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No Episódio De Hoje:
Neste episódio nós iremos tratar principalmente de 3 temas:
- O grande mito dos obesos saudáveis. Novo estudo vem para corroborar com a idéia de que sobrepeso exagerado simplesmente não é algo saudável.
- Existe contraindicação para a dieta low carb? E Alimentação Forte?
- Resultados preliminares de estudo bacana que testar dieta padrão contra dieta lowcarb suplementada com ovos.
- Ainda, a guerra contra o açúcar parece estar surtindo efeito enquanto a indústria sofre…
- O que comemos na última refeição?
Espero que aproveite este episódio ?
Ouça o Episódio De Hoje:
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Referências
Artigo da indústria açucareira
Artigo sobre o estudo dos obesos “saudáveis” no Telegraph.uk
Ensaio clinico randomizado com resultados preliminares comparando-se dieta lowcarb com dieta padrão.
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: Olá, bom dia, boa tarde para você, que está ouvindo o episódio de número 64 do podcast oficial da Tribo Forte. É o podcast número 1 em audiência na área de saúde. É um prazer estar aqui com você novamente. Hoje a gente vai bater um papo sobre contraindicações da dieta low carb – será que tem? O que tem a ver dieta low carb intolerância ao glúten? Vamos responder uma pergunta a respeito disso. Se alguém perguntou, outras pessoas provavelmente têm a mesma dúvida. A gente vai falar um pouco mais sobre o mito – ou não – de que existem pessoas obesas que são saudáveis… Aquele famoso “gordinho saudável”. A gente vai comentar sobre um estudo sobre esse assunto. Também mostraremos uns resultados bacanas – preliminares, no entanto – de um estudo que, mais uma vez, mostra as grandes vantagens de uma dieta low carb. Ela é suplementada com ovos, na verdade… Versus uma dieta padrão em pessoas que precisam emagrecer; precisam melhorar as suas saúdes. Vamos bater um papo sobre esses assuntos. Acho que será de grande interesse e valia para todo mundo. Tudo bom por aí, D.r Souto?
Dr. Souto: Tudo bem. Boa tarde ao Rodrigo e boa tarde aos ouvintes.
Rodrigo Polesso: Tarde. Primeiro acho que podemos matar a perguntinha que vem da Paula Trivelato. Ela pergunta sobre a contraindicação. “Quero agradecer… A dieta low carb tem contraindicação? Pode gerar intolerância ou sensibilidade ao glúten?” A gente falou um pouco recentemente sobre isso. Existe contra indicação, Dr. Souto, ao seu ver, em relação à dieta low carb?
Dr. Souto: Contraindicação a low carb… Vamos pensar. Acho que magreza excessiva talvez seja uma delas. A pessoa que é muito magra. Pessoas geneticamente magras. Pessoas que têm dificuldade em ganhar peso frequentemente não são boas candidatas à dieta low carb, porque a dieta low carb facilita a perda de peso… Acaba produzindo uma redução do apetite. Mesmo nestes casos, em pessoas que têm excesso de magreza, a gente tem que ver se não é o caso de alguém com diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica. Pessoas com diabetes tipo 2 e/ou síndrome metabólica podem ser magras. Entre a questão do peso e a questão de tratar uma doença, deva predominar a questão de tratar uma doença. Vou dar um exemplo real de um paciente meu. Um paciente que veio consultar… Ele era pai de um outro paciente que já tinha consultado por dieta. Este senhor, na faixa dos 60 anos tinha diabetes tipo 2 de difícil controle. Ele já vinha utilizando duas medicações orais, mas a glicemia continuava na faixa de 200. Detalhe: muito magro. Realmente chamava atenção como ele era magro. Eu orientei para ele… Vamos tentar elevar as calorias. Vamos diminuir os carboidratos, mas tentar comer bastante daquilo que pode. “No fundo, o senhor vai poder se dar um privilégio que muitas pessoas não podem de comer à vontade, quantas vezes quiser por dia, mesmo quanto não tiver com muita fome, coma uma pouco para não perder peso.” Ele perdeu uns 2 ou 3 quilos, estabilizou a perda e está conseguindo manter o peso, mas com um controle glicêmico muito melhor.
Rodrigo Polesso: Só para entender… Ele estava perdendo peso demais com a intervenção e indicação?
