TRIBO FORTE #124 – LATICÍNIOS GORDUROSOS, METABOLISMO E CHOCOLATE

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste Podcast:

  • Como emagrecer sem desacelerar o metabolismo?
  • Qual parece ser a real sobre o consumo de laticínios gordurosos?
  • E ainda, um pequeno escândalo envolvendo um artigo dizendo que Chocolate é emagrecedor…

Escute e ESPALHE!!!?

OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Casos de Sucesso do Dia

sucesso

 

 

Referências

Estudo no Qual Obesos Foram Colocados em uma Dieta Cetogênica

Estudo Prospectivo Sobre o Queijo

Estudo Onde Fala Que Doce Ajuda a Perder Peso

 

 

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá, bem-vindo para você! Boas-vindas para mais um episódio da Tribo Forte. O episódio de hoje é o número 124. Caramba… É muito. Até não acredito que a gente fez um por um até 124. Passa muito rápido o tempo. Você que está começando a ouvir nossa história do Tribo Forte desde o primeiro, boa sorte. Você vai precisar de boas almofadas para você se acomodar durante esse processo. Mas aqui a gente está, de novo, semanalmente compartilhando com você o que a gente pode, o que a gente tem de melhor sobre estilo de vida saudável, alimentação, emagrecimento, saúde no geral, na lata, doa a quem doer, trazendo para você a evidência científica… O poder da evidência científica que a gente tem à disposição hoje. Maravilha. Olha só… Hoje a gente vai cobrir três tópicos principalmente. Como emagrecer sem desacelerar o metabolismo. Será que tem alguma forma interessante a respeito disso? Vamos ver também qual parecer se a real sobre o consumo de laticínios gordurosos. E ainda um pequeno escândalo envolvendo um artigo que disse que chocolate emagrece… O que tem a ver com isso? A gente vai ver tudo isso no podcast de hoje. Primeiro, boa tarde, Dr. Souto. Como que está por aí?

Dr. Souto: Boa tarde, Rodrigo. Boa tarde aos ouvintes. Tudo tranquilo, tudo pronto.

Rodrigo Polesso: Tudo tranquilo? Que maravilha. Para aquecer, pessoal, um aviso antes aqui sobre o evento que vai acontecer agora em setembro. O relógio está contando. Dei uma olhadinha agora antes de começar o podcast e tem apenas 16% dos ingressos disponíveis. Só 16% para lotar a sala. Ou seja, 84% agora dos ingressos já estão vendidos e falta pouco mais de 2 meses para o evento. Então, estou avisando faz tempo. São somente 166 ingressos no total disponíveis. Isso é agora. Esse podcast vai ao ar daqui alguns dias. Eu avisei a minha audiência também disso. Então, fica esperto. Se acabar, não tem como abrir exceção porque não tem como colocar gente lá deitada… Gente sentada em cima de lugar nenhum. O limite, quando chegar, chegou. E faltam 16% dos ingressos disponíveis. Faltam um pouco mais de 2 meses para o evento só. Então, vai lá. Para você ver como vai ser evento, quem vai falar no evento, o que a gente vai cobrir, datas, preço do ingresso que está promocional ainda, você pode acessar TriboForte.com.br/AoVivo. Ou entre em TriboForte.com.br e clica no menu lá em “Evento Ao Vivo” que você vai ver todos os detalhes lá. Vai ser espetacular. A gente vai se ver lá. E vai se munir de muita energia, muita informação bacana para transformar nosso estilo de vida saudável. Entra lá: TriboForte.com.br/AoVivo. Maravilha. Que beleza. Vamos lá então. Vamos começar pelo primeiro assunto aqui. Desaceleração do metabolismo. É uma coisa que todo mundo teme, uma coisa que todo mundo tem dúvida. Como emagrecer sem desacelerar o bendito do metabolismo? Todos nós sabemos que ao entrar numa dieta tradicional, que reduz calorias, reduz gordura, faz a gente comer de 3 em 3 horas, vai te exercitar mais… Nós nos sentimos perfeitamente horríveis. É péssimo, a gente sabe. E muitos ficam totalmente sem energia também. O metabolismo se reajusta, você desacelera e você começa a parar de perder peso. Isso não é novidade para ninguém que já tentou fazer alguma dieta na vida, inclusive eu. Agora considere esse estudo publicado que mostrou o seguinte. Mostrou que alguns obesos… Abaixo de 60, não lembro agora quantos obesos… Foram colocados em uma dieta cetogênica de baixa caloria por 4 meses até eles eliminarem 20 quilos. Ou seja, é uma dieta bastante limitada em carboidratos e nesse caso eles reduziram também as calorias do pessoal. Agora, quando eles foram medir o metabolismo desse pessoal depois de perder esses 20 quilos… Passaram 4 meses nessa dieta… Viu-se que, misteriosamente, não aconteceu essa desaceleração do metabolismo, não aconteceu esse ajuste negativo do metabolismo, o qual se manteve da mesma forma durante esse período de tempo. Depois de algumas análises, eles viram que os níveis de corpos cetônicos no sangue foi o que mais influenciou para que isso acontecesse. Foi o mais associado a essa manutenção do metabolismo. Ou seja, ao se emagrecer de forma correta – digamos assim –, ou seja, comendo de forma que faça sentido fisiológico no emagrecimento, mesmo que seja forçado em baixa caloria, como foi nesse caso, não parece se agredir o metabolismo à medida que se emagrece. Ou seja, diminuindo bastante a chance de que você atinja um platô, por exemplo, que é outra coisa que o pessoal teme bastante. Então, achei bastante interessante, Dr. Souto, esse estudo, para a gente dar uma discutida aqui. Mesmo forçando o pessoal a comer menos calorias, que é uma coisa que a gente não necessariamente sugere que as pessoas façam… A gente sugere que o pessoal foque na qualidade. A quantidade meio que toma conta de si própria. Mesmo fazendo isso, parece que o pessoal teve um ótimo resultado e sem esse ajuste negativo de metabolismo.

