TRIBO FORTE #235 – CONSUMO DE ÁLCOOL, O QUE GERA 7x MAIOR RISCO DE PROBLEMAS COM COVID

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste episódio:

  • Consumo de álcool;
  • O que gera maior risco de problemas com COVID;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

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Caso de Sucesso do Dia

Referências

Matéria Sobre Bebidas Alcoólicas

Artigo no PubMed

Artigo no British Medical Journal

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá pessoal, bem vindos aqui ao podcast numero 235, podcast da Tribo Forte, sua dose semanal de estilo de vida saudável, emagrecimento, saúde e nutrição baseada em evidencias, sem papas na língua. De novo, lembrando que o podcast está disponível em todos os lugares basicamente de podcasts, você pode entrar no Apple Podcast, no Google Podcats, no Spotify, no emagrecerdevez.com, enfim, procure “Tribo Forte Podcast” aí, não tem desculpa para não seguir a gente aqui e não ficar vitima das ameaças ilusórias que o pessoal da mídia muitas vezes acaba colocando na gente. Enfim, hoje a gente vai falar um pouco aqui sobre o consumo de álcool, vamos falar um pouco mais também sobre o que pode aumentar até 7x o risco de complicações serias com covid também, então vai ser um papo bacana para atualizar todo mundo aí. Doutor Souto, bem vindo a esse podcast, como estamos?

Dr. Souto: Tudo ótimo! Boa tarde! Boa tarde aos ouvintes!

Rodrigo Polesso: É isso! Pessoal, vamos lá então! Começar com essa questão do álcool… O comitê de diretrizes alimentares do EUA, pela primeira vez em varias décadas, quer reduzir a recomendação de se consumir não mais do que 2 bebidas alcoólicas por dia, para não mais do que 1 bebida alcoólica por dia. Membros do congresso americano junto com um painel de médicos estão questionando essa nova recomendação alegando que dos 60 estudos que existem disponíveis sobre esse assunto, o comitê das diretrizes resolveu ignorar 59, e focar em apenas 1, que parece indicar de leve que 2 bebidas aumentaria riscos levemente, em comparação a 1. E esse estudo que eles colheram não é nem um ensaio clinico para começar. A Nina Teicholz criticou isso também, mostrando que mais uma vez este comitê esta infringindo boas praticas da revisão cientifica, para empurrar interesse de agendas que a gente não entende bem a motivação, como no caso das gorduras saturadas que é uma coisa que a gente já vem falando há um bom tempo aqui, esse tema do comitê de diretrizes alimentares americano, que tá tentando rever as diretrizes alimentares para ficarem vigentes pelos próximos 5 anos, e eles querem reduzir ainda mais as recomendações de consumo de gordura saturada, que a gente vem falando nos últimos episódios, apesar da falta de evidencias, evidencias do contrario disso, e agora, Dr Souto, parece que eles tão querendo colocar a mão também nas recomendações que tem estado instável há décadas já, de recomendar não mais do que 2 bebidas alcoólicas por dia, eles querem recomendar não mais do que 1 bebida alcoólica por dia. Tudo bem, o problema é que não tem evidencia para se mudar essa recomendação que está dessa forma há muito tempo… Então, mais uma vez, eu acho que é uma grande falta de cunho cientifico, talvez interferência de outros interesses, mas tá chamando atenção pra esse mesmo fatídico comitê de diretrizes. O que falar sobre isso?

Dr. Souto: Pois é. Eu acho que o grande problema, nesse caso especifico, é a gente salientar a falta de critérios científicos das evidencias, porque veja, no que diz respeito ao álcool, no fundo ele é mais uma toxina do que um nutriente…

Rodrigo Polesso: Exato. A gente não tá defendendo, só pra deixar claro, a gente não tá defendendo que tem que consumir 2, mas há uma falha de cunho cientifico.