Dr. Souto: Ele já era magro naturalmente. Meu receio era… Bom, se eu for colocar esse sujeito num low carb, ele vai perder ainda mais peso. Ele já entrou na consulta dizendo, “Eu só não posso perder peso.” Então, a contraindicação da low carb em quem tem muito pouco peso é uma contraindicação relativa. A pessoa que vem consultar com o nutricionista, com o médico… Já é muito magro e está buscando saúde apenas. A pessoa não é doente. Eu vou dizer, “Não faça low carb. Faça uma alimentação forte, liberada em carboidratos bons, como frutas e raízes.” Essa pessoa que não precisa perder nenhum peso e é saudável pode comer frutas e raízes à vontade. Não tem porque fazer low carb. Se quiser fazer uma dieta com 50% de carboidrato, mas se esses carboidratos forem frutas e raízes, não forem grãos processados, não for açúcar, não for biscoito… A pessoa vai ser saudável. Agora, se a pessoa for muito magra, mas for doente, de um tipo de doença que possa melhorar com low carb, como é o caso da diabetes e da síndrome metabólica, aí eu acho que a contraindicação do low carb passa a ser relativa. Vamos orientar essa pessoa a comer mais calorias de proteína e gordura para tentar compensar com calorias e não perder tanto peso por causa do low carb. Mas é mais importante que a pessoa melhore do diabetes do que a pessoa ficar se preocupando em perder 2 ou 3 quilos a mais que não queria perder. É preferível perder uns 3 quilos, mas ficar cmo diabetes controlado.
Rodrigo Polesso: Esse assunto dá muito pano para manga. Se a gente começa a falar, começa a pensar um monte de coisa. A gente podia fazer a pergunta de uma forma mais descritiva, talvez. Se a gente retirar o rótulo low carb e fazer a pergunta assim: existe alguma contraindicação para uma alimentação baseada em alimentos de verdade, em proteínas de qualidade, gorduras de qualidade, legumes, folhas e frutas de baixo índice glicêmico? Se a gente perguntar dessa forma…
Dr. Souto: Dessa forma eu não consigo ver uma contraindicação.
Rodrigo Polesso: É isso que estou pensando. Tem alguma coisa mais saudável do que comer os alimentos mais nutritivos que existem na face na Terra? É low carb, tudo bem… Mas eu acho que não tem coisa melhor para se fazer.
Dr. Souto: Eu acho que a gente pode usar os carboidratos que a gente poderia dizer assim… “Carboidratos paleo”… Aqueles que poderiam ser colhidos pelos caçadores-coletores. Quais sejam… Frutas e raízes. Usar isso como um coringa. A gente vai ver quanto desse tipo de carboidrato essa pessoa pode comer de acordo com a situação dela e o desejo dela. Se a pessoa deseja perder peso, pode ser interessante não comer muita batata, não comer muito aipim, não comer muita banana. Agora, se a pessoa não tem diabetes, não tem síndrome metabólica e não precisa perder peso, eu não vejo nenhum motivo pelo qual ela deva restringir esses alimentos. Ela pode comer quanta banana e batata quiser. As pessoas não adoecem porque comem muita fruta. Não adoecem porque comem muitas raízes, que são carboidratos não processados e naturais. Depois que a pessoa já está doente, existem situações. As principais são obesidade, síndrome metabólica, diabetes… Nas quais a restrição de carboidrato (low carb) traz benefícios. Aí claro, batata não é low carb. Banana não é low carb. Então, depende da situação de cada um.
Rodrigo Polesso: É, exatamente. Para a gente fechar esse assunto, acho que uma das coisas principais a serem enfatizadas, principalmente para as pessoas que viram a palavra low carb pela primeira vez… Low carb significa baixo carboidrato. Muita gente pode assumir que muita coisa que tenha baixo carboidrato é saudável. Por exemplo: vou tomar um monte de aspartame com água, porque água doce com aspartame não tem carboidrato, não tem problema. Sempre eu falo alimentação forte, eu falo que é uma alimentação baseada em alimentos de verdade. Essa é a âncora. O low carb é uma alimentação baseada em alimentos de verdade, que é a base da alimentação forte, no caso. Acho que essa é a âncora, Dr. Souto.
Dr. Souto: Eu acho, Rodrigo, que a gente pode até fazer assim… Low carb é o qualificador da alimentação forte. Podemos ter alimentação forte low carb ou não. Vai depender da necessidade. É claro que a alimentação forte vai será mais low carb do que a dieta da maioria das pessoas. A dieta da maioria das pessoas não apenas é feita de alimentos que não podem ser classificados como alimentos de verdade… Coisas comestíveis altamente processadas, que vê de fábricas e não vêm da terra, nem de criadouros. Além disso, é basicamente tudo carboidrato processado. A dieta de boa parte das pessoas chega a ser 70% carboidrato processado. É uma coisa louca. Comparando com a dieta (infelizmente) da maioria da população, a alimentação forte acaba sendo low carb. Mas, você tem razão. Vamos partir de um conjunto mais amplo: alimentação forte. Dentro desse conjunto mais amplo nós podemos fazer uma alimentação forte low carb, na qual nós vamos restringir determinados alimentos que são saudáveis, não são ruins para saúde… Mas são ricos em carboidrato e, talvez, para quem tem muito peso para perder, ou é diabético, ou tem síndrome metabólica… Precisam ser restritos. Então, low carb passa a ser um qualificador do conceito de alimentação forte.
