TRIBO FORTE #225 – AS DELICIOSAS, NUTRITIVAS E SAUDÁVEIS GORDURAS SATURADAS

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

Os podcasts são 100% gratuitos e episódios novos saem todas as terças-feiras.

Certifique-se de colocar seu email aqui em cima do site para ser avisado das novidades e de futuros podcasts.

Neste Episódio:

  • Gorduras saturadas;
  • Momento quente para falar do assunto;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br

#triboforte #alimentacaoforte #codigoemagrecerdevez #emagrecerdevez

Tribo-Forte-Se-Torne-Membro2

Ouça o Episódio De Hoje:

Quer se juntar ao grande movimento e fazer parte da família de membros VIP da Tribo Forte e ganhar acesso ao portal exclusivo e privilegiado e ao fórum para membros? Clique AQUI.


Para baixar este episódio, clique aqui com o botão direito e escolha “Salvar Como…”

Quer Emagrecer De Vez? Conheça o programa Código Emagrecer De Vez

Logo-Banner-quadrado1

Abaixo eu coloco alguns dos resultados enviados pra mim por pessoas que estão seguindo as fases do Código Emagrecer De Vez, o novo programa de emagrecimento de 3 fases que é o mais poderoso da atualidade para se emagrecer de vez e montar um estilo de vida alimentar sensacional para a vida inteira.

Este programa é 100% baseado na melhor ciência nutricional disponível hoje no mundo.

Se quer colocar um sorriso novamente no seu rosto com um corpo e saúde que te dê orgulho, CLIQUE AQUI.

Alguns dos resultados REAIS de membros que estão no programa Código Emagrecer De Vez.

Quer seguir o Código Emagrecer De Vez você também? Clique AQUI e comece HOJE!

comece HOJE!

Caso de Sucesso do Dia

Referências

Revisão Sobre Gorduras Saturadas

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá pessoal! Bem vindos aqui ao episodio nº 225 do podcast da Tribo Forte, onde a gente vai falar de gorduras saturadas novamente, e o papo de hoje vai ser bastante elucidador, eu espero que pra você também, e é um momento muito quente no tempo agora pra a gente falar sobre esse assunto, então acho que vai ser útil pra você e eu peço pra você espalhar esse conhecimento também, caso você ache útil pra você né. Dr. Souto, como tá por aí? Bem vindo ao podcast de hoje!

Dr. Souto: Tudo bem Rodrigo?! Bom dia! Bom dia aos ouvintes!

