Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!
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Neste episódio:
- Será que humanos são feitos para comer carne?
- E mais;
Escute e passe adiante!!
Saúde é importante!
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Caso de Sucesso do Dia
Referências
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: Vamos lá pessoal! Bem vindos ao episódio número 263 aqui do podcast da Tribo Forte. Hoje vamos ver um pouco mais sobre humanos. Será que eles são feitos para comer carne ou não? Vamos ver um pouco disso, a respeito de alguns fatos anatômicos e históricos também sobre isso, bem bacana. Dr Souto, bem vindo a esse podcast, tudo bem?
Dr Souto: Tudo bem! Boa tarde Rodrigo! Boa tarde aos ouvintes!
Rodrigo Polesso: Olha só, antes de falar dessa questão da carne, do ser humano, da anatomia e tudo mais, eu tava vendo que vai ter um chamado “Food Medicine Summit”, que é um negocio que vai acontecer em maio, uma coisa do mundo inteiro pra promover comida/alimentos como remédio, alimentação como remédio, é uma coisa legal, a própria pagina é toda verde, e verde significa saúde, a gente sabe disso, então é uma iniciativa bem grande que tá acontecendo agora, com o pessoal passando a frente. E uma coisa que é pra alertar é o seguinte: é sempre legal ver os patrocinadores de um evento pra você ter uma ideia de qual tipo de interesse que ele serve. E a ideia, como eu falei, é Food Medicine Summit, então “Summit” é uma conferencia de alimentação como remédio e o slogan deles é “Acelerando a adoção de uma alimentação baseada em evidencia”, é basicamente esse o slogan deles. E daí você vai nos patrocinadores, não que só isso significa que o evento é ruim obviamente, mas dá pra entender um pouco, as vezes existe um pouco de conflito de interesse, caso contrário essas empresas não iam patrocinar uma coisa que vai contra a ideologia e o negocio delas. Então, empresas como: Unilever, como Kraft, como Pepsico, como Nestlé, General Mills, Danone… Essas empresas todas estão patrocinando esse evento, são umas das principais criadoras/fabricantes de substancias comestíveis do mundo que a gente sabe hoje aí. Então elas estão patrocinando fortemente esse evento, não só patrocinando, como elas vão estar dando palestras também neste evento, e quando a gente vê a agenda do evento a gente vê, por exemplo, uma apresentação com o nome “Reduzindo doenças causadas pela dieta, com frutas e vegetais, através de edição genética”. Interessante né?! Então a gente percebe que tem 2 coisas meio interessantes, uma é a edição genética e a outra é curar doenças com frutas e legumes. Depois tem uma outra apresentação também interessante que fala assim (essa é bem interessante, na verdade), eu tô traduzindo simultaneamente, por isso que eu demoro um pouquinho aqui, é: “apoiando a ideia de desenvolver um paladar amigo dos legumes cedo no desenvolvimento de uma criança e tornando nutrição uma prioridade na alimentação”. Então basicamente eles precisam de uma palestra pra tentar desenvolver a ideia de como você consegue desenvolver o paladar de uma criança a gostar de legumes cedo, de forma a tornar a nutrição uma prioridade… Então é aquela coisa: é mais fácil perguntar à mãe natureza por que toda criança de nascença não gosta de legumes, será que essa é a prioridade da nutrição ou talvez seja uma outra? Não sei, mas estratégico né que você pode desenvolver o paladar da criança com uma dieta mais pesada em vegetais no começo. E claro, então a gente pode ver: a cor é verde, tem todas essas empresas patrocinando, tem essas apresentações que também tem esse viés, viés em pró do quê? Do que tá acontecendo agora, do paradigma vigente, que é pró-vegetais, pró vegetarianismo e tudo mais, e grãos e esse tipo de coisa… então, sei lá Dr Souto, eu não tô julgando, mas assim, tem bons indícios que é mais uma daquelas coisas: movimento grande, que vai ter grande marketing por trás, e a gente vê que tem conflitos de interesse aqui, e pela pauta também parece que não está se atendo ao próprio slogan do negocio que é seguir uma perspectiva baseada em evidencia se tratando de alimentação como remédio.
