incidências de pessoas que adoeceram com cólera. Ele viu que os pontinhos iam ficando mais próximos e mais agregados na medida que eles chegavam em uma determinada rua, em um determinado endereço em Londres. E aquele endereço estava agregado ao redor de um poço artesiano específico. E aí ele fez a inferência de que provavelmente, seja lá o que for que causava essa doença (não se conhecia ainda os germes), mas seja lá o que for que causava aquilo, estava naquele poço. E aí ele conseguiu convencer a cidade de Londres de fechar aquele poço. E teve muitos protestos, a população protestou contra o sujeito, porque, afinal, as pessoas tinham que caminhar muito mais para obter a sua água. Mas o fato é que interrompeu a epidemia. Bom, a epidemiologia ela se presta para isso, porque não seria correto eu pegar e dar água contaminada para metade das pessoas, não dar água contaminada para a outra metade e ver o que acontece. Então, ninguém fez e ninguém nunca vai fazer um estudo com humanos, no qual eu sorteio metade das pessoas para começar a fumar e a outra metade eu deixo sem fumar, e acompanho no tempo para ver o que acontece. Então, quando não é possível fazer um experimento, quando eu não posso pegar cobaias humanas, porque seria antiético, porque é perigoso, aí eu lanço mão da epidemiologia, uma ciência que foi desenvolvida para epidemias, uma situação na qual, repito, experimentos não são possíveis e não são éticos. Feita essa introdução, eu pergunto: dá para fazer um experimento para saber se açúcar causa esteatose? É fácil, porque eu posso pegar metade das pessoas e deixar comendo açúcar e a outra metade tirar o açúcar. Não é que nem dar água contaminada do esgoto. Esse experimento já foi feito? Já. Esses experimentos mostraram aumento da síntese de gordura no fígado em quem come açúcar? Sim. Eu posso fazer o experimento contrário, pegar pessoas que comem açúcar na sua dieta habitual, sortear metade para não comer açúcar e ver o que acontece? Sim. Esse experimento já foi feito? Já. Ele mostrou redução da esteatose no grupo que tirou o açúcar? Mostrou. Então, eu já sei que a causa, uma das causas, pelo menos, da esteatose não alcoólica é o açúcar. Então, eu não preciso de um estudo epidemiológico, que é uma forma de tentar inferir se algo está associado à outra coisa ou não, porque eu não tenho outro jeito. No caso específico da esteatose, tem experimentos que são ciência real para mostrar a coisa.

Rodrigo Polesso: Exato!

Dr. Souto: Como é que eu vejo o negócio da carne? Eu já falei, mas agora vocês já estão preparados e podem ouvir e entender com mais calma. Eu tenho como fazer um experimento no qual um grupo come mais carne do que o outro e ver se isso afeta a incidência de esteatose? Sim. Esse experimento já foi feito? Sim, várias vezes. É só procurar os ensaios clínicos randomizados de alimentação low carb comparada com alimentação não low carb. Na alimentação low carb tem carne, e não é pouca. Lembra, uma dieta low carb tem carne. E nestes estudos, as pessoas comendo carne pra caramba, mas evitando os carboidratos, têm uma redução drástica da gordura no fígado. Portanto, esse é um assunto que já está experimentalmente resolvido. Eu não tenho necessidade de usar um método extremamente falho, que é a epidemiologia, para tentar suprir a impossibilidade de fazer um experimento. Não faz nenhum sentido citar a epidemiologia para coisas que já foram experimentalmente demonstradas!

Rodrigo Polesso: A não ser que você queira criar novos resultados e colocar no meio da população.

Dr. Souto: Claro! A não ser que… é o caso aqui. Tem essas escolas de saúde pública que precisam produzir e publicar o tempo todo para conseguir mais dinheiro, para gerar mais e mais desse mesmo tipo de pesquisa. E eles têm alunos de graduação, de pós-graduação, de pós-doutorado, cujas teses tem que ser publicadas. Então, eles têm um grande banco de dados e desse banco de dados é possível fazer combinações quase infinitas. Vocês lembram no colégio, quando a gente estudava análise combinatória? Deve ter gente agora que deve ter sentido um arrepio!

