TRIBO FORTE #191 – VEGANISMO: A MAIOR AMEAÇA AO FUTURO DA HUMANIDADE?

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste Podcast:

  •   Matéria em Portugal, onde está se propagando veganismos e vegetarianismo nas escolas e universidades;
  •   Alunos queixam-se de refeições vegetarianas pobres que os deixam com fome;
  •   Famosos que se dizem veganos;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Abaixo eu coloco alguns dos resultados enviados pra mim por pessoas que estão seguindo as fases do Código Emagrecer De Vez, o novo programa de emagrecimento de 3 fases que é o mais poderoso da atualidade para se emagrecer de vez e montar um estilo de vida alimentar sensacional para a vida inteira.

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Caso de Sucesso do Dia

Referências

Matéria em Portugal Sobre Veganismo e Vegetarianismo em Escolas

Artigo no Pubmed

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá, bom dia pra você! Bem vindo ao podcast 191 aqui do podcast da Tribo Forte! Sua dose semanal de nutrição baseada em evidência. Onde a gente quebra mitos, escancara a verdade que a gente pode compartilhar com você sobre estilo de vida saudável, emagrecimento e saúde, tudo que a gente pode fazer pra ajudar você a viver na melhor forma e melhor saúde possível. Sem se enganado né? Pelo amor de Deus! Hoje, o tema do podcast é talvez a maior ameaça ao futuro da humanidade! Como assim? Ai meu Deus do céu! Bom, a gente já vem falando sobre isso, mas eu acho que a situação atual do mundo justifica a gente bater nessa tecla um pouco mais. Com umas outras informações novas que saíram aí. Enfim, Dr. Souto, bem vindo ao podcast! Tudo bem?!

Dr. Souto: Tudo bem! Bom dia Rodrigo, bom dia aos ouvintes!

Rodrigo Polesso: Isso aí pessoal… bom… antes de começar, deixa eu dar um lembrete rápido. Se você não é membro da Tribo Forte ainda você vai ter acesso entrando agora, a 50 palestras e mais de 550 receitas lá dentro. Ou seja, todos eventos, inclusive o evento de 2019 agora, estão disponíveis dentro do portal da Tribo Forte para sua degustação no seu tempo, no conforto da sua casa. Você pode pegar seu acesso, você ganha acesso a todas palestras, todos eventos da Tribo Forte, e também acesso a base de mais de 550 receitas que cresce semana a semana. Recomendo fortemente que você faça isso. É muita palestra, é muito conteúdo que você pode aplicar na sua vida e ficar mais perto do objetivo que você quer de saúde e boa forma. E também influenciar outras pessoas que você gosta nesse caminho. Pra você se tornar membro é só você acessar triboforte.com.br . Altamente recomendado! Bom, vamos lá! A gente vem falando de veganismo a um bom tempo. E por que a gente fala tão veementemente sobre esse assunto? Porque, pra qualquer pessoa que entende um pouco de nutrição, não precisa nem entender muito, entender um pouco, você entende um pouco, você nota que isso é uma afronta gigantesca a saúde da humanidade. E recentemente a gente tem falado, comentado, que existem algumas iniciativas de escolas, universidades, iniciativas de políticos também, de retirar a carne das refeições, de algumas vezes na semana. Iniciativas com a segunda sem carne, iniciativas como colocar nas cafeterias das universidades opção vegetarianas e veganas somente, etc. E saiu uma matéria agora em Portugal, eu acho que foi esses dias atrás, poucos dias atrás, onde está se propagando o veganismo e vegetarianismo nas escolas e universidades, notoriamente na Universidade de Coimbra, uma das mais antigas do mundo, que acabou abraçando essa causa também. Enfim, essa matéria saiu no sapo.pt , que é um site famoso lá de notícias, e a seguinte manchete: “alunos queixam-se de refeições vegetarianas pobres que os deixam com fome”. Hmm, olha só! “A mãe disse que a funcionária, da tal instituição lá, lhe revelou ser uma prática habitual entre os vegetarianos depois de alguns casos em que sentiram fraqueza nos intervalos, depois dessa refeição”. O presidente da associação portuguesa de vegetarianos, Nuno Alvim, confirmou a Lusa que as refeições escolares continuam sendo uma preocupação de muitos pais e alunos que se queixam da pobreza nutricional, da monotonia dos pratos, e da forma como os pratos são cozinhados. O problema é corroborado por Pedro Costa, aluno da faculdade de ciência e tecnologia, da universidade de Nova Lisboa, os pratos servidos são repetitivos e consistem em arroz branco ou massa com legumes. Enfim, isso ta acontecendo agora, políticos colocando a mão nas diretrizes alimentares das pessoas, universidades tentando ditar uma ideologia alimentar. E esse tipo de alimentação está gerando bastante reclamação dos pais, em crianças, que voltam pra casa com fome, não se sentem satisfeitas durante a escola, se sentem cansadas no período da tarde, depois da alimentação. Na minha humilde opinião, forçar refeições vegetarianas, ou pior, veganas, nas escolas e universidades, talvez seja a maior ameaça atual a continuidade e prosperidade da nossa espécie, é tão ruim assim. Mas Dr. Souto, enfim, eles tão colocando essa doutrina, tão implementando essas novas políticas, só que a resistência tá acontecendo, as pessoas tão reclamando, as crianças que não sabem nada de ideologia tão reclamando que se sentem mais cansadas, que não gostam da alimentação, que a alimentação é monótona. Como é que a gente pode ver isso aí? O que a gente pode falar sobre esse assunto na tua opinião?