Dr Souto: É, eu acho que o viés vegetariano é uma coisa com a qual nós vamos ter que lidar por muito tempo ainda… Porque veja: se fosse toda uma conferencia voltada para alimentos minimamente processados, bom, alimentos minimamente processados incluem tanto vegetais como animais, mas aí já talvez não fosse tão interessante pra Kraft, pra Nestlé e Unilever… Então, é difícil entender porque, por exemplo, eu não vejo nenhum problema em ter estratégias que facilitem que a criança aprenda a gostar de legumes e tal quando ela é pequena e provavelmente uma das melhores estratégias é não consumir nada da Kraft, da Unilever e da Nestlé…
Rodrigo Polesso: É. Pra não estragar o paladar…
Dr Souto: Claro, depois que você dá o Danoninho, o biscoitinho recheado, essas coisas, é difícil convencer uma criança a comer umas vagens refogadas, né?! Porque o gosto não se compara com o nível de estimulo do cento do prazer e da recompensa que os alimentos ultra processados, que são feitos desenvolvidos cientificamente pra dar um reforço no nível de estimulo do cento do prazer e da recompensa que não existe na natureza. Então, vários conhecidos meus que tem filhos pequenos e já tem uma noção de alimentação alinhada com o que a gente fala aqui, relatam que seus filhos naturalmente aceitam comida de verdade, seja animais, seja plantas, simplesmente porque eles não são expostos precocemente aos alimentos ultra processados. Então, é muito inteligente da indústria essa forma de travestir o seu interesse com coisas que se você mostrar pra as pessoas em geral esse programa as pessoas vão dizer “nossa, que lindo, que esforço bonito, quantas coisas boas…”. Mas se você olhar pelo prisma do que interessa pra esse tipo de indústria, você vai ver “puxa, são gênios” porque tudo que esse tipo de indústria quer é que você consuma o mínimo de produtos de origem animal possível. E assim, a gente já cansou de falar aqui, é um disco quebrado, a gente repete: os produtos de origem animal são os produtos mais nutricionalmente densos, como você deu a entender ali na sua introdução, não precisa fazer muita força pra criança gostar, né? Faz um bifinho na chapa feito na hora com caldinho, bota um ovinho estralado por cima, quase todo mundo gosta disso, né?! Então assim, já aprender a comer um nabo é um gosto aprendido, nada contra o nabo, eu acho que deve ter potássio e fibras… E daqui a pouco ele enfeita e colore a salada, e eu não tenho nada contra o consumo de saladas e legumes, mas o que eu tô vendo aí eu acho que é a mesma coisa que você tá vendo Rodrigo, é dissimulado atrás de intenções aparentemente bonitas e verdes e ecológicas uma ideologia de se afastar dos produtos de origem animal porque aí pra que o ser humano consiga sobreviver ele vai ter que depender da indústria, né?! Ele vai precisar que a indústria faça alimentos suplementados com aquelas vitaminas que não existem na comida que a pessoa tá comendo, ele vai precisar que a indústria coloque proteína numa comida que ao natural não tem quase proteína nenhuma… Então, você tira a carne, tira os ovos, tira os laticínios, você precisa da indústria, caso contrário, o ser humano não vai sobreviver ou vai ficar desnutrido.
Rodrigo Polesso: Exato! E o perigo é justamente esse, acho que vem travestido de um evento educacional. É que nem as farmacêuticas que vem para os médicos e fazem um cruzeiro educacional para os médicos, um painel lá, apresentações lindas sobre os medicamentos da farmacêutica né, senão ela não ia bancar um evento desse tamanho. Esse que é o perigo, ainda mais quando você fala que é “evidenc based”, baseado em evidencia e daí você vê empurrando o vegetarianismo em todas as facetas, e você vai aprender a comer bem com a Pepsi, General Mills, Kraft, Nestlé… Então, é meio estranho e perigoso para as pessoas que caem inocentemente nessa promessa…
Dr Souto: E é um negocio interessante porque a nutrição ela realmente é uma área problemática dentro das ciências da saúde e das ciências em geral mais ainda. Vejam: o homem recém colocou em marte mais rover, mais um carro, dessa vez um negocio do tamanho de um automóvel de verdade, que pousou carregado por um guindaste espacial, o negocio tá carregando um helicóptero junto que vai voar em marte e assim, nada disso funcionaria se a nossa compreensão da física não tivesse muito próxima da realidade…
Rodrigo Polesso: Exato!
