TRIBO FORTE #107 – CRIANÇAS, BEBÊS, GRAVIDEZ E LOW CARB

Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste podcast especial com a participação da Dr. Teresinha Souto (irmã do Dr. Souto):

  • Falamos sobre alimentação, low carb e saúde em bebês, crianças, adolescentes
  • Também dúvidas comuns de mulheres grávidas e que estão amamentando!

Aproveite e divulgue! Informação é poder! ?

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Referências

Site Tribo Forte

Tribo Forte Ao Vivo

Artigo na Folha de São Paulo Sobre Gorduras Saturadas

 

 

 

Casos de Sucesso do Dia

mika

 

 

 

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá para você. Bom dia, boa tarde ou boa noite dependendo de quando você está escutando esse podcast. Você está escutando o podcast 107 da Tribo Forte – sua dose semanal de saúde. E quem você está escutando – apesar dessa voz horrível – é sim, sou eu mesmo, Rodrigo Polesso… Quem já está saindo de uma pequena dor de garganta. Então, vamos ver se a gente consegue levar esse podcast sem tossir muito aqui. Não tem nada que seja obstáculo suficiente que impeça a gente de vir aqui semanalmente compartilhar informação com você e esse episódio é muito especial. A gente tem uma participação especial nesse podcast da Dra. Teresinha Souto, que talvez você possa reconhecer o nome… Souto… Ela é irmã do Dr. Souto. Isso mesmo – irmã do Dr. Souto. Ela é pediatra e vai poder compartilhar um pouco sobre esse assunto que a gente cobriu muito, na verdade, nesse podcast. A gente vai falar um pouco mais sobre como você pode ter alimentação forte, alimentação rica desde pequeno… Seja ela low carb ou não… Quais são os desafios, recomendações gerais… Como que a gente fala um pouco talvez… De jejum intermitente… Será que é uma boa ideia? Será que é uma má ideia? A gente vai discutir um pouco sobre esse assunto todo. Acho que todo mundo pode tirar proveito desse assunto. Primeiro deixa eu só dizer rapidamente aqui que na quinta e sexta-feira passada a gente abriu temporariamente vendas para o primeiro lote público de ingressos para o Tribo Forte Ao Vivo 2018… Deste ano. E foi uma loucura. Foram centenas de pessoas que já garantiram os seus ingressos fora os 250 ingressos que já haviam sido vendidos durante o evento do ano passado. Agora, a má notícia é que neste exato momento as vendas estão encerradas. Mas eu sugiro que você faça o seguinte. Que você visite TriboForte.com.br/AoVivo e dê uma olhadinha em como vai ser o evento. Os palestrantes confirmados até agora e etc. E, apesar de você não conseguir comprar ingresso neste momento, eu sugiro que você role a página para baixo e deixe seu email lá embaixo para que você seja avisado quando as portas abrirem temporariamente novamente. O evento será realmente espetacular. Você precisa estar lá com a gente esse ano. Lembrando que esse evento é para dois tipos de pessoas. Para pessoas do dia a dia que têm interesse em emagrecer ou em viver em forma, em construir um estilo de vida saudável, positivo. Pessoas como você, no geral. E também profissionais de saúde – sejam coaches, médicos, nutricionistas – que querem se conectar a outras pessoas, que querem se atualizar ouvindo essas palestras que vão ser dadas pelas mentes mais brilhantes do país nessas áreas. E quem já foi já como é a energia do evento, sabe como é que é. E quem não foi ainda talvez seja a hora de ir esse ano para experienciar essa mudança, esse movimento incrível. Novamente, coloque seu email lá na página TriboForte.com.br/AoVivo ou se você entrar em TriboForte.com.br você clica lá em “Evento Ao Vivo” no menu e você pode ver todos os detalhes de como vai ser o evento. Tenho certeza de que você vai ficar grato em participar esse ano também. Prometo avisar quando um novo lote de ingresso surgir. Maravilha. No mais a gente dá as boas-vindas à Dra. Teresinha pela primeira participação dela aqui no podcast da Tribo Forte. Tudo bem, Dra. Teresinha?

Dra. Teresinha: Olá, tudo bem. Boa noite a todos.

Rodrigo Polesso: Boa noite, Dr. Souto.

Dr. Souto: Oi, tudo bom, Teresinha, Rodrigo?

Rodrigo Polesso: Que maravilha. A gente vai falar mais sobre esse assunto de criança… Por que não também adolescentes, bebês. A gente recebe muitas dúvidas sobre isso, mas a gente nunca chegou a cobrir de fato em mais detalhes esse assunto. Espero que seja útil ao pessoal. Só que antes da gente pular direto para esse assunto de hoje… Como caiu na mídia hoje… enfim, foi pulverizado um artigo da Folha que no título o seguinte: “Gorduras saturadas ainda são vilãs da dieta. Doenças cardiovasculares são o principal problema associado ao consumo desse nutriente.” Ou seja, a Folha está disseminando esse artigo aí. Então, esse medo da gordura saturada sendo revivido. Só que isso não é uma coisa nova. Então, a gente queria cobrir em dois minutinhos… Que a gente já falou sobre isso. Dr. Souto, você quer colocar uma base mental para o pessoal a respeito desse artigo novo da Folha?