Rodrigo Polesso: Uma pontada no rim!

Dr. Souto: Pontada no rim, do no pescoço. Análise combinatória. Então, quantas combinações eu posso fazer de variáveis duas a duas, três a três, aquele negócio. Imagina que eu tenho um banco de dados, onde eu tenho questionários de frequência alimentar com 170 diferentes alimentos, que foram aplicados para 50 mil pessoas e eu posso fazer análise combinatória desse banco de dados. Eu posso, literalmente, passar os próximos 5 mil anos publicando artigos sobre esse banco de dados. Eu sempre vou achar uma forma de ver qual o efeito da ervilha sobre a dermatite atópica. Qual o efeito da carne rosa de porco sobre unha encravada. É interminável! Então, o que acontece, eles geram esse monte de estudos. Quando é algo que se alinha à ideologia vigente, quando os planetas se alinham… Nós fizemos um estudo e esse estudo se alinha exatamente ao que a ideologia vigente quer ouvir. Bom, aí esse estudo é publicado em uma revista de grande impacto. E aí o editor vegetariano da revista Veja dá destaque. É assim que funciona, pessoal! Não importa que tenham vários ensaios clínicos randomizados, ciência de verdade, experimentos reais, que já tenham mostrado que não é assim. Aí o jornalista que está vendo aquilo ali não sabe isso que nós estamos conversando, essas diferenças dos estudos, o editor dele tem motivos ideológicos, quiçá religiosos, para colocar determinado assunto na mídia e alguém publicou isso aí porque bem, os estudantes e tal… Vocês entenderam? O cara se formou. Aí o cara com um bom currículo chega lá e é admitido na Escola de Saúde Pública de Harvard e o orientador dele diz assim: “Fulano, tu já tem algo em mente para estudar?” O cara diz assim: “Olha, eu quero estudar a relação entre alimentação e doença.” Então ele diz assim: “Está aqui o banco de dados, e deixa eu te dizer que o quente agora para publicar, aquilo que a gente consegue publicar fácil é qualquer coisa que envolva carne vermelha com desfechos ruins.” Sabe quando o Arquimedes dizia assim: “Me dê uma alavanca e um ponto de apoio e eu levanto o mundo.” A versão em Harvard é assim: “Me dê um banco de dados e carne vermelha e eu crio uma polêmica.”

Rodrigo Polesso: Essa foi boa! E a forma mais fácil de você ter um trabalho, seja de graduação, ou até publicar um estudo, é você pegar e fazer um estudo epidemiológico. Dá muito mais trabalho você conduzir um ensaio clínico, do que pegar o mesmo bendito banco de dados que Harvard vem usando há bilhões de anos e ficar massageando tentando achar ângulos diferentes para provar coisas que são condizentes à ideologia deles, como você falou. Então, é muito mais fácil, é muito mais barato e também é mais fácil, inclusive, de você conseguir o fim que você tem em mente. Esse que é o problema. Acho que muita gente começa com o fim em mente, com o que a gente quer dizer. E depois acha uma forma de gerar indícios disso através da massagem de dados para conseguir publicar. É triste, não é?