Dr Souto: Então essa é uma das formas de a gente julgar, vou filosofar um pouquinho aqui Rodrigo… Por que a gente faz ciência? Em tese nós queremos montar modelos teóricos que se aproximem o mais possível da realidade física das coisas, porque existe uma realidade externa física das coisas que independe do ser humano existir ou não, então a gravidade funciona do mesmo jeito, se tiver seres humanos pra observar ou não, e o que nós queremos é montar modelos matemáticos ou teóricos que estejam muito próximos da realidade. Como é que a gente sabe que a gente não tá vivendo uma fantasia completa? Porque a gente segue esses modelos que a gente faz e o Rover pousa em Marte e dá certo. Então algo muito próximo com esse modelo que a gente tem da física é real, existe lá fora, não é uma coisa só dentro da nossa cabeça e do nosso computador. O que acontece com a nutrição? As estratégias propostas frequentemente dão muito errado, então nós temos uma preposição de evitar gorduras, principalmente as saturadas, evitar a carne vermelha, e se as pessoas seguem isso o resultado não é tão bom como se você fizer basicamente o contrario. Então, é um teste de realidade, você simplesmente vê o grau de sucesso que aquela ciência especifica tem no mundo real, na realidade. Então me parece que se você pegar, basicamente em quase todas as áreas de atuação humana, eu acho que a mais fracassada de todas é a nutrição.
Rodrigo Polesso: É lamentável! Se fosse utilizada a ciência equivalente na física, a mesma na nutrição a gente não conseguiria nem mandar um foguete pra o outro lado da rua, se a gente fosse utilizar a mesma coisa, então é realmente uma das piores áreas aí. E na verdade, o irmão da minha noiva é um dos principais engenheiros envolvidos no desenvolvimento do helicóptero que foi pra Marte…
Dr Souto: Ah, que legal!
Rodrigo Polesso: Ele trabalha lá e tudo, e é interessante e legal! Realmente é um feito da humanidade, a gente tá ainda tentando contar pras pessoas que carne não faz mal, é impressionante.
Dr Souto: É um descompasso muito grande, acho que você colocou muito bem né, quer dizer, a gente consegue fazer um helicóptero que descobriremos nos próximos dias se vai dar certo em Marte, mas eles testaram numa atmosfera simulada na Terra que seja tão rarefeita como a de Marte e o negocio voou, daqui a pouco a coisa vai voar lá em Marte, mas a gente não consegue chegar num consenso se pode ou não comer carne vermelha. A gente que eu digo é a humanidade, porque, lembrando: há um ano e pouco foram publicados uma serie de 5 artigos no Annals Of Internal Medicine utilizando a metodologia mais precisa, rígida, de classificação dos níveis de evidencia e aqueles artigos chegaram a conclusão que o consumo de carne vermelha não processada não está associado com aumento do risco de morte, com o aumento do risco de doença cardiovascular ou com o aumento do risco de câncer. Então, do ponto de vista da ciência mais baseada em evidencia pra usar essa expressão que tá sendo usada aí nessa simpósio, nós já temos uma resposta, né?