Dr. Souto: Eu cada vez mais Rodrigo, tenho a impressão, o que existe é um grupo de pessoas que está utilizando essa estratégia, essa propaganda, pra fazer com que uma massa de inocentes úteis lhe seja útil, do ponto de vista dos interesses econômicos. Então, falando de forma bem clara, nesse caso aí de Portugal, cada vez que se faz em todas escolas do país um dia em que vai se servir uma refeição que, como você descreveu aí, é arroz branco com batata e legumes, o que está se fazendo é economizar. Então assim, ta se servindo uma ração para essas pessoas que, como nós falamos no episódio passado, seria a comida dos escravos.

Rodrigo Polesso: Que eles chamam de dieta dos gladiadores, hahaha…

Dr. Souto: Isso, dieta dos gladiadores. Mas isso se reveste de uma nova roupagem de nítida propaganda, que os inocentes úteis não percebem. Nossa, isso é uma segunda sem carne, é uma dieta vegana, você vai ta salvando o mundo o meio ambiente, evitando o aquecimento global. Quando na realidade você tá servindo algo que talvez você servisse numa senzala no Brasil 200 anos atrás, certo?

Rodrigo Polesso: Certíssimo.

Dr. Souto: Então o que nós tamos vendo é uma propaganda sensacional que reveste com uma nova roupagem, o que é no fundo uma alimentação barata e nutricionalmente pobre. Nós não estamos dizendo aqui pessoal que não é possível fazer uma alimentação vegetariana ou vegana nutricionalmente completa. Mas não é o que está acontecendo em Portugal. Vocês imaginam que no Brasil seria muito melhor se em Portugal é desse jeito? Então assim, é necessário um profissional, um nutricionista com ampla experiência, e é necessário, muitas vezem em geral, gastar mais dinheiro pra fazer uma refeição vegana que seja nutricionalmente completa, do que você faria dando um bife pra pessoa comer. Então você consegue, mas precisa fazer uma combinação de alimentos muito bem pensada e precisa suplementar, porque é uma alimentação anti natural para o ser humano. Então se se vai fazer, que se faça certo. Agora, esse se se vai fazer, na minha opinião é um negócio muito complicado, porque o que eu vejo é uma ideológica que está tomando conta do mundo, dos governos, das escolas… e daqui a pouco, se eu tivesse filhos nessa idade escolar, num sistema onde eles acabam sendo obrigados a comer aquilo que é servido lá, eu taria protestando nas ruas. Porque eu acho que isso é praticamente um abuso infantil, tá certo? Não é quando você tá na sua vida como adulto e você escolhe o que vai comer no buffet livre. Vocês imaginam uma situação, que é o caso de Portugal e muitos países desenvolvidos, no qual a escola é de tempo integral. E a criança vai ta lá tendo que comer uma alimentação que é completamente inadequada que 50 anos atrás se alguém dissesse; “olha, a comida que vão dar na escola é arroz branco com batata e legumes”, ia ter protesto dizendo assim; quem vocês pensam que nós somos pra dar esse tipo de comida? Isso aí é o que? É o sopão dos anos 30 lá da queda da bolsa dos Estados Unidos? Que a gente via aquelas fotos com um monte de desempregados fazendo fila pra comer uma sopa, no auge da crise. Cara, arroz branco com legumes não é comida pra sustentar um ser humano com saúde. Tanto que na reportagem, o próprio presidente da associação vegana ou vegetaria de Portugal reclama que tá ruim. Mas o que eu quero dizer? Presta atenção nesse detalhes; a propaganda torna aquilo que seria considerado em qualquer época, em qualquer era, uma alimentação ridícula, uma alimentação pobre, uma alimentação inadequada, uma alimentação sem proteína, torna isso nossa, isso é muito saudável, porque não tem carne e vai salvar o planeta. É a propaganda dando uma nova roupagem  para o que é uma alimentação muito pobre, pobre em todos os sentidos.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Eu acho que você falou muito bem. É uma alimentação quer serviriam nas senzalas dos escravos, que é sinônimo de dieta dos gladiadores, na verdade também eram escravos, enfim… bom, eu coloco a minha bandeira na posição de que, especialmente a dieta vegana, porque a vegetariana com laticínios e ovos você consegue ficar a milhares de anos luz na frente de uma dieta vegana, eu contesto a ideia de você conseguir fazer uma dieta vegana nutricionalmente completa. Você consegue juntar os micronutrientes que você consegue, puxando todos os avanços tecnológicos do mundo hoje, pegando, enfim, como é que fala, esqueci o nome…