Dr. Souto: Então, isso é uma coisa requentada. Não é novidade. Nós já gravamos um podcast especificamente sobre isso em meados de 2017, depois a gente bota no final qual é o número do podcast. Na época tinha saído um artigo da Associação Americana de Cardiologia e na semana passada ou dez dias atrás o New York Times… Uma colunista do New York Times resolveu escrever um artigo falando mal da gordura saturada e citando este artigo de meados de 2017 sobre o qual a gente já gravou e já escreveu. Então, a gente vai referir vocês depois para esse artigo. E eu vou ler para vocês um parágrafo só do que eu escrevi naquela época. O que eu escrevi naquela época era o seguinte. Eu fui ler o artigo original da AHA. Tem toda a crítica lá no meu blog. Quem quiser vai encontrar duas postagens… AHA é a Associação Americana de Cardiologia (AHA, American Heart Association). A “AHA Contra-ataca 1” e a “AHA contra-ataca 2”. Então, era o seguinte. A AHA não estava condenando dietas low carb. Então, seus amigos que estão lhe mandando o artigo para dizer que essa dieta vai lhe matar, a AHA não estava condenando dieta low carb nesse artigo. A AHA não estava recomendando dieta low fat nesse artigo. Claramente e com todas as palavras eles estavam dizendo que eles não estavam recomendando uma dieta de baixa gordura. A AHA se posiciona contra um limite percentual ou absoluto na quantidade de gordura na dieta. Não só a Associação Americana de Cardiologia nesse artigo não estava recomendando uma dieta de baixa gordura como eles claramente deixam afirmado que não existe um limite da quantidade de gordura que você deva consumir na sua dieta. E, por fim, a AHA neste artigo dizia que reduzir a quantidade de gordura saturada não traz benefício se isso for compensado pelo aumento de carboidratos. Ou seja, a própria AHA, conversadora como é, diz que uma dieta high carb é, na visão deles, tão ruim como uma dieta rica em gordura saturada. A única coisa, o ponto de discussão… É que a AHA acha que as gorduras insaturadas são melhores. Pessoal, nós nem vamos entrar em detalhes nisso aí. Nós já temos um podcast inteiro sobre isso aí. Tem duas postagens lá do blog. E se você acha que as insaturadas são melhores, simplesmente coma as insaturadas. Ninguém aqui vai ficar ofendido se você trocar o bacon e a carne gorda por peixe, azeite de oliva, abacate e nozes. Para mim, o principal é que a AHA admite que uma dieta de baixa gordura não é o caminho e admite que uma dieta de alto carboidrato é pior ainda. Esse artigo aí do New York Times é um artigo completamente… O do New York Times foi traduzido e postado na Folha… Extremamente requentado… Revivendo um assunto de junho de 2017 que nós já tínhamos discutido e já estava morto. Então, depois vocês leiam para poder responder seus chatos das mídias sociais.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Estamos aí fazendo nossa obrigação de avisar vocês que isso não é novidade não, pessoal. Vamos lá. Vamos então partir para o assunto principal de hoje aqui, que são crianças e adolescentes… Por que não bebês também? Vamos ver o seguinte. No Brasil 9,4% das meninas e 12,7% dos meninos estão obesos. Segundo o artigo da Organização Mundial da Saúde, a obesidade infantil no mundo aumentou 10 vezes em apenas 40 anos. Dez vezes. O que será que está acontecendo? Primeiro, como a gente falou em gorduras aqui, é interessante notar… Para a gente começar com o pé direito aqui… Colocar as coisas em perspectiva, em contexto. O próprio bebê quando nasce… Quando ele é recém-nascido, ele já nasce com uma alimentação forte, eu digo… Mais high fat, onde o único alimento é o leite materno. E olha só a composição do leite materno em termos de macronutrientes: ele é 57% gorduras… Das quais, ironicamente, Dr. Souto, metade são gorduras saturadas…

Dr. Souto: Eu achei que o seio produzisse óleo vegetal.

Rodrigo Polesso: Pois é, a natureza… O primeiro alimento que o ser humano tem contato é 57% gordura, das quais metade são gorduras saturadas. Então, 40% são carboidratos na forma do açúcar e do leite e 5% proteínas. Ou seja, o bebê já nasce se alimentando de comida de verdade e com uma constituição de macronutrientes mais alta em gordura… Já que foi feita e lapidada por milhões de anos de existência. Em outras palavras, somos nós, como pais, que iremos definir qual será o próximo passo dessa criança. Não é verdade, Teresinha? Será que os pais têm muito impacto nessa questão?

Dra. Teresinha: Nossa, os pais têm uma responsabilidade enorme no futuro dessa criança, em todos os sentidos.

Rodrigo Polesso: É, exato.

Dra. Teresinha: Começando da alimentação.

Rodrigo Polesso: Com certeza, porque a criança… Toda mãe sabe que quando a criança acabou de nascer… Se ela tiver uma produção de leite normal ela vai amamentar essa criança. Só que uma hora ou outra ela vai ter que começar a adicionar outras coisas. E aí vem a pergunta qual que é a influência da alimentação corrente dos pais? Qual influência que isso vai ter no tipo de alimento que começa a ser adicionado à essa criança… Pelo o que você vê na sua prática assim?

Dra. Teresinha: O que que a gente preconiza? A Associação Americana de Pediatria… A Associação Brasileira de Pediatria… O Ministério da Saúde… A Organização Mundial da Saúde… A gente gostaria… Bom seria se todas as crianças pudessem ser amamentadas exclusivamente ao seio materno nos primeiros seis meses de vida, certo? Agora, nem sempre isso é possível. Então, antigamente a gente fazia… Estou falando antigamente assim há uns 20 anos atrás… Nós não tínhamos isso muito claro… Nós, pediatras. Isso ainda era… Tinha muita gente que ainda introduzia precocemente outros alimentos. Isso foi mudando, graças a Deus. Agora, na medida do possível nós tentamos fazer com que a introdução de outros alimentos só ocorra a partir do sexto mês de vida, que é justamente quando a criança está começando a sentar. Então, fisiologicamente é muito mais correto. E que tipo de alimento?