Dr. Souto: Isso daí é o Santo Graal dentro do emagrecimento. Desculpa, estou um pouco rouco, saindo de um resfriado. O que acontece é que essa redução do metabolismo basal dificulta especialmente a manutenção do peso perdido. Nós já comentamos aqui tempos atrás sobre o estudo, aquele do Biggest Loser… Em que os participantes do reality show da primeira temporada foram avaliados vários anos depois, acho que 6 anos depois pelo grupo do Kevin Hall. E o que se descobriu era que essas pessoas estavam com uma redução do metabolismo da ordem de 700 ou 800 calorias por dia. Uma redução muito profunda.

Rodrigo Polesso: Seis anos depois.

Dr. Souto: Seis anos depois. Ou seja, não é só ali no início. Uma forma de vocês entenderem o que é uma redução dessas significa o seguinte. Digamos que a pessoa pesava 150 quilos e agora está pesando 80 quilos. E tem uma outra pessoa que pesa 80 quilos, tem a mesa altura, mas nunca pesou mais do que 80 quilos. As duas pessoas têm a mesma altura e o mesmo peso. Mas aquele que uma vez pesou 150 quilos vai ter que comer 800 calorias a menos do que o outro, só para manter o peso. Então, é uma desvantagem muito grande e isso explicaria o principal motivo pelo qual a maioria dessas pessoas acaba ganhando todo o peso de volta. Não é a primeira vez que um estudo mostra que uma dieta very low carb (uma dieta bem baixa em carboidratos) parece não estar associada com esse fenômeno. O estudo clássico é o estudo de Hebbelinck, que se não me engano é de 2012… Estou puxando de cabeça… Mas é do grupo do Dr. David Ludwig. Naquele estudo eles fizeram um desenho muito interessante do estudo. Eles pegaram os participantes. Todos tinham sobrepeso. E colocaram todos numa dieta hipocalórica tradicional. Ou seja, a dieta não era low carb, era só uma dieta restrita em calorias… Até que as pessoas perdessem 15% do peso corporal. Uma vez que as pessoas perderam esse peso, eles colocaram as pessoas em uma de 3 dietas. Então, era uma dieta tradicional, uma dieta mediterrânea, se não me engano… Não me lembro direto. Mas o principal era que a terceira dieta era a low carb. E o grupo da dieta low carb podia comer 300 calorias a mais do que os outros para manter o peso perdido.

Rodrigo Polesso: Que beleza.

Dr. Souto: Aquele foi um estudo muito bem feito. Um estudo feito com a medida da taxa metabólica em calorimetria e tal. Esse agora é mais um estudo mostrando um fenômeno semelhante. Então, já não é a primeira vez que isso pinta na literatura e isso fecha bastante com a experiência que a gente vê no mundo real… No qual as pessoas parecem ter muito mais dificuldade não só de perder peso, mas de manter a perda de peso com a estratégia tradicional de passar fome. Eu gosto sempre de dizer. Eu tenho aproveitado cada oportunidade para salientar o que vou dizer agora. Sempre vai ter alguém que vai pegar alguma metanálise e mostrar assim… “Mas olha aqui, essa metanálise mostra que depois de 2 anos, tato faz a dieta que você fizer. É tudo a mesma coisa. Todo mundo ganha o peso de novo.” Pessoal, não confundam. O que esses estudos estão mostrando é que, depois de 2 anos, a maioria das pessoas não está seguindo a dieta.

Rodrigo Polesso: Exatamente.

