TRIBO FORTE #215 – OS REAIS PROBLEMAS (E ESTES ESTÃO SOB SEU CONTROLE)

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste episódio:

  •   Sim, você tem o controle dessas situações;
  • Tudo baseado em ciência;
  • E mais;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

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Abaixo eu coloco alguns dos resultados enviados pra mim por pessoas que estão seguindo as fases do Código Emagrecer De Vez, o novo programa de emagrecimento de 3 fases que é o mais poderoso da atualidade para se emagrecer de vez e montar um estilo de vida alimentar sensacional para a vida inteira.

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Caso de Sucesso do Dia

Referências

Resultados de Estudos em Termos de Análise de Fatores de Riscos de Complicação com COVID19

Matéria Sobre Vítimas no Canadá

Artigo de Aseem Malhotra

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá pessoal! Bem vindos ao episódio número 215 aqui do podcast da Tribo Forte. “Os reais problemas” a gente vai falar hoje aqui, esses estão sim, sob o seu controle. Vamos colocar um pouco mais de informação, informação um pouco mais clara pra você a respeito de tudo que tá acontecendo, e o que você pode fazer pra se imunizar ainda mais. Enfim, atualizar você e continuar esse papo semanal nosso aqui. Com a nossa intenção de compartilhar informação embasada para que você tenha uma saúde de ferro e uma boa forma que você pode sustentar para o resto da vida… Dr.Souto, bem vindo a esse podcast de hoje! Tudo bem?

Dr. Souto: Tudo. Bom dia! Bom dia aos ouvintes!

Rodrigo Polesso: Bom dia a todo mundo! E espero que todo mundo esteja segurando as pontas, na medida do possível né pessoal?! Então vamos atualizar vocês a respeito de algumas coisas: saiu na mídia mundial os resultados do maior estudo até agora, feito no EUA, em termos de análise de fatores de risco, de complicação com a bendita Covid-19. O estudo foi feito pela New York University, e aqui estão alguns pontos chave: os cientistas concluíram que a idade avançada é de longe o fator mais importante de hospitalização, que indica risco de hospitalização por Covid-19. Isso parece estar bem alinhado com os dados de mortalidade. Basicamente todo país que reporta, onde a morte de pessoa abaixo de 60 anos é muito rara. Além disso, dados fresquinhos mostram que: na Europa, metade das mortes reportadas por Covid-19, foram de pessoas idosas em casas de repouso ou asilos. E depois eu fui ver que no Canadá, a mesma manchete apareceu, sendo que metade das mortes do país, aqui do Canadá, foram em idosos em casa de repouso. Isso é muito triste. Se a gente soubesse disso antes, nós poderíamos talvez ter protegido bem mais severamente esse grupo de risco, que tipicamente já fica, digamos assim, em quarentena né.  Eles estão na casa de repouso, não tem uma vida tão ativa assim, e infelizmente são responsáveis por quase metade das mortes. Isso pra mim impactou bastante! Porém, o que chamou a atenção também foi o que, já inclusive a gente falou em podcast recente aqui: “A condição crônica com a associação mais forte, com a doença critica, Covid-19, foi o quê? Obesidade! Isso depois da idade. Com risco substancialmente maiores do que qualquer doença pulmonar ou cardiovascular.” Isso é uma má noticia para um país como EUA, onde assustadores 40% da população está obesa e mais de 70% está acima do peso. Toda vez que eu leio essa estatística, eu não acredito! O Brasil segue atrás com quase 20% da população obesa e com mais da metade da população acima do peso já. A má noticia é que passada a onda do Covid-19, que vai passar a gente sabe, outras epidemias sempre existirão, como sempre existiram… Tem gripe, tem pneumonia todos os anos, problemas cardíacos e canceres continuarão sendo as maiores causas de morte. E todos esses problemas estão associados ao sistema imunológico fraco, a síndrome metabólica, e claro, excesso de peso que é um dos marcadores talvez mais óbvios. Agora, acho que foi hoje ou ontem, o cardiologista britânico Dr. Aseem Malhotra , ele teve um artigo publicado onde ele compartilha os seguintes dados: “em 2009, 61% dos pacientes admitidos nos hospitais na Califórnia, que morreram da Influenza H1N1, eram obesos.” 61%! A gente começa a ver coisas similares entre essas pandemias que acontecem periodicamente. No Reino Unido agora, dados dos primeiros 2204 pacientes que foram admitidos na UTI lá do sistema de saúde com Covid-19, revelaram que 72.7% deles estavam acima do peso ou obesos. Souto, nós estamos aqui no episódio 215, agora, e digamos que, se tem um problema principal que nós viemos ajudando as pessoas a resolver desde o episódio número 1, esse problema seria a obesidade e síndrome metabólica, né?! Então, seria interessante até contrastar esses dados que a gente tá apontando pra vocês aqui com a amostragem de pessoas que seguem, por exemplo, a Tribo Forte e aplicam os dados pra ver quanta discrepância a gente teria em fatores de risco e etc. Mas de novo, Dr. Souto, é o que a gente tem feito aqui a mais de 200 episódios, e parece que ainda é o que mais está afetando a saúde das pessoas, colocando em risco pelo menos, né?!