Dr. Souto: Isso, esse é o ponto. Então, logico que talvez como um agente de saúde pública, a pessoa ou responsável pela saúde publica devesse simplesmente dizer assim: “não beba”, “evite”, “reduza”… e sempre vai haver gente que vai abusar, sempre vai haver gente que vai beber e dirigir, a gente sabe que é um negocio que pode ser problemático, mas o problema é, vamos imaginar por um momento: a pessoa que decidiu colocar nas diretrizes, basear em 1 estudo, que sugeriu um pequeno aumento X 59 estudos que diziam que até 2 drinks por dia tá bem, vamos imaginar que essa pessoa tenha motivos, sei lá, de cunho religioso, que ela pertence a uma religião, tem varias aí que manda se abster do álcool, então a pessoa não deveria pra defender uma postura sua ideológica, distorcer a ciência. Porque tem bons motivos, se você quiser fazer uma campanha contra o álcool, você pode dizer isso, por exemplo: “olha quantas vidas se perdem no transito por causa do álcool”, é verdade né?! Tudo bem, a pessoa pode beber e pegar um uber, é uma opção. Ou então: quantas pessoas vão desenvolver cirrose por causa do álcool… ok, é pelo abuso, mas enfim, eu acho que é uma mensagem valida. Agora, pegar e distorcer a ciência, isso não é bom, porque isso vai diminuindo o que? A fé das pessoas, ou na ciência, ou nas instituições públicas. As duas coisas são ruins. Então mesmo quando, eu tenho essa posição, uma posição mais filosófica, que a gente não pode fazer esse uso utilitarista da ciência do tipo “os fins justificam os meios”…

Rodrigo Polesso: É isso que eu ia dizer. Exatamente!

Dr. Souto: Então assim, tá bom, pode ser até que você tem bons objetivos de evitar que as pessoas desenvolvam cirrose, ou dependência química ou acidentes de transito, mas então  você diga isso, que você quer que as pessoas cuidem pra ela não terem esses problemas, pra não abusarem, pra se beber não dirigir, agora, distorcer a ciência não é bom, nunca é bom, é sempre uma coisa ruim, é sempre uma coisa que vai te morder lá adiante.

Rodrigo Polesso: Sim! Tem um livro que eu acabei de ler recentemente, não sei se você já viu, chama-se Factfulness, é basicamente…

Dr. Souto: Eu cheguei a passar os olhos, eu não li todo, mas era bem interessante.

Rodrigo Polesso: Ele fala justamente disso que a gente fala muito aqui, de como a mídia utiliza informações parciais para gerar medo e etc… E esse cara, ele era muito influente na época no World Economic Forum, ele faleceu recentemente, mas ele falou que numa dessas reuniões desses comitês que ele participou, ele tava junto com o Al Gore, que foi vice-presidente dos EUA e é um grande ativista em relação a mudanças climáticas, e aparentemente o Al Gore chegou pra ele e falou assim: “olha, nessa apresentação a gente tem que enfatizar o pior cenário de todos e gerar medo nas pessoas”, daí ele falou: “não, mas eu não concordo, eu só concordo em a gente falar desse assunto se a gente mostrar o pior caso, o melhor caso e a media do que pode ser esperado, e não gerar medo”… Segundo ele, gerar medo e gerar urgência ao mesmo tempo é uma péssima receita. E outra coisa também, como você bem falou, se você fizer isso toda hora “ai, meu Deus do céu, se a gente não parar de fazer agora todo mundo vai morrer”, e a gente tem visto esse discurso a respeito de muitos aspectos de mudanças climáticas e outros aspectos também, do pessoal ficar enfatizando esse estado de calamidade e dos piores casos possíveis. O que acontece? Aquela historia do lobo mau né, “olha o lobo mau”, é mentira… Chega uma hora que você perde, a força do argumento se perde e como ele bem disse, muitos desses argumentos, desses problemas mundiais são graves que a gente não pode correr o risco de perder a força do argumento, simplesmente gerando esse medo e essa impressão de calamidade o tempo inteiro nas pessoas. Então, é justo se mostrar todos os cenários. Assim como a gente vê na pandemia também, tem gente que se focou somente no pior cenário, então você tem que ficar mostrando o pior, o cenário atual que tem os números de fato, o melhor cenário e as previsões de acordo com isso, ponderadas né, eu acho que assim a gente consegue fazer uma coisa mais justa, mais integra e mais confiável em longo prazo.