Dr. Souto: Então, há um grande problema na interpretação dos estudos porque a forma tradicional de se interpretar um estudo científico, um ensaio clínico, hoje em dia é uma coisa chamada “intenção de tratar”. O que significa o seguinte… Se o Polesso foi sorteado, randomizado para uma dieta de baixo carboidrato, e ao final de um ano ele não perdeu peso nenhum… Mas vocês vão ver e o Polesso está comendo carboidrato para caramba… O Polesso não sai da loja de churros… Aí vocês vão dizer, “Tá, ele não perdeu peso porque ele não está fazendo low carb.” Azar. Ele foi sorteado para o grupo low carb. Então, a análise pela intenção de tratar é assim… A intenção original é que ele estivesse fazendo low carb. Então, ele vai ser analisado como se ele estivesse fazendo low carb. Por isso os estudos de dieta acabam mostrando que toda e qualquer dieta depois de 2 anos é a mesma coisa. Por quê? Porque é da natureza humana, meus ouvintes. A maioria das pessoas, no que se trata de mudanças de estilo de vida, infelizmente, não vai seguir mudança nenhuma de estilo de vida com o tempo. Claro. Isso significa… Vamos pensar… Acho que a gente falou isso no outro podcast, mas não custa repetir. Nem todo mundo escuta tudo. Se eu chegar e disser para as pessoas fazerem atividade física, é possível que daqui a 2 anos elas tenham largado a academia e não estejam mais fazendo. Isso não significa que fazer atividade física não traga nenhum benefício. Isso significa que se você não fizer, não vai ter benefício. Neste sentido eu vou dizer uma coisa paradoxal. Eu gosto mais de estudos pequenos e bem controlados com uma duração que não seja tão grande. Eu acho muito mais informativo para mim um estudo de 3 ou 4 meses, mas que tenha sido controlado ao pé da letra, todas as refeições tenham sido fornecidas pelo próprio estudo, de modo que eu posso realmente saber se aquela estratégia funciona ou não… Para conseguir separar a pergunta… A estratégia funciona ou não? Da pergunta… As pessoas vão seguir ou não? Porque daí quando a pessoa senta aqui na minha frente no meu consultório, eu posso responder para ela qual é a estratégia que, se implementada, funciona melhor. É à luz disso que eu acho que é interessante avaliar os estudos. Desculpa ter feito esse desvio tão longo, mas o desvio era para dizer o seguinte… Mais um estudo, então, mostrando que uma intervenção low carb cetogênica apresenta sim vantagens metabólicas. Por quê? Porque o metabolismo, aparentemente, desacelera menos. Por quê? A gente pode especular. Talvez o corpo não se sinta numa situação de privação tão grande quando ele pode usar gordura como fonte de energia.

Rodrigo Polesso: É aquela coisa… Quando a gente começa a emagrecer junto com o corpo, a gente tem esses benefícios. Mas a maioria das pessoas começa a emagrecer contra o corpo. Se forçando a exercitar, se forçando a cortar caloria e, ao mesmo tempo, cortando fontes de energia da dieta. Ela corta proteína gordurosa, que é muito nutritiva; a própria gordura que é muito nutritiva. A pessoa acaba cortando nutrientes, cortando calorias e se exercitando bastante. Você está tentando emagrecer contra a vontade do seu corpo. O seu corpo vai se adaptar e sempre vai ganhar no final. Não tem jeito. Outra coisa que você falou, muito interessante também, é essa questão da dieta. Eu acredito piamente que toda dieta tende a falhar ao longo prazo. Por quê? Porque dieta é um treco temporário. Dieta é um negócio que as pessoas seguem por um tempo determinado e param de seguir depois. Dependendo do tipo que é, uma mudança vai ser permanente, perene na cabeça das pessoas quando essa nova forma de se alimentar se tornar parte do estilo de vida dessa pessoa. O estilo de vida que você faz dia sim, dia não… Todo dia da sua vida pelo longo da sua vida. Uma forma que você se adaptou a viver, a comer ao longo da sua vida. Não é uma dieta mais – é seu estilo de vida. Quando isso entrar na sua cabeça, entrar nos seus hábitos, você vai tender a manter isso por muito mais período de tempo… Por muito mais longo período de tempo. É por isso que a gente foca bastante nessa questão de estilo de vida e não em dieta. A gente não quer coisa temporária. A gente quer coisa permanente.

Dr. Souto: É isso aí. E por isso que a gente está aqui toda semana também entrando pelos seus fones de ouvido, que é para ajudar você a se manter focado. Estilo de vida tem isso. A gente tem que, de tempos em tempos, requentar a coisa, senão esfria.

Rodrigo Polesso: É. Já repetiu isso 124 vezes. A gente vai continuar repetindo até que a coisa entre na cabeça mesmo. Maravilha. Olha só. Segundo assunto aqui. Quem aí gosta de um queijo natural, rico em gorduras, levanta a mão. Não estou vendo ninguém com a mão levantada, mas vou falar mesmo assim do assunto. Vou assumir que vocês querem ouvir. Olha só, eu particularmente gosto demais, principalmente do queijo brie de cabra, por exemplo. É uma paixão que eu descobri a pouco tempo… Há um ano por aí, um pouco mais. Ou um camembert cremosinho… Esses queijos cremosos eu adoro. Mas eu adoro todo tipo de queijo. Cada um tem a sua preferência. Agora… A gente escuta falar por aí que a gente tem que comer… Ah, não, eu lembrei de uma coisa aqui agora que tenho que contar. Eu estava no mercado outro dia comprando a alimentação forte da semana e dentro do mercado, na parte dos laticínios tinha uma nutricionista rodeada por uns 15 idosos. E ela falando. Pelo o que eu vi, ela estava instruindo as pessoas sobre como comprar coisas boas, como se alimentar.