Dr. Souto: É verdade! A gente tenta olhar o desastre como: “tem aquele copo meio cheio e o copo meio vazio”. Se é que pode ter um copo meio cheio aí, é que as pessoas estão se preocupando mais com a saúde, então estão mudando hábitos. A gente no outro episódio já tinha comentado que assim como você muda os hábitos de lavar a mão para não levar germes à boca, você também pode mudar o habito pra não levar à boca alimentos que pioram a sua saúde e vão piorar não só os desfechos em relação ao Covid, mas eu repito em relação ao resto. Que existe uma correlação entre imunidade e idade, é sabido, então vamos pegar alguns exemplos conhecidos, não apenas em Covid, mas como você mesmo falou: pneumonia, própria Influenza, ela é mais severa e mais arriscada nos idosos, por quê? Porque a imunidade deles é menor. A eficácia de vacinas é menor nos idosos por quê? Porque eles montam uma resposta imunológica menor. Isso está bem documentado na literatura. Outra coisa, por que o câncer é mais comum à medida que a gente fica mais velho? Um dos motivos, claro, é porque você acumula mutações com o passar dos anos, mas outro motivo é porque o nosso sistema imunológico ele combate as células de câncer assim que elas nascem. É sabido que se uma pessoa não tivesse o sistema imunológico, ela desenvolveria câncer varias vezes por ano. Porque a gente tá sempre produzindo alguma célula de câncer e o nosso sistema imunológico vai lá e destrói, aí quando aquela célula finalmente se desenvolve se instala um câncer clinico em uma pessoa é porque é uma das raras situações em que o sistema imunológico não conseguiu controlar. Então, como o idoso tem um sistema imunológico menos eficiente, também é um dos motivos que ele vai ter mais câncer. Tudo isso para estabelecer, que provavelmente, o link tem a ver sim, com imunidade. Mas eu pessoalmente acredito… Já li alguns estudos e tem alguns autores que também pensam da mesma forma, que existe uma sobreposição aqui de fatores de confusão entre idade e saúde metabólica ruim. E essa não é uma coisa que necessariamente tem que acontecer, ou seja, a gente não tem como mudar o relógio pra trás, fazer a gente ficar mais novo cronologicamente, mas não necessariamente a pessoa tem que ficar com sobrepeso ou obesa à medida que ela fica mais velha, não necessariamente a pessoa tem que ficar pré-diabética e diabética à medida que ela fica mais velha… 

Rodrigo Polesso: Não é uma coisa normal da idade, como muita gente acha.

