TRIBO FORTE #227 – JEJUM DEPOIS DA MENOPAUSA, ACABANDO COM O IMC

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Neste Episódio:

  • Jejum em pessoas de mais idade;
  • Informações sobre o IMC;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

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Caso de Sucesso do Dia

Referências

Artigo Sobre Jejum

Artigo Sobre IMC

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá pessoal, bem-vindos ao podcast número 227 aqui da Tribo Forte, sua dose semanal de saúde, estilo de vida, emagrecimento, nutrição, baseada em evidência. Hoje a gente vai comentar algumas coisas sobre jejum em pessoas de mais idade, falar um pouco mais sobre a insignificância talvez do IMC, do índice de massa corpórea, tem algumas coisas bacanas para conversar com vocês hoje, atualizar vocês nessa área gigantesca da Saúde. E é isso, Doutor Souto bem-vindo a esse podcast hoje! Como é que tá?

Dr. Souto: Tudo bem Rodrigo! Bom dia! Bom dia aos ouvintes!

Rodrigo Polesso: É isso pessoal! Vamos lá, podcast 227: vamos falar de jejum intermitente, faz tempo que a gente não fala sobre isso, a gente já falou muitas vezes sobre isso, mas saiu um novo ensaio clínico randomizado de 6 semanas que foi com 45 mulheres com mais de 60 anos (60 anos ou mais), elas participaram de uma intervenção de jejum intermitente, como eu falei, onde elas não comeriam nada por 16 horas, seria das 20:00h até ao meio-dia, então eles pulariam o café da manhã, com protocolo de 16 horas de jejum. A intervenção funcionaou em 88% dessas mulheres, então foram 6 semanas simplesmente mantendo as atividades físicas, mantendo tudo, exceto fazendo essa janela de jejum das 20:00h até às 12:00h, eles verificaram o seguinte: como a perda de gordura nessas mulheres, comparado ao grupo controle que ganhou um pouquinho de gordura nesse período e também o mantimento da massa magra, que é uma coisa que a gente já tinha falado e mais esse estudo veio corroborar, então a conclusão desse ensaio Clínico novo foi: que a aplicação do jejum intermitente em mulheres mais velhas resultou em uma mudança positiva de composição corporal, ou seja, perda de gordura e mantenimento de massa magra. Eles dizem também que a aderência a esse tipo de intervenção é superior a outras dietas normais, então nenhuma “novidade” uma coisa que é menos comum de estudo em mulheres mais de mais idade 60 anos ou mais e a gente verificou os mesmos resultados que a gente vê em outros estudos semelhantes, onde as pessoas tendem a perder gordura e manter massa magra ao fazer o jejum intermitente de forma correta, sem exagero, que basicamente quebra aquele mito que as pessoas acham que você vai se catabolizar inteiro ao pular uma refeição, por exemplo, perder massa magra, perder um monte de coisa né… então, esse jejum dá mais uma parruda base de evidências mostrando que esse não é o caso, e que é mais fácil aderência do que comer pouco em todas as refeições e a intervenção funcionou em 88% das mulheres, que é bastante também. Então, Doutor Souto, é mais uma, digamos, uma “gota” nessa grande banheira de literatura de sobre jejum intermitente, que vem corroborar os mesmos resultados né…