Rodrigo Polesso: É isso pessoal! Não adianta, o tópico quente do momento são as discussões finais a cerca das novas diretrizes alimentares americanas que estão na véspera de serem finalizadas e publicadas, este ano em particular, as discussões a cerca das gorduras saturadas. Como nós falamos em alguns episódios passados, o comitê das diretrizes quer limitar ainda mais o consumo de gorduras saturadas e está sofrendo resistência aí de todas as mentes pensantes que alegam que eles tão ignorando um enorme corpo de evidencias que mostra que as gorduras saturadas não são problema. Pra se juntar a esse monte de evidencias agora, foipublicado dia 17/06 agora, uma revisão do estado da Arte da literatura cientifica a cerca das gorduras saturadas, o jornal do colégio americano de cardiologia. Essa revisão foi conduzida por cientistas tanto da Dinamarca, EUA e do Canadá, em conjunto. O resumo dela é tão bacana que eu vou ler na integra, vou traduzir simultaneamente pra você, pra a gente começar a discussão após isso. Eles falam o seguinte: 0as recomendações de se limitar o consumo de gordura saturada tem persistido, apesar do acumulo das evidencias mostrando o contrario. A maior parte das metanalises recentes de ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais não tem achado nenhum beneficio em se reduzir o consumo de gordura saturada em relação a risco cardiovascular e mortalidade total e ao invés, tem encontrado efeitos protetores contra o derrame. Mesmo que gorduras saturadas aumentem o LDL, na maior parte dos indivíduos, isso não é por causa do aumento das partículas pequenas e densas de LDL, mas ao invés, das partículas grandes de LDL que não são fortemente associadas com o risco cardiovascular. Também é aparente que os benefícios de saúde em relação aos alimentos, eles não podem ser considerados em relação a nutrientes específicos desses alimentos sem considerar a matriz do alimento em si, sem considerar a comida inteira, não só um nutriente especifico que é contido nesse alimento. Eles falam que laticínios integrais, carnes não processadas, ovos, chocolate amargo, são todos alimentos ricos em gorduras saturadas, como a matriz complexa que não está associada ao aumento do risco cardiovascular, então eles concluem que a totalidade da evidencia disponível agora não apoia se limitar ainda mais o consumo desses alimentos. Então eles são bem categóricos dizendo aqui, em outras palavras, que toda evidencia agora não apoia essa ideia das diretrizes novas de limitar ainda mais o consumo de alimentos ricos em gordura saturada, eles levantam também essa hipótese do LDL, que ele aumenta, mas isso não é verdade, aumenta é o LDL “bom”, digamos, não o “ruim” que está associado com problemas cardíacos, enfim, e por que vem isso de novo pessoal? Essa revisão publicada agora numa tentativa de influenciar cientificamente a decisão do comitê que está na véspera de publicar as benditas diretrizes alimentares que vão ficar vigentes pelos próximos 5 anos. Então, a gente tem falado isso, talvez nos últimos 3 ou 4 podcasts, que tá uma luta aí em tentar colocar um pouco de ciência pra influenciar essas diretrizes que vão sair e influenciar milhões de pessoas ao redor do mundo… Então Dr. Souto, a luta continua, mas eu acho que em termos de ciência, se fosse esse o problema a gente não teria um problema na verdade, né?! Acho que problemas estão além disso…

Dr. Souto: Exatamente! Eu tava ouvindo você falar e pensando assim: nossa, parece que as pessoas que estão por trás do desenvolvimento das novas diretrizes e os cientistas que tão publicando esse estudo estão em planetas diferentes, tão analisando dados diferentes, estudos diferentes, e a gente sabe que não é, tá todo mundo debruçado sobre a mesma base de dados e a única coisa, o grande filtro que tá fazendo que eles enxerguem coisas tão diferentes é o filtro da ideologia, né. Porque, uma coisa muito interessante, eu tava agora procurando, mas não achei de imediato aqui, mas a gente chegou a comentar em vários episódios atrás sobre que este mesmo grupo de pesquisadores haviam de reunido em Washington pra fazer uma conferencia, pra fazer esse resumo da literatura e levar isso ao comitê que tá desenvolvendo as diretrizes no sentido de tentar influencia-los, trazê-los pra luz, fazer ver a realidade e o que a gente tá sabendo (essas reuniões das diretrizes, em partes são abertas, nem todas são publicas, mas algumas são) é que as diretrizes vão ser piores ainda que as anteriores, como você disse né, eles estão se encaminhando pra impor restrições ainda mais severas no percentual de gordura saturada que deveria ser menos de 10%, agora tão falando em menos 6 ou 7%… e lembra que a gente chegou a comentar que um dos membros do comitê propôs que fosse 0?!

Rodrigo Polesso: Sim! Como se fosse possível né?!

Dr. Souto: Como se fosse possível… Porque as gorduras nunca vêm de um tipo só, a não ser que você vá numa indústria química e compre uma gordura purificada, quando a gente tá falando de comida, se eu pegar: azeite de oliva, ele tem gordura saturada também…

Rodrigo Polesso: 14%…

Dr. Souto: Isso! Se pegar abacate, tem gordura saturada também, se pegar nozes, castanhas, amêndoas, tem gordura saturada também… E mesmo os óleos, como óleo de canola e soja, tem pouco, mas tem gordura saturada. Se você quisesse reduzir pra 0, você não conseguiria, a não ser que você simplesmente não coma comida, coma só algo fabricado pela indústria… Hummm, eu não tinha pensado nisso… Talvez seja essa a ideia né?!