Dr. Souto: algas…

Rodrigo Polesso: Algas não sei o que, lá dos oceanos profundos, é pós não sei da onde… pega o globo inteiro, toda a tecnologia do mundo, e tenta fazer uma coisa completa pra você, uma coisa completamente não natural, completamente artificial, e ainda assim por causa da qualidade desses micronutrientes que muitas vezes são de origem vegetal, são sintéticos também, você não vai conseguir a longo prazo ter a saúde e performance que você teria simplesmente comendo alimento de origem vegetal.

Dr. Souto: E Rodrigo, repara que a narrativa, como sempre eu deixo claro aqui, ela vai mudando pra manter a ideologia, porque quando se fala do gado, que não pode comer por causa da sustentabilidade. Mas quando você diz que uma dieta vegana pode ser completa, e precisa pegar algas de um oceano distante, quinoa e chia dos andes, pra misturar com abacates do México, pra fazer seu prato e ele conseguir ter alguma semelhança de ser nutricionalmente completo, cadê a sustentabilidade disso?

Rodrigo Polesso: Exatamente, exatamente.

Dr. Souto: Então assim, quando é pra dizer que dá pra fazer completo você esquece a sustentabilidade. Quando é pra falar mal do gado, bom, aí a sustentabilidade é o grande problema. Mas e… quando é pra falar do gado, o metano é o problema. Quando é pra servir o arroz nas dietas portuguesas, bom, o arroz produz mais metano que o gado, mas no arroz o metano deixa de ser problema. A narrativa ela muda

Rodrigo Polesso: É o tbom e o tmao…

Dr. Souto: É o tbom e o tmao… a narrativa muda. Isso é um exercício que eu faço com vocês que estão nos ouvindo, e a gente tem que pensar assim, o fato da narrativa ser mutante deixa nu, deixa cru, deixa óbvio que o que importa é a ideologia que está por trás. E aí um troço que eu ando comentando até com pacientes em consultório, chamando a atenção deles de que essa mesma roupagem que estamos falando, que torna essa dieta paupérrima em “nós estamos salvando o planeta e por isso podemos justificar que nós vamos dar mingau nas nossas escolas”, é a mesma coisa que a indústria está fazendo pegando os sucrilhos de ontem e botando um V verde e dizendo assim que agora aquilo ali é saudável. Porque afinal como não tem carne… é basicamente assim; não tem carne então é bom pra você.  Isso tornou os alimentos ultra processados, vamos dizer, revestiu de uma nova roupagem os velhos alimentos.