Dr. Souto: É, como você salientou, é interessante porque sim, de certa forma, é mais do mesmo, mas é numa situação , mulheres mais velhas. Por que mulheres mais velhas? Bom, a gente sabe elas estão na menopausa, elas tem uma dificuldade maior com a composição corporal, e é uma idade, é uma faixa etária em que a perda de massa magra é mais comum, então mostrando o que, mais uma vez, aquilo que se alega… porque a gente ouve as pessoas dizerem isso, e os Profissionais de Saúde: que você não deveria fazer esse intervalo, que você pelo contrário, deve comer de 3 em 3 horas, caso contrário o corpo vai entrar numa espécie de modo de economia de energia e você ao invés de perder peso vai engordar, mas você vai perder massa magra… e é uma espécie de negação repetida da realidade né, porque os estudos se acumulam, e eles simplesmente não mostram isso, e como eu costumo dizer, já falei várias vezes aqui, me parece uma situação bem peculiar da nutrição. Que nas outras áreas da Saúde, da Medicina e da ciência como um todo, bom, existe uma crença, aí você faz um experimento e aquele experimento valida a crença, ok, aquele experimento não válida ou contradiz a crença, a crença muda né. Na nutrição não, na nutrição passa 30/40 anos e as pessoas continuam repetindo a mesma coisa, muito embora os experimentos mostrem o contrário, então essa é a primeira coisa interessante. A segunda coisa interessante que eles salientam é essa questão da adesão, porque veja: nós não estamos tratando aqui de um jejum forçado, de um jejum de 24/36 horas, nós estamos tratando simplesmente de encolher a janela de alimentação, e a gente já consegue observar benefícios e se não me engano, Rodrigo, foi a única intervenção, eles não mudaram nada, não cortaram calorias voluntariamente…

Rodrigo Polesso: Não! é isso.

Dr. Souto: …E por fim, onde é que fica aquela história de que o café da manhã é a refeição mais importante do dia?! Justamente é essa refeição que eles estão pulando né, então mais uma vez, volto aquele assunto: por que será que na nutrição se diz tanta coisa que tem embasamento 0 em evidência? E ninguém, ninguém não, porque tem por exemplo aqui no nosso podcast, mas poucas pessoas gritam para mostrar que “o rei está nu” e dizer: olha só, isso que vocês estão dizendo não é baseado em evidência porque tem inúmeros estudos que mostram o oposto. Eu sempre digo para os pacientes em consulta, que o jejum ele não é o principal, o jejum é uma ferramenta, e que eu realmente acho que o principal é mudar a qualidade da Alimentação. Tem pessoas que tem uma dificuldade maior, uma certa resistência, talvez até psicológica ao jejum, e acho que elas não precisam se açoitar, se diminuir, porque afinal “alguém na rede social posta que tá 48 horas sem comer” e ela com 16 horas já fica com fome. Então, tá bem se você não tem facilidade com jejum, foque na qualidade dos alimentos, mas que é uma ferramenta interessante, sem dúvida! E eu gosto de pensar numa Alimentação adequada, alimentação forte, uma estratégia low carb, uma cetogênica, como estratégias alimentares que reduzem o seu apetite, espontaneamente. Então, ao invés de você usar um remédio para sentir menos fome, você se alimenta de uma forma que faz você sentir menos fome, aí o jejum fica mais fácil né.

Rodrigo Polesso: Ô, com certeza! Exatamente! Faço das suas palavras as minhas, a maior tacada, os maiores resultados você consegue com a mudança na alimentação, o jejum é uma ferramenta que pode catalisar os resultados, podem potencializar os resultados de uma pessoa que já está bem nutrida, se você adicionar o estresse do jejum a um corpo que está mal nutrido e estressado, pode ser o quê? Um estresse a mais. E pode ter efeito negativo sim, então tem que saber o que é mais importante primeiro e adicionar depois coisas para otimizar o que já está bom. A gente não consegue corrigir uma coisa terrível adicionando um protocolo de jejum em cima, é bem complicado isso aí. Então é bacana, mas é uma ferramenta que de fato tem muita evidência por trás.

Dr. Souto: E para corroborar o que você disse, eu tento pensar assim: qual foi a vez que eu li algum estudo sobre jejum intermitente que não tivesse bons desfechos? Eu não me lembro. Todo estudo que eu vi sobre jejum intermitente tem bons desfechos, no máximo o que acontece? O resultado é semelhante ao do outro braço, que fez restrição calórica simples, mas assim, o jejum pior ele nunca aparece, ele sempre aparece com desfechos bons, que são ou melhores que o braço de comparação, ou pelo menos tão bons quanto o braço de comparação. Então, quer dizer, deveria ser uma coisa que um profissional de nutrição saísse da faculdade advogando como uma das ferramentas úteis né, e não falando contra.