Dr. Souto: Não é uma coisa normal da idade e, nesse sentido os estudos antropológicos lançam uma luz maravilhosa. Quem nunca leu, e está aí uma oportunidade, o livro do Loren Cordain, que é o The Paleo Diet , ele está traduzido em português de Portugal, talvez depois a gente coloque o link aqui no final do podcast para quem não lê em inglês, dá para encomendar o livro em português (de Portugal). É um livro que foi escrito no inicio dos anos 2000, deve fazer uns 17 anos que esse livro foi escrito, ele tem toda uma introdução onde ele fala das pesquisas que ele fez sobre os hábitos dos caçadores coletores e a surpresa que ele teve ao descobrir isso que o Rodrigo falou: que as pessoas envelheciam, mas elas não padeciam das mesmas doenças crônicas e degenerativas que nós padecemos. Elas não ficavam obesas, não ficavam diabéticas, não tinham Alzheimer, não tinham doença coronariana isquêmica. Então isso não é uma decorrência obrigatória da idade, sabe o que é? É que uma coisa é você comer errado, outra coisa é você comer errado por 65, 70 anos… 

Rodrigo Polesso: Perfeito!

Dr. Souto: Então é o efeito cumulativo de ter mais anos de vida comendo mal. Então não é necessariamente o envelhecer, é mais tempo para comer errado. Mas e se você comer certo? E se você fizer uma atividade física? Se você viver um pouco mais parecido com aqueles caçadores coletores que o Loren Cordain descreve no livro? Então eu acho que aí é que entra o nosso papel aqui de ajudar as pessoas, não a ficar mais novas, que isso a gente ainda não conseguiu, mas de ajudar as pessoas a, do ponto de vista biológico, não estarem tão envelhecidas.

Rodrigo Polesso: É, e tem um dado que me lembro de cabeça agora, falando nessa questão de idade e risco, da Itália que teve do Corona vírus agora onde eles reportaram que 99.2% das pessoas que morreram tinham uma pré-condição, e a grande maioria delas eram pessoas idosas. Então, está cheio de pessoas idosas que pegam o Corona vírus, ou pegam a Influenza, pegam outras coisas e não morrem, tanto que as pessoas idosas que morreram na Itália, foram a maioria, todo mundo basicamente tinha uma condição pré-existente já que vem a adicionar o que nós estávamos dizendo: a importância da saúde metabólica mesmo na idade avançada.

Dr. Souto: Esses dias o noticiário mostrou uma senhorinha, pessoa mais velha que se recuperou do Covid, acho que tinha 102 anos. E a gente olha e era uma senhorinha bem magrinha. E então, lógico, exceções. A gente poderia ter um noticiário mostrando uma pessoa com 150kg que se recuperou do Covid, então isso não é nenhuma observação cientifica, mas de uma forma geral, quando se vê (isso é fato e tem estudo sobre isso), quando se faz um perfil metabólico dos centenários, das pessoas com mais de 100 anos, elas tendem a ter triglicerídeos bem baixos, o HDL (chamado colesterol bom) bem elevado, e elas tendem a ter o colesterol total (LDL) mais alto do que a media da pessoas. Então, é interessante porque o tipo de pessoa que tende a viver além dos 100 anos é justamente o tipo de pessoa que conseguiu escapar do câncer, que conseguiu escapar das doenças infecciosas nessa idade. Então não espanta que elas tenham saúde metabólica, saúde metabólica se traduz justamente por não ter resistência à insulina, não ter diabetes, pré-diabetes ou gordura no fígado, não ter síndrome metabólica. Síndrome metabólica é o que? É triglicerídeos altos, HDL baixo, gordura no fígado, pressão alta, aumento da circunferência abdominal… Então, vejam que tudo isso é uma sequência de coisas sobre as quais nós temos controle. Nós podemos influenciar na nossa chance maior ou menor de ter esse perfil, comendo menos comida processada, menos açúcar, menos farinha, fazendo uma atividade física… E isso é uma coisa que é muito interessante Rodrigo, pacientes meus que estejam ouvindo vão saber que eu digo isso em consulta, a pessoa chega com síndrome metabólica eu digo: olha, você vai adotar aqui uma alimentação low carb de comida de verdade, sem processados, sem açúcar, sem farinha e nós vamos repetir esses exames, poderia em 90 ou 180 dias, mas vamos repetir em 30. Porque em 30 dias os triglicerídeos despencam. Em 30 dias o HDL aumenta. Em 30 dias as enzimas do fígado (TGO, TGP, Gama GT) que indicam gordura no fígado mudam pra melhor, então é relativamente rápido. Por isso que eu digo a história do copo “meio cheio”… Daqui a pouco as pessoas tomam um susto e passam a se preocupar com a sua saúde como não se preocupavam há muito tempo, saber que essas mudanças podem provocar mudanças reais no seu organismo em 30 dias.