Rodrigo Polesso: É mais obvio né!

Dr. Souto: É dramático! Por outro lado, é muito legal que o comitê que tá bolando as novas diretrizes alimentares do EUA simplesmente não tenha aceito essa evidencia, mas quem aceitou essa evidencia foi a revista do colégio americano dos cardiologistas, que é, talvez, a revista mais respeitada pelos cardiologistas no mundo, e eles aceitaram isso não como apenas mais um paper, mas uma sessão da revista chamado State Of Art, Estado da arte, são aquelas revisões que são feitas por membros muito considerados em alta estima pela comunidade cientifica, e o Estado da Arte significa né, aquilo que de melhor, aquilo que realmente representa o estado do conhecimento geral sobre um assunto hoje, 2020. Então, essa revisão que é o Estado da Arte do que se sabe sobre a influência das gorduras saturadas na saúde e que concluiu que depende na realidade é da matriz, se o seu principal consumo de gordura saturada é biscoito, torta de chocolate e sorvete, que são fonte de gordura saturada e são fonte de açúcar e de um monte de outras coisas, se essa é a sua matriz alimentar, bom, então a gordura saturada vai estar associada com maus desfechos… Mas aí eles dizem isso que você leu: se a sua matriz alimentar, são carnes in natura, são laticínios gordos, são chocolate amargo, esse tipo de coisa, bem, esses são alimentos ricos em gordura saturada e estão associados com bons desfechos. Então, já tá na hora de parar com essa ridícula discussão, como se a pessoa chegasse no super mercado e diz: “moço, por favor, me vê aí 200gr de gordura saturada” e vê que a gente come comida e o que importa é a matriz. E isso é o estado da arte da ciência em 2020, de acordo com o artigo publicado, na condição, repito, de Estado da Arte, na revista do colégio americano de cardiologia, porem, para as diretrizes alimentares de 2020 tudo indica: gordura saturada, quanto menos, melhor. E por isso que eu digo, parece que tão vivendo em planetas diferentes Rodrigo.

Rodrigo Polesso: Sim, pois é… E não é difícil de a gente entender porque isso tá acontecendo, existe uma infeliz associação na cabeça da população, acho que a gente não pode negar isso, eu não sei se foi criado de proposito ou não, aí tá aberta a discussão, mas que existe uma associação entre o nome “gordura saturada” e isso significando alimentos de origem animal, existe né. Então você fala em gorduras saturadas e as pessoas imaginam: “ah, carne de porco, bacon, picanha com a gordura…”. É isso que as pessoas enxergam como sinônimo de gordura saturada e como a gente bem falou aqui, gordura saturada está presente em todo alimento que contem qualquer gordura, qualquer alimento que tem gordura contem os 3 tipos de gordura. Mas tem essa associação. Agora, se a gente pensar: já que a população acha que gorduras saturadas são alimentos de origem animal, como a gente sabe né, os tempos atuais estão empurrando as coisas em direção ao vegetarianismo, ao veganismo, então dá pra se entender que iria beneficiar muita gente, muita indústria, muitas categorias da indústria, e beneficiar os sinais do tempo agora, a gente reduzir gordura saturada porque isso significa reduzir consumo de alimentos de origem animal, que por tabela, isso quase ninguém sabe, significa reduzir o poder nutricional da dieta americana e do mundo inteiro, por que vai acontecer o que? Vai continuar aumentando essa linha que vem aumentando há décadas de doenças, de obesidade, etc… Então, uma das coisas que eu acho que é bom a gente sempre enfatizar é o que a gente já falou: gordura saturada não significa alimento de origem animal somente. Então a gente não pode deixar essa ideia do vegetarianismo/veganismo pular no mesmo trem, digamos, da gordura saturada. Como a gente falou: azeite oliva, 14% do azeite de oliva é gordura saturada, 20% da gordura do salmão que é tão venerado por todo mundo, 20% é gordura saturada, a gente não pode odiar a gordura saturada e amar o salmão ao mesmo tempo, amar o azeite e odiar a gordura saturada, não dá pra ter as 2 coisas. E o meu ponto favorito aqui é a gordura do leite materno, onde 45% da gordura do leite materno é gordura saturada, a mãe natureza sabe o que faz. Na minha opinião, já tinha falado isso há muito tempo, que gorduras saturadas são absolutamente necessárias e a gente vê, pelo menos nas evidencias aqui mostrando que com certeza elas não são danosas. Então, tá nessa situação, eu acho que por isso até que esses planetas parecem ser diferentes, mas na verdade eles tão tirando proveito dessa associação da cabeça das pessoas entre alimentos de origem animal e gordura saturada, então reduz gordura saturada significa “reduz alimentos de origem animal” e come essas rações todas que eles estão criando, acabam alimentando muito mais uma variedade, um leque maior de indústria. Eu acho que pode ter alguma coisa a ver com isso né…

