O assunto de hoje vai gerar polêmica, já estou vendo, porém, isso jamais me desencorajou de mostrar as verdades cruas aqui, uma vez que são elas que ajudam a mudar vidas, não as balelas que todos nós já ouvimos a toda hora.
A base
Veja, a nossa sobrevivência, saúde e boa forma depende de um equilíbrio básico e otimizado de dois processos:
Anabolismo e Catabolismo.
- Anabolismo é o estado de construção. Ou seja, é neste estado que o corpo repara, regenera e constroi componentes no organismo, como os músculos, por exemplo.
- Catabolismo é o estado de “destruição”, onde o corpo está se desfazendo de partes dele mesmo, por exemplo, queimando músculos.
Se esta balança está equilibrada ou tende para o lado do Anabolismo, estamos em ordem!
Agora, se esta balança tente para o lado catabólico, algo está errado e nossa saúde está na linha.
Corrida, jogging e outros exercícios contínuos (aeróbicos)
Primeiro de tudo, temos uma tendência de criar hábitos artificiais que não são e nunca foram normais e cotidianos para nós seres humanos, em toda a história.
Nunca na história da nossa espécie, fazer um exercício leve/moderado e constante por um longo período de tempo, como corrida e jogging, foi necessário e, muito menos, rotineiro.
Bom, na realidade tivemos alguns episódios históricos onde correr por um longo período de tempo foi necessário. Uma vez que me vem a mente agora foi na Grécia antiga (2), onde um pobre mensageiro saiu correndo da batalha, para voltar a Atenas o quanto antes para poder avisar que eles tinham ganho a batalha.
Esta pessoa cumpriu a missão, correu os 42 km de distância entre as 2 localidades, avisou quem tinha que avisar e… bom, caiu morta. Como você já deve saber, foi este fato histórico que deu origem às Maratonas.
Então, como resultado, ao invés de criarem uma companha desencentivando esforços contínuos e árduos para o corpo, como este, resolveram comemorar criando uma modalidade de esporte que é praticada por milhões de pessoas até hoje.
A verdade, por mais amarga e difícil de engolir que seja, é que, exercícios aeróbicos, frequentes e de longa duração NÃO são saudáveis ao corpo.
“Hein? Me explica essa história!”
Bom, a prática contínua de exercícios aeróbicos, como a corrida, com o passar do tempo, vão afetando a saúde de forma séria.
Antes mesmo dos efeitos mais sérios que, geralmente, acontecem a longo prazo, como consequência do estresse cumulativo causado por estes tipos de exercícios, estudos têm documentado que em torno de 60% das pessoas que praticam corrida (1), sofrem um tipo de lesão por ano ou uma lesão a cada 100 horas de prática do exercício.
Porém, como eu disse, os problemas mais sérios vêm com o tempo.
Adultos que começaram mais cedo a praticar estes tipos de esporte, como corrida e jogging, se surpreendem ao chegar aos 40 e 50 anos, tendo dificuldades e dores ao subirem escadas sem ter seus joelhos doendo, levantar os braços acima da cabeça, devido aos osteófitos que se formaram nas articulações dos ombros, virar ou se curvar por causa de dores na lombar, etc.
Todas estas consequências são progressivas e causadas por exercícios inadequados (corrida, jogging e outros do gênero) que são primordialmente catabólicos e frequentes a ponto de inibir o estado anabólico do corpo.
OBS: Assista uma maratona e veja como os corredores têm um físico magro e de muito pouca musculatura. Agora, em contraste, assista as olimpíadas e veja as competições de corrida de 100m rasos. Veja como os atletas são fortes e musculosos. O primeiro, treina com exercícios aeróbicos e frequentes, já o segundo, primordialmente, treina com exercícios intervalados de alta intensidade (interval training).
Qualquer atividade que é muito repetitiva em sua essência tem um efeitos de “uso e desgaste” do corpo e sua prática contínua irá acabando por inibir a capacidade do corpo de se recuperar.
(Veja as Referências no final do artigo) A literatura científica disponível é cheia de estudos que mostram que corredores de longas distâncias têm muito mais chances, ao contrário do senso comum, de desenvolver problemas cardiovasculares (4), fibrilação arterial (5), câncer (6), problemas no fígado e bexiga (7), danos musculares (8), disfunção no rim (9), microtrombose no sistema vascular (10), danos cerebrais (11), degeneração da espinha (12), etc., do que as pessoas que não praticam estes esportes.