Rodrigo Polesso: É eu acho na verdade, que estão na época de “copo muito cheio”, muito cheio de refrigerante! Pessoal tá em casa agora tomando isso, comendo sorvete, se afundando na comida e talvez até piorando. Não você que está assistindo a Tribo Forte. Mas Dr. Souto, um problema que eu acho grave é assim: imagina que a pessoa não tenha sorte de consultar com você, só que ela escutou aqui, ouve nossos conteúdos, escuta o podcast e resolve fazer uma alimentação baseada em alimentos de verdade, uma alimentação forte, por exemplo, que é baseada fortemente em alimentos de origem animal, então ela come gordura de qualidade, proteína de qualidade, reduz o carboidrato, aí o que acontece? Ela perde peso, se sente bem e tudo mais, ela vai no médico, e muita gente reporta isso, esse é o problema real, o médico fala: “ah que legal, só que olha aqui minha senhora, o teu LDL subiu, assim não dá pra continuar.” E por causa desse parâmetro as pessoas são acuadas, digamos assim, a fazer uma coisa que tava funcionando pra elas. Como lidar com essa situação? A gente já falou sobre isso, mas eu acho que é muito difícil você sentar na frente de uma pessoa com jaleco branco, o teu médico dizendo que o que você tá fazendo, apesar de melhorar tudo tem um sinal vermelho, que é o LDL, que ainda incrivelmente, a gente acha que é um marcador sempre ruim mesmo fora de contexto. Então como as pessoas poderiam ser instruídas, talvez a não ser vitima disso ou conversar com o medico de melhor forma?

Dr. Souto: A primeira coisa é informação que a gente não cansa de passar aqui. Então existem calculadoras de risco cardiovascular nas quais, se você colocar os seus números, por exemplo: você tinha lá colesterol total de 190, tinha um HDL de 40, agora você tem um colesterol total de 230 e tem um HDL de 70, se você colocar os números na calculadora de risco cardiovascular você vai ver escrito ali, a calculadora elaborada pelos cardiologistas vai mostrar que o seu risco de ter um evento no coração é menor agora do que era antes. Por quê? Porque a proporção aumentou entre o colesterol total divido por HDL, na realidade a proporção diminuiu, a proporção melhorou, esse é um dos aspectos. Outra coisa interessante, é o seguinte: é sabido, é bem documentado que o LDL, uma das funções dele é ajudar no combate às doenças infecciosas, olha que interessante! As partículas de LDL ajudam a remover da circulação partículas infecciosas (vírus, bactérias) e foi feito uma observação, isso é real, existe estudo publicado sobre isso, que agora durante a pandemia pacientes que tiveram desfechos piores com o Covid-19 tinham LDL (colesterol ruim) mais baixo e aqueles que tinham o LDL mais alto tiveram desfechos melhores. Pode-se discutir à vontade qual é a explicação disso, se é isso que nos falamos que são essas partículas de LDL ajudam no combate das doenças infecciosas e tem bastante literatura sobre isso mostrando que não é só com o Covid, com varias coisas, com tuberculose, com o que você procurar os desfechos tendem a ser melhores em quem tem o colesterol um pouco mais alto. E aí muitas pessoas discutem: bom, se não são as pessoas que estão com a saúde mais frágil por outros motivos que acabam tendo LDL mais baixo, mesmo que seja, se você está fazendo uma estratégia que a sua glicose diminuiu, gordura no fígado foi embora, você perdeu centímetros de barriga, sua pressão sanguínea melhorou, você perdeu quilos, você está menos obeso ou com menos sobrepeso e nesse contexto do HDL subiu e o LDL também eu não vejo como que isso seja nada além de bom. Então essa é a primeira coisa e outra coisa curiosa é o seguinte: uma leva de pessoas influentes dizendo por aí: “não é o momento de você fazer dieta. Afinal você está no meio de uma pandemia e tal… Não quer ficar fraco.” Quando eu ouço isso eu fico pensando o seguinte: deixa eu entender…

Rodrigo Polesso: Qual o oposto de dieta Dr. Souto?