Rodrigo Polesso: Perfeitamente. Se o pessoal quiser ir no YouTube e digitar “o que é alimentação forte”, tem um vídeo que eu falei exatamente disso. Você pode ter uma alimentação forte cetogênica, low carb, médio carb e até high, se você quiser, respeitando o fundamento principal disso tudo. Dr. Souto, antes de partir par ao primeiro assunto… Eu estava lendo a pauta e a gente começou a falar antes de começar a gravar… Da guerra do açúcar. Tem muita gente falando do açúcar, que o açúcar é o grande problema, é uma droga, uma toxina, o açúcar para a criança é como álcool para o adulto… E parece que a indústria esteja sofrendo um pouco com a diminuição de demanda. O que você viu na mídia ultimamente que vale a pena falar sobre essa questão do açúcar?
Dr. Souto: Eu tinha visto esse artigo original e inglês. Acho que saiu no Bloomberg. Eu tinha visto no Twitter. Um leitor do blog mandou uma mensagem dizendo que ele escuta nossos podcasts. Ele fez uma mudança na vida dele. Em um ano ele saiu de 92 quilos para 78 quilos. Está se sentindo super bem. Está muito mais saudável. Aí ele colocou o seguinte. “Trabalho numa usina de açúcar e álcool no setor comercial. Por isso, prefiro que não falem meu nome. As demais informações ok em divulgar. Hoje recebi um relatório do mercado de açúcar, que pode ver no link abaixo a respeito na tendência de queda no consumo de açúcar. Acho que a demanda por produtos menos açucarados pode estar fazendo com que a indústria chegue num ponto de inflexão. É muito interessante. Acho que podemos colocar o link desse estudo. É um link de uma newsletter da indústria brasileira do açúcar e do álcool. Eles fizeram questão de traduzir essa reportagem do Bloomberg. Ela mostra uma queda de 16% no preço do açúcar bruto. “Não é a queda que assusta uma indústria com um valor de 150 bilhões de dólares. É a perspectiva do que o pior ainda está por vir.”
Rodrigo Polesso: Para eles isso aqui é uma péssima notícia, mas para todos nós aqui isso é uma ótima notícia.
Dr. Souto: Isso é uma vitória. Nós aqui no nosso podcast, vocês todos que estão nos ouvindo… Vocês podem votar com seus reais. Cada vez que você vai ao supermercado e deixa de comprar um produto processado, deixa de comprar alguma coisa leva açúcar… Isso é uma parte do que está se refletindo nessa queda na demanda do açúcar; na queda dos preços. Quando eu vi esse estudo no Twitter, até comentei com quem compartilhou. Tenho uma bela solução: transforma tudo em álcool. Vai usar como biocombustível. O etanol é bom para o carro. Vai ser uma situação win-win. Todo mundo sai ganhando. As pessoas vão ficar mais saudáveis, o ambiente vai usar menos combustíveis fósseis não renováveis. Pode ser até bom para o Brasil, exportar álcool.
Rodrigo Polesso: Com certeza. Vou colocar o link para o pessoal ver depois. A manchete fala assim: “Guerra ao açúcar ameaça anos de crescimento de mercado.” A submanchete: “Além de ter a pior performance no índice de commodities da Bloomberg, o açúcar ainda enfrenta riscos para o futuro, sendo ameaçado pela demanda por produtos mais saudáveis e por xaropes mais baratos.”
Dr. Souto: Vou ler uma pedaço. “Na verdade, os gigantes da alimentação estão apenas começando a responder às sonoras solicitações de consumidores, grupos de lobbistas e legisladores para cortar carboidratos simples (considerados ruins) de produtos. A Coca-Cola, por exemplo, tem em andamento 200 reformulações de produtos, visando a diminuição do teor do açúcar, segundo afirmação, em outubro do ano passado, do presidente-executivo da companhia.” Mas a gente pode ir um pouco além e simplesmente não comprar nada a Coca-Cola.
Rodrigo Polesso: Com certeza.
Dr. Souto: “Na mesma tendência, a Nestlé afirmou no final do ano passado que encontrou uma maneira de reduzir o açúcar no chocolate em até 40%.” Na realidade, a gente tem uma solução muito melhor, né, Rodrigo? Podem aumentar a quantidade de cacau do chocolate e com isso reduzir a quantidade de açúcar. Enfim, o interessante é o seguinte. Os fabricantes estão tendo que se mexer porque a cabeça dos consumidores está mudando. E eu gosto de pensar que a gente na Tribo Forte tem um pouco de participação nisso.