Dr. Souto: Eu acho que sim! Porque se nós olharmos a historia das gorduras dentro da nutrição a gente vê desastre após desastre, o que eu quero dizer? Originalmente as pessoas usavam as gorduras que existiam naturalmente, porque veja, óleos vegetais refinados extraídos de sementes é um fenômeno novo, do século XX, o ser humano nunca comeu esse troço, então até o advento dessas coisas gorduras naturais eram o que? Eram aquelas gorduras que podem ser obtidas por a chamada “expressão”, quer dizer, o esmagar, é o caso do azeite de oliva, é o caso do óleo de coco, você esmaga e você consegue extrair a gordura. As gorduras animais como banha, como sebo. E as gorduras oriundas dos laticínios, então, manteiga… esse tipo de coisa. Essas são basicamente as gorduras que o ser humano sempre usou na culinária. Em meados do século passado começou a paranoia com a gordura saturada em função daqueles estudos do Ancel Keys, e aí o que aconteceu? Tem essa historia famosa né, o Mc Donalds fritava as suas batatas fritas em sebo, em gordura bovina, e aí começou uma campanha daquele… como é o nome do negócio… “Medicina Responsável” …

Rodrigo Polesso: É um nome assim…

Dr. Souto: É, é um nome assim… É um grupo que é basicamente vegano né. E eles começaram a fazer uma campanha pra que fosse abolido o uso dessas gorduras no fast food. E a campanha acabou sendo extremamente eficiente e aí eles começaram a fazer uma campanha para que no mundo inteiro fosse diminuído e abolido o uso das gorduras saturadas e aí surgiu a gordura trans. A gordura trans que hoje a gente sabe que é uma gordura pior, uma gordura associada com maiores desfechos com uma incidência maior de câncer inclusive, foi criada para poder substituir algo que nunca precisou ser substituído, pra começo de conversa. Então, é aquela coisa fantástica de você bolar uma solução para um não problema. Nós tínhamos a gordura ideal, perfeita. Não que eu esteja querendo dizer pra vocês que batata frita seja um produto saudável, agora, ele poderia ser bem pior, que é o que acabou depois que é a batata frita em gordura vegetal hidrogenada. Muitos dos produtos industrializados que existem por ai, biscoitos, e coisas desse tipo, eles eram feitos originalmente com gordura saturada, de origem animal, bom, subitamente não se pode mais usar, mas do ponto de vista tecnológico o óleo vegetal ele não se presta pra esse tipo de coisa, que são produtos que tem que ficar muito tempo na prateleira, eles vão oxidando, além do que perde-se a crocância de determinados biscoitos se a gordura não for saturada, o que eles passaram a usar? A gordura trans. Então, é importante que a gente entenda que uma avaliação equivocada da ciência pode produzir coisas muito piores, que é a historia das gorduras. Agora, vocês sabem, na maioria dos países as gorduras trans ou já foram banidas ou estão sendo banidas por lei. Nos EUA, por exemplo, não pode mais. E aí a indústria criou um outro negocio chamado “gorduras interesterificadas”. Praticamente se tem muito pouca pesquisa sobre essas gorduras, é como nós estávamos na época inicial da gordura trans, é um tipo de gordura nova que foi bolada pela indústria para ter as características da gordura saturada, ou seja, tá todo mundo fazendo uma força para substituir algo que não precisava ser substituído, e vocês população é que correm o risco, todos estão sendo o quê? Cobaias para quem, ninguém pediu o consentimento para saber se queria participar desse grande experimento populacional, de consumir mais uma nova gordura que está entrando na cadeia, que é a gordura interesterificada. Então quando você pega a sua margarina preferida (eu tô sendo irônico tá pessoal, margarina é uma coisa abominável, ninguém deveria pegar, até porque a coisa que a margarina tá tentando imitar ela já existe, e ela é boa para você, que é a manteiga), mas se você vai lá pegar margarina você vai ver assim “não contém gordura trans”, como assim? Ah, é porque agora ela contém as gorduras interesterificadas, que Deus sabe o que podem causar na saúde humana. Então, é desastre após desastre de soluções tecnológicas para resolver um problema que não era problema.