Rodrigo Polesso: Falam exatamente contra, tipo o oposto do jejum, infelizmente. Então, pessoal a pergunta é: quais outras coisas que são ditas por aí que não tem base em evidências há décadas? Esse é só um exemplo. Uma coisa interessante é sobre o IMC, o índice de massa corpórea, todo mundo conhece o bendito do IMC, os nutricionistas aí tradicionais também focam bastante no IMC para definir se você é uma pessoa abaixo do peso, no peso, acima do peso, obesa, morbidamente obesa e etc. Esse IMC é aquele cálculo simples que você faz com a tua altura e o teu peso, agora o doutor Aseem Malhotra, lá do Reino Unido, postou aqui Breaking News né, falando que o índice de massa corpórea é tanto “não científico” quanto racista, andando nessa onda de racismo que tá acontecendo hoje em dia, ele fala que não existe tal coisa como “peso saudável”, tá na hora da gente demolir esse conceito e focar no que importa que é saúde metabólica, e tem muita verdade por trás disso, todo mundo aqui sabe de nutrição baseada em evidência sabe que o IMC é um guia muito, muito estimado, não é uma coisa precisa de forma alguma, e de fato a gente sabe que tem algumas pessoas magras com o peso “correto” digamos assim que estão aí com doenças metabólicas gravíssimas, prestes a ter um enfarte, por exemplo, e pessoas que estão acima do peso que estão com a saúde corrente metabólica, atualmente uma saúde metabólica ok, então o peso não quer dizer muito o que mais importa de fato é a saúde metabólica e ele vem colocando nesse estudo novo que ele publicou onde ele basicamente sumarizou esses marcadores metabólicos como muito mais importante do que o IMC, que segundo ele não é científico e também racista né. Então, esses pontos principais a gente já falou aqui antes, que marcadores de saúde metabólica boa, ele fala a pressão sanguínea, sistólica -120, a diastólica menos de 80, a hemoglobina glicada com menos de 5.7, a circunferência de – 102 cm para homem e menos de 88 cm para mulher, e tem nuances também que são de pessoas do sudeste asiático que são menos de 90 para homem e menos de 85 para mulher, tem também os triglicerídeos -150 miligramas por decilitro, e o HDL também mais de 40 ou 50 mg por decilitro para homens e mulheres respectivamente. Então, ele basicamente está trazendo atenção da gente para saúde metabólica que são preencher esses pré-requisitos, digamos assim, como algo muito mais preciso para apontar a sua atual real saúde, ao invés de somente focar de forma grosseira na questão do índice de massa corpórea, ou assumir que uma pessoa que tá obviamente acima do peso é uma pessoa que não está saudável, e uma pessoa que tá magra é uma pessoa saudável, e a gente sabe na boa, a gente anda na rua por aí, a gente vê uma pessoa magra a gente assume sim que essa pessoa é saudável, talvez ela tenha mais chance de estar saudável, sim pode ser que sim, mas uma coisa não significa outra, eu acho que nesse tempo atual também de Apocalipse né Dr Souto acho que a saúde metabólica em termos de defesa da nossa imunidade e tudo mais é muito mais importante,  se a gente utilizar esses marcadores como guia e não somente o espelho como guia, digamos assim, eu acho que a gente pode ter talvez mais aproximado das nossas reais chances de combater qualquer ameaça nesse mundo aí né?!