Rodrigo Polesso: É, exato. Acho que não falta um consenso da melhor evidencia, falta um consenso de aceitação dessa evidencia, isso que é o problema que tá passando bastante gente pra trás. E é sobre isso justamente que eu quero trazer agora, teve uma revisão publicada em 2018, que o titulo dela é “uma breve historia do consumo de carne por seres humanos”, olha que coisa interessante. Então a gente escuta muitas coisas… “que o ser humano não foi feito pra comer carne” “que a carne apodrece no organismo” “que o ser humano só foi feito pra comer planta” “que é melhor, em vez de comer a vaca, ir direto na fonte e comer a grama”, a gente falou disso no último podcast… Então, eles falam o seguinte, eles falam várias coisas nesse artigo, é bem interessante, eu vou ler um paragrafo tentando traduzir ao mesmo tempo. Bem na introdução do artigo eles falam: ao contrário da ideia de que humanos evoluíram como herbívoros, como animais herbívoros, no jardim de Éden, evidencia arqueológica e também antropológica indica que a realidade é muito diferente, no mínimo, nos últimos 3 a 4 milhoes de anos da historia da adaptação evolutiva. Eles falam que achados dessas diferentes áreas todas revelam um padrão ao longo da historia alimentar do ser humano que se moveu mais distante de alimentos baixos em energia e altos em fibras e foram mais em direção a alimentos de origem animal que são mais ricos em energia. E isso que acaba impossibilitando a gente de se tornar o Paleolitic Homo Sapiens, que são como eles dizem aqui, top level carnivors, estão no topo da cadeia alimentar como carnívoros. Isso que eles dizem aqui. E falam que o intestino humano, esse é um ponto que a gente já falou antes, é um ponto que muita gente insiste ainda, eles falam: o intestino humano ele consiste de um estomago simples, e um intestino delgado relativamente longo e também um ceco bastante reduzido e um colon também bastante reduzido e isso tudo sugere que a nossa dieta se baseia em uma alimentação de alta qualidade que, na verdade, o alimento predominante é a carne. É isso que eles tão falando aqui. E agora como comparação, eles tem uma tabela de dados bastante interessante onde eles dão uma proporção do comprimento do intestino em relação ao comprimento do corpo do animal. Então, na vaca a proporção do comprimento do intestino pro comprimento do corpo é de 20/1, o comprimento do intestino comparado ao comprimento do corpo. O cavalo, que é um animal monogástrico, ao contrário da vaca que é um animal poligástrico, o cavalo é 12/1, então é bem menos que a vaca. O cachorro que é um animal carnívoro, come de tudo, mas essencialmente é um animal carnívoro é de 6/1. Já o ser humano é de 5/1, ou seja, nessa proporção a nossa proporção é mais “carnívora” do que o cachorro se a gente for ver assim. E outro ponto que eu quero trazer pra finalizar isso aqui é o volume do nosso intestino, o volume de vários órgãos digestivos é de vários primatas. Então eles falam aqui em quantos % do volume total dos órgãos digestivos: do gorila o estomago é 25% do sistema todo, o intestino delgado é 14%, o ceco é 7 e o colón é 53%, então se a gente for ver o chipanzé… tá, vamos falar por categorias antes: o estomago do gorila é 25%, o chipanzé 20%, o humano é 17%. O intestino delgado no gorila é 14% (intestino delgado é aquele que não faz fermentação, só pra lembrar, intestino delgado é aquele que absorve os nutrientes que tão facilmente disponíveis) então o gorila como tem que processar todo aquele material de planta o intestino delgado é muito pequeno é o cólon que é o intestino grosso é bem maior. Então, o intestino delgado do gorila é 14, do chipanzé é 23 e do ser humano é 67, incrível! O ceco que é uma câmara de fermentação pequeninha, no gorila é 7%, no chipanzé é 5 e no ser humano nem considera, não existe porque não é usado basicamente. E por fim, o cólon, que é onde fica a fermentação de fibras, bactérias lá dentro gerando energia, gerando ácidos gástricos de cadeia curta e tudo mais, no gorila é 53% do sistema digestivo dele fica no cólon, o chipanzé 52 e o ser humano 17%. Então, olha só, o pessoal que compara veganos com gorilas, ou gorila como exemplo do sucesso do veganismo, tem que começar a acrescer esse cólon, né?! Pra começo de historia. Então, Dr Souto, é muito clara a diferença!
