Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!
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Neste episódio:
- Possível corrupção em estudos científicos de nutrição;
- E mais;
Escute e passe adiante!!
Saúde é importante!
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Ouça o Episódio De Hoje:
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Caso de Sucesso do Dia
Referência
Estudo Publicado no Jornal Plos One
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: Fala pessoal! Bem-vindos ao episodio número 254 aqui do podcast da Tribo Forte, eu sou Rodrigo Polesso e hoje nós vamos falar sobre corrupção, possível corrupção de estudos científicos de nutrição pela indústria alimentícia. Bom, é natural de a gente acreditar que exista uma interferência da indústria alimentícia na condução, na conclusão e na interpretação mesmo de estudos na área de nutrição, obviamente. Então, tem bastante evidência por trás disso mostrando que isso realmente acontece e eu quero trazer pra você agora uma nova evidência bem recente, que acabou de sair, que realmente analisa isso de forma sistemática. Então, basicamente é o seguinte: tem um novo estudo que foi publicado agora em dezembro de 2020, publicado no Jornal Plos One, que fez uma análise de quanto os fundos da indústria alimentícia podem interferir nos resultados dos estudos relacionados a nutrição. Bom, eles analisaram todos os estudos publicados de 2018, nos 10 maiores jornais do ramo, dos mais referenciados do ramo, e eles analisaram então 1461 artigos publicados, estudos publicados nesses jornais, e basicamente 13.4% desses 1461 estudos reportaram envolvimento da indústria. Então, de todos publicados nos jornais relacionados à nutrição, 13.4% explicitamente declararam envolvimento pela indústria. Agora, dentre esses estudos que foram patrocinados de alguma forma, influenciados de alguma forma pela indústria, se divide da seguinte forma a influência dessa indústria em si: a primeira indústria que teve o maior impacto em 39.3% dos estudos foi a indústria de alimentos processados, essa indústria de alimentos processados é a que mais influenciou esses estudos que declararam ter interesse da indústria, 39.3% deles então desses interesse vieram das indústrias de produtos alimentícios processados, a segunda subindústria, digamos assim, que influenciou 28.6%, foi indústria de suplementos, pois é, fabricantes de suplementos, então a primeira é indústria de alimentos processados e a segunda é indústria de suplementos, e em terceiro lugar com 27% foi a indústria de laticínios, em quarto lugar vem outra indústria de produção primaria que não seja laticínio e também não é de carne com 21.9%, depois segue-se em frente… Da indústria de carnes e animais no geral, foi de apenas 6.1% desses estudos que declararam foram influencia dessas indústrias. Não tem nada errado em a indústria patrocinar, influenciar, emprestar dinheiro, emprestar produtos, influenciar de alguma forma positiva a condução de estudos científicos, claro, não existe problema algum nisso, o problema existiria se os resultados desses estudos em particular forem mais direcionados a uma direção especifica por causa dessa influência, o que essa influência possa causar, pode forçar um pouco demais aí a conclusão de alguma situação que possa favorecer a indústria ou não. A gente vai ver isso em seguida, certo?! Então, em resumo: 13.4% dos artigos dos estudos publicados em 2018 nesses 10 jornais analisados tiveram uma influência da indústria alimentícia de alguma forma. Aí eles disseram o seguinte: os estudos que tiveram envolvimento da indústria alimentícia de alguma forma, 55.6% desses estudos reportaram achados que são favoráveis e relevantes a essa mesma indústria alimentícia, ao interesse dessa indústria alimentícia. Então, seria um bom investimento se fosse o caso, porque 55.6% dos estudos que envolvem interesse da indústria acabam concluindo algo favorável e relevante aos interesses dessa própria indústria, ao passo que somente 9.7% dos estudos sem envolvimento da indústria tem alguma conclusão que seja favorável aos interesses da indústria. Então, é uma diferença bem grande né, se a gente for ver aqui, mais da metade daqueles que são patrocinados acabam tendo conclusão favorável ao passo que somente menos de 10% daqueles que não tem envolvimento acabam tendo conclusão favorável. A gente pode talvez argumentar que esse envolvimento possa de fato interferir de alguma forma ou não, isso tá aberto a debate, mas parece um numero bastante interessante a diferença na proporção dessas conclusões e a direção dessas conclusões. Outra coisa que eles notaram também é que a extensão de envolvimento da indústria alimentícia ela varia de jornal para jornal, notoriamente o jornal que teve a maior quantidade de estudos influenciados pela indústria foi o The Journal Nutrition, com 28.3% dos estudos tendo influencia declarada de interesse da indústria de alguma forma e o jornal que menos teve influencia da indústria foi Pediatric Obesity, que a obesidade em crianças foi de apenas 3.8%. Então o Journal Nutition é bem conceituado, 28.3%, então mais de ¼ dos estudos teve alguma interferência da indústria, novamente não quer dizer que ter interesse da indústria é ruim, obviamente, isso não quer