Dr. Souto: Ô, Com certeza! Para situar o pessoal que pode estar estranhando essa afirmação do Malhotra sobre racismo, é que ele é de origem étnica indiana, os pais dele nasceram na Índia, existe uma comunidade indiana muito grande radicada no Reino Unido, e especificamente os indivíduos que vem do sudeste asiático, incluindo então a região do subcontinente indiano, esse pessoal eles tendem a desenvolver síndrome metabólica e diabetes, mesmo com o índice de massa corporal que seria considerado normal para os ocidentais, vamos dizer assim. Então, inclusive existe, assim como ele deu números diferentes de circunferência abdominal para a população em geral e para as populações de origem do sudeste asiático, existe também uma modificação do IMC, então o IMC normal a gente diz que é até 25, mas para essas populações seria até 23. Na verdade eu concordo com ele é uma medida grosseira porque o que acontece? Nós podemos ter o IMC falseado por bastante massa magra, então se você é um indivíduo que pratica bastante musculação e tem bastante massa magra o músculo pesa e às vezes a gente vai ter um IMC que tá no nível do sobrepeso…

Rodrigo Polesso: Para mim fica como sobrepeso, por exemplo.

Dr. Souto: É, entendeu?! E na verdade aquilo indicador de boa saúde metabólica, ter mais massa magra é uma coisa boa. E o inverso acontece: tem pessoas com muitas sarcopenia, sarcopenia significa falta de músculo, então o indivíduo tem baixo , ele tá dentro do IMC normal, mas tem pouca massa magra, e esses indivíduos às vezes tem gordura visceral, se você for ver eles têm alterações metabólicas que você esperaria encontrar em alguém com sobrepeso. O Ted Naiman, ele gosta muito de uma métrica que eu acho bem mais útil que o IMC, e que também não precisa tecnologia nenhuma, não precisa Laboratórios, só precisa uma fita métrica, que é o índice cintura/ altura, então cintura / altura deve dar menos que 0,5. Se tá dando mais do que 0,5 é um indicador de que você tem muita circunferência abdominal para a sua altura, ou como a gente costuma brincar “o problema dessas pessoas é que tá faltando altura”.

Rodrigo Polesso: Tá faltando altura!

Dr. Souto: E existe um conceito que é muito interessante e que tá bem estabelecido nos estudos sobre essa área da disfunção metabólica relacionada a gordura visceral, que é o linear pessoal de gordura. O que é o linear pessoal de gordura? É o quanto que você pode engordar antes de você começar a adoecer. Então, todos nós temos um linear pessoal de gordura que se nós chegarmos naquele ponto, a gente vai desenvolver a síndrome metabólica, gordura no fígado e no final diabetes. Para alguns indivíduos, e é isso que o Malhotra tá salientando especialmente para esses indivíduos de origem étnica do sul da Ásia, e também a gente vê isso nos chineses e japoneses especialmente, mas não está limitado a essas populações, porque existe uma variação, como eu disse, um linear individual, varia de uma pessoa para outra, mas para esses indivíduos, eles engordam menos de 10 Kg e já ficam pré-diabéticos, porque o Linear pessoal de gordura deles é pouco, seria como se a gente dissesse o seguinte: a capacidade que eles têm de armazenar gordura no subcutâneo é limitada, aquelas células do subcutâneo enchem e elas não conseguem se dividir para formar mais células de gordura, que é o que acontece nos grandes obesos, o obeso mórbido, cada vez que a célula de gordura do subcutâneo dele enche, ao invés dela enviar um sinal de estresse e resistência insulina para o corpo para dizer “olha, tô cheio, não aguento mais” essas células simplesmente se dividem em duas menores, e aquelas duas se dividem em mais4. Então, isso se chama hiperplasia, são indivíduos que conseguem fazer hiperplasia do seu tecido adiposo. Então, eles vão engordando, engordando, chegam e a 120/ 130 kg e muitas vezes sem tá diabéticos, então esses indivíduos tem um linear pessoal de gordura maior. Então acho que o Malhotra faz muito bem em salientar que o conceito de ter um peso saudável não faz muito sentido, porque pelo peso você não sabe o que tem, é isso que você falou Rodrigo: é uma associação, estatisticamente quanto mais sobrepeso você tiver mais chance você tem de ter problemas metabólicos, como gordura no fígado, resistência à insulina, síndrome metabólica e diabetes, mas você pode encontrar um diabético tipo 2, cujo IMC tá normal, e pode encontrar alguém obeso que não tem ainda problemas metabólicos, por que ainda? Porque essa pessoa pode ganhar um pouco mais de peso e chegar no seu linear pessoal de gordura, e o linear pessoal de gordura vai mudando com a idade, então o seu linear pessoal de gordura podia ser 100 quilos, quer dizer, passou de 100 kg você fica com disfunção metabólica aos 20 anos, mas aos 50 anos talvez este Linear tenha caído para 85,90… E aí você não engordou, mas a doença metabólica pegou, quer dizer, a conta vem, às vezes vem mais tarde.