Rodrigo Polesso: É, exato, adaptou mesmo, é uma coisa que se morfa de acordo com a ideologia… quer dizer, a ideologia se mantém e os fatos que se morfam… bom, mas veja, tem um estudo aqui prospectivo, de cohort, observacional, enfim, de dieta vegetariana, e mortalidade de todas as causas. Um estudo que foi feito na Austrália, o nome é 45 and up, pessoas com mais de 45 anos… e como a gente sabe, ensaios clínicos randomizados que duram uma vida inteira são difíceis de fazer, nessa questão de dieta, porque se fosse fácil ninguém ia ta fazendo uma dieta vegana porque a gente ia ver todos esses problemas. Mas como não existe, tem que contar um pouco com estudos prospectivos, o problema deles é que pela própria forma como eles são feitos, a metodologia, eles tem um monte de falhas, a gente fala disso desde o primeiro episódio aqui. O que eles tentam fazer sempre é ajustar algumas variáveis de confusão pra tentar conseguir um dado um pouco mais sóbrio disso. Nesse estudo em particular eles fizeram o seguinte, eles falam o seguinte… vou traduzir simultaneamente aqui: “a dieta vegetariana é pensada de ter muitos benefícios de saúde, incluindo redução do diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade. A evidência até hoje sugere que vegetarianos tende a ter menor mortalidade, quando comparado com não vegetariano”. Mas a maior parte dos estudos não são baseados em populações e outros hábitos de um estilo de vida saudável que podem influenciar nesse tipo de efeito protetor. Daí eles falam: “O objetivo desse estudo em particular foi avaliar a associação entre categorias da dieta vegetariana, como a completa dieta vegetariana, vegetariana completa, 100% vegetariana, uma semi vegetariana, uma pesco vegetariana, e também comparar com as mortalidades de todas as causas  e uma população grande na Austrália”. Daí eles falam, partindo pra questão da conclusão: “Seguindo um extensivo processo de ajuste, para variáveis, possíveis variáveis de confusão que podem influenciar, não houve diferença significativa em mortalidade de todas as causas para vegetarianos versus não vegetarianos. Também não houve diferença significativa em risco de mortalidade entre pesco vegetarianos e ou semi vegetarianos, comparado a pessoas que comem carne normalmente. Concluindo, nós não achamos evidências de que uma dieta vegetariana, semi vegetariana, ou pesco vegetariana, tem qualquer efeito protetor independente em mortalidade de todas as causas”. Que é mais ou menos o que a gente tende a falar aqui sempre, que quando eles estudam dieta vegetariana, com estudos observacionais, eles tendem a mostrar que as pessoas tem menor peso, que as pessoas morrem menos, mas eles tendem também a falhar ao controlar todas as possíveis e incontroláveis variáveis de confusão daquele health , dessas pessoas que a gente sempre fala aqui Dr. Souto. E nesse estudo eles tentaram, enfim, fazer um ajuste mais severo dessas variáveis e não encontraram aí nenhuma associação nessas duas coisas. Aí a gente pode voltar e dizer o seguinte, se existem estudos que mostram associação positiva e outros que mostram negativa, a gente pode começar a questionar se uma coisa causa a outra, já que não existe uma associação também. O que cê acha disso aí?