Dr. Souto: O oposto chama-se descalabro. O oposto é assim: “ok, estou sendo liberado por essa pessoa iluminada que escreveu essa ideia a comer pipoca doce em casa enquanto eu assisto Netflix.” Porque a alimentação ela é, como a gente diz, um jogo de soma 0, você vai ter que comer, então se você tira uma coisa, outra ocupará o seu lugar. Então se você está dizendo que uma alimentação que é rica em carne, peixe, frango, ovos, salada, laticínios é uma coisa que seja ruim porque nós estamos em uma pandemia, você automaticamente está dizendo que o açúcar será uma coisa boa na pandemia, que a farinha será uma coisa boa na pandemia, que o amido será uma coisa boa na pandemia. Então eu pergunto: de que forma, qual o estudo científico que mostra que consumir mais açúcar melhora sua imunidade? Vamos fazer o inverso, o troco, vamos virar a moeda, já que estão propondo que você não deve cuidar essas coisas, então eu pergunto: você que está propondo isso, está tirando isso de onde? Qual o estudo que indica que se você comer mais pão branco isso melhora sua imunidade?

Rodrigo Polesso: Na verdade, o açúcar é alimento para câncer, pessoal!Tire só isso e já imagina, se você quer comer mais durante uma pandemia ou não.

Dr. Souto: É um negocio incrível e tão esquizofrênico. Ao mesmo tempo em que todos os estudos mostram que você ter doenças crônicas chamadas comorbidades é uma coisa que aumenta o risco de Covid, aí você pega uma estratégia alimentar que comprovadamente, em dezenas de ensaios clínicos randomizados mostra melhora dessas comorbidades, e você sugere: “tá, mas agora que nós temos em uma pandemia não faça isso”.

Rodrigo Polesso: Eu acho que eles estão falando dessa questão de dieta, muita gente fala, sei que o que a gente propõe não é dieta, mas o conhecimento “dieta” que é disseminada por aí é realmente de você comer pouco daquilo que ainda tá fazendo mal, cortando nutrientes, comendo proteínas magras, ou só plantas, ou só salada, ou fazendo detox de suco, eu acho que isso entra muito mais no conceito de “dieta” do que o que a gente fala aqui. E isso sim pode ser perigoso, imagina um detox de suco ou ficar comendo só salada num tempo onde teu sistema imunológico tá precisando estar forte.

Dr. Souto: É exatamente. Acho que você pegou bem, as pessoas que estão falando isso, elas estão colocando medo na cabeça de gente que tá fazendo uma alimentação forte, que tá adotando um estilo de vida alimentar saudável e quando que, na realidade, as pessoas que tão falando isso tão pensando nas suas cabeças que dieta significa sempre privação. Então sim, não é o momento de privação, não é o momento de você ler o livro do Seyfried e dizer assim: “eu vou aproveitar agora e fazer um jejum de 5 dias só com água”. Não é uma boa ideia, não é um bom momento. Agora o que nós estamos falando é o seguinte: vamos pegar e colocar em uma tabela todos os alimentos dos mais nutricionalmente densos até os menos denso, tendo assim lá no topo o fígado e lá embaixo o açúcar e a farinha como os piores e vamos tentar escolher essa metade de cima, os que são nutricionalmente mais densos. Alguém no mundo seria contra fazer isso no momento em que a gente quer melhorar a saúde da população?

Rodrigo Polesso: Só um vegano mesmo.