Rodrigo Polesso: Exatamente! Então, existe aquele mito do “Nossa, meu amigo é tão sortudo, ele come de tudo e não engorda”… A conta chega! A conta chega! E você não consegue ver o que tá rodando nas veias dessa pessoa, você consegue só ver o peso e se a pessoa é um ectomorfo, que tem dificuldade de ganhar gordura, tá em maior risco aí de problema por causa desse limite de gordura pessoal, que acaba sendo atingido antes. Então, é isso pessoal, isso é informação super, super importante! Para finalizar aqui tem uma hashtag nova, que o pessoal da ciência nutricional tá usando aí, que é a #atraseasdiretrizesalimentaresamericanas, é uma nova hashtag, a gente já vem falando sobre isso nos últimos 3,4 podcasts, falando sobre as novas diretrizes americanas para alimentação, para os americanos que está sendo desenvolvida agora e eles estão ignorando uma enorme base de evidências, em termos de gordura, tão querendo limitar ainda mais gordura saturada, a gente falou sobre isso já, e aí a questão é a seguinte: a Georgia Edge fez um PowerPoint mostrando basicamente porque é importante que essas diretrizes sejam o mais precisas possíveis, pelo menos. O que elas impactam? Qual a significância das diretrizes? Ela coloca aqui algumas coisas, por exemplo: essas diretrizes americanas de alimentação influenciam diretamente, segundo ela, 1 em cada 4 americanos. Ela influencia, a gente já falou aqui antes inclusive, os almoços e merendas escolares, influencia como elas são feitas, influencia também o suporte alimentar para americanos de baixa renda, então muita gente vai ganhar uma cesta básica de acordo com essas diretrizes, também as cafeterias de prisões federais nos Estados Unidos também isso influencia, influenciam também no currículo Educacional para novos nutricionistas e Profissionais de Saúde…

Dr. Souto: Esseé um grande problema: a influência no currículo!