Dr Souto: Cara, assim, eu já dei esse exemplo aqui no podcast, eu vou dar o exemplo de novo, é um exemplo real e este exemplo deveria bastar pra resolver esse assunto: um ser humano é capaz de viver normalmente se você remover todo o cólon dele, isso é feito com certa frequência, uma colectomia total, seja porque a pessoa tem uma doença inflamatória grave, uma doença de crohn, uma colite ulcerativa… As vezes por câncer, enfim, tem situações em que é necessário tirar todo o intestino grosso e a pessoa fica com uma ileostomia, que o intestino delgado abre direto num orifício na pele, no abdômen, que vai pra uma bolsinha. Tirando o fato de que a pessoa vai ter que sempre usar aquela bolsinha de ileostomia, em alguns casos é possível reconstruir, inclusive, pegar um pedaço do íleo e transformar numa bolsa e anastomosar no reto e aí a pessoa volta a evacuar pelo reto, só que serão fezes líquidas né, porque o cólon no ser humano, ele basicamente tem como função desidratar as fezes, desidratar o conteúdo intestinal pra transformar em fezes sólidas, essa é basicamente a função do cólon no ser humano. Portanto, se você tira o cólon você vai ter um ser humano que tem fezes líquidas, agora a pessoa vai levar uma vida normal, vai absorver os seus nutrientes normalmente, porque o cólon no ser humano tem uma função mais residual, basicamente, como eu disse, de absorver água e sais minerais pra deixar as fezes mais consistentes, mais duras. Se você tirar o cólon de um gorila ele não sobrevive…
Rodrigo Polesso: E se tirar o intestino delgado do ser humano também não…
Dr Souto: Se tirar o intestino delgado do ser humano, isso é incompatível com a vida. Se você tira o intestino delgado do ser humano você pode manter essa pessoa viva com nutrição parenteral total. Enquanto você mantiver a pessoa viva ela vai tá recebendo em veia central, não pode ser uma veia no braço, tem que ser uma veia central, os nutrientes você tem que colocar todos ali, mesmo assim é um roço complicado, é um grande problema, e se você não fizer a nutrição parenteral total é incompatível com a vida. Você tira um cólon do ser humano, esse ser humano anda normalmente por aí e come comida normal, e vai viver sua vida sem outros problemas de saúde, de uma forma geral, agora se você tirar o intestino delgado não dá. Já se você tirar o cólon de um gorila é incompatível com a vida da mesma forma que você tirar o intestino delgado do ser humano. Por quê? Porque são seres que são opostos praticamente na sua digestão. Se você ver os números que você falou, é muito interessante, porque eles são quase que complementares. O cólon do gorila é praticamente o tamanho do intestino delgado do ser humano, o intestino delgado do ser humano é praticamente… e vice e versa. O cólon do ser humano é praticamente o equivalente ao percentual do intestino delgado do gorila. Porque o intestino delgado ele serve pra absorver nutrientes de fácil digestão, coisas que já tão prontas pra absorver, como por exemplo, proteína, como por exemplo, glicose e gordura. Agora, se você precisa de câmaras de fermentação pra que bactérias consigam digerir a celulose, as folhas e tal, e a partir dali produzir os ácidos graxos que seu intestino vai absorver, bem, aí você precisa de uma grande capacidade que vai ter aquele intestino grosso gigante do gorila, ou do cavalo, ou os vários estômagos da vaca. Então o fato de que tem gente que ainda discute isso hoje em dia só mostra que as pessoas capazes de acreditar em qualquer coisa, desde que a ideologia as faça pensar assim.
Rodrigo Polesso: É, até na “dieta dos gladiadores” na Netflix, tem o cidadão lá, o suposto homem forte lá, que nunca foi eleito o homem mais forte do mundo, mas é isso que eles deixam a entender lá, ele fala “as pessoas me dizem que eu sou forte como um touro e eu nunca vi touro não comendo carne”.