Dr. Souto: Então é isso. Eu acho que para muitas pessoas a noção de “dieta” significa privação, significa “eu vou comer 500 calorias por dia, vou viver de sopa”, bom aí é loucura mesmo. Agora quando a gente fala em low carb, quando a gente fala em alimentação forte, a gente tá dizendo: vamos descartar alimentos inflamatórios e que não tem nenhuma densidade nutricional que trazem pra você apenas calorias, ou seja, açúcar, farinha, arroz branco, batata, tapioca, são essas coisa que em termos de densidade nutricional (densidade nutricional é eu pegar o conjunto de nutrientes essenciais pra vida humana, proteínas, aminoácidos, vitamina, minerais e dividir isso pela quantidade de calorias que eu tenho ali) então se eu pego, por exemplo, um arroz que é basicamente  amido puro, basicamente glicose pura, então no numerador aqui em cima, onde eu ia colocar o conjunto dos nutrientes não tem praticamente nada. E no denominador lá embaixo eu vou colocar o que? Um monte de calorias porque é só glicose, então a densidade nutricional é baixíssima. Se eu troco isso por algo como um peixe onde eu tenho um monte de proteínas de alto valor biológico, minerais, aí eu pego pela quantidade de calorias de um peixe pouquíssima proporcionalmente à quantidade de nutrição de coisa boa que ele tem. Então se eu substituir o arroz pelo peixe, eu vou estar melhorando a saúde do indivíduo, portanto, eu vou estar melhorando a imunidade do individuo. E aí a dieta é o que? Não é se restringir, não é passar fome, não é sofrer, é comer mais dessas coisas gostosas e saudáveis. Então se você considera isso como a dieta, então isso é uma coisa boa. Por isso que a gente acaba evitando o nome “dieta”, né Rodrigo?!

Rodrigo Polesso: Exatamente! Exatamente! Pra não roubar essas ideias erradas desse “rótulo”. E daí quando você segue uma “dieta” de forma correta acontecem coisas terríveis, como aconteceu com a Raquel Viana que me mandou aqui, ela falou: “Oi, eu quero agradecer ao seu programa. Eu exatamente há 2 meses com alimentação forte e já foram 15kg! Nunca deixem seus sonhos morrerem!” Ela tá numa sofrência imensa aqui, mandando a foto do antes e depois, vai tá lá no post do emagrecerdevez.com tem a foto sempre do caso de sucesso, em 2 meses, 15kg. Tem pessoas que perdem 15kg em 1 mês, tem quem perde em 3 ou 4 meses. Cada pessoa perde no seu ritmo. Quando você faz um estilo de vida alimentar de acordo com o que a gente tá falando aqui, priorizando densidade nutricional, priorizando a qualidade dos alimentos e deixando quantidade em segundo plano. Se você quer também tentar o que a Raquel tentou, que é o programa, você pode entrar é: codigoemagrecerdevez.com.br você não só vai aprender o que fazer, mas vai aprender o porque das coisas funcionarem e vai ganhar uma verdadeira liberdade alimentar pelo resto da sua vida, e quem sabe você não se torne um caso de sucesso aqui também!

Dr. Souto: E aí eu faria a seguinte pergunta, pra qualquer profissional de saúde, qualquer médico: Quando ela tinha um risco maior, caso ela contraia esse vírus? Antes ou depois?

Rodrigo Polesso: Exatamente!

Dr. Souto: Nós não acabamos de citar os estudos que mostram uma quantidade desproporcionalmente grande de pessoas que estão internadas ou em CTI tem sobrepeso ou obesidade?! Então, há que haver muita esquizofrenia na forma de pensar de pessoas que, por um lado, dizem assim: obesidade é um fator de risco. E por outro lado sugerem que as pessoas não mudem sua alimentação.

Rodrigo Polesso: Deve ser difícil viver com essa dissonância na cabeça.

Dr. Souto: Deve dar até dor de cabeça.

Rodrigo Polesso: Deve dar. Dr. Souto, o que você vai degustar no seu almoço hoje?

Dr. Souto: Essa é uma pergunta difícil, eu ainda não pensei nisso, mas hoje de manha eu fiz um… Hoje eu comi de manhã, não é sempre, mas tem dias que dá vontade. Então assim, vou dar uma dica pra vocês, não me lembro se falei isso outro dia, de colocar uma fatia de queijo direto na frigideira, embaixo coloca um pouquinho de manteiga, e aí você coloca o ovo em cima e vai cuidando que é pra ele ficar com a gema mole. Aí você coloca uma pimentinha dessas de moer, dá uma temperadinha naquele ovo e aí você pega… É uma dessas situações onde ter um pãozinho low carb no congelador faz diferença, não como pão low carb o tempo todo porque muita receitinha também não ajuda, né pessoal?! Mas a gente deixa no congelador, pega 2 fatias fininhas daquele pão low carb e coloca aquele ovo com a gema mole e debaixo do qual tem um queijo derretido em cima.