Rodrigo Polesso: É, tá influenciando a semente de quem vai disseminar um monte de informação, então isso aqui é o efeito borboleta né, você influencia aí a pessoa que vai depois influenciar muita gente. E por último, influencia, como a gente sabe, as diretrizes alimentares de muitos países, de outros países, então daí a importância gigantesca de a gente ter umas diretrizes alimentares americanas baseadas na melhor evidência que a gente tem, mas claro a gente não nasceu ontem, a gente sabe que a ciência é importante sim, mas política infelizmente parece ser mais importante, até interesses financeiros, como a gente vem falando ultimamente. Então, eles estão com essa hashtag nova aí, pedindo para que atrase a publicação dessas novas diretrizes que vão ficar vigentes nos próximos 5 anos, a partir de hoje, e a gente vê que a revisão eles estão ignorando um corpo de evidências bastante grande, eles estão pela primeira vez agora, começando a falar de uma alimentação para mulheres grávidas, mulheres amamentando também, então se isso não for baseado em evidência pessoal, é uma catástrofe, esperando acontecer, como já tá acontecendo na verdade, porque os números nos Estados Unidos de obesidade e doença metabólica só vem aumentando nas últimas décadas, então eles tão fazendo já um péssimo trabalho, a gente sabe, conhecendo a evidência a gente sabe que as diretrizes em grande parte vão contra as evidências, a gente não sabe porque, a gente pode só se especular porque. Então, tá com essa pressão grande de atrasar essas diretrizes por causa da tensão que tá todo esse movimento desse ano agora, de covid e esse negócio de racismo, tem muita coisa tomando a atenção da mídia, então eles poderiam empurrar essas diretrizes mais rápido sem atenção, mas tem um grupo aí bastante “atentivo” digamos assim, prestando muita atenção nessas diretrizes, prestando atenção de perto e tentando criar esse movimento, trazer à tona essa informação para as pessoas ficarem cientes de que isso está prestes a acontecer, e é por isso que a gente vem falar para você também que este é o caso. Então, Doutor Souto, não sei se eles vão conseguir atrasar e se atrasar será que isso significa que vão fazer de fato uma revisão melhor? Será que eles vão exonerar a gordura saturada e não vão limitar para 0 o consumo como alguém do comitê sugeriu? Eu acho muito difícil que isso aconteça, e é por isso que a gente tem de a sugerir para as pessoas fazerem as próprias pesquisas, a saúde de cada um é de cada um, e se a gente esperar o governo dizer para a gente o que é bom para gente a gente está frito em óleo vegetal né?

Dr. Souto: É, não vai acontecer, eles estão é marcando posição, deixando claro que essas diretrizes vão nascer natimortas, do ponto de vista científico, elas são basicamente uma reiteração das mesmas coisas que foram faladas a 5 anos atrás. Uma coisa interessante, eu acho que nós comentamos bastante tempo atrás aqui no podcast, já devem fazer talvez uns dois anos, mas saiu um ensaio Clínico randomizado comparando as diretrizes norte-americanas com a dieta padrão do norte-americano. Então, primeiro antes de eu dar o resultado vou comentar para vocês assim: olha só, quando a gente pega e compara uma dieta low carb com uma dieta padrão do norte-americano, nós temos emagrecimento, melhora metabólica, redução de gordura no fígado, um monte de coisa… Quando você compara uma dieta mediterrânea com a dieta padrão americana, você vê uma série de melhoras, tem estudos randomizados comparando dieta paleolítica com a dieta tradicional norte-americana, a paleolítica ela tem mais carboidratos que uma low carb, ela tem frutas liberadas, ela tem tubérculos liberados, ela não tem Laticínios, então ela é diferente assim de uma dieta cetogênica, ainda assim resultados maravilhosos quando comparados com uma dieta tradicional dos americanos, até mesmo dietas vegetarianas quando comparadas com a dieta tradicional dos americanos são melhores. Basicamente, qualquer coisa que se comparar com a dieta tradicional dos Americanos é melhor, mas foi feito um ensaio clínico randomizado no qual foi comparado a dieta habitual do norte-americano num braço, versus o outro braço que tinha que seguir à risca as diretrizes nutricionais dos Estados Unidos e não houve diferença…

Rodrigo Polesso: É incrível isso!

Dr. Souto: Ou seja, literalmente eles têm diretrizes que não modificam a saúde dos indivíduos, para eu não mentir e dizer que não houve diferença, parece que houve um pouquinho de diminuição da pressão arterial sistólica no grupo que seguiu as diretrizes, porque eles comem menos sal, então assim, não que o sal faça tanta diferença assim, é que numa dieta cheia de açúcar e grãos que você come muito carboidrato, o corpo retém muito sal e aí ao invés de você comer menos carboidrato a solução dos nossos bravos inteligentes é reduzir a quantidade de sal na dieta. Então, é realmente incrível, como eu comentei, toda dieta que você compara com a dieta padrão norte-americana mostra resultado favorável, menos a diretriz proposta pelos Estados Unidos para ser a diretriz e melhoria na saúde dos Americanos. Preciso dizer mais alguma coisa?