Rodrigo Polesso: Eu também gosto de acreditar nisso. Eu tinha entrado na página da matéria e quando eu fui sair, apareceu bem grande: “Etanol e cana direto no seu email.” Não quero etanol e cana direto no meu email. É uma notícia boa para começar, então. O primeiro tópico é o grande mito. Ele não é conclusivamente derrubado ainda. É uma coisa que eu estava discutindo com o Dr. Souto há um tempão atrás… Se é possível uma pessoa estar obesa e saudável ao mesmo tempo. Saiu um estudo… Vou colocar o link também… Sobre a questão do mito do obeso saudável. Eles analisaram o histórico de saúde de 1995 até 2015 de 3,5 milhões de adultos que incialmente não tinham doença alguma – ou seja, eram saudáveis. O time pegou essas pessoas que eram metabolicamente saudáveis, que tinham pressão sanguínea normal, colesterol normal, não tinham diabetes e mesmo assim eram obesos. Eles acompanharam essas pessoas ao longo do tempo tentando identificar qualquer uma das quatro condições cardiovasculares que poderiam acontecer com essas pessoas. O resultado mostrou que, comparando com pessoas saudáveis (com peso normal), aqueles que eram obesos saudáveis tinham 49% a mais de risco de doença coronária. Eles também tiveram 7% a mais de risco de infarto e 96% a mais de risco de falha cardíaca. O Dr. Hishi Kaleiaketi falou assim, “A ideia de ser obeso saudável é um mito. Tem muito o que os profissionais de saúde e as pessoas obesas podem fazer para reduzir o risco da doença. O que nós mostramos nesse estudo com 3,5 milhões de pessoas é que obesos metabolicamente saudáveis comparados com pessoas de peso normal estão sob maior risco de condições como doença cardíaca, infarto e falha cardíaca.” É interessante colocar uma pulga atrás da orelha talvez… Se existe como estar num estado de obesidade e mesmo assim estar saudável ao longo prazo.
Dr. Souto: A palavra-chave é a questão do longo prazo. É possível a gente bater uma fotografia e, naquele momento, o sujeito estar obeso e metabolicamente saudável. Mas não é uma coisa que se sustente. Eu faço uma analogia que é a seguinte. Imagine que eu tenha um carro novo. Eu boto esse carro novo numa estrada esburacada, boto no paralelepípedo, estra ruim. Como o carro é novo, a suspensão é nova, ele vai bem… Enquanto ele é novo. Mas obviamente, estou reduzindo a vida útil desse veículo, porque estou tratando ele mal. O sujeito que tem obesidade e está metabolicamente saudável… A forma correta seria a gente dizer que ele ainda está saudável, mas está se tratando mal. Ele é um carro que está sendo maltratado pelo seu proprietário e sendo jogado na estrada esburacada. É óbvio que a suspensão vai quebrar, e vai ter problemas. A diferença é que o carro a gente pode trocar.
Rodrigo Polesso: Exatamente. Outra coisa é que a gente considera alguém metabolicamente saudável baseado em alguns marcadores que conseguimos observar. Mas temos que ser humildes o suficiente para entender que a ciência não sabe todos os aspectos do corpo que podem estar indo para o lado errado nesses casos.
Dr. Souto: Com certeza. Acho que você pegou no ponto certo. Até que ponto as membranas celulares não estão sofrendo a ação de oxidação, de glicação… Até que ponto as mitocôndrias não estão sofrendo a ação de radicais livres. O que nós estamos vendo são marcadores muito grosseiros e muito indiretos; marcadores substitutos. O sujeito está com a glicose normal ainda… O sujeito está com os triglicerídeos ainda normais no sangue… É a história do carro novo. O carro novo ainda não está acendendo luzes no painel, mas não significa que peças não estejam se deteriorando, porque o carro está andando no buraco.
Rodrigo Polesso: É. E o outro lado na moeda também é legal falar… A questão de as pessoas acharem que só porque uma pessoa está magra, ela está saudável. Um exemplo disso você falou no começo desse podcast. Magreza não é – de maneira alguma – sinônimo de estar saudável.
Dr. Souto: É simplesmente um marcador. Evidentemente, se eu ver uma pessoa com sobrepeso, ela tem uma chance muito maior de ter síndrome metabólica do que um sujeito magro. Mas a gente encontra as duas situações. O sujeito que está com sobrepeso e ainda está saudável e o sujeito que, embora não tenha sobrepeso, já está doente. O certo é a gente rodar num asfalto bom, dirigir de forma adequada e botar um combustível que não seja batizado. Aí a gente vai fazer com que esse carro renda seu potencial. Levando a analogia mais adiante, eu posso ter a genética de um carro muito bom ou posso ter a genética de um carro popular. Genética a gente não escolhe. Mas qualquer uma dessas genéticas terá um desfecho melhor se eu botar um combustível que não seja batizado e andar num asfalto liso do que se eu jogar na estrada esburacada.
Rodrigo Polesso: Com certeza. A minha opinião pessoal é que… Não estou falando de quem está um pouco acima do peso. O estado de obesidade, na minha opinião, não é uma coisa normal. O ser humano não foi desenvolvido para ser obeso. Obesidade eu não acredito que seja uma coisa normal, principalmente quando falamos em gordura visceral, que é uma coisa bizarra. É tão comum no Brasil e em outros países também, você ver aquela pança. Tem pessoas que são os “magros gordos”. Aquele que é magro no pescoço, braços, pernas… Mas uma protuberância na barriga, inchado. Parece até dura. Acho que esse é o pior tipo de gordura que tem, a visceral.