Dr. Souto: Estou com medo do que vou ouvir agora.

Rodrigo Polesso: Na hora eu fiquei também com muito medo e quase peguei um bastão de baseball, só que me segurei. Eu não escutei toda a conversa. Nessas circunstâncias eu tento evitar porque eu fico nervoso. Então, eu tento evitar. Mas eu escutei ela mencionando assim… Laticínio, iogurte… Porque gordura saturada esse aqui tem tantas gramas. Eles estavam lendo rótulos. Falei, “Ah meu Deus.” Falei para minha namorada… “Está falando de gordura saturada. Está enganando esse pobre coitado desse povo.” Depois eu ouvi ela falando… “Vamos tentar descobrir aqui agora qual desses iogurtes na prateleira não tem açúcar adicionado.” Ótimo! Eu fiquei pensando… Ela olhou por um tempo… “Eu não consigo achar nenhum.” Aí eu fiquei pensando… Se você quer comer iogurte e quer que ele seja sem gordura e sem açúcar, vai comer o quê? Gesso cremoso? Você não vai achar nada mesmo.

Dr. Souto: Bebe água logo.

Rodrigo Polesso: Vai beber água, é melhor. Água branca. Coitado desse pessoal. Se privando com base no quê? Na opinião esdrúxula dessa mulher e não na opinião científica. Mas, enfim. Eu lembrei disso porque estava falando de iogurte. O iogurte, com toda a gordura que ele tem, é assim que sempre foi. O leite tem gordura, por algum motivo. Não precisa tirar ele industrialmente. Enfim…

Dr. Souto: Rodrigo… A gordura do leite é animal. Você já pensou que não sai gordura vegetal da glândula mamária? Que coisa incrível.

Rodrigo Polesso: Incrível. Exatamente.

Dr. Souto: A natureza querendo envenenar os bebês.

Rodrigo Polesso: Isso que eu ia dizer. O corolário disso é que todo ser humano que nasce é automaticamente convertido a um não vegano no nascimento. A primeira coisa que acontece é você nasce não sendo vegano. Então, por que você tem que inverter isso? Ai meu Deus do céu. Enfim… Olha só… Um estudo novo prospectivo… Não foi um ensaio clínico randomizado… Então tenha isso em mente foi publicado bem recentemente sobre essa questão dos laticínios gordurosos. O estudo acompanhou quase 3 mil idosos com mais de 65 anos de idade por 22 anos, e mediu o perfil lipídico deles ao longo desse tempo… E claro, prestando atenção aos ácidos graxos específicos relacionados ao consumo de laticínios. Como são 3 mil idosos de mais de 65 anos acompanhados por 22 anos, eles queriam, obviamente, pegar muitas mortes para poder avaliar alguma correlação. No final, eles não acharam nenhuma associação positiva entre o consumo de laticínios e problema de saúde ou morte. Veja o que os autores dizem. Vou traduzir simultaneamente. “Os nossos achados não suportam, mas ao contrário, fortalecem significativamente o crescente corpo de evidência que sugere que a gordura dos laticínios, ao contrário da crença popular, não aumenta os riscos de doença cardíaca ou mortalidade total em adultos mais velhos. Adicionalmente, além de não contribuir para a morte, os resultados sugerem que um ácido graxo presente nessa gordura dos laticínios pode ajudar a diminuir os riscos de morte por causa de problemas cardiovasculares, particularmente infarto.” Diz a Marcia Otto, que foi uma das que trabalhou no estudo. Então, basicamente, é um estudo prospectivo. Só que o mais importante é que ele se junta a um crescente corpo de evidência mostrando que não tem associação nenhuma entre essa gordura dos laticínios ou laticínios em si e problemas cardíacos e morte, que é uma coisa que eu acho que as pessoas precisam ouvir, né, Dr. Souto? Para evitar, por exemplo, aquela cena horrível que eu vi no mercado… As pessoas se privarem de algo que a gente vem comendo há décadas… Há milênios.

Dr. Souto: Incrível. Eu sempre vou citar aqui a expressão do Steven Nissen que diz que a nutrição realmente parece uma zona livre de evidências às vezes.

Rodrigo Polesso: É o Nissen que diz isso.

Dr. Souto: A quantidade de evidência que já existe no sentido de que a gordura dos laticínios especificamente é saudável… É um negócio incrível. Se eu imprimisse tudo, eu poderia empilhar e me facilitaria trocar a lâmpada do meu banheiro que queimou. Ia ser uma pilha tão alta de evidências… Na ponta da língua, de cabeça, eu posso dizer para vocês… Existem artigos mostrando que o consumo de laticínios gordos está associado com menos obesidade infantil do que o consumo de laticínios desnatados. O consumo de laticínios gordos, mas não o consumo de laticínios desnatados, está associado com um risco menor de diabetes tipo 2 em adultos. O consumo de laticínios gordos, mas não de laticínios desnatados, está associado com menor índice de massa corporal em adultos. E agora tem mais essa evidência aí do consumo de laticínios gordos está associado… Não está associado com mortalidade ou eventos cardiovasculares em idosos. E a pergunta é: Por que as pessoas ainda consomem coisas desnatadas? Sim, eu sei qual é a resposta. Pela desinformação. Mas a desinformação está vindo, como você viu aí no mercado, de profissionais da área.