Dr Souto: É assim, muito ridículo porque é um nível de comparação pra criança pré escolar.
Rodrigo Polesso: Exatamente!
Dr Souto: É muito, muito, muito ridículo! E vamos combinar que aquele indivíduo usa suplementos, né?!
Rodrigo Polesso: E de novo: ele não é elite! Isso quem for investigar vai descobrir, saiu um monte de artigo sobre o que foi dito no “dieta dos gladiadores”, a gente fez podcast sobre isso também aqui, mas é assim exatamente, o veganismo é incompatível com a vida no mundo natural. Você só consegue praticar essa ideologia se você viver em sociedade onde você consegue comprar os seus quitutes, é isso aí né. Ou você é o dono do Jardim do Éden, né?!
Dr Souto: Claro! Ou se você é uma bilionária sueca como essa que inventou esse it lanced… Então, realmente, se você puder ter acesso a uma loja de suplementos e puder usar proteína em pó e puder ter uma nutricionista especializada nisso aí e fazer exames de sangue com uma certa frequência pra ver o que tem que suplementar, o que tem que arrumar… é possível. Mas quem se lembra, nós falamos isso não sei se foi no episodio passado ou retrasado, sobre o quão cruel é que esse tipo de coisa esteja sendo pregado pro mundo inteiro quando boa parte do mundo vive em locais e em países onde a farmácia mais próxima fica a muitas e muitas horas de viagem e as pessoas não tem dinheiro pra ficar comprando suplemento e tal, e se essas pessoas começarem a achar que elas não devem criar galinhas ou criar um bode porque o certo é comer apenas vegetais, elas não terão o privilegio de ficar fazendo exames detectando as deficiências e repondo, né?!
Rodrigo Polesso: Exato! E a gente tem experimentos desse tipo que já aconteceram em varias populações do mundo com a chegada do europeu, do homem ocidental, que tirou completamente a forma original de se alimentar da população. Notoriamente, os pimas, a gente fala muito dos pimas, do EUA, do Arizona, tem do México, eles eram um pessoal muito em forma, o homem ocidental chegou e começou a alimentar eles com o quê? Farinha, refinados e açucares e etc. Acontece que hoje eles têm a maior prevalência de diabetes e obesidade do EUA, um povo que era originalmente muito em forma, só por se distanciar e parar de criar o bodezinho, obvio, dá trabalho criar o bode, matar, abater e fazer tudo, é muito mais fácil você abrir o saco lá e fritar uma massa com açúcar, é saboroso e tudo mais, e acabou estragando essa forma original de se viver.
Dr Souto: Na versão do Gary Taubes, tá lá no livro “porque engordamos”, ele conta mais ou menos o seguinte: se não me engano em 1825, um antropólogo que passou na região registrou como os pimas eram isso que você falou, saudáveis, as mulheres eram fortes, trabalhavam na lavoura e também criando animais, então eles comiam uma dieta que tinha milho que eles plantavam, mas também tinha produtos de origem animal. E aí depois o que aconteceu é que com a corrida do ouro e a invasão do oeste pelo homem branco, eles caçaram e exterminaram os bisões que tinham na região que era uma parte importante da dieta dos pimas, e aí também drenaram e fizeram barragem nos rios porque precisava da agua pra mineração, então eles acabaram tendo dificuldades de se alimentar. E aí foram criadas reservas e o governo americano passou a dar para eles uma ração de farinha e açúcar. E o resto é historia né. Então, basicamente, quem leu o livro “nutrition the generation” do Esam Pries, ele conta uma historia parecida no mundo inteiro, ele passou 10 anos viajando por todo o mundo procurando sociedades de estilo de vida tradicional, e basicamente sempre que as sociedades entravam em contato com um colonizador era a mesma coisa. Eles passavam a comer farinha e açúcar e a saúde deteriorava e eles passavam a sofrer de doenças crônicas e degenerativas e muitas vezes ele tinha pra comparar as duas populações, as mesmas etnias, mas parte ocidentalizada e parte ainda vivendo no estilo de vida tradicional e é sempre a mesma coisa. Então há algo de muito ruim pra saúde que tá presente no estilo de vida ocidental e esse algo me parece que está presente no patrocínio daquilo que você falou no inicio deste podcast.