Dr. Souto: Olha, eu tava ouvindo você falar, pensando que alguns dos efeitos maiores que a gente vê em estudos observacionais são de variáveis sócio econômicas, então um exemplo que eu costumo citar aqui é de quando se viu que, dos números todos que você pode anotar de uma pessoa, inclusive pressão, glicose, etc, o número que mais determina os desfechos de saúde é o cep. Isso não é brincadeira pessoal, é fato. Em inglês é o zip code, o código de endereçamento postal. Ou seja, o que realmente mais determina, são variáveis sócio econômicas, então quer dizer, não é um pequeno detalhe o fato de que quando você faz esses estudos as pessoas que seguem um estilo de vida vegetariano, são pessoas que tem um nível sócio econômico mais elevado. Então normalmente pobre não tem muito que escolher, ele vai comer o que ta disponível, o que ta dando pra comprar com dinheiro. Então quem pode comprar as algas do Pacífico, e pode comprar os suplementos, e pode, sabe, suplementar a sua dieta pra conseguir fazer uma dieta vegana. Que não vai precisar comer no bandejão da fábrica, e não vai precisar… sabe, que pode, quem tem a possibilidade, o luxo de montar uma dieta tão restritiva, e cara… porque o pessoal fala que low carb é restritiva e cara, não é não pessoal, qualquer carne assada, qualquer bandejão dá pra low carb. Agora… e claro, são pessoas também que tem o conhecimento o suficiente para serem enganadas. Deixa decantar isso que eu acabei de dizer… o excesso de informação as vezes é tão ruim como a falta. Então é gente que tá suficientemente informada pelos meios de comunicação tradicionais, que lê jornal e revista o suficiente pra cair na onda e seguir aquilo ali. Então você vê uma associação entre nível sócio econômico e isso aí. Então quem diz que é o comer carne ou não que ta tendo esse efeito? Sabe… então eu acho muito interessante pensar em outras situações, nas quais quando a gente faz o ajuste dos fatores o efeito desaparece. O John Ioannidis, que a gente sempre fala aqui, é um dos meta pesquisadores mais famoso do mundo. O que é um meta pesquisador? É um pesquisador que pesquisa as pesquisas. Então o John Ioannidis publicou recentemente mais um editorial muito forte, no qual ele comenta esse fenômeno que aconteceu… vocês lembram alguns episódios atrás quando a gente tocou aqui nesses novos estudos meta-análises, que usaram uma metodologia muito correta e mostraram que não há motivo pra restringir a carne vermelha na dieta. Bom, então o Ioannidis ele ta repercutindo o fato de que vários pesquisadores, inclusive os de Harvard, tentaram impedir que esse estudo fosse publicado, tentaram censurar o estudo no nascedouro. E aí ele diz assim que tá na hora de acabar com essa postura tão ideológica na pesquisa. E ele diz assim que revistas científicas sérias não deviam mais publicar nenhum estudo de epidemiologia nutricional. Tá sensacional esse editorial dele. Uma revista científica, que sequer séria, não deveria, em 2019, estar publicando mais estudos observacionais de epidemiologia nutricional. Porque isso aí é basicamente um achismo… e aí ele ainda comenta dos pequenos resultados absolutos. Aliás, ele tem uma frase maravilhosa, ele diz assim que as revistas sérias não deveriam mais usar risco relativo, e sim usar risco absoluto. Quantas vezes vocês já nos ouviram dizer isso aqui? E ele diz assim que esse tipo de coisa ele só serve pra acabar com a confiança do público na ciência. Porque aí o público fica pensando uma semana diz uma coisa, outra semana diz outra. O artigo tá muito bom, porque ele aponta o dedo para os pesquisadores que tão conduzindo esse tipo de coisa inútil. Aponta o dedo para as máquinas de relações públicas das universidades, que tão fazendo os pré-releases que ele diz que não deveria mais existir pré-release de estudo de epidemiologia nutricional, isso deveria ser abolido. E ainda diz ali que se é que esses estudos tem que ser feitos, ele deviam ser publicados em pequenas e secundárias revistas de especialidades, e  não nas grandes revistas científicas de alto impacto e interesse geral, como New England, como British, como JAMA, como American Journal of Clinical Nutrition. Então, tá muito bom, eu me lembrei, você tava falando nisso eu me lembrei, nossa aquele editorial do Ioannidis.

Rodrigo Polesso: Muito bom, excelente! Outra coisa, pra gente mover pra parte final aqui, que é, seguir veganismo em particular, como algo sustentável a longo prazo, como a gente falou, é uma utopia. E a propaganda vegana aos poucos vai mostrando alguns buracos. Quanto mais tempo a gente vai vivendo essa hype aí, mais a gente vai vendo corrosão nesses argumentos, e vai vendo as coisas caindo mesmo devagarzinho. Por exemplo, uma das estratégias mais usadas dessa indústria é usar de celebridades para tentar espalhar essa ideia. O problema é que muitas dessas celebridades não consegue, nem elas mesmas seguir essa tortura, que é o veganismo a longo prazo, e se tornam ex veganas. Alguns exemplos notórios pra vocês se divertirem e saber um pouquinho, a Angeline Jolie, que se declarou ser vegana por muito tempo, ela parou de ser vegana acho em 2015 que ela falou, 2010… 2010. Ela parou de ser vegana em 2010 porque disse que essa dieta estava arruinando a sua vida. E depois, interessantemente, ela disse em uma entrevista que o segredo para sua beleza era a carne vermelha. Haha… olha que maravilha né?! Se as mulheres soubessem que o segredo da boa pele e da beleza realmente é nutrição, não ia sobrar mais carne no açougue. Depois tem o Jared Leto, Jared Leto que é do Thirty Seconds to Mars, aquela banda famosa. Confessa que ele segue uma dieta basicamente vegana, mas que come carne de vez em quando. Ele fala “se eu tivesse no Alasca, na selva, e tivesse com fome e visse um salmão eu provavelmente ia comer”. Novidade, ele não é vegano. Então cuidado com a propaganda que ele faz. A Megan Markle, que é, enfim, atriz da série Suits da Netflix, e agora também princesa do Reino Unido. Que era em 2015… em 2015 ela promovia o veganismo. Ela disse que tava comendo uma dieta vegana durante a semana só que no final de semana ela comia carne. Então peraí, é ou não e vegana? E depois ela veio…