Rodrigo Polesso: Exato.

Dr. Souto: Assim… Eu acho que é uma espécie de uma redoma. De um campo de força que fica ao redor das pessoas. Quando a evidência chega…

Rodrigo Polesso: Repele…

Dr. Souto: Repele. É incrível. É incrível. Então, não é um artigo. Não é esse. Ele não é o único. Ele não está indo contra o resto da evidência. Ele é mais um. As evidências estão se empilhando. O estudo PURE, que a gente sempre fala, de 2017… Agora está fazendo um ano da publicação… Mostrou justamente que a gordura total, a gordura saturada, estão inversamente associadas com mortalidade. E é o maior estudo epidemiológico que tem de dieta e saúde. Então, quer dizer… Precisa mais o quê? Estudos epidemiológicos não estabelecem causa e efeito, sim. Mas se houvesse… Se gordura dos laticínios ou se gordura em geral… Ou se gordura saturada causasse mortalidade, a gente não encontraria nos estudos observacionais uma associação inversa. Isso é logicamente inconsistente.

Rodrigo Polesso: Se tem uma coisa natural na natureza é o ser humano comer gordura. Acho que até mais que os outros dois macronutrientes, gordura é a coisa que foi sempre mais presente na dieta humana. Um bom sinal disso é que é mais gostoso. Tudo com gordura é mais gostoso. A gente está se forçando a comer o treco sem por causa de uma falsa crença.

Dr. Souto: O leite do seio materno é desnatado?

Rodrigo Polesso: Pois é. Será que a natureza não sabe o que faz?

Dr. Souto: Como eu botei no meu Twitter hoje… “Uma amêndoa não produz leite.” É leite de amêndoas que sai no seio materno? Não. É leite vegetal? A gordura é vegetal? Não. E por fim: o leite é desnatado? Não. Então, assim… Vamos partir do pressuposto de que a seleção natural, a evolução darwiniana, com o passar dos milhões de anos costuma otimizar os desfechos e pensar o seguinte. Leite materno tem gordura animal saturada. Pronto. Só isso.

Rodrigo Polesso: Exato. Simples. Só que vai no mercado hoje… Vai na prateleira de laticínios e tenta encontrar um iogurte grego de verdade. Qualquer iogurte que seja, que não seja baixo em gordura. É uma tarefa meio complicada de se conquistar.

Dr. Souto: Na semana passada eu estava em São Paulo e fui convidado para participar de um programa de televisão da TV Gazeta. Chama “Você Bonita”.

Rodrigo Polesso: Eu estive lá também.

Dr. Souto: Aí tivemos a ideia de levar vários produtos para mostrar para as pessoas os cuidados que tem que ter na interpretação dos rótulos. Então, o iogurte grego… Os dois que tinham ali… Um tinha açúcar direto. Mas o que estava escrito bem grande no rótulo era “Light 50% menos gordura”. Então, ele estava tirando aquilo que é bom e saboroso no iogurte… Aquilo que, como nós dissemos há pouco, está associado com um risco menor de doenças, está associado com um risco menor de obesidade e está associado com um risco menor de diabetes. Ou seja, a gordura do laticínio, esta, estava reduzida… Mas o que estava presente? Açúcar. E o outro dizia “Zero”. E aí, asterisco. A gente já até mencionou isso em outros podcasts, mas dessa vez eu estava com ele de novo na mão lá na televisão. Asterisco: “exceto aquele açúcar contido nos ingredientes.” E qual era o ingrediente? Suco concentrado de maçã.

Rodrigo Polesso: No iogurte? Você está brincando.

Dr. Souto: O iogurte zero açúcar era “zero açúcar, exceto aquele contido nos ingredientes”. E o ingrediente era suco concentrado de maçã. Ora… Suco concentrado de maçã… Basta você fazer açúcar de maçã líquido. É 99% concentrado. Ou seja, ao invés de adoçar com açúcar de cana, adoçou com açúcar de maçã. Se você bota um negócio na boca e é doce… E não é adoçado com adoçante artificial… O troço não é adoçado com stevia, nem sucralose, nem xilitol… Não. Ele diz ali “zero açúcar”. Não tem adoçante e é doce… O santo tem que desconfiar.

Rodrigo Polesso: Não tem milagre.