Dr. Souto: Perfeito! Eu concordo plenamente, a gente já falou varias vezes aqui de um outro exemplo disso, que é o que acontece na argumentação ambientalista, no que diz respeito ao consumo de carne. Então, a gente sabe que o motivo real da maioria dessas pessoas é o que? Elas têm pena dos bichos e elas querem que não haja o consumo dos animais. Bom, eu não vejo nenhum problema em você ter pena dos bichos e dizer que não consome e não quer que consuma porque você tem pena dos bichos. Aí você pegar e distorcer a ciência por uma questão consequencialista “se as pessoas acreditarem que a vaca causa aquecimento global, quem sabe vão machucar menos bichinhos”, embora não seja verdade, a vaca não causa aquecimento global.

Rodrigo Polesso: Porque os fins justificam os meios…

Dr. Souto: Exato! Então, os fins NÂO justificam os meios. Você não pode usar mentira e distorcer a ciência mesmo que você considere que o seu fim é nobre, porque se o seu fim é nobre ou não, é um julgamento de natureza filosófica politica subjetiva, tá certo?! Enquanto que os dados científicos que a gente vai usar pra justificar alguma coisa ou não, são de natureza, ou deveria ser objetiva, a gente não deve distorcê-los. E isso que você falou tá muito certo, em inglês eles usam essa expressão “the cry wolf”, do lobo em português se usa muito aquele exemplo do menininho que vai pra piscina e brinca “ah, eu tô me afogando”, daqui a pouco a hora que ele tiver se afogando de verdade, ninguém vai dar bola. Então, é isso aí, acho que esse é um belo exemplo de talvez a causa seja nobre, evitar os problemas relacionados ao abuso do álcool, mas então você faz uma campanha contra o abuso do álcool e não querendo assustar a pessoa que toma 2 cálices de vinho alguns dias por semana, porque aparentemente baseado na preponderância da literatura científica isso é ou um não problema ou um problema pequeno em termos absolutos. Alguém que tá nos ouvindo vai dizer “ah, mas tem estudos correlacionando com o risco de câncer de mama, e coisas assim…” Tem. Tem, é verdade. Então repito aquilo que eu disse lá no inicio da conversa, a gente sabe que álcool é uma toxina não é um nutriente, álcool não é aminoácido essencial, álcool não é vitamina C, você não precisa disso pra viver, você pode passar a vida inteira muito bem sem botar um pingo de álcool na boca, vamos deixar isso bem claro. Vocês entenderam a sutileza da nossa critica? A gente não pode concordar com a distorção da ciência pra defender um objetivo, mesmo que esse objetivo seja boas intenções, porque o caminho pro inferno é pavimentado por boas intenções.