Dr. Souto: E o negócio incrível, Rodrigo, é assim, esses dias eu fiz um rant aqui, fiquei brigando sobre a questão da bioplausibilidade, para dizer assim: só porque algo faz sentido biológico, não significa que aquilo seja verdade. Às vezes a gente dá com os burros n’água. Agora, o inverso, pessoal, o inverso não é verdadeiro. Se algo não faz sentido biológico, se algo é implausível do ponto de vista biológico, bom, aí a gente tem que pensar duas, três, dez vezes. Se aquilo ali não é um viés desses estudos observacionais. Por que eu estou dizendo isso? Porque faz todo sentido biológico, quem estuda bioquímica sabe, que especificamente… que o açúcar em geral e a frutose, que é o componente mais hepatotóxico do açúcar em particular, tem todas as vias metabólicas bem estabelecidas pelas quais eles são capazes de gerar gordura no fígado. Então, qualquer estudante de primeiro ano de medicina, que passou, que foi aprovado, com sei lá, pelo menos um B, não precisa nem ter tido um A, um B em bioquímica, consegue pegar um papel e uma caneta e descrever a rota metabólica pela qual o consumo de açúcar pode provocar acúmulo de gordura no hepatócito. Agora, me explica como a carne faz isso? Me explica que eu preciso saber. Eu estou precisando ser iluminado do ponto de vista bioquímico! Não é biologicamente plausível que carne tenha algo a ver com esteatose. Então, se algo não é biologicamente plausível, a gente tem que pensar: será que essa associação que eu estou vendo em um estudo observacional não é um fator de confusão? De que forma poderiam haver fatores de confusão? Bom, eu já falei para vocês. É um estudo norte-americano, ou que seja um estudo europeu, a maior parte da carne lá não é consumida como um filé com vegetais. É um hambúrguer que tem pão, que tem batata frita, que tem refrigerante, que tem milkshake.

Rodrigo Polesso: Refrigerante, cerveja…

Dr. Souto: Então, eu tenho formas de que as pessoas que consomem mais carne são aquelas que, na realidade sejam aquelas que estão cuidando menos da saúde? Claro que sim, especialmente nos dias de hoje, onde esse consumo de carne costuma estar acompanhado do consumo de lixo. “Ah, mas o estudo fez o controle para essas outras variáveis.” Fez o escambau!

Rodrigo Polesso: É impossível controlar dessa forma.

Dr. Souto: É impossível controlar! Eu já publiquei lá no blog, quem quiser dê uma olhada lá nas postagens. Não é das mais antigas. Nas quais eu mostro o seguinte: que mesmo em um estudo no qual  os pesquisadores já sabiam… Não vou das spoiler aqui, mas eles já sabiam que toda a diferença que eles tinham encontrado entre os dois grupos era completamente por variáveis de confusão, não era real, ainda assim os epidemiologistas, os estatísticos, os bioestatísticos não conseguiram fazer um ajuste, mesmo controlando para peso, idade, sexo, todas as aquelas coisas. Os caras controlaram acho que para 40 coisas diferentes e mesmo assim a diferença espúria e real entre os dois grupos não desapareceu. Quando eles já sabiam que a totalidade da diferença era espúria. Imagina nesse caso que existe um incentivo da chefia do serviço, um incentivo social, um incentivo do espírito do tempo de falar que a carne faz mal. Aí você encontra uma diferença estatisticamente significativa, já começa a babar, já começa a ter uma excitação quase sexual. Pensando assim: “Olha, esse é um artigo pronto para ser publicado em uma revista de alto impacto e que terá repercussão de relações públicas, de PR, no mundo todo.” E, de fato, tem o cara da Veja que vai lá e bota porque fala mal da carne, porque se falasse bem ele não botaria.

Rodrigo Polesso: É, inclusive a associação encontrada nesse estudo foi extremamente baixa, e como eles controlaram a variável, ficou mais baixa ainda, qualquer um veria que é uma margem de erro que ninguém consideraria como evidência científica.

Dr. Souto: Você está com o estudo na frente que tenha magnitude da associação?

Rodrigo Polesso: Estou abrindo aqui. Deixa eu ver aqui… Eu acho que é 1,54.