Rodrigo Polesso: Isso que eu ia perguntar, porque tenho certeza que o pessoal vai pensar nisso.

Dra. Teresinha: É comidinha de verdade, né? Eu acho até que nós brasileiros introduzimos… Cuidamos bastante até de alimentação de criança pequena, sabe? Todas as mães que estão interessadas em alimentar seus filhos… Elas… Mesmo o pessoal mais simples… Que eu atendo também o posto de saúde… As mães vêm, “Eu quero dar comidinha para meu filho. Entendo que deva ser feito em casa e etc.” Só que isso ao longo dos meses e dos anos… Isso vai sendo perdido. Então, existe um conceito claro. “Vamos dar comida de verdade no início.” Só que depois pode comer tudo o que é porcaria. É aí que está. A sociedade brasileira… Desculpa… A sociedade brasileira preconiza que você não dê açúcares nos primeiros dois anos de vida das crianças. E o que é óbvio para uns, não é óbvio para outros. Então, você fala assim, “Não vou dar açúcar. Está bom. Mas Toddy pode, né?” “Não vou dar açúcar, mas bolacha pode, né? Bolachinha de maisena pode.” Então, são conceitos que nós pediatras estamos constantemente explicando para os pacientes, explicando de novo… Na consulta de puericultura.

Dr. Souto: Teresinha e a história do suco de fruta também foi uma mudança em 2017 eu acho…

Dra. Teresinha: Foi bárbara. Foi incrível. Antigamente a gente introduzia… O antigamente de novo… Há uns 20 anos… Suquinho de fruta a gente começava até com 2 meses de idade. Vejam só. É. Depois, com 4 meses começava com frutinha e com 6 meses a papinha. Depois isso foi mudando… Foi passando para 4 meses… Para 6 meses o suco, né? E agora, finalmente, veio essa ideia muito interessante que em vez da gente fazer um suco com três laranjas, a gente dá a laranja para o bebê chupar a laranja. É muito mais adequado. E assim… Não precisa tomar tudo isso de fruta. Não atrapalha a alimentação, até porque a criança acaba… Esse tipo de criancinha que vinha sempre sendo acostumada a tomar suco… Deixava de tomar água. Eu tenho muitos pacientinhos… Muitos… Que não gostam de água. Eu, inclusive, fui acostumada a não gostar de água.

Rodrigo Polesso: Essa é ótima.

Dra. Teresinha: Teve uma coisa boa na minha vida… Na do José também… Que a gente tomava suco de limão sem açúcar. Isso há muitos anos eu falo para os pais que ficam assim… Ou ficavam, talvez agora não… Horrorizados… Dê suco de limão sem açúcar. “Mas como? É muito azedo, é muito ruim!” Enfim, o suco agora é para dar só depois de 2 aninhos de idade… E, assim… Em quantidades pequenas… E não do jeito que a gente dava antes.

Rodrigo Polesso: Diga, Dr. Souto.

Dr. Souto: Isso aí deve ser laudado, elogiado… Que a sociedade brasileira… Essa decisão… O que coloca ela na frente da nutrição dos adultos. Em admitir que suco de fruta não é a forma mais adequada de consumir fruta, é uma forma adequada de consumir açúcar.

Dra. Teresinha: Sim, sem dúvida.

Rodrigo Polesso: Acho esse ponto importante que você falou. A criança chega ao ponto de não gostar de água, porque a criança já começa com esse gosto doce… Líquido doce desde criança… O paladar dela já fica mimado a esse doce. E o fígado já começa a ficar tratando com essa frutose desde criancinha, desde bebê também. Então, são vários problemas que começam desde criança. Então, se você está escutando a gente e você acredita que suco de fruta talvez seja a melhor fonte de nutrição para seu bebê, talvez seja um bom momento a se pensar a respeito disso e queria pedir sua opinião sobre fórmulas. Essas fórmulas… Qual é a sua opinião a respeito disso? Existem boas opções, más opções? Como lidar com isso?

Dra. Teresinha: Então, Rodrigo, é assim… O leite de vaca… Ele não é adequado no primeiro ano de vida. Já se fez várias tentativas de mimetizar o leite materno. As coisas estão evoluindo. Acho que a gente ainda está longe do ideal, mas enfim. No primeiro ano de vida realmente nós temos que dar a fórmula para os bebês que não podem estar recebendo leite materno.

Rodrigo Polesso: Sim, sim. Concordo.

Dra. Teresinha: Depois de um ano de vida, isso é discutível. Existe uma pressão forte da indústria do leite, das fórmulas querendo que nós continuemos a dar só a fórmula depois de um ano de vida. Eu, particularmente, se a criança come bem, come comidinha de verdade, come peixe… Que tem lá seu Omega-3, bacana… Depois de um ano de vida, atualmente, eu digo… Pode tomar seu leitinho normal, integral e pronto. Lembrando que depois de um ano realmente o que a criança mais precisa não é leite. É comida.

Rodrigo Polesso: Eu já ouvi dizer… Alguns profissionais dizendo que muitas pessoas têm problemas com leite, como a gente sabe… Intolerância à lactose e etc. Mas muitas destas pessoas que têm problema com o leite… Quando elas consomem o leite raw milk… Que é o leite integral que sai da vaca, elas não têm essa reação adversa no corpo delas. Só que hoje em dia é tão difícil de se encontrar o leite sem ser pasteurizados, sem ser homogeneizado… E ainda, quando você encontra, outras pessoas ainda colocam esses fantasmas que ele pode estar contaminado com não sei o quê. Então, é difícil realmente a pessoa conseguir ter acesso a um leite de verdade e não essa massa branca pasteurizada homogeneizada.