Rodrigo Polesso: Eita! Bom pra caramba!

Dr. Souto: Então, é super sofrida essa abordagem né?!

Rodrigo Polesso: Muito! Inclusive vou recomendar pra você, eu nunca fiz, mas um substituto para o pão low carb, que pode ser um substituto muito mais nutritivo, muito mais low carb e muito menos anti-nutritivo seria você fazer aquela massa da pizza forte que é de frango, mas você não fazer a pizza, só a massa. Ela fica consistente, você pode usar como pão, como base.

Dr. Souto: Claro! O pão low carb pode ser o pão proteico esse de frango, pode ser um pãozinho de farinha de amêndoas e linhaça que era o caso desse aí. Eu entendo, e converso com as pessoas que a alimentação tem um componente afetivo também, então daqui a pouco você lembra a infância quando você colocava um ovinho de gema mole em cima de um pão, ou molhava um pãozinho no café. Então você pode emular essa sensação aí. Eu acho particularmente, que ter algum tipo de noção, conhecimento da culinária low carb ajuda a se manter no projeto no longo prazo.

Rodrigo Polesso: Claro! Concordo, com certeza!

Dr. Souto: Porque claro você pode fazer uma low carb raiz, carne e vegetais pode.

Rodrigo Polesso: Você se pune de muita coisa que não iria atrapalhar tanto. E iria adicionar ao estilo de vida.

Dr. Souto: E daqui a pouco você acaba saindo e vai deixando aquilo ali, porque você se impôs a uma coisa tão espartana, que não é necessário. Acho que a ideia é justamente desfazer isso que tá na cabeça dessas pessoas que falam que você não deveria fazer dieta durante a pandemia, é porque elas realmente não tem noção do que é uma low carb, uma alimentação forte. Se tivesse ideia que é essa festa, onde a gente come os alimentos mais saudáveis e nutricionalmente densos, preparados das formas mais interessantes. Tem que tirar da cabeça essa associação quase automática, quase reflexa, de “dieta e sofrimento”.

Rodrigo Polesso: Exatamente! Tem que desvincular essas duas coisas. Não tem porque pessoal. Ontem mesmo dei a dica no instagram, que fui no mercado e comprei uns cortes assim menos prime de carneiro, uns cortes que tem bastante gordura, de forma diferente, tem uns ossos no meio. Então seria um corte difícil de você fazer na frigideira e cortar, então isso se estende pra carne de gado, cortes mais duros e etc, a gente fez na panela de pressão, fica de chorar de alegria! Você se emociona de tão bom que fica o negócio. Fica macio, fica sensacional. E pessoal, explorem aí, você tá em casa, tem panela de pressão? Tem forno? Tente fazer um corte diferente. Geralmente esses cortes mais “menos prime” eles tendem a ser muito mais saborosos também, se você preparar eles com carinho. Então fica a ideia também pra aproveitar já que tem mais tempo em casa, e mais tempo pra preparar as coisas também. Ok! Pessoal, sigam a gente nas mídias sociais, se mantenha em contato com coisas positivas que podem te ajudar, sigam, é só procurar meu nome em qualquer lugar, no instagram @rodrigopolesso eu tô lá, também Dr. Souto está no telegrama drsouto, está no instagram também. Tem a triboforte.com.br com mais de 550 receitas você pode tentar 1 por dia e vai demorar quase 2 anos pra você tentar todas e até lá vai ter mais do que isso. Pessoal, tem muito recurso pra vocês aproveitarem e não serem vitima desse… Do que a maioria infelizmente é vitima né: de achar que tudo é sofrimento, de achar que não tem saída fácil disso tudo, tem sim! E tem muito sabor também. Dr. Souto, obrigado pela conversa de hoje, a gente se fala semana que vem.

Dr. Souto: Obrigado! Um abraço e até semana que vem!