Rodrigo Polesso: Exato! Falou bem demais! Inclusive, exemplos clássicos e famosos de como se distorcer a ciência pra um fim ideológico de como ter os fins justificando os meios. E essa questão toda, esses documentários que a gente falou varias vezes do Netflix que ainda tem semanalmente gente que me pede pra comentar, por exemplo o What the Health, o Cowspiracy, Dieta de gladiadores, esses são ótimos exemplos, ou péssimos exemplos, depende como você quiser olhar pra isso, de como eles acreditam que o fim é nobre né, o bem  do mundo e todas as criaturas, então vale a pena mentir, distorcer e colocar o medo irreal nas pessoas sobre essa mensagem, e esses documentários fazem isso comprovadamente, não é difícil saber que eles estão mentindo porque tá documentado o que eles falam, até com referencia, você pode ver que é uma mentira, uma distorção. Então, esse é um exemplo clássico disso. A boa noticia é que quanto mais comentários desse tipo tiver, menos força vai ter a mensagem, porque o pessoal começa a ver na verdade o oposto, mais gente saindo do cavalo do veganismo, inclusive hoje, eu vi a Miley Cyrus, eu não sabia que ela era vegana, ela falou: “eu fui vegana por muito tempo”… ela tava falando no podcast do Joe Rogan, que é um dos maiores podcasts do mundo, falou justamente isso “eu fui vegana por muito tempo, mas eu tive que começar a comer peixe de novo porque as minhas faculdades mentais estavam acabando, eu estava me sentindo ruim, estava mal pra caramba…” Então ela teve que retomar. Então quanto mais a gente repete mentiras, mentiras como a gente sabe, tem perna curta, ela pode andar por um tempo, mas uma hora ou outra ela é passada pela verdade. Então fica aí esse alerta, eu acho que é legal o pessoal saber mais disso né. Bom, vamos lá, segundo aqui: no podcast passado a gente falou do grande aumento de risco de complicação de covid-19 em pessoas com síndrome metabólica. Hoje a gente traz aqui outro estudo recentemente publicado no Jornal Obesity. Os cientistas analisaram 124 pacientes consecutivos que chegaram em um único hospital em Lille, na França, precisando ser internados na UTI por complicação de covid, 124 pacientes, daí 47,6% deles eram obesos, então quase 50% eram obesos, e 28,2% eram muito obesos, ou seja, praticamente 80% dessas pessoas que chegaram consecutivamente precisando ser internada na UTI em Lille, na França, por covid-19, eram pelo menos obesos, ok?! 80%. 85 desses 124 precisaram ser colocados em ventiladores, as pessoas que eram severamente obesas tiveram 7.3 mais chance de serem colocadas em ventiladores do que as pessoas que tinham o IMC de 25 ou menos, que estavam o IMC classificado como normal, 7.3x mais chance, ou seja, quando a gente fala em estudo associativo epidemiológico, é esse tipo de magnitude de risco e de sinal que a gente meio que procura, que pode realmente indicar alguma coisa que pode ter um efeito causal pelo menos, alguma coisa nesse sentido, né. Praticamente todos pacientes com obesidade severa que foram admitidos precisaram ser colocados em ventiladores, e todos os pacientes que precisaram ser entubados estavam com sobrepeso. Então a gente vê, não é um estudo categórico que finaliza a discussão sobre esse assunto, mas é um estudo a mais como eu falei, que a gente traz aqui pra corroborar também o estudo que a gente trouxe no podcast passado, mostrando que pessoas com síndrome metabólica tem 3.4x mais risco de complicação de covid-19 também, ou seja, esqueça o covid-19 e foca no seguinte: pessoas doentes tendem a ficar doentes mais rápido, pessoas doentes tendem a ficar mais suscetíveis a complicações de qualquer problema, mas é obvio que no caso agora, o holofote está em cima do covid, então aí fica claro que as pessoas que estão obesas, ou com síndrome metabólica, ou principalmente severamente obesas estão com uma chance infinitamente maior de complicação do que as pessoas com peso normal, Dr Souto, é mais uma coisa que vem, mais um papel, digamos, nessa mesma pilha, né?!

Dr. Souto: É, as evidencias estão se acumulando, ninguém mais tem duvida sobre o impacto da saúde metabólica e da obesidade sobre o risco do covid, mas você colocou muito bem, as pessoas tão com muito medo do covid, mas talvez fosse interessante elas estarem com medo também de coisas que tem uma chance muito maior de vir a ser a complicação fatal da obesidade e síndrome metabólica. Então se você tem obesidade e síndrome metabólica, sim, você tem 7x mais risco de ser entubado por covid, mas a provável causa da sua morte no futuro não será covid, será o próprio diabetes, será um derrame, será um ataque cardíaco causado pela síndrome metabólica e pelo diabetes, será a insuficiência renal, a hemodiálise, sabe… então eu acho que… é curioso… isso faz parte da psicologia humana, porque é aquele medo que tá presente pra a gente naquele momento é o que nos importa, mesmo que ele não seja o risco maior, é a famosa historia da pessoa que dirige digitando no celular, mas tem medo de avião.         

Rodrigo Polesso: Exato! Exatamente!