Dr. Souto: Não tem milagre. A sacanagem da indústria é usar uma letra bem miúda. Eu já passei dos 45 anos. Eu preciso de uma lente de aumento para ler aquele negócio. Sabe o que eu faço? Eu pego a câmera do celular, aproximo, bato uma foto e leio no celular. Aí dá para ler. Aí era isso. “Zero açúcar, exceto aquele presente nos ingredientes”. Aí o ingrediente era suco de maçã. Tinha aquele pudinzinho zero açúcar que mistura com leite. Qual é o primeiro ingrediente do pudinzinho? Amido de milho geneticamente modificado. Estou falando sério. Esse é o primeiro ingrediente. Amido de milho geneticamente modificado. Então, foi divertido. Mas é incrível… Tá bem que o público patine nessas coisas, e que a indústria tenha interesse em escamotear os rótulos, mas é meio triste que profissionais que trabalham na área saibam ainda menos.

Rodrigo Polesso: É igual falar, “Nessa camisa não contém cor vermelha, exceto o vermelho presente a tinta usada nela.”

Dr. Souto: É tipo isso.

Rodrigo Polesso: É bizarríssimo. Acham que a gente é burro.

Dr. Souto: “Camisa branca. Exceto o pigmento utilizado no algodão, que é vermelho.”

Rodrigo Polesso: “Exceto o pigmento vermelho…” Exatamente. É triste. Antes da gente pular, pessoal, para outra coisa meio cômica e triste, mas que vale lembrar sobre chocolate… Vamos dar uma pausa para o caso de sucesso do dia… Para a gente venerar o caso de sucesso do dia, que veio do Vagner Guadagnin. Ele falou, “Eu estou no programa desde novembro do ano passado. Nem sabia onde poderia chegar. No início era mais uma tentativa. Agora, um estilo de vida. Peso: menos 20 quilos.” Olha só. Exatamente o que a gente estava falando agora. Era mais uma tentativa… “Vou tentar emagrecer de novo.” Se tornou estilo de vida. Perdeu 20 quilos. Mandou o testemunho para gente, bastante feliz. Parabéns, Vagner, obrigado por ter compartilhado, porque a gente pode vir aqui e compartilhar com o pessoal também.

Dr. Souto: Provavelmente o metabolismo basal dele continua o mesmo.

Rodrigo Polesso: Exato.

Dr. Souto: Não desacelerou.

Rodrigo Polesso: Exatamente. As pessoas se sentem melhores… Para emagrecer, tem que emagrecer se sentido melhor. O propósito de tudo é se sentir melhor. Não faz sentido sofrer, ficar estressado, se martirizar em nome do emagrecimento que vai fazer se sentir pior. Não faz sentido. Só vai durar se a gente se sentir melhor. Mais um exemplo aqui é do Vagner. Ele está seguindo o programa Código Emagrecer de Vez que eu falo toda vez aqui. Para você seguir também, passo a passo, e aprender como uma alimentação forte pode ser utilizada para emagrecimento acelerado e saudável, entre aí: CodigoEmagrecerDeVez.com.br. Veja o vídeo de apresentação lá. Quase puxei meu fone de ouvido aqui. Vamos lá. Chocolate. Estudo… Olha só. Saiu uma matéria no jornal de notícias Informe Baiano com o seguinte título: “Estudo aponta o doce que ajuda a perder peso”. Nossa senhora! É outro milagre. O doce que ajuda a perder peso. Eles dizem o seguinte nesse artigo. “De acordo com uma pesquisa inédita, realizada por cientistas alemães e publicado no periódico International Archives of Medicine, comer chocolate pode ajudar a reduzir o perímetro abdominal, diminuir os níveis de colesterol e contribuir para uma melhor da qualidade do sono.” Só não ajuda a achar casamento, pessoal. Veja o seguinte sobre isso. Isso é muito importante sobre isso. Esse artigo falando desse estudo foi publicado agora em julho. Escolhi para você. Foi publicado em julho agora nesse portal de notícias chamado Informe Baiano e deve ter atingido dezenas de milhares de pessoas no mínimo. Agora, julho de 2018. O problema é que o estudo ao qual ele se refere… A base de toda essa matéria… É um “estudo” de 2015 e fez parte de uma confusão gigante. A gente já falou isso antes aqui no podcast, mas vale lembrar. O estudo em si foi “publicado” no jornal Archives of Medicine por algumas horas por engano e logo foi rejeitado. Não está mais lá. Na verdade, a história vai bem além disso, para vocês verem como funciona o mundo da nutrição, da ciência nutricional e também a mídia que repercute isso. O líder do estudo, o John Bohannon é um jornalista. Nem da área da saúde ele é. Ele conduziu o estudo sim, como teste. Ele fez um teste. Inclusive, ele postou um artigo no blog dele explicando o seguinte. “Eu enganei milhões de pessoas fazendo elas acreditarem que chocolate emagrece. E aqui está como eu fiz.” Esse é o título da matéria. Ele fala o seguinte, “Esse foi, na verdade, um estudo típico no mundo da ciência nutricional. O que significa que foi uma péssima prática científica. Os resultados não têm sentido nenhum e os benefícios à saúde que a mídia espalhou para milhões de pessoas ao redor do mundo não tem fundamento.” Ou seja, isso tudo, pessoal… Esse teste, essa brincadeira desse jornalista para mostrar quão podre é a credibilidade da mídia e do meio científico de nutrição, foi a base desse artigo… 2018, agora de julho… Publicado no Informe Baiano, enganando as pessoas, dizendo que um estudo aponta que o doce, o chocolate, pode ajudar a perder peso. Olha o tamanho do crime, hein, Dr. Souto?