Dr. Souto: Tem o TOFI. “Thin outside, fat inside” – quer dizer, magro por fora e gordo por dentro. O TOFI é complicado. Há gordura subcutânea… Essa gordura que fica debaixo da pele… A gente pode não gostar dela do ponto de vista estético, mas ela não é metabolicamente ruim. Inclusive, há quem diga que as pessoas que têm facilidade de acumular um pouco de gordura subcutânea, mas ao mesmo tempo não tem facilidade de acumular gordura visceral (ao redor dos órgãos) são até mais saudáveis. Essa gordura subcutânea serve para evitar que a glicose vá se acumular, vá produzir esteatose, esse tipo de coisa. Essas calorias sobrando… Essa glicose sobrando vai ser convertida em gordura e vai lá para a gordura subcutânea. Enquanto que as pessoas que são geneticamente incapazes de engordar no subcutâneo… E acabam engordando só visceral, que é o TOFI… Elas tendem a ter mais síndrome metabólica e mais diabetes.
Rodrigo Polesso: Pois é. Complicado. Vamos ver agora esse estudo bacana aqui. Ensaio clínico randomizado. É um estudo controlado. Pequeno, mas controlado. Os resultados dos quais vamos falar agora são preliminares, não são resultados finais. Esses resultados foram publicados em abril de 2017. Vou colocar o link para vocês. Vou ler para vocês. O objetivo do estudo é o seguinte. O objetivo do estudo é determinar se o consumo de uma dieta low carb com suplementação de ovos (você vai entender mais daqui a pouco) versus uma dieta padrão, que é alta em carboidrato e baixa em gordura… Vê os resultados na perda total de gordura visceral, na preservação de massa magra e também em melhoras na questão de resistência à insulina… E também no perfil lipídico das pessoas. Nesse ensaio clínico randomizado, 26 homens e mulheres de 60 a 75 anos com obesidade (índice de massa corpórea maior que 30) consumiram ou uma dieta mais low carb (25% carboidrato, 25% proteína e 50% gordura) e outro grupo consumiu uma dieta normal (55% carboidrato, 25% proteína e 20% gordura) por 8 semanas. Dois meses só. O pessoal que consumiu essa dieta low carb adicionaram três ovos inteiros por dia. Os participantes não foram pedidos para controlar… Não era uma requisição do estudo controlar a quantidade calórica. Era basicamente particionar a alimentação, adicionar os ovos e basicamente isso. Os resultados foram o seguinte. Os participantes do grupo do low carb com ovos perderam 11% em 8 semanas do total de gordura, enquanto o pessoal da dieta normal perdeu 2,3%. O grupo low carb perdeu três vezes mais gordura visceral comparado ao time da dieta tradicional.
Dr. Souto: Vamos pausar e vamos ouvir isso que o Rodrigo acabou de dizer. Vou repetir bem devagar. O grupo low carb com ovos adicionais na dieta… Ninguém estava restringindo calorias por obrigação… Perdeu três vezes mais gordura visceral… Especificamente a visceral… Da qual acabamos de falar há cinco minutos atrás, que é a que é realmente ruim. Foi 23% de diminuição num grupo versus 7% de diminuição no outro grupo. Isso é sensacional. Se tivesse uma pílula que fizesse um efeito desse, não se falaria em outra coisa. É simplesmente fazer o contrário do que se normalmente se diz. “É para comer 55% de carboidratos.” “Está bem, então vou comer 55% de gordura.” “É para não comer ovos? Então vou comer três todos os dias.” “Carboidratos são importantes? Então vou reduzi-los para 25%.” Basicamente, faça tudo o contrário. Qual é o resultado? Três vezes maior perda de gordura visceral.
Rodrigo Polesso: E basicamente 5 vezes maior perda de gordura total. É abismal a diferença. Outra coisa muito importante também de diferença… Eles mediram um medidor de sensibilidade à insulina… E o grupo do low carb teve melhoras bem mais significantes na questão de sensibilidade à insulina. Se tornaram mais sensíveis à insulina. A gente sabe que quando você se torna mais sensível à insulina, quando você controla melhor a insulina, você perde gordura mais facilmente também. Todas as peças acabam se encaixando aqui também.
Dr. Souto: A próxima frase vou fazer como uma pergunta para você. O grupo low carb deve ter perdido músculo para caramba… Eles devem ter perdido todo músculo do corpo, não é isso?
Rodrigo Polesso: É isso que eu acho que o pessoal deve estar pensando. Eles mediram isso também. Não teve diferença alguma em mudança de massa magra ou metabolismo basal em ambos os grupos. Ou seja, ambos os grupos mantiveram a massa magra e mantiveram o metabolismo basal. Essa questão de “entrar em starvation mode e vai diminuir o metabolismo”… Tudo balela. Eles viram que não tem diferença nenhuma nesse caso.