Dr. Souto: 1,54. Olha só, nós falamos uma vez aqui… Não custa falar de novo, hoje eu estou mais falastrão que o habitual! Existiu nos anos 60 um grande bioestatístico chamado Bradford Hill. O Bradford Hill desenvolveu uma série de critérios que ajudava a diferenciar quando uma associação em um estudo observacional tinha alta probabilidade de realmente significar uma relação de causa e efeito e quando pelo contrário, como é o caso desse estudo publicada aí na Veja, é bucha. Então, o Bradford Hill colocou toda uma série de critérios, e um deles é a magnitude do efeito. Ou seja, o quão maior tem que ser a incidência no grupo exposto à determinada coisa do que no outro. No caso, assim, quanto maior seria a incidência de esteatose no grupo da carne em relação ao outro? Para levantar uma sobrancelha e dizer assim: “Hmm, interessante! Talvez isso não seja só o pão do hambúrguer, o milkshake, o refri. Quem sabe a carne tenha alguma coisa a ver.” Tem que ser, no mínimo, uma associação de 2. Ou seja, não 1,5 como aqui. Então, assim, 2 significa que tem que ter, pelo menos, 100% a mais. O dobro da incidência de uma coisa em um outro. Tem toda uma série de outros critérios, um dos quais é a plausibilidade biológica, já adianto para vocês. Então, a coisa tem que ser bioplausível, tem que ter a temporalidade, quer dizer, a exposição tem que vir antes do efeito. Se for um estudo transversal, onde eu estou vendo o questionário e vendo a incidência ao mesmo tempo não vale. Tem que ter uma curva dose-resposta, quanto mais da exposição, mais do efeito. Tem toda uma série de coisas. Mas esse aí, já não passa nem na questão da magnitude e nem da bioplausibilidade. Então, quer dizer, isso não era para gerar manchete! Isso não era para estar ocupando páginas da revista!

Rodrigo Polesso: É, mas é polêmico, então chama olhos para a revista. É isso que eles querem.

Dr. Souto: Basicamente isso aí se alinha com a questão ideológica. Então nós estamos vivendo em tempos onde o jornalismo científico está subjugado pela ideologia de quem editora o assunto.

Rodrigo Polesso: Exatamente! Hora de falar de comida! Eu vou começar, porque eu acabei de comer há pouco tempo atrás. Como eu gosto do meu fígado muito, muito bem, ele me ajuda bastante, eu comi um baita de um bife de 330 gramas de vaca, seguido de um queijo de ovelha de leite cru também de sobremesa e mais um pedacinho de queijo de cabra. Para mim foi basicamente isso. E meu fígado está muito bem, obrigado. E o dr. Souto acabou de ter um banquete. Não é, dr. Souto? Um buffezinho que com certeza não foi você quem fez. Então, conta o que você comeu.

Dr. Souto: Não, porque se fosse eu que tivesse feito ia ser só um ovo com gorgonzola. Eu comi bife acebolado, eu comi tomate recheado, comi berinjela recheada. Foi uma festa! Agora, o bife acebolado eu comi vários pedaços, foram vários! Acho que de repente pode estar dando uma gordura no fígado.

Rodrigo Polesso: É bom demais, não é?

Dr. Souto: Eu tenho duas perguntas, Rodrigo, no que dizem respeito à comida. Vamos ver o que você acha. Primeiro, comer fígado dá gordura no fígado?

Rodrigo Polesso: Comer fígado aumenta o fígado, eu acho!

Dr. Souto: E a segunda coisa é a seguinte: eu sei que você gosta de patê, eu gosto também. Eu posso não ser muito fã de comer fígado in natura, eu tenho que evoluir o meu apetite. Agora, patê de fígado é um negócio que eu gosto muito. E patê de fígado ele é mais gostoso quando aquele fígado é um fígado gordinho. O que a gente dá para o ganso ou para a galinha para o fígado dele ficar gordo? É carne?

Rodrigo Polesso: Boa! Você entope os coitados de carboidratos!

Dr. Souto: Pois é! Que interessante, não é? Que coisa curiosa.

Rodrigo Polesso: Olha o foie gras, pessoal.

Dr. Souto: Eu não sei como que os franceses não se deram conta que eles tinham que dar carne para o ganso para que o ganso ficasse com gordura no fígado. Esses franceses… É tanta tradição, centenas de anos e ninguém se deu conta de que o que realmente engorda o fígado é comer carne. Puxa vida!

Rodrigo Polesso: Essa é boa! Inclusive, o patê de fígado é uma ótima estratégia de iniciação para o pessoal que ainda vira o nariz para o fígado só porque sabe que é fígado. Então, se já sabe que é fígado, você come… E se fígado aumenta o tamanho do fígado, muita gente precisa comer cérebro. Cérebro eu acho que muita gente precisa comer… Está aí uma coisa que eu nunca comi. Nunca comi cérebro, por exemplo.