Rodrigo Polesso: Não! E a gente já sabe que com todas essas mentes trabalhando, toda essa ciência, eles conseguiram desenvolver uma diretriz alimentar que consegue ser pior que qualquer outra dieta que existe.

Dr. Souto: Incrível! É literalmente isso aí, se você randomizasse a Diretriz norte-americana, essa que o mundo todo segue, que antes era a pirâmide alimentar e agora é My Plate X qualquer outra coisa, vai ser melhor. A não ser que, sei lá, você tentasse desenhar: um braço de comparação vai ter que ser só fast-food e sobremesa o dia inteiro, tirando isso… é difícil, eu fico sem palavras…

Rodrigo Polesso: É, indignado! Indignado realmente! Então é aí que tá a importância pessoal, de ver o que que vai ficar vigente pelos próximos 5 anos, sabendo que tem gente que não tem poder de escolha na questão da merenda escolar, como a gente falou, imagina seu filho ir para o colégio e eles vão seguir essa bendita dieta, dirigida por eles aqui que tá causando mal desgramado, imagina o pessoal que tá preso em prisões federais e não tem muita escolha, eles não podem fazer a própria comida né, pessoas de baixa renda também recebem essa alimentação, e como eu falei Profissionais de Saúde vão receber essa instrução e vão indicar isso, comida de hospital, por exemplo, também outra coisa que, meu Deus do céu, dá até uma dor no rim só de pensar no que é servido nos hospitais, então a situação é muito feia e informação tende a salvar sempre, eu acho que pelo menos você acaba alimentando seu centro crítico e você começa a questionar as coisas e você sempre pode se dar o melhor e não ficar sendo vítima indefesa disso tudo que tá acontecendo. E quem faz isso na verdade vê coisas estranhas acontecendo no corpo, quem viu coisas estranhas acontecendo no corpo hoje foi o Daniel Mendes, ele teve um resultado muito estranho de -6 kg no espelho ele falou: “Satisfeito com o meu resultado do desafio 30 dias! Mesmo com alguns deslizes que eu tive, mas eu me alegro com o resultado, hoje vejo que vale a pena. Vamos firme para a fase 2!”, mandou a foto do antes e depois dele, 6 kg de diferença, seguindo desafio 30 dias, que é a primeira fase do programa código emagrecer de vez, você pode seguir se você quiser e ver apresentação é codigoemagrecerdevez.com.br para você seguir passo a passo aí, com emagrecimento baseado em evidência e não em achismo, sofrimento, e essas besteiras todas. Maravilha! Doutor Souto, bom, agora você deve estar prestes a preparar a sua degustação de almoço, o que você tá pensando? Não pensou nada? Vai pegar um churrasquinho? Não vai?

Dr. Souto: Dessa vez eu vou fazer um churrasquinho, já tô com carvão ali preparado para acender o fogo assim que terminarmos aqui, e estou na dúvida… aquela dúvida cruel: faço entrecot, como o filé assim na grelha na churrasqueira ou uma picanha?

Rodrigo Polesso: Aquele problema da classe média né, problemas que me deixam acordado à noite…

Dr. Souto: É aquela coisa assim que, cara é um dilema, porque ambos estão na geladeira e às vezes é bom variar, eu acho que o entrecot vai bem para sexta-feira…