Dr. Souto: Para ficar bem claro… Eu sei que boa parte de vocês que estão nos ouvindo aqui… Ainda essa semana… Alguém, um amigo, vizinho, namorada… Vai dizer, “O problema dessa dieta é que você perde peso, mas tudo o que você perde é músculo e água.” Não! É um ensaio clínico randomizado. A gente está lendo para vocês. Nesse estudo se mediu a perda de gordura, não apenas a perda de peso… Quanto a perda de gordura foi no corpo todo… Quanto foi visceral… Quanto se perdeu – ou não – de massa magra… Não mudou a massa magra nas pessoas. As pessoas que diminuem carboidratos perdem gordura, melhoram a resistência à insulina. É isso que acontece. É o quinquagésimo ensaio clínico randomizado mostrando a mesma coisa. Precisa de quantos para convencer o pessoal? Na verdade, precisa convencer o pessoal a ler.
Rodrigo Polesso: Exato. E a repetição é mãe do aprendizado. Quando mais a gente repete, mais fica calcificado na cabeça. E tem mais ainda. Teve uma maior diminuição nos triglicerídeos… A gente sabe que é bom ter eles baixos e controlados. E teve um maior aumento do HDL no grupo de low carb com ovos. A conclusão do estudo foi o seguinte: “Quando comparando-se à uma dieta tradicional – alta em carboidrato e baixa em gorduras – o consumo de uma dieta baixa em carboidratos suplementada com três ovos inteiros por dia resultou na perda de massa adiposa – especialmente de gordura visceral – enquanto preservando a massa magra e o metabolismo basal. Esse padrão dietético também resultou em melhoras significativas dos índices de saúde metabólica, incluindo a sensibilidade à insulina, triglicerídeos e colesterol HDL.” Esse estudo foi patrocinado pelo Centro de Nutrição do Ovo, porque eles suplementaram com três ovos. Mas já sabemos que ovo é um dos alimentos mais perfeitos da natureza. Então, se foi patrocinado ou não por essa indústria, nesse caso, com um estudo bem controlado, não vejo problema nenhum.
Dr. Souto: O que eu penso é o seguinte. O patrocinador não é a única coisa que decide se um estudo deve ser levado a sério ou não. Vamos qualificar. Quando é um estudo observacional, que já é um baixo nível de evidência… O patrocinador tem muita possibilidade de manipular a interpretação dos dados de um estudo observacional. Basicamente um estudo observacional é um grande buffet de associações que podem ser escolhidas de acordo com o paladar do pesquisador.
Rodrigo Polesso: É uma cartola de mágico. Você tira o que quiser lá de dentro.
Dr. Souto: Isso aí. É uma caixa cheia de ferramentas e eu escolho a que eu quiser. Se eu sou a favor de ovo, vou escolher uma coisa que diz que ovo é bom. Um ensaio clínico randomizado é diferente. Eu posso ser a Associação da Nutrição do Ovo e patrocinar o estudo. Mas uma vez que as pessoas são randomizadas, um grupo como low carb com ovos o outro grupo não… E eu observo esses resultados… A única influência danosa que a Associação dos Ovos poderia ter é a seguinte. Se o estudo mostrasse que não fez diferença, eles poderiam dizer “a gente prefere não publicar esse estudo”. Esse tipo de influência existe. O resultado que foi observado no ensaio clínico randomizado… Esse é o resultado. Não como dizer que não. O fato de ser patrocinado por eles não muda. Além do que, não é o único e não é o primeiro. Existem, como a gente já falou, mais de 50 ensaios clínicos randomizados apontando no mesmo sentido. E muitos deles têm patrocínio público… Patrocínio de governo. Não é patrocínio da indústria. Vou fazer um exemplo fora da nutrição para ficar mais claro. Se amanhã aparecesse um estudo mostrando que cigarro é bom para seu pulmão e fosse patrocinado pela indústria do tabaco, a gente iria desconfiar. Agora, se amanhã saísse um estudo, que é o milésimo estudo mostrando que o cigarro faz mal para o pulmão, mas esse estudo foi patrocinado pela indústria do tabaco, faz diferença? Não, porque ele está alinhado com o que todos os outros estudos já mostram. Está visto que, embora seja patrocinado pela indústria do tabaco, ele não está mostrando nada que seja diferente daquilo que a gente já esperava. É exatamente o caso desse aqui. Ele é patrocinado pela indústria dos ovos, mas ele não o primeiro mostrando que ovo não faz mal. Ele não é o primeiro mostrando que low carb tem um resultado melhor em perda de gordura. É o quinquagésimo que está mostrando isso. E vários outros não tiveram patrocínio da indústria dos ovos. Só para ficar bem claro: a gente não está omitindo que exista esse patrocínio. Estou tentando dizer para vocês porque que neste caso o patrocínio não faz nenhuma diferença.