dizer. Muitos estudos só conseguem ser realmente conduzidos por causa do financiamento de alguém, isso é importante, estudos custam muito dinheiro, o problema é se for concluído que esse interesse da indústria acabe tirando a independência ou a liberdade de ter independência dos condutores desses estudos, os lideres dos estudos, que acabam forçando a barra pra um lado ou pra outro, para favorecer a indústria. A gente não sabe se é verdade, se é uma análise estatística, mas estatisticamente falado aqui, ficou bem claro, é um fato que mais da metade dos artigos dos estudos que recebem influencia da indústria acabam tendo resultado favoráveis aos interesses dessa indústria, ao passo que dos estudos que não tem interferência declarada, somente 9.7% deles acabam tendo conclusão favorável. Bom, isso é legal de saber, isso não é um único estudo, como eu falei, que mostra esse tipo de coisa, então quando a gente for ver por aí na mídia “tal, tal, tal estudo conclui…” “tal, tal, tal estudo mostra…”, a gente já sabe que essa palavra “estudo” pode significar muita coisa, pode ser um estudo associativo epidemiológico, inerentemente cheio de possibilidade de interpretação, não é verdade?! Pode ser um ensaio clinico randomizado, que talvez pulou algumas curvas, cortou algumas curvas aqui e ali… Pode ser um artigo, um estudo patrocinado pela indústria ou não, talvez não diretamente, mas se a gente for navegar um pouquinho mais fundo nessas águas aí do estudo, dos autores do estudo, muitas vezes a gente acha que esses autores sim tem conflitos de interesses, na maioria das vezes os conflitos são declarados e em outras situações não são declarados, acabam tendo envolvimento de segundo nível com uma coisa ou outra… Então, claro que corrupção no mundo existe, corrupção no mundo científico existe também, o mundo não é perfeito, com certeza. Por isso que é importante a gente ter um senso crítico, mesmo quando a gente tratando de ciência, mesmo não, principalmente quando se tratando de ciência, de qualquer área, imagine que sarro você ler um artigo, uma manchete em algum lugar dizendo conclusivamente, categoricamente que tal coisa é verdade, segundo esse estudo, a maioria da população não vai ver o estudo, claro, ninguém tem tempo de ficar olhando os estudos, e é por isso que a gente traz essa informação pra você aqui quentinha, pra você pelo menos saber que tem comprovação por trás, tem evidencia mostrando que estudos que tem influência da indústria tendem muito mais, mais de 5x mais tendem a concluir algo que favorece essa indústria. Então parecem ter realmente uma influencia nos resultados esse interesse das indústrias. Maravilha pessoal! Isso não quer dizer que as conclusões estão erradas, isso não quer dizer que os estudos são corruptos, mas quer dizer que tem esse sinal pra a gente analisar e pra manter em mente, ok?! Então eu queria passar isso pra vocês pra aumentar sempre aquele senso crítico, é o criticismo inteligente, ceticismo inteligente que eu sempre falo, não é só criticar “ah, isso é balela, não acredito nisso”, mas sim duvidar, questionar, perguntar o porquê das coisas e analisar de forma racional, de preferência sem tanta energia de ideologia, se não a gente acaba brigando, quando a gente discute racionalmente com base nos fatos, sem ideologia, raramente a gente acaba brigando e fazendo inimizade com os amigos, etc, na internet… que seja… quando a gente tá aberto como a mente cientista pra analisar os fatos e argumentos, a gente pode ter uma discussão proveitosa, todo mundo pode ganhar com isso. Então, mantenha em mente pessoal essa questão do estudo também e a potencial influencia da indústria nos resultados dos estudos, tá comprovado aí nesse estudo quentinho que eu tô trazendo pra vocês agora. Bom, como sempre eu trago um caso de sucesso aqui, o Carlos Canabrava, olha só, menos 14kg, 14kg não, meu designer colocou errado aqui, o que ele falou foi o seguinte: “1 ano depois de começar a mudança na alimentação, 40kg off.”, vendo a foto do antes e depois eu falei “14 não, não pode ser 14”, são 40kg, diferença gigantesca, seguindo alimentação forte, seguindo as instruções, as informações que a gente passa aqui pra você, fazendo decisões inteligentes na sua alimentação, se você quer seguir passo a passo eu convido sempre a entrar no programa de emagrecimento codigoemagrecerdevez.com.br , você pode dar uma olhadinha lá, se isso interessar você, e ajudar a gente a passar a frente esses podcasts, são 254 podcasts já inteiramente gratuitos que você pode acompanhar, tem todos assuntos aqui, que fica sempre aumentando a força do seu escudo contra balelas por aí. Maravilha?! No mais, sigam a gente nas redes sociais, Rodrigo Polesso em todo lugar, sigam triboforte.com.br, você pode ter acesso a um acervo gigantesco de receitas lá dentro também. E hoje, pra não faltar à tradição aqui, o que eu comi de almoço? Hoje eu comi um baita de um bife grande de 400gr e como sobremesa fiz um figadozinho na manteiga, um pedacinho pequeno, o bife é muito grande e daí de sobremesa de fato mesmo, sem brincadeira, eu comi umas tâmaras. Maravilha! Esse foi o meu almoço de hoje, delicia! Vou ficar saciado por um bom tempo. No mais, é isso pessoal, obrigada pela atenção então! A gente se fala no próximo podcast semana que vem!