Dr. Souto: Porque a gente tem, o nosso cérebro humano primata tem dificuldade de computar riscos comparativos, então a grande maioria das pessoas que contraírem covid, isso não é novidade, a grande maioria vai ficar curada, graças a Deus, felizmente, porque são milhões e milhões de pessoas pegando esse negocio, imagina se todo mundo morresse. Então a maioria vai se curar, o que esses estudos estão mostrando é que se você estiver obeso ou diabético, seu risco de ter um quadro grave de complicações e, eventualmente, até de morrer é maior, mas ainda assim, estatisticamente, a chance de covid ser aquilo que tá escrito no seu atestado de óbito é muito menor do que a chance de diabetes, infarto, derrame, insuficiência renal crônica ser a causa do que vai tá escrito no seu atestado de óbito se você tem um distúrbio metabólico, gordura no fígado, resistência à insulina, esse tipo de coisa, mesmo num mundo em que o covid exista, porque o covid existe. Você tem uma chance de não pegar, você tem uma chance de pegar e nem ter sintomas, você tem uma chance de pegar, ter sintomas e não precisar ser internado, bom, se você precisar ser internado, você for diabético, seu risco é maior, né.

Rodrigo Polesso: Sim, independente disso, como você tá dizendo, o numero de gente absoluto que morre por câncer, problemas cardíacos e complicações de diabetes é ordens de magnitude maior do que esse numero de pessoas que tão morrendo dessa virose, ou talvez outra virose.

Dr. Souto: Então, eu acho interessante que a pessoa olhe pra fatia de torta e pense “não, não vou comer por causa do covid”, é valido, se o covid tá servindo pra isso, ele tá servindo pra pelo menos uma coisa boa, agora, me espanta, mas eu entendo, porque o cérebro humano funciona assim, tem essa dificuldade, que nem eu falei do carro e do avião, porque o motivo que deveria fazer você não colocar a torta na boca é o medo da hemodiálise, é o medo da cegueira, são riscos muito mais prováveis, mas ordens de magnitude mais prováveis, por causa do bolo, da batata frita, do que o covid.

Rodrigo Polesso: Exato! Exato! É aquela coisa do imediatismo, né… Bem isso.

Dr. Souto: É porque o risco do covid é agora e a hemodiálise, bom, isso é daqui alguns anos, eu não vou pensar nisso agora, agora eu vou comer o bolo.

Rodrigo Polesso: A gente sabe muito bem que a gente tem de agir mais por emoção do que por razão, principalmente quando a gente está amedrontado, e na verdade se você tá vivo hoje você tem toda chance do mundo de estar amedrontado, afinal toda informação que parece ser exposta hoje em dia, pelo menos em torno dessa pandemia, parece querer gerar medo em você e o medo por si só acaba sendo outro risco, um fator de risco e complicação para todas essas mesmas ameaças a nossa saúde. Então, é isso pessoal, mas olha só, sobre esse assunto ainda tem um artigo que foi publicado no British Medical Journal, que levanta a seguinte bola, meio óbvia né, fala assim: “nós precisamos de melhores evidências sobre intervenções não medicamentosas para covid-19”, no caso eles falaram o seguinte:  tem 1300 estudos que foram registrados para estudar medicamentos diferentes e o impacto disso em covid-19 e somente 10 estudos que foram registrados sobre as intervenções não medicamentosas que foram tomadas a respeito do covid, essa pessoa que escreveu ela está criticando a falta de boas evidências em se tratando das medidas que foram tomadas para o controle do covid-19, como distanciamento físico, máscara, satélites de reabertura e etc. Ela argumenta que os estudos medicamentosos afetam um pouco as pessoas, as pessoas que estão infectadas e de fato precisando de medicação essas pessoas estão sendo estudadas nesses estudos, e apenas aquelas que estão doentes de fato nesses estudos, enquanto todas essas medidas não medicamentosas, essas medidas de controle que foram implementadas no mundo afora elas afetam basicamente a maior parte da população mundial e elas não estão sendo estudadas para se verificar a sua efetividade e também a sua segurança. Então, a gente sabe que existem muitos motivos para que isso possa acontecer, quem dera intervenções não medicamentosas de covid-19 na perspectiva de saúde no quesito de alimentação como a gente está falando, Doutor Souto, né, ensaio clínico randomizado ou qualquer estudo que seja nesse sentido, modificações dietéticas, modificação de estilo de vida que podem melhorar as condições ou prevenir complicações de covid-19, como perda de peso, como regularização dos marcadores metabólicos, então isso aí ela nem comentou, são mais assim a falta de estudos sobre essas medidas não medicamentosas de controle que foram implementadas abertamente e sustentadas por vários meses, sem real prova da eficácia e da segurança delas, ainda meses depois de elas terem feito. Claro, medicamentosa acaba sendo patrocinada pela Indústria Farmacêutica, governos e etc… então, a gente vê 1300 estudos feitos a respeito de medicamento, da Hidrocloroquina, de outros medicamentos que foram feitos, e todos os tipos de medicamentos enquanto somente 10 que foram registrados para estudar se essas intervenções todas que afetam literalmente todo mundo do planeta, se elas são seguras ou efetivas. Eu acho que é um questionamento bastante válido hein.