Dra. Teresinha: É. Mas a gente tem que lidar com a realidade. Para a grande maioria das pessoas, é isso. Enfim, a gente tenta fazer o que é melhor. Chegamos ao que dá… Não talvez ao que é melhor, mas o que é possível.

Dr. Souto: Uma outra coisa que eu acho que é importante, que muita gente vai perguntar que é assim… Criança não está com fome. Preciso obrigar a comer? Ela precisa comer de três em três horas? Ela tem que comer mesmo que ela não queira?

Dra. Teresinha: Sabe que essa pergunta é superinteressante porque assim… Mesmo antes de ler sobre low carb… Essas coisas todas… Eu sempre… Quando as mães me perguntavam, “Ela não quer comer. Não come nada no café da manhã.” Sim, mas ele está bem, né? Está crescendo. O peso está bom para a idade, para a altura. Deixa. Depois ele come. Para quê ter que comer a cada três horas? A criança é um ser que ainda tem… Pelo menos a criança pequena tem aquela coisa de saber o que é saciedade, que o adulto já perdeu. Então, vamos respeitar. Principalmente bebê. Bebê a gente entende deva mamar livre demanda… Sob livre demanda no peito da mãe. Então, a gente não manda ele mamar a cada três horas. Tem bebezinho que vai mamar a cada duas horas. Para comer também.

Rodrigo Polesso: Então é uma ideia bastante revolucionária, Dr. Souto, de tentar respeitar a fome do bebê?

Dr. Souto: É uma revolução. Na realidade, tem, né, Teresinha, curvas-padrão de crescimento de altura e peso. Se a criança está crescendo, se ela está ganhando peso, obviamente ela não está desnutrida.

Dra. Teresinha: Exatamente.

Dr. Souto: Significa que, de alguma forma, comendo de acordo com a fome está dando tudo certo.

Dra. Teresinha: Cada bebê tem o seu ritmo. Acho que sim… Não precisa comer a cada três horas, mas o bebê tem que ter rotina para comer. Acontece que isso é uma coisa muito individualizada. Por isso que a consulta de puericultura… Ou seja, passar no pediatra mesmo sem estar doente… Para ver desenvolvimento neuropsicomotor, para ver alimentação, para ver vacinas, sono… É bastante coisa que a gente tem que ver numa consulta. Mas, enfim… É importante porque vai ter aquela mãe que fala assim… “Olha, doutora, o meu bebê… Ele já está na comidinha, está almoçando, está jantando. Agora, ele só tem fome a cada quatro horas. O que que eu faço?” Faça isso. “Mas meu bebê não quer jantar às seis da tarde.” Então, deixa ele jantar às oito. Qual que é o problema? O intestino dele não sabe se é de dia ou se é de noite. Brinco com elas assim. “Mas não é muito tarde?” Eu falo assim… É… Tarde por quê? Enfim.

Rodrigo Polesso: Dá mais paz mental para os pais também não ficar se regrando tanto assim. Outra coisa que eu ia pedir para você… Não a respeito do bebê em si, mas olha só. Que tipo de influência tem a alimentação dos pais antes e durante a gravidez e na tendência dessa criança se tornar obesa com mais facilidade? O que você acha sobre isso? É um assunto que a gente não sabe conclusivamente, mas a gente sabe algumas coisas que parecem ser verdade.

Dra. Teresinha: A gente sabe que se uma mãe come muito durante a gravidez, ganha muito peso durante a gravidez, ela tem chance de ter um bebê muito grande, um bebê macrossômico, que pode sim ter problemas de obesidade no futuro, mesmo que ela não tenha uma diabetes gestacional. Existem estudos há muitos anos que mostram que bebês muito grandes ao nascer… Que a gente chama de GIG (grande para a idade gestacional)… Têm maiores problemas sim com obesidade no futuro. A mãe que consegue se alimentar de uma maneira bacana durante a gestação, sem engordar demais… Também sem engordar de menos… Vamos pensar que tem que engordar um pouco. Precisa cuidar porque vai estar influenciando sim esse ganho de peso do seu bebê. Depois que nasce…

Rodrigo Polesso: Diga lá.

Dra. Teresinha: Depois que nasce, acho que a orientação tem que continuar sendo a mesma. Os obstetras sempre pegaram nos pés das mães para não engordar demais. Então, é bacana que exista todo esse movimento de comida de verdade atualmente para que isso possa dar uma tranquilidade para a mãe de que ele está comendo bem, está se alimentando bem. E também durante a amamentação ela vai continuar fazendo uma alimentação normal. Lembrar que muitas pessoas ainda têm aquele conceito antigo de que tem que comer por dois durante e durante a amamentação… Que tem que comer canjica para ter leite. Esses conceitos todos… Acho que a gente lida muito, em pediatria pelo menos, com muitos mitos. Eu não digo só no posto de saúde, mas no consultório também. Porque vem toda uma carga de avós, de coisas que a gente tem que lidar no dia a dia. “Eu tenho que fazer isso porque minha mãe falou e etc. e tal.”