Dr. Souto: O que pode ser mais tolinho do que cair numa história dessas? É cair numa história dessas de novo! Mas assim… Sim, não deveriam ter caído nem da primeira vez. Porque, pessoal… Quando uma coisa parece boa demais para ser verdade, em geral, é porque ela não é verdade. Então, quando algo é muito implausível, quando algo é muito esquisito, cabe ao jornalista, que não é apenas um papagaio… A função dele não é apenas repetir coisas… Cabe ao jornalista dar uma verificada. E tem uma série de bandeiras vermelhas. Uma série de coisas que deveria chamar atenção que isso aqui não era uma coisa séria. Eu publiquei uma postagem no meu blog em 2015 sobre essa história que eles caíram de novo agora. Isso é sensacional.

Rodrigo Polesso: Você estava atualizado.

Dr. Souto: Isso aqui é o equivalente a cair no conto do vigário, no conto do bilhete premiado. O conto do bilhete premiado é um negócio incrível, porque quando meus pais eram jovens já existia o conto do bilhete premiado. E ainda hoje as pessoas caem nessa história. Para quem não conhece, bota no Google. Saiu no jornal esses dias aqui em Porto Alegre: “Como fazer para não cair no golpe do bilhete premiado.” Então, esta situação que o Rodrigo leu para vocês… É como uma pessoa cair no bilhete premiado duas vezes…

Rodrigo Polesso: Golpe do príncipe angolano…

Dr. Souto: Você recebe um email que tem um príncipe na África que quer te dar um milhão de dólares… E a pessoa cai nisso. O título da minha postagem de 30 de maio de 2015 é a falta que o ceticismo faz. Bom, é muito engraçado, pessoal. Deixa eu colocar para vocês. Em 7 de abril de 2015 a Folha de São Paulo caiu na história. E publicou. Eu botei aqui. Aí depois, em 28 de maio de 2015 eles botaram um parágrafo… Uma linha… Não era nem um parágrafo, era uma frase. “Só que não. Na realidade, o estudo acima foi uma pegadinha. O instituto de Dieta e Saúde não existe, e o autor da pesquisa, Johannes Bohannon, na verdade se chama John Bohannon, um jornalista que quis testar a imprensa.” E conseguiu. Aí o autor da pegadinha escreveu um artigo sensacional… Uma reportagem explicando toda a trama… E o resumo é o seguinte… A brincadeira foi levada a sério e noticiada em 20 países, em meia dúzia de idiomas. O autor do estudo não existe. Custava verificar? Era só botar no Google para ver… Vamos botar esse autor e vamos ver a qual universidade ele é afiliado. Vamos ver o currículo dele. Se fosse no Brasil, ia ser o currículo lates… Não. Não existe. Nem botar no Google o nome do cara fizeram. O Intitute of Diet and Health não existe. Era apenas um site que o autor inventou. Mais uma vez… Custava verificar? Cara, isso é jornalismo 101. É super básico. Verificar as fontes. Imagina se eu ligo para o jornal e digo assim… Alego qualquer coisa… Meu nome é Constantino da Silva Neves. Inventei esse nome agora. O que que custa o cara botar no Google? Hoje em dia é tão mais fácil. A revista científica na qual o estudo foi publicado era um falso periódico peer review, que aceita qualquer trabalho mediante pagamento de 600 euros. Isso também é fácil de verificar. John Bohannon, jornalista, foi contatado pela TV alemã para mostrar, de forma clara, como ciência nutricional ruim (pleonasmo) facilmente produz manchetes. O estudo foi realmente feito, mas sabe como que foi o estudo? 15 voluntários, distribuídos em 3 grupos, ou seja, 5 pessoas em cada grupo. Ambos grupos low carb… Ele tinha um grupo controle, um grupo low carb e um low carb com chocolate…. Ambos grupos low carb perderam um pouco de peso (3 quilos, o esperado). Mas os autores testaram 18 variáveis diferentes. Isso está no estudo. E por que eles fizeram isso? Porque se você testar 18 variáveis diferentes em qualquer estudo vai ter uma alta chance de encontrar alguma relação estatisticamente significativa, por acaso. De fato, o chocolate não parecia estar influenciando em nada, mas graças ao truque de apenas 5 voluntários por grupo, e graças às 18 variáveis medidas, alguma delas estava fadada a – por puro acaso – demonstrar diferença estatística. Então, resulta que o grupo do chocolate perdeu peso mais rápido. 10% mais rápido. 10% é uma diferença em termos relativos – um jornalista científico precisaria saber os números absolutos. Em 3 Kg, isso significaria 300 gramas, que teriam sido perdidos mais rapidamente. Uma variação de 300g em um grupo de 5 pessoas… Essa é a diferença entre antes e depois de ir no banheiro. Não vou ler o resto para vocês. Quem quiser, leia. É só para dar uma ideia de quando as pessoas leem na imprensa coisas… O nível baixo de ceticismo do jornalismo científico.