Dr. Souto: É super válido, bem colocado. E primeiramente, a gente não precisa da pandemia atual para ter benefícios dessas coisas de estilo de vida, porque a gente sabe que elas vão ser benéfica para outras coisas da Saúde, mas não seria impossível fazer um ensaio clínico randomizado, por que não? Pega uma população grande, numa área de grande incidência, randomiza um grupo para cuidados usuais e outro grupo para uma estratégia low carb, por exemplo, perda de peso e atividade física, e depois analisa a incidência de casos graves nos dois grupos, não seria difícil de fazer.

Rodrigo Polesso: Não, mas não tem muito interesse envolvido… Quem vai patrocinar?

Dr. Souto: Exatamente! Tem esse aspecto, além do que, eu acho que a nossa sociedade ela tem um fetiche da pílula, do comprimido.

Rodrigo Polesso: Ah, com certeza!

Dr. Souto: Então para nós, tratamento se tornou sinônimo de remédio, e a gente… é engraçado isso né, porque a gente vê medicamentos, vamos pegar o exemplo de diabetes, que tenha efeitos muitos discretos sobre a hemoglobina glicada, da ordem assim de 0,5 de queda na hemoglobina glicada, a hemoglobina glicada tava 7 cai para 6,5, pô, o remédio é aprovado pelas agências reguladoras porque ele tem um efeito maior que placebo, custa r$ 700 por mês, e nós temos o Virta Health publicando os resultados da dieta cetogênica em diabetes com 60% dos pacientes entrando em remissão, com exames que já não os qualificam mais com diabetes, em 1e2 anos, então nós temos uma estratégia que é tão, mas tão mais eficiente do que tanto remédio caro, e por que não tá todo mundo falando disso? Por que esse não é o assunto do pódio dos congressos de diabetes? Por que esse não é o tópico principal? Que só se fala nossa isso é uma coisa absolutamente revolucionária, é como se nós tivéssemos descoberto a cura de 60% dos casos graves de covid e ninguém tivesse falando no assunto.

Rodrigo Polesso: Parece que um a cada sete dólares nos Estados Unidos que são gastos em saúde, ou nos países inteiros, não sei, é por causa do diabetes, que é um problema é que a gente sabe documentadamente que pode ser revertido.

Dr. Souto: Exato! Revertido de uma forma simples e eventualmente saborosa.

Rodrigo Polesso: É, mas não beneficia a própria indústria, isso que é o problema, né?!