Dr. Souto: Existem dois estudos interessantes para a gente citar nesse sentido. Um dos anos 70 feito com grávidas no qual se fez… Se colocou essas grávidas em ala metabólica para medir o metabolismo basal. E o metabolismo aumenta apenas 200 calorias por dia na gestação. Então, quer dizer, como disse a Teresinha, não é para comer por dois. É 200 calorias a mais. Duzentas calorias é umas duas colheradas servidas a mais. Então existe um aumento do consumo calórico necessário durante a gestação, mas ele é menor do que as pessoas imaginam. E a segunda coisa é um outro ensaio clínico randomizado. Foi o único que eu achei que abordava restrição de carboidratos na amamentação. Não era uma restrição severa. Não é dieta cetogênica. Não é o que a gente está recomendando. Ninguém aqui está recomendando fazer dieta cetogênica na amamentação. Mas era uma restrição para 100 gramas de carboidrato por dia, o que já é low carb.

Dra. Teresinha: Com certeza.

Dr. Souto: O que já está numa faixa de um terço dos carboidratos que as pessoas normalmente consomem. O que aconteceu nesse estudo é que essas mães perderam peso mais rapidamente… Recuperaram seu peso pré-gravídico mais rapidamente, o que era justamente o que a gente espera. Estão comendo menos carboidrato, perdem peso mais rápido. E a quantidade de leite produzida foi a mesma para acabar com esse mito de que por algum motivo low carb diminuiria a quantidade de leite. A espécie humana provavelmente não existiria, porque os nossos antepassados não tinham geladeira, não tinham loja de conveniência para ficar comprando comida e comendo o tempo todo. E, por fim, o conteúdo nutricional e calórico dos leites das mães que faziam low carb eram leite mais calórico e com mais gordura. Ou seja, provavelmente melhor, mais nutritivo para o bebê.

Rodrigo Polesso: Que legal. Que legal esse input. Eu estava vendo sobre essa questão da alimentação durante a gravidez, que obviamente é importante como a gente sabe. Só que outra coisa que me preocupa também é a alimentação antes da gravidez. Uma alimentação que a pessoa vem levando ao longo da vida. Na verdade, não só na geração da mãe, mas a mãe da mãe também. Tem um estudo bacana que eu estava lendo ontem por algum motivo, que não tem nada a ver com humanos, foi feito em gatos. Mas é um estudo famoso feito pelo Dr. Francis Pottenger que ele testou essa questão de dar carne crua para gatos ou carne cozida para gatos. A única mudança era essa que ele fez entre os dois grupos de gatos. Ele viu que os gatos que comiam carne cozida começaram a adoecer, começaram a ter problemas, desenvolver menos do que os gatos que se alimentavam com carne crua. Como a gente sabe, gato é um carnívoro obrigatório. E daí o que aconteceu? Esses gatos começaram a ficar doentes. Em certo ponto ele quis reverter essa situação. Reverter e começar a alimentar novamente com carne crua esses gatos. Só que ele notou que depois que esse mal… Essa má nutrição… Esse desenvolvimento pior aconteceu, demorou quatro gerações de alimentação correta para reverter os danos que ocasionou essa alimentação nas gerações passadas. Então, isso me preocupa. Nós não somos gatos, obviamente, como eu disse. Só que nós somos mamíferos ainda. A gente sabe que tem uma grande semelhança, querendo ou não. Então, será que a alimentação como a gente vê hoje… Muitos bebês já crescem com uma tendência maior de serem obesos do que antigamente. Será isso também um fruto das gerações passadas? Será que a gente pode hoje tomar uma atitude para evitar que os nossos filhos tenham filhos mais obesos também? Então, o problema é um pouco maior do que a gente pode imaginar ao focar somente durante a gravidez, digamos.

Dra. Teresinha: É. Epigenética, né?

Rodrigo Polesso: Exatamente. Exatamente. É uma coisa a se pensar. Outra coisa que o Dr. Souto já puxou, que é o low carb… Que foi um ótimo input na amamentação… Uma low carb de 100 gramas… A gente viu que não teve alteração negativa nenhuma. Mas eu queria saber sua opinião, Teresinha, porque muita gente vai perguntar. Tem muitos pais que são low carb, ou pais que são cetogênicas. E a criança… Não o bebê, mas a criança… Sei lá, 3, 4, 5, 6, 7, 10 anos de idade… Qual é a tua opinião sobre low carb? E quando eu falo low carb, 100 gramas de carboidratos para menos, em crianças nesse sentido.

Dra. Teresinha: Eu acho criança um negócio bem mais difícil do que adulto. Porque assim… Você pode ter uma família assim… Pai e mãe, os dois fazendo low carb bonitinho. Você controlar o excesso de carboidrato nas crianças até o momento que elas entram na escola.

Rodrigo Polesso: Exatamente.