Dr. Souto: O Rodrigo, chama-se veganismo intermitente…

Rodrigo Polesso: É, veganismo enquanto interessa receber dinheiro pra propor essa ideia, e a verdade é diferente. E depois quando ela ficou grávida ela revelou que começou a comer mais carne… olha só né… se é tão bom ser vegano por que você come mais carne quando fica grávida? E tem outro também, esse é bom, o do Chris Hemsworth, que ele é o Thor lá, o australiano. Ele foi usado como uma imagem da dieta vegana, a ponto de ter feito parte de uma matéria onde o título da matéria era: “A dieta vegana dá a Chris Hemsworth seus incríveis músculos”. Hahahaha… a questão é, ele não é vegano. E ele já foi pego comendo frango e iogurte em uma tour que ele fez agora na Coreia em 2019 tá pessoal. Ele não é vegano. Ele só é vegano quando for bom pro bolso dele, de fazer um artigo como esse e passar essa imagem. Mas o que ele faz na vida real é bem diferente disso pessoal! E também, por último aqui, tem o Samuel L. Jackson, que é um ator extremamente famoso e todo mundo deve conhecer, que seguiu a dieta vegana por 7 meses. Ele realmente foi um gladiador e conseguiu seguir por 7 meses. Antes de largar os bets e voltar a comer carne. Falou que tava perdendo tanto peso que quase perdeu um papel num filme, falou que isso não é de Deus não. Ele voltou a comer carne e agora deixou pra trás essa péssima experiência com a dieta vegana. E esses são alguns exemplos que peguei só de pessoas que são famosas e conhecidas no Brasil também, mas existem muitos outros atores, atrizes e celebridades, que estão voltando atrás, que tentaram e estão voltando atrás. Agora, o perigo não está nessas, o perigo está naquelas que continuam propagando quando na verdade elas não fazem o que dizem. Lembre-se, eu já disse aqui e repito, que essa era do veganismo vai ser lembrada como motivo de chacota no futuro, e relembrado no anais da história como uma das ideias mais estúpidas que se alastrou no mundo. Isso não vai demorar tanto a acontecer, porque as pessoas estão logo logo descobrindo os grandes malefícios de continuar essa doutrina nutricional no mundo onde a gente poderia de nos dar o privilégio de ter acesso a todos alimentos mais nutritivos que nós sempre lutamos durante toda história pra conseguir ter acesso.

Dr. Souto: O Rodrigo, agora tava me lembrando de um outro negócio, quando a gente ainda tava falando da história do zip code, dados do Brasil, do ministério da saúde, dados do Vigitel, que é o nosso levantamento periódico de saúde da população, você vai ver que o número de anos de escolaridade está inversamente relacionado com incidência de diabetes e de obesidade. Em outras palavras, se você tem só o ensino primário você tem um risco muito maior de ser diabético e obeso do que se você tem ensino superior. E aí a pergunta é, você acha Rodrigo que a escolaridade afeta as células beta do pâncreas?

Rodrigo Polesso: Ah, com certeza não!

Dr. Souto: Você acha que a escolaridade afeta a resistência a insulina lá no fígado? Então, eu cito isso pra dizer, a influência, se vocês olharem no vigitel da escolaridade ela é muito, mas muito maior, em termos absolutos, em termos numéricos,  do que essa questão, por exemplo, de comer ou não comer carne vermelha. Então as pessoas tem que ter noção de que não é um pequeno detalhe isso que estamos falando dos fatores de confusão demográficos. Se eu pegasse aquele gráfico da escolaridade e colocasse ali e mentisse que ele fosse um gráfico de quanta carne a pessoa come, a pessoa ia dizer… e que aliás deve ter uma correlação né?

Rodrigo Polesso: Aham, com certeza!

Dr. Souto: A pessoa diria: nossa, viu viu como é verdade! Agora quando as pessoas veem, puxa vida, é o impacto da escolaridade, fica óbvio que a escolaridade não é uma substância que você está colocando dentro da boca, aquilo não tem um impacto biológico direto. Mas é um fator de confusão bem importante. Então um deles era a escolaridade, to tentando me lembrar qual era o outro também que corria junto… acho que era renda mesmo. Então, é isso aí, quanto maior a renda menor a incidência de obesidade e diabetes, e quanto menor a renda, claro, porque aí tem a ver a questão de que uma pessoa de muito baixa renda, ela basicamente come essa dieta que agora toma uma roupagem de saudável e a favor do ambiente, ou seja, batata, arroz e pão.