Rodrigo Polesso: Exato! Esse ponto que eu acho legal, eles estão tentando achar a solução para um problema que não existe, por causa dessa ideologia de consistência da indústria, enfim, de “N” razões… E quem paga o preço? Claro, somos nós sempre né pessoal! Se você não se imune da informação, você fica vítima, você fica suscetível a todo tipo de influência e acaba se lascando né. Outro ponto interessante dessa metanálise que eles levantam e que ainda causa medo em muita gente por causa dos mesmos motivos: má ciência, etc… É a questão do colesterol, em particular do LDL, LDL todo mundo sabe “AH, o colesterol mal, colesterol ruim, o HDL é o bom, esse é o ruim” tá, enfim, a gente tem toda essa questão que vem de décadas, e décadas, e décadas… E um ponto que a gente vê que acontece em muita gente que começa a fazer uma alimentação forte, começa basear a alimentação em alimentos de origem animal, aumenta o consumo de gorduras, ou seja, uma low carb bem feita ou até uma cetogênica bem feita, uma coisa que muita gente nota é que o LDL aumenta a medida que todos os outros marcadores melhoram. Então, tudo cai, a glicada cai, a glicose cai, triglicerídeos cai, HDL aumenta, pressão diminui, cintura diminui, mas o LDL sobe, daí o doutor vai lá e fala para você “tá ótimo, tá tudo melhorando, mas esse LDL é o mais perigoso” e a gente vê que essa revisão fala exatamente isso: eles assumem que o LDL realmente aumenta, porém como eles dizem também, a gente já falou isso aqui no passado: nem todo LDL é igual, o LDL que aumenta nesse caso são as partículas grandes, graúdas, que não são associadas a riscos cardiovasculares, a paz que as pequenas e densas que são associadas com isso. Agora, quem cria pequenas e densas não é gordura saturada que você tá comendo, são o quê? São açúcares refinados, a inflamação sistêmica com óleos vegetais e etc que acaba criando esse tipo diferente de LDL, que nunca vai aumentar no sangue sem os outros marcadores sinalizarem também. Então, quando você tem o LDL subindo no sangue a medida que todo o resto melhora, olhando a ciência, isso é uma vantagem metabólica, porque as pessoas têm LDL mais alto neste contexto tendem a ter maior saúde, maior chance de vida, maior longevidade, maior saúde mental, a gente já falou disso várias vezes já aqui também. Então, eu acho que é um outro ponto interessante o que é uma barreira mais difícil ainda de quebrar Dr Souto, porque toda vez que a gente entra no aspecto de nuança a gente perde grande parte da população, então é muito fácil dizer “LDL é ruim, HDL é bom” se você começa dizer “pera aí, mas tem dois tipos ou três tipos de LDL” aí já começa a perder as pessoas e no caso da gordura saturada a gente vê isso… “Ah, mas então gordura saturada aumenta o LDL?” É, sim, pode aumentar… “mas então isso é ruim”, não, existem nuanças e pode ser bom. Como assim? Me explica mais… Entendeu?! Então, esse tipo de coisa acho que é difícil de pegar população quando existe um pouco de nuanças no raciocínio.