Rodrigo Polesso: As armadilhas.

Dr. Souto: As armadilhas. Então, poxa vida… Como é bom a gente ter alguma noção. Saber o que é um ensaio clínico randomizado. Poder ver o N, o número de pessoas envolvidas. Se esse estudo foi feito com humanos ou com animais. Poder pegar e ver o estudo original e não só a manchete. Aí a gente vendo o estudo original a gente já consegue ver em que revista foi publicado. Enfim… Vocês entendem o que eu quero dizer.

Rodrigo Polesso: Com certeza.

Dr. Souto: Agora, cair na pegadinha pela segunda vez pegou muito mal. Porque se você pesquisar o nome dessa cara, John Bohannon no Google, vai cair na página da Wikipedia explicando esse golpe. O cara ficou famoso por causa do golpe que deu certo. Ele fez isso justamente para mostrar como a imprensa é pouco crítica. Aí os caras pegam e requentam uma notícia falsa de 3 anos atrás. Lamentável.

Rodrigo Polesso: Muito lamentável. Fica mais uma vez a lembrança. Se você quiser aprender sobre nutrição, hábitos realmente saudáveis ou coisas em qualquer área para você, talvez ler revistinha ou portal online não sejam as melhores fontes, desde que você saiba como avaliar isso tudo. Lembre-se que sempre tem armadilhas, que pode você estar caindo no conto do vigário, na segunda vez até.

Dr. Souto: Rodrigo, eu acho que nas ciências da saúde… Nenhuma outra seria tão fácil aplicar um golpe desses.

Rodrigo Polesso: É verdade.

Dr. Souto: Eu acho que a nutrição tem um lugar especial na credulidade. As pessoas acreditam realmente em qualquer coisa que seja boa demais para ser verdade ou que saia publicada em qualquer portal.

Rodrigo Polesso: Exato. Elas querem acreditar. Porque você usa como uma desculpa. “Um estudo diz que é bom, então agora vou me empanturrar de chocolate. Enfim.” Maravilha. Olha só que coleção de coisas interessantes. Vamos fechar o podcast falando sobre o que a gente degustou na última refeição, por que não? Dr. Souto, quer mandar ver?

Dr. Souto: Eu degustei na minha última refeição um bife de frango feito na banha com ovo, que é uma das coisas que eu gosto na vida. E moranga.

Rodrigo Polesso: Que beleza.

Dr. Souto: Rodrigo, pode moranga?

Rodrigo Polesso: Ai ai ai… Não sei não.

Dr. Souto: Pode, tá, pessoal? Pode. Não precisa comer cinco colheres de sopa de purê de moranga. Mas assim… Comer uma fatia de moranga junto com a refeição… Ou até um purezinho, mas uma quantidade moderada, ou pedacinhos de moranga – digamos – num picadinho de carne… Não tem problema. A moranga é mais água e fibra do que qualquer outra coisa. Ela tem uma carga glicêmica bem baixa.

Rodrigo Polesso: E outra… Se seu metabolismo está saudável, está em forma, quer comer moranga recheada? Recheia moranga, e daí? Não tem porque ter medo… Tem gente que tem e fica obcecado em contar carboidrato.

Dr. Souto: Não precisa ficar super carbofóbico. Uma moranga rola.

Rodrigo Polesso: Com certeza. Hoje um baita de um bifão em um prato e um baita de um filé de salmão selvagem. E, de sobremesa, em comemoração ao episódio de hoje, eu comprei um ótimo queijo brie feito com leite raw milk… Leite integral, mas é cru. Leite cru. Que cheiro, que sabor que tem. Dá muita diferença. Tem muita diferença. É difícil de encontrar. Encontrei no mercado municipal. Talvez você encontre também na sua cidade. Mas é um queijo integral de leite cru. E um queijo gorduroso. Uma delícia. E eu coloquei hoje de sobremesa no meu prato. Então, uma maravilha de nutrição. Quem quer ver uma foto do prato, inclusive… Eu posto de vez em quando no Instagram… Aproveitando até para chamar o pessoal para o Instagram para ver foto de prato, ver o que está acontecendo na nossa vida. Me siga lá no Instagram. É @rodrigopolesso. E Dr. Souto é @jcsouto. Acompanha a gente lá. Faça parte desse movimento saudável. Beleza. Com isso a gente fecha esse podcast. Se você não entrou no TriboForte.com.br/AoVivo ainda, para ver sobre o evento, veja lá enquanto é tempo. Maravilha, pessoal. Obrigado pela audiência, todo mundo. Obrigado, Dr. Souto. A gente se fala na semana que vem.

Dr. Souto: Beleza. Até lá. Um abraço.