Rodrigo Polesso: É, com certeza, isso é conveniente pra muitas indústrias diferentes, essa economia toda de dinheiro então, esse controle populacional que seja… mas olha só, nem todo mundo ta fazendo isso, nem todo mundo ta caindo nesse conto do vigário, nem todo mundo ta aceitando essas coisas sem questionar. E as pessoas que estão fazendo as coisas de acordo com o que a ciência nutricional, a melhor ciência nutricional do mundo mostra, obtém resultados como o da Marlucia, que mandou a foto do antes e depois dela aqui, muito legal! Ela escreveu: “low carb e jejum intermitente = vida saudável, e hoje é meu estilo de vida”. Ela perdeu 21,7 quilos, numa idade… ela tá com 55 anos ou 55 quilos? Não sei, mas aparenta… então ela não tem, como a gente sempre fala, não tem idade, outro dia uma pessoa de 62 anos veio falar também que tá na melhor forma dela. Não tem idade, nada vai conseguir ser mais forte que uma nutrição poderosa, uma alimentação realmente nutritiva. Então enquanto essa tribo continua, cada vez fica mais fraca, a nossa Tribo aqui fica mais Forte, e em forma. Se você quer seguir o programa que ela seguiu você pode entrar no codigoemagrecerdevez.com . E também se juntar e assistir as palestras nossas em todos eventos entrando em triboforte.com.br . Formas de ajudar existem diversas, e por favor espalhe esse podcast também por aí. Dr. Souto, o que que você degustou ou vai degustar na sua próxima ou na sua última refeição aí?

Dr. Souto: Olha, vamos pensar na próxima… assim, que eu não sei exatamente o que vai ser mas eu o que que não vai ser. Ela não será como a refeição promovida nas escolas de Portugal, nos dias sem carne. Então com certeza vai ter alguma carne, alguns legumes pra acrescentar sabor e variedade, que eu acho que é a função que eles tem na vida. Então, no fundo diferentemente do que a gente tava falando, que pra gente fazer esse tipo de refeição plant based, a gente precisa pensar muito, raciocinar, fazer combinações, suplementar, eu não preciso pensar muito. Eu sei que vai ser uma carne e uns vegetais. E isso sempre faz minha alegria na hora do almoço, porque é gostoso né… eu tava ontem conversando Rodrigo, com uma paciente, que era uma primeira consulta, e ela tinha sido recomendada pra mim, então ela não conhecia exatamente o meu trabalho, a minha abordagem…

Rodrigo Polesso: Imagina o choque…

Dr. Souto: O choque né… e aí eu… ela comentando, puxa, isso aí vai enjoar e tal… e aí sempre a gente coloca aquele negócio: e vem cá, pão com margarina todo dia não enjoa? Arroz com feijão todo dia não enjoa? Por que algo que a gente come com frequência necessariamente tem que enjoar? Será que toda humanidade precisa cada dia dos 365 dias do ano inovar? É bom pensar nisso né? Eu acho que se a gente escolhe alguma coisa nutricionalmente completa, que a gente gosta, a gente pode repetir aquilo várias vezes…

Rodrigo Polesso: Ô, com certeza, de propósito ainda por cima… eu acho que se você acha que enjoa comer de carnes, peixes, frutos do mar, laticínios, ovos, etc… o problema não é nem nutricional, o problema é psicológico. O problema é outra coisa. Talvez você esteja muito melado de nutela, tá muito mimado no mundo de hoje em dia, com apelação aí artificial ao nosso paladar. Se você acha que esses alimentos que são, fato, os mais saborosos, mais naturalmente saborosos do planeta terra, vão te enjoar, teu problema é mais sério que a nutrição. Então, enfim, sem papas na língua… Mas enfim, eu achei um bacalhau fresco no mercado, bacalhau fresco é muito bom, ele é rico em proteínas, você bota um salzinho, uma pimenta por cima, excelente. E pra acompanhar eu também peguei legumes, dito, ovos de galinha, e coloquei do lado também pra acompanhar, ficou excelente, nutricionalmente completo. Extremamente saboroso. Não se enjoa de alimentos saborosos. A humanidade, por milhões de anos literalmente, vem comendo desses mesmos grupos de alimentos, sem enjoar, e repetindo eles de propósito… na verdade, o único momento que eles não conseguiam repetir uma refeição era quando aquela refeição não estava disponível. Eu queria, por exemplo, comer costelinha de porco assim 3 vezes na semana, mas eu não tenho porco pra matar 3 vezes na semana, essa sempre foi a limitação. Só que hoje a gente tem acesso a tudo isso tão facilmente, é só andar até a esquina, e comprar no mercado, que ou a gente cria todas essas coisas, essas manobras psicológicas, essas loucuras, essas travas artificiais, que a gente aí acaba jogando no lixo esse privilégio que a gente construiu ao longo de milhões de anos. E é isso que me deixa menos feliz, digamos assim. Não sei o que você acha… eu sei que você pode ser um pouco mais político… eu resolvo chutar o pau da barraca…