Dra. Teresinha: Depois, esquece. Então, assim… Eu acho que a gente faz a nossa parte… Nós como pais, não estou falando só como pediatra… Como fã da low carb, nada disso. A gente faz a nossa parte orientando desde pequenininhos… E daí eles vão para o mundo. Eu acho que é mais fácil fazer uma analogia por exemplo com pais que são vegetarianos. Eles fazem toda aquela conversa com os filhos. As crianças vão copiar o que os pais fazem na alimentação. Mas depois que elas estão no mundo elas também vão ter… Vão estar expostas a vários outros alimentos que talvez os pais não gostassem que elas ingerissem. No nosso caso, quando a gente fala assim… Olha, vamos tentar fazer uma alimentação com comida de verdade… Vamos tentar ingerir carboidratos mais saudáveis, menos inflamatórios… Chega na escola, tem festinha de aniversário toda semana. Está todo mundo comendo. É difícil. Eu acho assim, que… A gente faz o que a gente pode. As crianças vão crescendo sabendo que tem alimentos mais bacanas e que elas vão escapulir assim como a gente… A maioria de nós acaba saindo daquela alimentação ideal que a gente gostaria. Enfim, eu acho mais difícil, quando você falou Rodrigo… Por exemplo… O que que vai ser dessas gerações… Será que elas já têm essa obesidade… Enfim. Quando a criança já está obesa, a coisa complica muito mais, porque ela não chegou naquele momento assim rápido. Foi uma coisa que foi sendo… Os países foram deixando acontecer. Daí arrumar um estrago é muito maior. É que nem para nós adultos que já desde pequenos muito erradamente, muito carboidrato e que temos problema de excesso de peso também pela parte genética sem dúvida. Mas uma criança que chega aos 10 aninhos, por exemplo, ou menos, obesa, é muito mais difícil da gente tratar do que esses nossos que a gente vai conversando e vai orientando desde pequenininho.

Dr. Souto: Por outro lado, Teresinha, eu tenho impressão que as mudanças que precisam ser feitas nessa faixa etária para produzir um resultado são menores. Às vezes só tirar o excesso de açúcar e o excesso de carboidrato refinado já provoca melhoras muito mais fácil. Se eu pegar uma mulher de 50 anos eu tenho que fazer uma restrição de carboidrato muito mais severa para produzir o resultado do que numa criança de 10 anos que pode comer batata, feijão com arroz e tal e ainda perder peso só de tirar açúcar e farináceos.

Dra. Teresinha: O problema, José, é que a mulher de 50 anos que vai ao médico, ela quer emagrecer. A criança que vai ao médico… A criança até pode querer, mas se a família não quiser, ou ficar com dó, é muito difícil.

Dr. Souto: Mais para salientar para as pessoas que assim… Uma criança para ter efeito, ela não precisa fazer uma dieta cetogênica. Ela pode comer feijão com arroz, pode comer moranga, pode comer aipim, pode comer fruta e ainda assim perder peso, por tirar açúcar, suco de fruta, refrigerante, pão branco.

Dra. Teresinha: Sim, sim. É muito rápido o resultado. É muito rápido o resultado retirando essas coisas. Eles ficam tão felizes, principalmente esses maiorzinhos que já estão sofrendo bullying… Ao redor de 10 aninhos, por aí. Eles ficam muito felizes. E eles entendem tudo o que a gente explica. O que a gente precisa de colaboração é da família. Às vezes a mãe leva preocupada, o pai não dá bola… O pai acha que coitadinho… A vó acha que coitadinho… Tem que comer aquele monte de doces… Eu preciso sempre pegar a família e não brigar com a família. Ter a família como aliada. A criança não chegou naquela obesidade sozinha. Não é ela que compra as coisas. Enfim…

Rodrigo Polesso: E assumindo as pessoas de hoje que têm filhos cage-free, que a gente fala… Que não são enjaulados… Que estão aí expostos ao mundo… Você falou num ponto muito legal. Acho que muitos pais… Principalmente se os pais tiverem essa boa noção de nutrição ou seguirem aqui a Tribo Forte, eles estão bem ligados a essa questão e podem cair na tentação de tentar controlar 100% a interação dos filhos com a alimentação. Isso pode criar um stress muito grande, inclusive talvez uma relação ruim da criança com alimentação. Você falou dessa questão que a gente pode fazer o máximo que a gente pode, mas ainda assim a criança tem que viver sua vida e fazer suas escolhas.

Dra. Teresinha: É. A gente vai colocando essa sementinha de conhecimento na cabecinha eles e é muito bonito. Eles tentam até explicar para os professores. “Mas você me explicou que não era para eu comer esse monte de carboidrato e a professora falou que sim, que eu preciso. Mas, mamãe, eu estou gordinha, eu não quero comer tudo isso.” É muito bonitinho. Vai tudo com jeito, com jeito.

Rodrigo Polesso: eu tenho mais umas perguntinhas aqui. Vou fazer um break contando o caso de sucesso da semana, como de costume aqui. Quem mandou para a gente foi a Mica. A Mica falou, “Gente!!! Pesei e medi 3 vezes para ter certeza que estava certo. Esses são meus resultados em quatro meses.” Ela perdeu onze quilos. Ela está dentro do programa Código Emagrecer de Vez. E ela mandou embora vinte centímetros de cintura e nove centímetros de quadril… E muitas outras medidas em quatro meses. Ela mandou a foto do antes e do depois. Ela está linda. Está uma diferença muito grande. Obrigado, Mica, por ter enviado. Tenho certeza que vai motivar mais gente também. Você pode fazer as alterações que você quiser… Ouvindo os podcasts da Tribo Forte… Se você quer um guia passo a passo, você pode entrar no programa Código Emagrecer de Vez também, que é baseado em toda essa ciência que a gente fala aqui, só que passo a passo, com tabelas, com instruções certinhas para você seguir. É só você entrar em CodigoEmagrecerDeVez.com.br. Ótimo. Olha lá. Agora outra pergunta bastante… Que toca num assunto bastante polêmico… Eu quero saber a opinião de vocês. Muita gente pergunta esse tipo de coisa. Qual seria a relação que vocês sugerem… Ou como você vê a relação entre crianças que podem estar acima do peso e a prática do temido jejum intermitente.

Dra. Teresinha: Jejum intermitente para crianças?