Dr. Souto: É, você tem toda razão, e todo mundo que trabalha com marketing, estuda marketing e persuasão e tal sabe que as mensagens tem que ser simples, e então existe um monte de mensagem simples e erradas, então não adianta, o mundo ele é um pouco mais complexo e por isso que às vezes já que é para ter uma mensagem simples, aquele posicionamento do guia alimentar brasileiro de 2014 acaba sendo muito interessante do “simplesmente: pare com essa guerra dos macronutrientes e foca em comida de verdade” e se você focar em comida de verdade você vai entender… tá, mas só um pouquinho: coco que é a coisa que tem mais gordura saturada em toda natureza, mais do que qualquer animal, coco é comida de verdade. Então, o chocolate amargo, bom ele é um alimento processado, mas ele não é um alimento ultraprocessado… então, se você usar estas nuances assim, pouco ingredientes, alimentos naturais, alimentos não processados ou pouco processados, evitar os alimentos ultraprocessados, acaba sendo também uma mensagem simples, embora, né Rodrigo, até vou dizer assim eu acho que ela também como toda mensagem simples não é inteiramente verdadeira, porque você pode sim ter produtos que tem um nível maior de processamento e que não sejam ruins, assim como você pode ter produtos que são não-processados e que são ruins, por exemplo, se você pegar uma vareta de cana-de-açúcar morder e chupar, tudo bem, vou concordar que até gostoso, mas não é uma coisa saudável para você…

Rodrigo Polesso: É, depende…

Dr. Souto: É que tem açúcar para caramba ali, né

Rodrigo Polesso: Tem, tem, energia pura né, pode ser bom para quem precisa, mas…

Dr. Souto: Então, da mesma forma, por exemplo, é possível você ter algumas formulações de, vamos pegar uma, eu vou falar de uma marca aqui porque uma marca que não tem no Brasil, então não tem problema, a marca Quest, a marca Quest tem aí umas barrinhas, então assim… Alerta: não estamos sugerindo que você deva viver de barrinhas, a base da sua alimentação tem que ser comida de verdade, mas daqui a pouco se você quer numa viagem mais longa ter uma coisa portátil que não precisa refrigeração, que você pode levar no bolso, é uma barrinha que cuida a coisa que coloca lá dentro, coloca bons ingredientes, não tem ali óleo de soja, não tem um monte de emulsificantes estranhos e tal, eu acho que são produtos superprocessados, porém que vão ser menos danosos porque foram feitos com “carinho”, vamos dizer assim, pensando no consumidor, acho que isso é possível e a gente em tese tem que favorecer as indústrias que são do bem, né.

 Rodrigo Polesso: Sim, sim! Você falou bem, tem como a gente criar processados em conveniência, utilizando-se de ingredientes de qualidade, tem como fazer isso com certeza, no caso da Quest se você for levar dentro do avião, é até bom, porque ajuda o avião a voar mais leve também… O que vai dar de flatulência se você comer umas duas, uma vez eu comi duas em seguida, olha meu Deus, mas enfim, aí depende porque tem whey protein, tem outras coisas lá dentro, muita gente tem problema com esses ingredientes, apesar serem ingredientes de boa qualidade, mas com certeza a mensagem…

Dr. Souto: Isso me lembrou de uma história, existe uma barrinha, se não me engano é a marca Kind. que também não tem no Brasil, eles não são exatamente low carb, mas realmente assim são ingredientes naturais, o menos processados possíveis, e a Kind ela tinha escrito na sua embalagem que era saudável e aí eles foram interpelados pelo FDA americano para dizer que eles tinham que tirar aquela alegação da embalagem ou então tirar o produto do mercado. Bom, qual era o problema? O problema é que tinha coco na formulação, então tinha gordura saturada acima de 7%.