Dr. Souto: Não, mas eu concordo Rodrigo… eu acho que as vezes precisa as pessoas tomarem uma perspectiva um pouco mais longe, olhar um pouco de longe o problema, e colocar num contexto. E a forma que eu sempre faço isso é chamar a atenção pra pessoa, tá bem, até agora você não fazia nenhuma chamada dieta, você comia tudo que você queria comer. Todo dia é diferente… qual é o seu café da manhã? Você pergunta sempre pra pessoa… ah, meu café da manhã tem um pão, uma fruta, um suco de laranja… uma coisa assim. Então tá, a pessoa descreveu com facilidade aquilo, porque aquilo é o que ela come todo dia, e não enjoa. Então porque eu preciso enjoar de uma carne e uma salada? Sabe? Tem dois pesos e duas medidas… no fundo é como você disse… eu vou colocar de outra forma; é porque um você sente que foi você que escolheu, e o outro você sente que lhe foi imposto. Então assim, parte do processo é a pessoa entender, não, isso não está sendo imposto pra mim pelo médico, pelo nutricionista, isso é uma nova escolha minha. Eu acho que a hora que a pessoa ver assim, fica mais fácil né?!! Se não é isso aí, eu vou ter que ter um café colonial daqueles de Gramado de manhã, pra cada dia poder comer uma coisa diferente. Então, tá bem, eu entendo que a gente tenha que ter um conjunto de receitas, digamos assim, pra fazer uma rotação dos pratos no nosso dia a dia, sei lá, no nosso almoço. Não vai comer exatamente a mesma coisa todos os dias, mas isso é fácil de fazer. Vamos combinar pessoal, isso é fácil de fazer, seja em low carb, seja em qualquer estratégia nutricional que você siga. Precisa assim bem pouquinha criatividade. Então no fundo a pessoa tá é revoltada, que ela tem que seguir uma estratégia nutricional, e aí nós vamos falar uma novidade, todo mundo tem que seguir uma estratégia nutricional,  porque não seguir nenhuma estratégia nutricional é o que levou você a situação que você tá agora, que ta trazendo você a um consultório de um nutricionista, a um consultório de um médico. Ou seja, pode parecer uma surpresa pra alguns, mas comer absolutamente tudo que a gente quer num ambiente de alimentos processados como nós vivemos hoje, não é uma das alternativas aceitáveis pra saúde, tá certo? Seria basicamente como eu entrar, sei lá, numa tabacaria, e dizer assim ó “eu tenho liberdade, então eu quero poder fumar tudo que tem aqui dentro”, e achar que isso vai dar um bom resultado. Então, a gente, enfim, a vida é feita de escolhas né?!

Rodrigo Polesso: Você falou muito bem… acho que tem que entender que é uma posição de poder mesmo que você tá assumindo ao escolher esses alimentos. E ser um pouco mais egoísta a ponto de escolher, eu quero os alimentos que são mais nutritivos pra mim. Independente de ideologia, eu quero ser o mais saudável que eu posso ser. Eu quero ser egoísta nesse sentido, eu quero ter o poder de escolher os alimentos que são mais nutritivos pra mim. Então é uma posição de poder que você tá assumindo, ao invés de uma posição de limitação com certeza. Bom, maravilha pessoal, obrigado pela atenção de todo mundo. Espalhem esse podcast aí, eu acho que vai ajudar bastante gente a enxergar uma coisa, uma perspectiva diferente, né, esses assuntos. E a gente se fala claro no próximo episódio. Dr. Souto, obrigado e a gente se fala semana que vem.

Dr. Souto: Obrigado! Obrigado aos ouvintes e até a próxima!