Dr. Souto: Eu vou contar uma historinha rápida aqui, que eu acho que eu não contei ainda, é uma história recente: eu atendi uma paciente diabética, estava com a glicose de 350, e essa paciente eu olhando os exames prévios dela em 2015 ela já tinha tido níveis neste patamar de quase 400, e aí ainda em 2015 os níveis dela se regularizaram completamente, inclusive a hemoglobina glicada dela em 2015 ficou completamente normal, e agora ela estava de novo com uma hemoglobina glicada de quase 13 e com a glicose de quase 400. E aí eu perguntei: Olha, o que que aconteceu em 2015 que tinha tudo normalizado? Então, ela tinha lido, Rodrigo, uma reportagem na BBC Brasil daquela história da dieta dos 800 calorias, dieta líquida do shakes, e ela comprou shakes, e ela tomou o shakes de 800 calorias, exclusivamente, por acho que uns quatro meses, perdeu vários quilos e reverteu o diabetes dela. O que aconteceu depois? Ela podia tomar shake o resto da vida? Não. Então aos poucos ela foi ganhando peso e o diabetes dela reativou, aí quando ela veio conversar comigo eu disse para ela assim: olha, eu sei que você é uma pessoa disciplinada porque você conseguiu fazer essa dieta mais difícil do mundo, só com shakes artificiais, dieta só líquida, de 800 calorias, fome do caramba, por alguns meses, o que eu estou propondo é o seguinte, é o mesmo resultado com churrasco! E Rodrigo, levou 37 dias, e a glicose dela estava normalizada, sem remédios. Então significa que sim, é possível reverter de mais de uma forma, mas nós temos uma forma que permite que você coma salada, carne, peixe, frango, ovos laticínios, frios, coma comida, não é beber o shake artificial. Então, assim ela conseguiu reverter os seus diabetes duas vezes, só que agora ela tá revertendo com comida de verdade, com sabor, ela pode comer em qualquer restaurante, ela pode comer em viagem, ela não precisa levar shake para cima e para baixo, pode comer comida. Então, a gente sabe que pode reverter a doença com comida e é muito mais barato do que com esses shakes aí ou com remédios, né.

Rodrigo Polesso: Com certeza! E é um conhecimento que liberta, porque você não pode esperar que esse tipo de informação esteja aí na mídia aberta por esses mesmos fatores que a gente acabou de falar aqui. Então, se você tem acesso a esse conhecimento você tem o poder de transformar a sua saúde e não depender de ninguém para isso também, então por isso que a gente tá aqui semanalmente tentando atingir cada vez mais gente, né pessoal, por exemplo, o Fabiano Câmara mandou aqui a foto do antes e depois: “Eu estava vindo de uma lesão, chateado, comecei a me interessar pela alimentação por sua causa, coloquei em prática não só alimentação que você prega e também me dediquei aos exercícios e adaptei a minha realidade.” Ele perdeu 14 kg, aqui a foto do antes e depois, o depois inclusive tem tanquinho aqui no abdômen dele, então, sensacional! Incrível! De novo, comendo bem, comendo carne, comendo bem, comendo até a saciedade, sem tomar shake porcaria, melhorando a saúde e a boa forma ao mesmo tempo, inclusive a saúde mental também, por tabela, então, tem uma forma de fazer isso, como? A gente fala aqui em todo bendito podcast. Doutor Souto, o que que você degustou na sua última refeição, nesta sexta-feira que a gente tá gravando esse podcast?

Dr. Souto: Eu fui num restaurante alemão, que tinha buffet no almoço, quem olhar lá no telegram vai ver como que a gente faz boas escolhas neste contexto. Então, teve filé, teve vazio, teve uma saladinha, e teve uma salsicha Bock. E aí as pessoas vão dizer “mas salsicha pode?” E aí eu expliquei lá no telegrama, porque uma salsicha pode, eventualmente, em um restaurante alemão. Assim, com certeza é melhor do que pão, pretzel e macarrão

Rodrigo Polesso: Ah, sim, com certeza! O sacrilégio na verdade é você não ter postado a cerveja, né?! No telegram…

Dr. Souto: Essa eu deixei fora da foto, que ia pegar mal…

Rodrigo Polesso: Porque é um sacrilégio ir ao restaurante alemão, pô, sacanagem, mas é realmente, você falou bem, salsicha pode! Se for salsicha sim, se for papel não, né pessoal, olha nos ingredientes lá o que tem, você vai saber se é uma salsicha daquela tradicional, geralmente, e se for uma salsicha porcaria, se você pensar no contexto, ele falou do vazio, e outro corte de carne, e outras coisas bacanas, você pegou uma salsicha lá só porque tava com vontade de comer, pô, isso não vai colocar tudo abaixo, isso não,  vai ser um detalhe, exceções não vão colocar tudo abaixo, desde que elas sejam isso.