É… não estou exagerando e nem inventando história. Tudo isso são fatos documentados (Favor verificar referências no final do artigo, caso tenha interesse).
E ainda tem mais!
Este tipo de exercício, ou seja, exercício aeróbico, NÃO É:
- Não é a melhor forma de melhorar seu condicionamento físico, ao contrário do senso comum.
- Não é a melhor forma de exercício para queima de gordura, ao contrário do senso comum.
- Não é saudável para o corpo, ao contrário do senso comum.
Além disso, como estes exercícos leves/moderados contínuos (aeróbicos) não utilizam os músculos de forma intensa o bastante, eles contribuem para que os mesmos se atrofiem.
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Ok, acho que chega de boas notícias por hoje! Não vou comentar mais a respeito disso agora, caso contrário, isso iria virar um livro, então, deixo pros próximos artigos.
Tenho certeza que muita gente vai torcer o nariz pra isso, aliás, é esperado, uma vez que praticamente TUDO ao nosso redor liga a imagem de exercícios aeróbicos à saúde. Pena que isso, tristemente, NÃO é verdade e isso é provado e documentado em muitos estudos científicos sérios!
Como sugestão de uma melhor alteranativa à tudo isso, que realmente traz muitos benefícios e ainda leva muito menos tempo, dê uma atenção à técnica dos exercícios intervalados de alta intensidade (Interval Training).
Ainda vou falar muito mais sobre isso aqui no site, mas, por enquanto, caso ainda não tenha lido meus 2 artigos especiais sobre isso, fica a recomendação abaixo:
Menos exercícios, mais benefícios! Novidades sobre Interval Training!
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Grande abraço e sucesso!
REFERÊNCIAS
1. W.C. Byrnes, P. McCullagh, A. Dickinson, e J. Noble, “Incidence and Severity of Injury Following Aerobic Training Programs Emphasizing Running, Racewalking or Step Aerobics”., S81.
2. Plutarch, Lives, vol. II, Translated from Greek, with Notes and A Life of Plutarch, by Aubrey Steward and George Long., 46-47
3. Herodotus, The History of Herodotus, 3rd Edition, 96, 105-6
4. Lucian, “Pro Lapsu inter Salutandum” in The Works of Lucian Samosata, 36.
5. G. Whyte, “Is Exercise-Induced Myocardial Injury Self-Abating?”, Medicine and Science in Sports and Exercise 33, n5, 850-51.
“Ultra-Endurance Exercise and Oxidative Damage: Implications for Cardiovascular Health”, Sports Medicine 36, n5, 429-41.
“Endurance Exercise, Plasma Oxidation and Cardiovascular Risk”, Acta Cardiologica 59, n6, 636-42
“Exercise and Cardiovascular Disease: A new Perspective”, 1181-87
6. D. R. Swanson, “Atrial Fibrillation in Athletes: Implicit Literature-Based Connection Suggests That Overtraining and Subsequent Inflammation May a Contributing Mechanism”, Medical Hypotheses 66, n6, 1085-92.
7. M. Deichmannet, A. Benner, N. Kuner, J. Wacker, V. Waldmann and H. naher. “Are respondes to Therapy of Metastasided Malignant Melanoma Reflected by Decreasing Serum Values of S100B or Melanoma Inhibitory Activity (MIA)?”, Melanoma Research 11, n3, 291-96.
“The effect of Creatine Supplementation upon Inflammatory and Muscle Soreness Markers After a 30km Race”, Life Science 75, n16, 1917-24.
8. “Effects of 24 H Ultra-Marathon on Biochemical and Hematological Parameters”, World Journal of Gastronenterology 10, n18, 2711-14.
9. “Skeletal Muscle Injury and Repair in Marathon Runners after Competition”, American Journal of Pathology 118, n2 , 351-39
10. “Renal Function Abnormalities Induced by Marathon Running”, Southern Medical Journal 74, n12, 1457-60
11. “Increase in Plasma CalProtectin During Long-Distance Running”, Scandinavian Journal of Clinical and Laboratory Investigation 65, n3, 211-20
12. “Peripheral Markers of Brain Damage and Blood-Brain Barrier Dysfunction”, Restorative Neurology and Neuroscience 21, n3-4, 109, 21
13. Doug McGuff, M.D., and John Little, “Body by Science”