Rodrigo Polesso: Tenhamos dito. Tem uma pergunta que eu acabei de responder agora pouco antes de começar a gravar o podcast. A gente pode finalizar com isso. Eu fiz um vídeo bem recente e postei no YouTube. É quais alimentos emagrecem e quais engordam… Com a ideia de não passar uma lista de alimentos para o pessoal, mas ensinar as principais coisas que você deve analisar quando você olhar para o alimento para saber se aquele alimento vai te ajudar a emagrecer ou vai te ajudar a engordar ainda mais. A gente menciona também a questão dos carboidratos… Principalmente a questão da insulina… Quanto um alimento impacta na questão da insulina. Tem gente que, em vez de ver isso como uma forma de ganhar uma liberdade através do conhecimento, a pessoa vê como uma restrição. “Agora não vou comer mais nada.” Não é basicamente isso. A pergunta que veio foi da Dani Padilha: “O negócio é que ficamos sem opção de carboidrato para comer em uma dieta para emagrecimento. Nem a batata doce pode.” Eu não sou muito polido nas respostas. Mas eu respondi o seguinte: Tudo pode. É só decidir se você quer ou não as consequências de cada coisa. Segundo, não existem carboidratos essenciais. Ou seja, o corpo é capaz de funcionar perfeitamente sem a ingestão nenhuma de carboidratos. Isso é fato. O fato de nós estarmos meio viciados em carboidratos às vezes nos faz pensar que nós não conseguimos viver sem eles, mas é um fato científicos que podemos viver sem eles. Aliás, todas as folhas, legumes e frutas são carboidratos, primordialmente. Mas o pessoal tende a entender que carboidrato é basicamente pão, batata e doce. “Carboidrato é ruim.” Não, não é todo carboidrato que é ruim. Carboidrato ruim que é ruim. Então, se eu não posso comer batata doce, Dr. Souto, qual outro carboidrato que eu preciso comer? Na verdade, eu preciso comer?
Dr. Souto: Eu acho que a pessoa precisa botar a mão na consciência e ver o que ela quer da vida. Eu também não vou ser muito polido. Nós estamos oferecendo uma opção. Não é a única. Existe a opção de uma alimentação forte low carb, de uma dieta low carb. Mas a pessoa tem outras opções também. Ela pode fazer uma dieta de restrição calórica tradicional. Se ela preferir, ela pode comer bem pouquinho várias vezes por dia… Barra de cereal… Aquelas coisas… É uma alternativa. Ela pode preferir usar inibidores de apetite. Pode preferir talvez fazer uma cirurgia. Low carb é uma opção que eu acho muito interessante porque a gente não sente fome. “There is no free lunch”. Não existe almoço grátis. Não existe conseguir resultados sem nenhum esforço. Eu acho que a pessoa tem que botar um pouco a mão na consciência. “Eu quero ganhar músculos, mas não quero fazer exercício.” “Eu quero aprender uma língua, mas eu não quero estudar aquela língua.” A gente quer um monte de coisa. Mas para aprender uma língua, precisa de alguns anos. Para aprender a tocar um instrumento, precisa aprender a tocar o instrumento. Para ficar bom num esporte, para ficar sarado, tem que levantar peso. E sim, levantar peso vai ficar dolorido depois. É cansativo. No planeta onde eu vivo, não existe resultado sem esforço. Se o esforço que a pessoa acha que a restrição de carboidratos… Ficar sem pão, sem biscoito… Se isso é uma coisa insuportável, então a pessoa tem que botar a mão na consciência e ver. “Eu realmente quero resultado? Sim ou não?” Segundo: eu acho as alternativas melhores? A pessoa tem que sair do mundo dos sonhos. Não existe a alternativa continuar comendo tudo o que eu comia do mesmo jeito que eu comia e magicamente perder peso. Eu não conheço essa alternativa. A alternativa a low carb não é comer tudo o que você quer. A alternativa a low carb é comer pouco de tudo. Numa dieta de nutricionista tradicional, não tem biscoito recheado liberado. Numa dieta para perda de peso de restrição calórica alto carboidrato e baixa gordura (dieta tradicional) não tem pão com geleia. Pode ter um pão integral com geleia diet, mas ele é bem pequeno. Você vai comê-lo e uma hora depois estará com fome. “Mas eu gosto tanto de pão, mas tanto de pão, que eu prefiro comer um pão bem pequeno e ficar com fome… Mas pelo menos posso comer um pão… Do que comer ovos mexidos sem ficar com fome até a saciedade, mas não poder comer pão.” Ora, isso, é uma decisão pessoal de cada um, assim como a gente decide outras coisas na vida… Em quem vai votar, enfim. Eu assumo que estamos falando para adultos, que podem parar de “mimimi”. “Eu quero perder peso.” Se eu fosse na academia, “Eu quero ficar mais forte. Quanto de esforço e que tipo de esforço estou disposto a colocar neste projeto?” Sim, nem sempre é fácil. Seria melhor eu comer sorvete da Häagen-Dazs o dia inteiro. Mas eu sinto quebrar os sonhos de quem está nos ouvindo. Não existe dieta do sorvete de Häagen-Dazs. Até existe, mas ela deve ser feita por lutadores de sumô.