Rodrigo Polesso: É fogo né! Enquanto margarina pode ter um coraçãozinho na embalagem…

Dr. Souto: Exato! a margarina pode dizer que é saudável, o sucrilhos pode dizer que é saudável que é praticamente só amido e açúcar, então não tem gordura né, não tem gordura saturada. É para vocês verem assim a influência que essas diretrizes têm, porque às vezes o pessoal diz né Rodrigo: “Ah, também porque que vocês estão falando tanto nessa encheção de saco dessas diretrizes?” Porque isso vai influenciar o que o nutricionista vai aprender na faculdade, isso vai influenciar o que você vai comer se você for internado em um hospital, porque você diz “tá, tá bem, eu posso ter a opção de não comprar porcaria para colocar dentro da minha casa” e eu concordo plenamente, mas se você baixar o hospital para uma cirurgia, você vai comer pão com margarina e o que tá ditando isso são essas diretrizes, que são diretrizes Americanas, mas o mundo copia.

Rodrigo Polesso: Exatamente! É sério, por isso que tenho essa luta contra. Bom, quando você não necessariamente segue as diretrizes e segue a ciência ao invés, você ver coisas misteriosas acontecendo no corpo, a Jéssica Borges mandou para gente aqui, ela falou: “Rodrigo, em 3 meses e uns dias eliminei 28 kg e 800 gramas. Graças a seu canal, seus estudos,  conhecimentos e dicas… Que Deus continue te abençoando sempre. Estava obesa com 126.9 kg e agora estou renovada com 98.2 kg. Jejum intermitente e alimentação forte para vida toda.” ela mandou o antes e depois dela, 29 kg pessoal! É muito! É muito né! E com sorriso no rosto aqui, seguindo a ciência né, sem sofrer, se reconectando a uma alimentação natural aí né, nutritiva se você quer seguir o programa passo a passo que ensina a fazer isso entre em codigoemagrecerde vez.com.br para aprender um pouco mais. Enfim, escute todos nossos podcasts. Falando em alimentação, Dr Souto, o que você está planejando para hoje aí?

Dr. Souto: Eu tô planejando acho que comprar alguma coisa no famoso açougue que eu tenho perto de casa que tem churrasco pronto…

Rodrigo Polesso: Pô, tá virando novela repetida…

Dr. Souto: …É que é churrasco, né Rodrigo.

Rodrigo Polesso: “É churrasco! Não é culpa minha”.

Dr. Souto: Não é culpa minha se eles têm churrasco pronto por um precinho acessível.

Rodrigo Polesso: Deixa eu falar de novo né: churrasco pronto! Não tem nem o que pensar!

Dr. Souto: Sim, então uma coisa que me lembrei agora que você falou “pô, tá virando novela” Pois é, mas a maioria de nós na vida “pré low carb” vamos dizer assim, comia qualquer coisa, você também não tinha tanta variação assim, eu sempre brinco né: se você não for a rainha da Inglaterra que tem um grupo de chefes para preparar a comida dela e que pode ter um cardápio diferente para cada dia do ano, assim como ela vai ter um vestido diferente para cada aparição  que ela tem para o resto da vida, a maioria das pessoas, o que que elas fazem? Elas tem uma meia dúzia de pratos, que elas vão alternando e são sempre aqueles… Então, eu não sei por que, às vezes, que as pessoas reclamam de uma eventual falta de variedades quando o café da manhã era pão com manteiga, era sempre pão com manteiga, todo dia e não reclamava.

Rodrigo Polesso: Exatamente!