Rodrigo Polesso: É crianças que estão tentando perder peso. Sejam crianças de 5 anos, 10 anos… Acho que é uma zona perigosa, porque muita gente nem sabe como fazer isso corretamente. Mas o que que você acha? Acha que é necessário? Ainda mais como o Dr. Souto falou que pequenas mudanças geram grandes resultados. Você acha que vale a pena as pessoas se aventurarem nesse caminho?

Dra. Teresinha: Não, não. De jeito nenhum. Acho que falta estudo para isso. Se tem, eu desconheço. Mas vamos com calma. A gente está pelo menos querendo mudar hábitos, não fazer a criança fazer jejum – a menos que ela não tenha fome de manhã. Aquela história que a gente falou. Agora, fazer jejum para criança… É muito complicado. Eles são muito imaturos. Ao meu ver, assim… Corre-se um risco de ir para um lado de anorexia… Não, não. De distúrbio alimentar. Menos, né, gente, menos. Vamos só fazer modificações de lanchinhos. Já ajuda muito.

Rodrigo Polesso: Qualificativas, não quantitativas.

Dra. Teresinha: É. Eu acho isso.

Rodrigo Polesso: Muitas grávidas perguntas também. “Estou amamentando.” Ou “Estou grávida. Será que tenho que fazer isso?” Isso me dá tremor toda vez que escuto esse tipo de pergunta.

Dra. Teresinha: Não, né. Menos.

Dr. Souto: Acho que a maioria dos obstetras vai concordar que na gravidez é a mesma situação que a Teresinha falou. Também a grávida não precisa comer se ela não está com fome. Inclusive, é muito comum no primeiro trimestre… Que tenha aquela situação da hiperemese gravídica, que nada mais é do que os famosos enjoos e vômitos. Os obstetras tranquilizam as mães se elas estão com dificuldade de comer. Não tem problema. Depois isso passa. No segundo trimestre volta. Não costuma haver um problema, porque a mãe sente enjoo de manhã e não consegue tomar café da manhã. Mas isso não é fazer jejum intermitente. Isso é não comer porque está enjoada ou não comer porque está com fome.

Dra. Teresinha: Sim, lógico, sim.

Rodrigo Polesso: Sim, sim. Concordo plenamente. As pessoas tendem a subestimar o poder que tem uma modificação qualitativa na alimentação. É o que eu tento falar. Só que hoje em dia o paradigma é sempre quantitativo. Sempre tem que tentar comer menos, tentar cortar macronutrientes… Focar nesses detalhes ao invés de atacar o elefante na sala que é realmente trocar aquele pãozinho por um pedaço de bife a mais ou um legume alguma coisa assim. E principalmente as crianças, como a gente falou. Parece que o que a gente está conversando aqui… Que mudanças até pequenas na alimentação qualitativa… De qualidade dos alimentos… Em crianças… Até crianças acima do peso pode gerar um resultado bem maior do que gera em pessoas adultas. E as pessoas talvez tenham que ter uma cautela muito grande ao começar a se aventurar por essa questão de jejum… Preferencialmente não seguir esse trajeto.

Dra. Teresinha: Não, sem dúvida. A criança, assim como o adulto, se foca no quantitativo… É bem difícil. Você tem aquela criança comendo com todos os amiguinhos, por exemplo. Digamos que ela almoce na escola. E vem alguém e fala, “Você não pode repetir.” Como que uma criança de 6, 7 anos vai encarar isso? “Poxa, mas meus amiguinhos podem e eu não posso?” É muito complicado. Se a gente chega e fala… Vamos tentar repetir mais da carninha, mais da salada… Quando eventualmente eles gostam de salada… Enfim. Você torna a vida dessa criança mais feliz.

Rodrigo Polesso: Concordo. Mais liberdade. Uma relação melhor com a alimentação. E uma última pergunta… Outro tema… Eu não tenho filhos ainda… Mas eu me pergunto se você tem uma criança que tenha 10 anos de idade… Vai começar a entrar na pré-adolescência… E é uma criança que não está acima do peso, mas você quer passar essa mensagem, de que existem benefícios além do peso de se comer comida de verdade ao invés de comer porcaria. Que tipo de argumento você como pai, mãe, pode utilizar e que funcione com crianças dessa idade que podem motivar elas a olhar para um alimento de verdade ao invés de uma porcaria, sendo que provavelmente ela não vai se ligar em rejuvenescimento… Porque é uma coisa muito distante para ela… Que tipo de argumento você acha que se conecta com uma criança desse tipo?

Dra. Teresinha: Eu acho que uma idade em que eles confiam bastante nos pais… No início da adolescência e eu acho que é o exemplo é o que vai ser o mais importante de tudo. Se na sua casa… Não adianta você falar para a criança se você come bobagem o tempo inteiro. A criança vai estar vendo isso. E dizer para ela… De vem em quando, tranquilo. Não pode também restringir demais… Eu faria isso. Eu daria o exemplo e explicaria, claro, os benefícios para o futuro na nossa saúde. Mas eu entendo que ela não vá dar muita bola para isso, não.

Rodrigo Polesso: Eu imagino que não.

Dr. Souto: A minha impressão é a mesma. É a questão do exemplo. No máximo, de repente, se a criança é meio fã de esportes e tal… Colocar esse lado… Performance… Mas acho que o principal é dar o exemplo e falar. À medida que eles vão amadurecendo… Aí é no pós-adolescência… Aí também a mensagem volta, porque o amadurecimento permite.

Dra. Teresinha: Um dia volta. Um dia vai gostar de comer salada também. Demora às vezes.

Dr. Souto: Demora. Aos trinta anos, no meu caso.