Dr. Souto: E até porque, né Rodrigo, que foi o que eu expliquei lá no canal do telegrama, se as pessoas às vezes se impuserem tantas regras, tantos detalhes, elas acham tão impossível seguir essa dieta, que só os puros e ungidos conseguem seguir, ela chuta tudo para cima e vai comer pretzel mesmo, né, então assim, a gente tem que ter um pouquinho de jogo de cintura, e entender que no fundo, no fundo, uma salsicha Bock ainda é 95% carne, tem às vezes um pouquinho de amido para agregar ali, o que eu expliquei lá no canal é: bom, sim, tem um pouco de carboidrato na salsicha, tem, mas no tomate também tem, um ovo tem 1,1 gramas de carboidrato, se você comer três ovos, tem mais carboidratos que uma salsicha. Então assim, não é zero carboidrato, é bobagem se preocupar com os detalhes, sobre nitrito, é bom lembrar que aipo, espinafre, abobrinha, tudo isso aí tem muito, mas muito, tipo dez vezes mais nitrito do que uma salsicha.

Rodrigo Polesso: É, exato. O purismo nutricional é um problema muito grande, você acaba restringindo demais, depois você pega e chuta o pau da barraca de fato mesmo, e inclusive um dos maiores perigos na questão de low carb é realmente essa fobia com carboidratos, no ponto de chegar “pô não vou comer fígado porque eu vi que tem glicogênio, tem carboidrato lá dentro”, então tem esse tipo de coisa que pode ir contra realmente o benefício total da coisa.

Dr. Souto: É por isso que às vezes a postura do velho Atkins que era interessante né, ele disse assim ó: “não come isso, isso, isso, e aquilo, o resto pode comer”, se simplifica, entendeu, é assim, foca em coisas nutricionalmente densas, foca em produtos de origem animal, carne, peixe, frango, ovos, uma saladinha, nem que seja para enfeitar, dá um gostinho, e dá uma variada, frutas de baixo açúcar, Laticínios, não precisa se atolar na nata, mas uns Laticínios também podem implementar a coisa, e é isso, é simples, fácil, não compliquem, o sal não precisa ser o do Himalaia…

Rodrigo Polesso: Faça o melhor que você, pode dentro das suas capacidades, suas possibilidades. Como a gente fala sempre, a alternativa, o salmão selvagem do Alasca não é biscoito Oreo, né, tem muita coisa no meio disso, tem muita coisa. Então é isso pessoal, triboforte.com.br é o site que você pode acessar para ter acesso a um acervo de 600 receitas, e mais sendo colocadas semanalmente lá dentro, inclusive todas as palestras, nossas palestras ao vivos que a gente fez da Tribo Forte, por mim, Doutor Souto e mais uma porrada de gente muito bacana, é triboforte.com.br, vale a pena dar uma olhada, se você quer emagrecer tenho programa codigoemagrecerdevez.com.br para você dar uma olhada, sigam a gente nas mídias sociais, Doutor Souto acabou de falar tá no telegram lá, o Dr Souto, ele vai postar os Quitutes dele, talvez ele poste a foto da cerveja, não sei, vamos ver depois, siga lá no Instagram, Rodrigo Polesso também, a gente tá em todo lugar pessoal, tem muito recurso para você se conectar com a gente, e por favor indica esse podcast para mais gente, a gente tá aqui toda semana, custe o que custar, chova, neve, o caramba a 4, a gente vai continuar aqui semanalmente, como a gente já está a mais de 235 episódios. Maravilha pessoal! Grande abraço para todo mundo! Obrigado pelo papo! Dr Souto a gente se fala semana que vem novamente!

Dr. Souto: Abraço! Até a próxima!