Dr. Souto: Agora não, agora eu tenho que ter uma coisa mirabolante low carb diferente cada dia da semana, porque “nossa, se for sempre a mesma coisa”… Bom, mas antes era a mesma coisa e você não reclamava. Então eu acho que é o pensamento do dia aí: “se eu puder comer um churrasco pronto, todo dia no almoço, eu tô bem feliz.” Até porque, existem variações do churrasco, um dia uma costela de porco, outro dia um franguinho, que tem frango assado ali tipo galeto, outro dia um entrecot, outro dia uma costela bovina, então assim existe infinitas variações dentro desse tema…

Rodrigo Polesso: Com certeza! Com certeza absoluta! Não dá para enjoar de coisa boa, o ponto é basicamente esse.

Dr. Souto: Daqui a pouco vão enjoar de água, de respirar oxigênio…

Rodrigo Polesso: De água sim, é a primeira coisa que as pessoas enjoam. “ai, o que eu posso tomar em vez de água? Porque ela é muito chata”…  É muito chata? É, tá bom, vai andar então lá nos lençóis Maranhenses, sem água no bolso, e ver o que que você vai querer, se você vai querer suco ou vai querer água quando bater a sede de verdade. Então, a gente tem água tão fácil, acesso tão fácil a isso, todo mundo que já ficou quase morrendo de sede sabe o quão deliciosa a água é, só que as pessoas como tem acesso, o conforto, então “ah, uma água com gás, água saborizada, um chá de hibisco”… você acaba mimando o seu paladar e acaba achando um absurdo que é “ água chata”,  que é uma coisa que humanidades inteiras durante a história lutou para ter acesso, água purificada de fácil acesso, a gente esquece esse tipo de coisa, esquece. Enfim, eu vou fazer um camarãozinho hoje aqui na manteiga com certeza no almoço, uma ótima opção, eu compro congelado descongelo no dia anterior e depois faço na manteiga, Fica excelente! Uma ótima fonte de colesterol, e rica em gorduras boas, muito pouca gordura na verdade, mas mais proteínas.

Dr. Souto: É um rico do bichinho né, ele come Plâncton né, essas coisinhas verdes microscópicas e transforma em camarão, assim, são bichos incríveis mesmo. E é, você falou bem, rico em proteína, a relação proteína/energia, você obtém muita proteína em pouca quantidade de comida, é a coisa ideal para quem está buscando perda de peso, você quer mais nutrição sem excesso de calorias inúteis, sejam elas de gordura ou de carboidratos.

Rodrigo Polesso: É, eficiência energética né. É isso que as pessoas estão buscando. Exatamente, exatamente! Eu vi alguém falando que “ah, mas esses bichos, tipo camarão, eles são os lixeiros do mar”… falei: como assim os lixeiros? Então, não pode comer? “Eles limpam o mar, é um bicho sujo…” Eu queria que a maioria da população acreditasse nisso, que daí abaixa bastante o preço e eu poderia comer o dobro né.

Dr. Souto: Como é o nome daquele peixe esquisito que tem os dois olhos do mesmo lado?

Rodrigo Polesso: Linguado.

Dr. Souto: Linguado.  Linguado também é o lixeiro né?! E é a coisa mais gostosa que tem.

Rodrigo Polesso: É, por isso que é tão caro também, porque é um lixão. É fogo né! Mas você ver os argumentos que as pessoas criam e acabam né… Não, é fogo! É fogo mesmo! Pessoal, sigam a gente aí, entra na triboforte.com.br se você quer ter acesso a um acervo enorme de receitas e palestras de todos os eventos, também sigam a gente nas redes sociais: Rodrigo Polesso em todo lugar lá, Doutor Souto está no Telegram Dr Souto, tem a ablc.Org.br também, tem muitos recursos para você curtir aí, esses podcast são gratuitos como sempre, se você quer emagrecer codigoemagrecerdevez.com.br . É isso, no mais, Dr Souto a gente se fala semana que vem, com certeza vai ter assunto de novo, que nunca falta né…

Dr. Souto: Nunca falta! Pessoal, até lá!

Rodrigo Polesso: Maravilha! Até mais!