Dra. Teresinha: Meu filho menor demorou até os 16. Eu achava que ele nunca ia comer uma alface na vida.

Rodrigo Polesso: Muita gente cai na armadilha de achar que boa forma significa saúde. Então muitas crianças que têm “genética boa”, acabam sendo magras até 30 anos. Eu tinha um colega de trabalho anos e anos atrás… Ele também tinha 30 e poucos anos, magro, magro, magro. E ele achava isso. “Posso comer o que eu quiser, porque eu não ganho peso. Portanto, sou saudável.” É uma outra armadilha muito grande, eu imagino, de tentar entender que boa forma, ser magro, significa saúde.

Dra. Teresinha: É. É bem mais difícil. Eu estou lembrando de um caso que eu atendi essa semana. Um menininho… Um fofo de 10 anos, obeso. A mãe sobrepeso e o pai magro. Daí o pai falava assim… “Mas, doutora, eu posso comer o que eu quiser.” Será? É mais difícil mesmo. É bem mais difícil. Daí você precisa de argumentos lógicos de estudo, de leitura. Coisas que nessa idade, com 10 anos, não dá.

Rodrigo Polesso: Não dá. Ótimo. Falando em comida… Como uma tradição aqui no podcast, todo mundo que participa tem que compartilhar o que degustou na sua última refeição. Agora é à noite, então não sei se vocês tiveram janta já. Se não fez janta ainda, compartilhar o que comeu no almoço para o pessoal ter uma ideia. Se comeu pizza e coxinha, tem que falar também. É o pacto da Tribo Forte, tem que falar verdade sempre. Pode começar você Teresinha, talvez.

Dra. Teresinha: Eu no almoço… De manhã eu tomei um café preto… Correndo, atrasada… Com uma colherinha de creme de leite. Daí na hora do almoço eu comi creme de leite de novo porque tinha strogonoff com champignon. Isso foi o ao meio-dia. Agora não sei que horas são.

Dr. Souto: Nove horas.

Dra. Teresinha: Nove da noite agora. Eu vou ver o que tem para jantar, porque estou com um pouco de fominha. É isso.

Rodrigo Polesso: Maravilha. Strogonoff é comida saudável, meu Deus do céu, que coisa.

Dra. Teresinha: Que coisa, né? Sem farinha. Que bom.

Rodrigo Polesso: Que difícil seguir esse estilo de vida. Dr. Souto, o que você degustou ou vai degustar?

Dr. Souto: De manhã a mesma coisa que a minha irmã. No almoço uma carne moída, dois ovos, uma saladinha. A carne moída tinha um molho de tomate. Agora de noite eu fiz um… Uma vez eu falei para vocês o que é um pudim de chia?

Rodrigo Polesso: Acho que o pessoal… Com leite de coco?

Dr. Souto: Isso. A gente pega e bota umas quatro colheres de sopa de chia num potinho, bota uma meia xícara da água… Fica mexendo aquilo por um minuto até virar um pudim. O troço fica grosso. Se virar o pote, não cai. Aí ali dá para misturar coisas diversas. Eu botei um pouco de leite de coco e misturei. Botei um pouquinho de adoçante e foi isso aí. Porque eu já sabia que a gente ia estar gravando na hora da janta.

Rodrigo Polesso: Essa é uma sobremesa clássica low carb. Se colocar um pouco na geladeira, fica mais duro ainda. Se você deixar o dia seguinte, fica muito duro, dependendo de quando você colocar.

Dr. Souto: Se botar Whey de chocolate, fica muito bom também. Fica a dica.

Dra. Teresinha: Jura? Vou experimentar.

Rodrigo Polesso: É bom demais. Essa sementinha libera meio que uma gelatina assim. O pessoal que nunca fez, vale a pena. Boa ter mencionado, Dr. Souto. Acho que é uma sobremesa que pode matar a fome de doce de muita gente.

Dr. Souto: Mata a fome mesmo e é um negócio com uma quantidade absurda de fibra, completamente low carb. Diabético tipo 1 pode usar. É bem interessante.

Rodrigo Polesso: Maravilha, legal. Eu comi um frango assado. Muito fácil. Só cortar. Estava pronto já. Com abacate, um pouco de chucrute. Foi basicamente isso de janta, porque agora é de manhã aqui. Maravilha. Olha só, que beleza. Acho que o podcast tocou em vários assuntos que são dúvidas comuns das pessoas a respeito de crianças, adolescentes, gravidez. E tópicos como jejum intermitente, low carb. Espero que tenha sido útil para o pessoal que está ouvindo aqui. Eu convido você, se você não faz parte desse movimento oficialmente ainda, que você se torne um membro da Tribo Forte. É só você entrar em TriboForte.com.br. E lembrando de colocar seu email lá para você receber notícias sobre o evento quando tiverem mais ingressos colocados à venda. Vai ser muito bacana, pessoal. Vai ser em setembro. E vai ser em São Paulo. Tribo Forte Ao Vivo 2018. Com isso, quero agradecer vocês dois. Teresinha, obrigado pela participação.

Dra. Teresinha: Obrigado a você, Rodrigo.

Rodrigo Polesso: Obrigado, Dr. Souto também pela participação.

Dr. Souto: Obrigado.

Rodrigo Polesso: E a gente segue nosso dever se semanalmente vir falar para você mais sobre saúde, estilo de vida, enfim… Tudo sobre isso para te ajudar a viver melhor no melhor peso que você pode ter. Maravilha. Grande abraço para todo mundo. Até a próxima.

Dr. Souto: Tchau. Até a próxima.

Dra. Teresinha: Até. Boa noite.