Rodrigo Polesso: Eu acho que sim! Acho que cai bem sim! Maravilha! Eu não sei que eu vou comer… ah não, acho que eu vou comer carne moída na verdade, carne moída é uma coisa que o pessoal não gosta muito, eu adoro carne moída, você pode escolher a carne moída mais gorda, mais magra, extra magra, aqui eu encontro uma carne moída extra magra que vem da Nova Zelândia. Porque extraa magra, até uma coisa interessante que eu falei, que não é novidade para ninguém, mas as pessoas não pensam muito nisso: a questão de carne gorda e carne magra, as duas fazem bem, a gente não tem nada contra nenhuma delas tá, uma tem mais gordura, outra tem menos gordura. Agora a gente pode ver a diferença entre carne gorda e carne magra como a diferença entre um alimento que contém mais valor energético, com alimento que contém menos valor energético, ao passo que ambos tenham um ótimo valor nutricional, então ambos vão trazer essa nutrição para você, cabe a você escolher se você precisa de uma maior ingesta de energia, de acordo com o seu estilo de vida, ou uma menor ingesta de energia. E aí vai a escolha de você escolher uma carne que contém mais generosidade de energia na gordura ou menos. Então, ambos fazem bem e ambos são saborosas, a gordurosa é mais saborosa ainda, todos sabem, mas a diferença está na carga energética que a carne gorda no caso traz, então você pode escolher isso de acordo com os teus objetivos, teu estilo de vida e etc. então, por isso que neste momento atual como eu tô fazendo musculação em casa e etc eu gosto de tentar aumentar a quantidade de proteína ingerida por dia, então eu tento escolher a carne um pouco mais magra e é por esse motivo aí. Então, eu vou comer uma carne moída aí de gado alimentado a grama, que sempre que eu consigo achar eu compro e no Brasil, de novo, vocês tem muita sorte, porque mais de 80% da carne é de gado de pasto. Então, Maravilha! É isso que eu vou degustar aqui. Maravilha! Doutor Souto, nós dois vamos comer carne, mas eu não vou fazer a carne moída no carvão não, vou fazer na frigideira mesmo.

Dr. Souto: Olha só, uma dica aí para quem quiser, entrecot é um corte que, como ele tem um pouco mais de gordura, ao contrário desta carne moída, ele se presta para alguns tipos de preparo e um deles, é uma coisa que tem ganhado muita popularidade aí na casa do brasileiro, que é a Air Fryer. Então, se você botar um bife de carne magra na AirFryer ele fica seco, vira uma sola de sapato, não dá certo, aí é uma situação onde tem que ter um pouco de gordura, até porque boa parte dessa gordura na AirFryer vai acabar no fundo da panela, então para ficar gostoso funciona, e da mesma forma, grelhado ali como eu vou fazer na churrasqueira ela fica mais gostosa, mais macia e boa parte da gordura vai alimentar o carvão…

Rodrigo Polesso: É verdade, é verdade!

Dr. Souto: Nada contra gordura! Vocês nos escutam há anos e sabem que o problema não é que a gordura vai entupir suas artérias, é mais essa questão da relação proteína e energia que pode ser interessante se você tá querendo perder gordura, então conseguir um pouco menos de gordura, uma relação proteína energia maior significa que você tem mais proteína do que gordura naquele alimento se ele for um alimento low carb ou mais proteína do que carboidrato em alimentos não low carb.

Rodrigo Polesso: Exato! Exatamente! De novo informação ajuda a gente sempre a guiar as melhores decisões. Pessoal, maravilha! Esse foi o nosso papo de hoje, se você quer ter acesso a um acervo aí de quase 600 receitas você pode entrar no portal da Tribo Forte, é triboforte.com.br e receita é só o começo que você vê lá dentro. Entra lá, dá uma olhadinha no vídeo, você pode gostar bastante, sigam a gente nas mídias sociais, siga Rodrigo Polesso em todo lugar no Instagram, o Dr Souto no Telegram, ablc.org.br também, a gente tá aqui para ajudar você semana que vem de novo, seguindo essa saga já de 227 episódios, é muita coisa, mas a gente está aqui para informar vocês, para ajudar você, guiar você também e atualizar você para você obter a melhor vida, melhor corpo, melhor saúde que você pode, com ajuda da ciência. Obrigada Dr. Souto então pela atenção! A gente se fala aí semana que vem!

Dr. Souto: Obrigado! Uma boa semana e até a próxima!