Rodrigo Polesso: Não é bem o objetivo de todo mundo, eu acho.
Dr. Souto: Exatamente. Não sei se você concorda, Rodrigo. Eu penso assim.
Rodrigo Polesso: Eu penso exatamente igual. Inclusive, a frase “no pai, no gain” não veio do nada. Não tem resultado sem esforço. Um pensamento interessante é o seguinte: avaliar as alternativas. Se você quer mudar, continuar na mesma não é de fato uma alternativa. Então, ou você vai pelo caminho de restrição calórica tradicional… Aí o esforço vai ter que ser integral pelo tempo que você conseguir levar essa dieta até você conseguir sustentar. Se você fizer uma alimentação forte, mais low carb, otimizada para o emagrecimento, o esforço será o esforço de adaptação. Depois da adaptação, não esforço… Nenhum masoquismo depois disso. Então, basicamente, você escolhe sofrer pelo período integral de intervenção ou “sofrer” por duas semanas até você se adaptar e colher resultados pelo resto do processo. Ao meu ver, é basicamente isso tem que se ligar.
Dr. Souto: Vou fazer a analogia de novo. O sujeito que levanta o peso, fica dolorido… Depois o cara pode achar que ficou melhor no espelho. É bom a gente ter a experiência que eu tive recentemente… Passar duas semanas nos Estados Unidos e voltar mais magro do que fui. Tudo mundo escuta… “Estava fazendo, mas aí viajei… Sabe como é.” Aí o cara volta com um monte de peso. Depois tem dificuldade de perder. Na primeira vez, quando fez low carb, era mais fácil. Na segunda vez é mais difícil. O cara que para de fumar, ele não diz assim… “Como agora eu vou viajar, vou fumar essas duas semanas. Depois eu tento parar de novo.” Eu acho que as pessoas têm que ter responsabilidade por suas decisões, prioridades… Na minha opinião é uma coisa fácil… Depois é uma vida inteira de tranquilidade, de não ter que ficar contando calorias e passar fome. Eu não fiquei me entupindo de carboidratos na viagem. Mas eu não viajo para isso. Eu viajei para ver os museus do Smithsonian em Washington. Fui viajar para adquirir cultura, passear… Na realidade é justamente uma vantagem, não ter que ficar parando e comendo o tempo todo. A gente faz um bom café da manhã e depois só vai jantar.
Rodrigo Polesso: Perfeito. Falando em passar fome, com o que você passou fome no almoço hoje?
Dr. Souto: Hoje o almoço não foi exatamente criativo. Foi um bife com ovo, uma salada. O de sempre. Eu almoço em casa praticamente todos os dias. Se você tivesse me perguntado ontem, ontem eu comi um estrogonofe com carne e palmito dentro de uma moranga.
Rodrigo Polesso: Não foi você que fez, imagino.
Dr. Souto: Óbvio que não. Se fosse eu, teria sido um bife na chapa e um ovo.
Rodrigo Polesso: Recentemente o Ted Naiman… Um cara sensacional. Ele falou o seguinte. O nível de credibilidade da informação nutricional que alguém te dá basicamente é proporcional a quão distante essa sugestão está de carne e ovo.
Dr. Souto: Eu vi esse tuíte dele. Sensacional. Ele até botou uma lei do inverso do quadrado. É inversamente proporcional ao quadrado da distância que a pessoa está da orientação de comer bife com ovo.
Rodrigo Polesso: Perfeito, muito bom. Eu comi carne moída orgânica (grass fed). Cortei um monte de alho, um monte de cebolinha verde, um pouco de gengibre, manteiga e óleo de coco na frigideira… Coloquei a carne por cima. Depois coloquei uns quiabos cortados no meio, fiz um mexidão. Do lado comi uma salada e um abacate inteiro com um toque de sal. Não preciso comer nas próximas 24 horas, praticamente. É uma liberdade que a gente ganha. Não precisar ficar refém de comida. É uma liberdade. Abrir a mente e abraçar essa liberdade. Mas não tem nada que venha sem um custo de se empenhar, se adaptar… Fazer por merecer.
Dr. Souto: Isso vale para tudo na vida. Para vocês que estão estranhando… Estou finalmente com um som bom. Eu, depois de 60 e poucos episódios, eu finalmente investi num equipamento adequado para gravar podcast. Depois eu quero saber de vocês que estão nos ouvindo se o som realmente melhorou. Estou gravando em estéreo, high definition.
Rodrigo Polesso: É um equipamento de estúdio norte-americano para gravar o podcast.
Dr. Souto: Saiu de gravar no meu celular segurando com a mão para outro padrão.
Rodrigo Polesso: Outro padrão. Se apagar a luz, parece discoteca de tanta luz que tem esse equipamento. Maravilha. Um abraço para todo mundo, então. Dr. Souto, obrigado. A gente se fala na próxima.
Dr. Souto: Abraço. Até mais.