Dr. Souto: E só para deixar claro, eu não concordo com aquele foie gras daquele jeito tradicional. Eu acho que aquilo é um absurdo, forçar o bicho a comer e tal.

Rodrigo Polesso: Com certeza!

Dr. Souto: Então, assim, quando eu como um patêzinho é desse fígado de galinha, que na realidade… As galinhas já comem ração mesmo, coitadas, então não precisa forçar nada e o fígado delas já fica meio gordinho só porque elas comem aquilo que a Veja quer que vocês comam.

Rodrigo Polesso: Exato!

Dr. Souto: Que é ração a base de milho, de soja…

Rodrigo Polesso: Exatamente! Se você quer fazer foie gras do próprio fígado, siga a dieta das galinhas ou da Veja, no caso.

Dr. Souto: Isso aí!

Rodrigo Polesso: Que coisa triste. É tão óbvio, que é até difícil imaginar que a gente tenha que discutir essas coisas, num nível intelectual, sendo que é muito óbvio que é um absurdo.

Dr. Souto: Mas o problema é que agora já andam falando de novo na segunda-feira sem carne em São Paulo.

Rodrigo Polesso: Pois é, de novo! A gente acabou de falar antes de começar aqui, que em 2017 tinha um Projeto de Lei para aprovar a segunda-feira sem carne em São Paulo. Aí o Alckmin em 2018, janeiro, bloqueou, vetou esse projeto. Só que eu acho que a ideia não morreu, não. Principalmente agora, dr. Souto, que a gente falou no episódio passado dessa nova lei na cidade de Nova Iorque, das escolas públicas colocando o meatless monday, que é justamente isso, segunda sem carne. Então, vai virar lei agora ter crianças mal nutridas. Você deixar crianças mal nutridas no colégio. E acho que não tem nem escolha nas escolas públicas. E claro que o Brasil sempre olha para fora, olha para os Estados Unidos e essa aberração nutricional está sendo talvez divulgada em São Paulo novamente.

Dr. Souto: E no caso específico de São Paulo parece que juntou a ideologia da segunda-feira sem carne com a desídia mesmo, a questão de querer investir menos dinheiro e tal. Tem uma reportagem na Folha de São Paulo comentando que até o governo anterior a alimentação estava melhor, estava sendo feita com alimentos não processados, minimamente processados, pelas merendeiras das escolas de acordo com o guia para alimentação brasileira. E que agora o pessoal está começando a consumir mais alimentos processados e não processados. E aí teve um dia que alguém reclamou que a alimentação foi arroz com farofa, ou seja, carboidrato com carboidrato. E aí perguntaram qual era a proteína. A proteína era lentilha.

Rodrigo Polesso: Ervilha! Pior ainda!

Dr. Souto: Ervilha, isso, pior ainda. Então assim, o argumento que o secretário responsável pela área usou foi que era uma segunda-feira, segunda-feira sem carne. Então, vocês entendem que as coisas se alinham? É uma forma de dar uma ração barata pobre em nutrientes, cheia de carboidratos, e aí nós vamos deixando essas crianças, adolescentes, com o fígadozinho gorduroso. E economizando em carne. É pelo bem do planeta e tal… Não é pelo bem do planeta, não é, pessoal? É pelo bem do tesouro do Estado.

Rodrigo Polesso: Exatamente! É uma forma boa de controlar a população, deixando o pessoal mal nutrido, doente, como sempre foi na história. Enfim, dr. Souto, esse é o episódio de hoje. Galera, se você quer ficar dentro do círculo, entra lá na Tribo Forte, TriboForte.com.br. Veja todas as palestras, os eventos ao vivo da Tribo Forte, as receitas, etc. Siga a gente no Instagram. Me siga lá @rodrigopolesso, @jcsouto, @ablc.org.br também. Rodeie-se… vamos fazer parte desse círculo positivo, vamos mover em frente, cada um de nós ser uma semente de mudança. Beleza? Obrigado, dr. Souto. A gente se fala na semana que vem!

Dr. Souto: Obrigado! Um abraço e até lá!