Rodrigo Polesso: É isso que eu ia falar, exatamente, se você quer aprender mais sobre esse algo que tá causando mal para as pessoas é só ir no dito do evento lá que eles tão promovendo, né? Ai meu Deus do céu, incrível! E pessoal, tem que lembrar de mandar esse podcast para os seus amigos, talvez se tem algum amigo que é vegetariano ou vegano que está tendo problemas digestivos, problemas no intestino ou gases, esses tipo de coisa que é extremamente comum em pessoas que tem uma dieta que é baseada em plantas. Você pode mandar isso aqui pra ele, fala assim: “dá uma olhadinha, pra entender um pouco mais sobre a anatomia e tudo, mais outras perspectivas diferentes”… Talvez você pode ajudar uma pessoa que está pronta pra aceitar uma perspectiva diferente, porque quando você lembra que você não é um gorila e não deve comer que nem um gorila, você vê coisas incríveis acontecer no espelho, quem mostra pra mim hoje aqui é a Marcia, ela falou “bom dia! Agora 25kg off. Obrigada por cada dica, por cada detalhe.” Ela mandou foto do antes e depois, 25kg faz muita diferença numa pessoa. Parabéns para a Marcia! Seguindo a alimentação forte, uma alimentação baseada em alimentos de origem animal e complementar da forma que você quiser. Se você quer o passo a passo, eu sempre indico codigoemagrecerdevez.com.br , programa de 3 fases de emagrecimento passo a passo. Maravilha! Dr Souto, vamos ver o que você degustou na ultima refeição…
Dr Souto: Deixa eu pensar… Ah, hoje foi o dia das coxa e sobrecoxa de frango do açougue. Só!
Rodrigo Polesso: Hmmmm…
Dr Souto: Só isso!
Rodrigo Polesso: Como é o preço da coxa e sobrecoxa comparada ao peito aí no Brasil?
Dr Souto: É bem mais barato.
Rodrigo Polesso: E é muito mais gostoso, né?!
Dr Souto: Sim, porque afinal é uma carne que tem gordura, então ela é mais barata. Foram 4 coxas e sobrecoxas de frango pra dividir em 2 pessoas, mas eram grandinhas, esses franguinho porrada, devem ter feito “edição genética”… Então aquilo ali em conjunto, pronto já, feito tipo churrasco, na grelha, eu comprei pronto no açougue e custou acho que R$ 26,00, uma coisa assim. Então dividido por 2 pessoas, dá uns R$ 13,00 por pessoa de almoço… Tá bem bom se você for pensar que se eu fosse fazer uma refeição vegana de almoço que tivesse alguma proteína, ia ser bem mais caro, não ia ser tão gostoso e agora eu estaria com fome, porque agora já são 17:15 e eu ainda não tô nem pensando em comida…
Rodrigo Polesso: Pois é, se você basear sua alimentação em alimentos de origem animal deixa muito mais tempo sobrando pra outras atividades produtivas durante o dia também. Você não precisa de 30 ingredientes diferentes, 2h de preparação e tudo mais. É bem mais simples, e eu acho mais barato também, porque tudo que é rotulado como saudável, se a gente for ver hoje em dia, falsamente saudável né, tende a ser um pouco mais caro os produtos orgânicos verdes, pó de não sei o quê, semente de não sei o quê… Então tem vários motivos pra você migrar pra um outro estilo alimentar que não seja somente a anatomia sua sendo incompatível com essa alimentação… Né, incrível! Maravilha pessoal! Ah, hoje eu fiz rabada. Cara, rabada é bom demais! Bom demais! Eu descobri isso tarde na vida, mas rabada é uma coisa deliciosa!
Dr Souto: Do que é feito?
Rodrigo Polesso: Rabada que eu digo é o rabo do boi. É rabo do boi e eu faço na panela de pressão com sal, só isso, mais simples impossível! E o pessoal me manda sempre “ah, Rodrigo, bota isso, bota aquilo”… Não, tem varios pratos tradicionais, notoriamente no nordeste do Brasil e no norte do Brasil, que o pessoal faz rabada de vários tipos diferentes, e vem esse encaixe com aquela ideia de se comer o animal do focinho até o rabo, comer o animal inteiro como sempre foi feito. Então, se você come a picanha, o rabo alguém vai consumir ou vai fora. E o rabo não é barato, pelo menos aqui não é barato, mas ele é riquíssimo em colágeno, é uma carne deliciosa, porque tem um osso, então tem que comer com a mão assim, e sobra aquele liquido na panela de pressão e eu guardo aquilo pra comer como aperitivo depois. Então o pessoal que compra colágeno hidrolisado, tá perdendo, porque é muito mais gostoso comer como sub produto aí de uma rabada ou de uma costela, por exemplo. Bom demais! Pessoal que fizer a rabada me manda a foto depois!
Dr Souto: Eu sempre fico pensando quando eu ouço que alguém tá pagando caro pra comprar colágeno, que colágeno tá presente nas partes mais baratas dos bichos…
Rodrigo Polesso: Exato!
Dr Souto: Né?! “Ah, mas daí não é hidrolisado”. Sim, você lembra o estomago aquele negocio que é quanto por cento do nosso aparelho digestivo?
Rodrigo Polesso: Nosso é 17…
Dr Souto: 17, tá. Então, sabe pra que serve entre outras coisas o estomago?
Pra hidrolisar proteínas. Então salvo se você realmente não tem estomago, não tem pâncreas e precisa então que as coisas já venham pré digeridas, porque a hidrolise é uma pré digestão, deixa o estomago trabalhar, ele gosta disso. Assim, existe uma ideia de que, isso é uma coisa curiosa, a pessoa diz assim “você não pode comer proteína porque vai forçar seu rim”. Não, o rim ele faz isso de bom grado, filtrar o sangue e excretar a ureia. É um troço que não ofende o rim. É a mesma coisa que as pernas, tipo assim, se você caminhar você vai forçar as pernas, não, você não vai forçar as pernas, elas gostam de caminhar, faz bem pra elas. Né?!
Rodrigo Polesso: Exatamente!
Dr Souto: Então assim, dar coisas pro estomago hidrolisar não é problema, não precisa vir pré digerido. Então, eu sempre digo quando me perguntam sobre whey protein, não tenho nada contra whey protein, aliás, pra mim whey não é apenas um suplemento, ele é comida, ele é a proteína do soro do leite desidratada, em pó, mas é comida, no entanto, o whey não precisa ser hidrolisado. Se você consumir o whey isolado não hidrolisado, dá na mesma. “Ah, mas é que o hidrolisado vai ser absorvido mais rápido”, sim, 15 minutos mais rápido. Que diferença vai fazer? Né?! Então, salvo se a pessoa tem qualquer problema digestivo que ela realmente não consegue digerir as coisas porque faltam enzimas digestivas por algum motivo, tô contigo Rodrigo! Rabo do boi!
Rodrigo Polesso: É, o pessoal que comia isso aí, o colágeno naturalmente na nossa historia evolutiva inteira era um sub produto das carnes, era comendo no osso, fazendo o caldo de osso, o brodo, esse tipo de coisa, assim que se consome da forma ancestral, tudo isso de forma barata como sub produto do alimento principal. Incrível! É isso pessoal! Se você quer um acervo de receitas gigantesco entre na triboforte.com.br e sigam a gente nas mídias sociais, Rodrigo
Polesso em todo lugar, Dr Souto também em todo lugar, DR Souto no Telegram, e é isso. Maravilha! Manda esse podcast pra galera aí! Dr Souto, obrigada por esse papo de novo falando de carne, quantas vezes já falamos de carne aqui, mas é necessário. Grande abraço, a gente se fala na próxima!
Dr Souto: Abraço! Até a próxima!